TRÊS MOMENTOS…

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Foi um jogo de “dentro” x “fora”, vencido pelo Bauru, o que jogou preferencialmente dentro do perímetro, onde seus pivôs se afirmam cada vez mais, interagindo progressivamente com seus armadores, ainda que inseguros na movimentação coletiva das jogadas, ao não darem prosseguimento em seus deslocamentos, deixando os gigantes à própria sorte nos embates com os defensores, cujas sacrificadas tarefas seriam bastante minoradas se encontrassem seus municiadores em deslocamentos sagitais a cesta. Mas acredito que com o tempo aprenderão que a mobilidade de uma equipe tem de ser permanente e incisiva, por todo o tempo que durar cada investida ofensiva.

 

Com essa atitude, que revolucionaria nossa estratificada forma de atacar dentro do perímetro, caberia ao ala/armador, presente na maioria das equipes do NBB, compor com os dois pivôs a trinca de permanente deslocamento naquela complicada área interior, e se o mesmo fosse o especialista nos três pontos (papel do Fernando Fisher no Bauru) muito se oportunizaria a lançamentos mais livres e seguros, já que os passes sempre viriam de dentro para fora do perímetro.

 

Creio que o raciocínio dos analistas da LNB ao escolherem as seleções das rodadas, propositalmente, ou não, tem pautado por esse modelo, ou seja, uma dupla de armadores, outra de pivôs rápidos, e um ala armador pontuador, vide a seleções dessa rodada aqui descritas, num movimento que se implantado mudaria em tudo o nosso modo de ver e jogar o grande jogo, como anteviu a humilde equipe do Saldanha no returno do NBB2…

 

Quanto a opção de atuar mais fora do que dentro, tomada pela equipe do Paulistano (17/31 nos arremessos de dois pontos e 10/29 nos de três, contra 19/35 e 7/19 respectivamente por parte do Bauru), que é uma tendência convergente que se avoluma perigosamente em nossos campeonatos de uma forma geral, provou-se por mais uma vez (quantas mais vezes serão necessárias para convencer os adeptos das bolinhas, quantas?) que o jogo mais próximo das cestas sempre manterá índices de acertos mais confiáveis, pois menores desvios serão cometidos, aumentando em muito a precisão nas finalizações, mas que exigirá uma drástica mudança em conceitos didáticos e pedagógicos necessários em sua implementação efetiva, fatores que muitos técnicos hesitarão em assumir, uns pela exigência modificadora de seus métodos, outros pelo desconhecimento dos mesmos, que cursos de 4 dias da ENTB jamais suprirão…

 

Finalmente, tratando-se de um meio tido como profissional de alto nível, é inconcebível que técnicos sejam afastados por diretores, cedendo seus espaços aos assistentes técnicos, que por definição técnico estrutural tem de estar intrinsecamente alinhados, técnica, tática e administrativamente aos técnicos titulares, pois tal entendimento, aceitação e integração promove o indissociável principio de equipe transmitido aos jogadores, fortalecendo os vínculos voltados ao sucesso da mesma.

 

Então, tais substituições pecam pelo reconhecimento de que tais vínculos associativos inexistiam na pratica diária, revelando serem os mesmos uma fraude consentida, pois em caso contrário, a saída ou substituição do comando deveria incidir na comissão em seu todo, exatamente por não colimarem seus esperados resultados, e não substituírem uns pelos outros, que segundo as diretorias, alcançarão melhores resultados, ficando no ar a seguinte indagação – Por que não foram designados inicialmente?

 

Brinca-se muito de se fazer esporte em nosso país, e no de “alto nível” então, chega a ser espantoso, mas dentro da perspectiva existente e sacramentada desde sempre, o que é lamentável.

 

Tudo isso me faz lembrar a máxima de um técnico famoso que afirmou – “O bom nisso tudo é ser assistente, pois quem quebra a cara sempre é o técnico”- Bom para ele e para os que assim raciocinam, porém péssimo e trágico para o basquete brasileiro, que um dia, tenho a certeza, vencerá essa negra etapa do tapetebol e do Q.I. institucionalizado…

 

Amém.

Fotos – Divulgação LNB. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

 

 

 

 



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