UM CÉREBRO!PROCURA-SE…

A comissão técnica da seleção brasileira procura um cérebro para liderar,organizar e fazer jogar a equipe para a Copa América.Com alguns candidatos fora da disputa por motivo de contusões,e dois outros que só agora se integram ao grupo a comissão se vê em apuros na definição do referido cérebro.Afinal, jogador da posição 1 tem de ser 1,pois se 2 for poderá por todo o sistema de jogo a perder,ou seja,o cérebro de um 2 não vale o de um 1,quiça de um 3,um 4,ou de um 5!Desconfio até que não possuam cérebros na opinião da comissão,tal a importância que conotam ao tal cérebro 1.Mas se lermos entre as linhas do sistema que utilizam,veremos que o tipo de cérebro de que necessitam não é bem aquele que se caracteriza pela independência,pela livre iniciativa,ou pela coragem de assumir os riscos inerentes a quem lidera.O cérebro em questão deve ser aquele que de uma forma rígida lidere e faça acontecer os movimentos pré-estabelecidos pela comissão no campo de jogo,as coreografias que sempre cito como analogia da ação em si.Esta,que se caracteriza por um elevado grau de previsibilidade muito pouco destina ao 1 em questão atitudes de improvisação que possam vir a ferir conceitos pétreos e fora dos trilhos previamente pranchetados.Como os adversários tendem nas ações defensivas se anteciparem aos movimentos previsiveis,fica nosso cérebro na total dependência das soluções prévias emanadas de fora da quadra,fator que o torna uma espécie de marionete de teatro saltimbanco.Com a adoção de um segundo cérebro,ou um outro 1 na nomenclatura absurda,fica a comissão desconfortavelmente exposta a uma duplicidade de ações fundamentadas no momento em que ocorrem,fugindo dessa maneira do rígido controle de jogadas previamente estabelecidas.Logo,deduz-se sem maiores considerações que o sistema a ser adotado é o nosso também pétreo passing game,com um só armador,e suas consequentes ramificações,como a utilização dos homens altos em ações fora da linha dos três pontos;com a saida continua do armador do fóco das ações de organização de jogo em corridas sem nexo por trás da defesa;com a utilização de alas na função do armador sem as devidas qualificações daquele;com a perene ausência dos homens altos no rebote ofensivo;com o frágil e quase inexistente
equilíbrio defensivo;e por tudo isso,como uma resultante perversa,a premência de tempo hábil para a consecução de arremessos equilibrados e por isso mesmo,mais eficientes. Em suma,a teimosa e anacrônica “filosofia de jogo” dessa populosa comissão põe em risco,pela enésima vez,nossas já tênues chances de classificação para
o Mundial.Teimosia que não aproveita a lição dada pelas duas equipes finalistas do Campeonato Nacional,que ao se utilizarem de dois,e até três armadores,arejaram com algo novo o panorama embolorado de nosso basquetebol.Essas evidências não podem ser confundidas com saudosismos de minha parte,quanto ao que fomos e conquistamos no passado.Trata-se exclusivamente da constatação do fracasso de um modêlo anacrônico que nos tem sido imposto nos últimos 20 anos,calcado na NBA,fora da nossa realidade técnica e econômica,de pretensa eficiência,adotada pela facilidade da cópia pura e simples,sem as preocupações de adaptação às nossas realidades.Agora mesmo,a seleção dos Estados Unidos se organiza para a Copa América,dando preferência aos jogadores que atuam nas Ligas Européias,na tentativa de se adaptarem as regras e maneira de jogar no âmbito da FIBA.Mesmo que não obtenham sucesso,como seus antecessores da NBA,demonstram que a realidade da grande liga americana se contrapõe a do resto do mundo,e que para voltar ao topo têm de admitir tais discrepâncias.E nós,longe,muito longe de tal raciocínio teimamos no modêlo,que nem eles mesmos acreditam.Mas ainda temos tempo de mudar o padrão técnico,pois temos muito bons jogadores,apesar de deficiências de formação em alguns fundamentos,mas que podem ser atenuados com o aumento da prática dos mesmos.Quanto ao padrão técnico,a adoção de dois armadores de verdade,já qualificaria o dominio e posse da bola,assim como a precisão dos passes em velocidade,municiando os homens altos próximos à cesta,e não fora da linha dos três pontos.A defesa se tornaria mais rápida e flexivel,garantindo a nossa maior arma,os contra-ataques.A procura de um cérebro daria lugar ao acesso de dois,três,doze,todos atuando e interagindo com o de fora da quadra, que no momento é o que mais nos preocupa.

TROFEU ÓLEO DE PEROBA.

“Eu venço,nós empatamos,eles perdem”!Era dessa forma que alguns técnicos de futebol definiam suas ações e consequentes resultados na direção de suas equipes,num passado não tão distante assim.Agora,em pleno século XXI vem um técnico afirmar com todas as letras:”Apesar do terceiro lugar,com certeza Argentina e Uruguai não estão à nossa frente.O Brasil possui uma geração talentosa e de excelente qualidade técnica.Com um pouco mais de treinamento temos todas as condições de conseguir a vaga para o Mundial de 2007.Não disputamos o título porque nos dois jogos decisivos,contra Uruguai e Argentina não tivemos um bom aproveitamento nos arremessos.Terminamos o Sul-Americano com 56% nos lances-livres e 20% nos arremessos de três pontos”.Formidável!Como não existe o empate no basquetebol temos a nova versão da frase inicial-“Eu venço,eles perdem”.O futuro do nosso basquetebol,representado pela equipe juvenil em um Campeonato Sul-Americano é responsabilizada pelas derrotas pelo próprio técnico!A onde nos chegamos,que vergonha,quanta irresponsabilidade!Se ninguém corre em socorro desses jóvens,corro eu,para afirmar com veemência e indignação que o culpado é exclusivamente você,o pseudo-técnico,que com sua pretensa competência e arrazadora arrogância teve nas mãos,em suas próprias palavras,”uma geração talentosa e de excelente qualidade técnica”e não foi digno da mesma,preferindo afirmar com certeza que nem Uruguai e nem Argentina estão à nossa frente,e que com um pouco mais de treinamento a classificação para o Mundial de 2007 virá para nós.Acontece,que antes somente a Argentina nos tirava a medalha de ouro,e agora,até a de prata nos é tomada,na quadra,lisamente,pelo Uruguai.Quem está à frente caro coach!E também,e ai acertou em cheio,com mais treinamento poderemos nos classificar em 2007 para o Mundial.Mas ai,afirmo com a mais absoluta certeza que isso só será possivel sem a sua
arrogante presença,que é um lídimo representante desse basquetebol chinfrin que se apossou de nossas equipes,quase que em sua totalidade escrava de um sistema de jogo canhestro,retrógado e absurdo,que nos tem levado ladeira abaixo nos últimos 20 anos.
Essa geração talentosa ainda pode ser salva se orientada pelos esquecidos caminhos dos bons,necessários e básicos fundamentos do jogo,um dos quais,e talvez o mais importante,por determinar a finalidade do mesmo,os arremessos,necessitem ser a prioridade de toda uma preparação,em todas as faixas etárias,para a seguir terem a oportunidade de desenvolvê-los e aplicá-los através sistemas que se adequem às nossas maiores qualidades de velocidade e criação,e não manietados nessas coreografias grafadas em pranchetas que somente tentam refletir devaneios de técnicos despreparados e antidemocráticos na maneira como vêem e sentem o jogo.E ainda têm a petulância de quererem divulgar em DVD’s para os técnicos do país tais modelos
de coisa nenhuma,e que se refletem ad perpetuum anos afora.Ética?Estou faltando à ética?Juro e afirmo que não,pois estou gritando,o mais alto que posso, que não são esses técnicos que nos ajudarão a soerguer nosso basquetebol.Aliás nem sei se realmente o são,pois técnico acima de qualquer coisa preserva,defende,orienta e ensina os jóvens,não conota aos mesmos derrotas e fracassos que são só seus.A ele e a todos de sua classe o Trofeu Óleo de Peroba.

O NEGÓCIO É "HUMILHAR"…

A graça desse jogo é que se tem de “humilhar” o adversário que está a perder,é a corriqueira atitude de quem pratica o street-basket.É desde já uma atitude covarde porque não é tomada desde o inicio.Nos Estados Unidos a modalidade é explicitamente de exibição de talentos,uma continuação dos míticos Harlen-Globetrotters,cuja função
através de décadas era a de divertir multidões jogando um basquete adaptado às conveniências do show business.Não pode existir e coexistir humilhação quando as partes em confronto se permitem tais concessões às regras do jogo.São espetáculos de malabarismo,principalmente com a bola,que de forma geral infringem as regras para permitirem tais ações,principalmente no ato de driblar e fintar.Grandes dribladores do street-basket são rejeitados pelas equipes da NBA,exatamente por só conseguirem driblar e fintar(“humilhar”em nossa concepção de péssimos tradutores,não só da lingua,como dos principios sociológicos que regem a modalidade na America)infrigindo as normas do drible previstas nas regras do jogo.Tentar fazer com que o street-basket se torne o grande vetor de renascimento do nosso basquetebol beira às raias do absurdo,pois de principio já vem destituido do mais importante fator de sociabilização entre os jóvens,o respeito pelo adversário,o respeito pela sociedade
e pelas regras.Quem são os técnicos que iniciam a caminhada desses jóvens tendo como
um dos parâmetros aceitos por todos a “humilhação”dos derrotados,quem são?Por que não encaminhar a todos para as verdadeiras origens do basquetebol?.Se têm verbas e incentivos para o street por que não para o basquetebol?Porque importam um modêlo
que de forma alguma se coaduna com as nossas necessidades de prover a união e o respeito entre a juventude.Porque permitir que se humilhe quem perde.De que são feitos esses pretensos líderes,de hip-hop? A música do verdadeiro basquetebol é a técnica de sua execução,a beleza de sua mensagem,o doce sabor do dever cumprido,e não,absolutamente não,a humilhação dos vencidos.Urge dar a todos esses jovens a oportunidade de conhecerem,treinarem e jogarem o grande jogo de basquetebol,aquele em que os adversários estendem as mãos no inicio e no final das partidas,findas as quais
permanecem amigos enquanto existirem,e não humilhados e perdidos.

CONTAS DA CHINA.

Lapis e papel nas mãos,ou uma simples calculadora,e vamos às contas:300 milhões de praticantes é o que representa a China no mundo do basquetebol.Imaginemos que cada um desses praticantes adquira algo chancelado pela NBA,por exemplo,a camisa de uma das equipes da liga americana,que em sua origem custa em média 50 dólares.Vamos que paguem 10 dólares por unidade,calcularam?Dou um tempinho para a multiplicação….que tal o resultado?E é só pelas camisas!Some-se calçados de jogo, uniformes, bolas tabelas,aros e redes,flâmulas,santinhos,punheiras e faixas de cabeça,joelheiras, meias,instrumental eletronico,pranchetas,softwares especificos,clinicas,cursos, intercâmbios,turismo,pisos especiais,todo uma panafernália que somente uma visita à grande loja da 5ªAvenida mostrará a grandiosidade daquele fabuloso negócio.Nem as propaladas e conhecidas diferenças ideológicas se anteporão à grande escalada que representa tal mercado e toda sua magnitude.E o maior interessado e avalista de toda essa conquista de mercado é o proprio governo americano,que já vem incentivando de longa data a utilização da tremenda e barata mão de obra largamente explorada pelas maiores empresas americanas,principalmente as da área dos eletroeletrônicos.Some-se a tudo isso os fantásticos dividendos políticos que representarão a adoção pela juventude chinesa dos principios norteados pela cartilha da NBA.Fica faltando,e ai a
grande incógnita,qual a receptividade que tal influência gerará no seio do poder central daquele colossal país.Muitos anos atrás a aproximação inicial de ambos se
processou através um simbólico jogo de tênis de mesa,que agora poderá se materializar
pelas cestas profissionais e capitalistas da turma da NBA.E tem gente que ainda sonha
em ter jogos da grande liga em nosso país,com seus,se muito,60 mil praticantes,e talvez 15 mil federados.A Europa, com todo seu poderio de mercado comum ainda não teve tal privilégio(sorte dela,que ao se antepor ao sistema de jogo dos americanos,se
mantêm na dianteira nos grandes campeonatos internacionais em conjunto com a Argentina),e se inteligentes forem,se manterão à margem do trator globalizado da NBA.
Quanto a nós,macaquinhos canhestros de imitação,incentivamos em nossos jovens os piercings,os afro cabelos,as tatuagens tribais e os calções-cueiros que se adequariam melhor em equipes do Himaláia.Treinamento e sistemas nossos,nem pensar,e para que,se
basta acessar sites,revistas e transmissões televisivas para ter em mãos um produto
que somente eles tem infraestrutura para manter? Somos os reis da imitação,da malandragem,das enterradas e dos visuais incrementados.Jogo que é bom….Deixa pra
lá…

XEQUE-MATE!!

Com a contratação do melhor jogador da equipe campeã do concluido Campeonato Brasileiro por uma das equipes do senador zero-votos,garantiu a CBB a constituição da seleção com os melhores jogadores sem qualquer interferência da NLB.Genial! A proposta irrecusável custe o que custar,é um investimento pífio perante os ganhos políticos e até esportivos que tal ação propiciará ante os embates,se assim podemos definir,que ainda serão(?)travados pela definitiva posse da chave do cofre.A conta, que era de uma previsibilidade cristalina,é de uma simplicidade somente alcançada por macacos velhos, hiper bem treinados e curtidos no submundo de qualquer campo politico deste nosso pobre e analfabeto país.Mas aos poucos ele se dá conta de que por mais submundo que seja já pode ser questionado,e por isso mesmo negado e combatido.Essa será a função da NLB.Mas voltando a conta,as três equipes do senador,mais a de um dos patrocinadores da CBB e umas seis ou sete daquelas federações que apoiaram o grego melhor que um presente,constituem os maiores fatores de importância,por terem as melhores equipes, os melhores jogadores e dois tecnicos da quadratura em comando.Para o retoque final,restam os outros dois técnicos,que deverão aderir ao esquema da CBB, ou sobrarem do esquema homogêneo e harmonioso.O último ás de manga da NLB,o melhor jogador da equipe do candidato perdedor à senatoria da república(este sim,com mais de 5 milhões de votos no maior colégio eleitoral da America do Sul)foi levado para as hostes da CBB,garantindo o pretenso poderio da seleção brasileira.A triste conclusão
a que se chega é a de que 5 milhões de votos da população não valem uma suplência premiada e destituida de escolha popular para um cargo senatorial,e que se a NLB quiser se fazer presente no cenário do basquete,e do desporto nacional,terá de fazê-lo pela conquista de mais 5 federações,para aí sim,implantar o seu grande sonho
de uma Liga realmente poderosa e reformadora.No momento,e infelizmente,xeque-mate
para a CBB.

O ARO SALVADOR

Que bela e oportuna notícia,os jogadores da seleção brasileira estão proibidos de enterrarem pois os aros do ginasio em que treinam correm o risco de se partirem.Maravilha! Quem sabe agora nossos malabaristas e trapezistas sejam obrigados a praticarem o singelo ato do arremêsso,aquele que vale os mesmos dois pontos da enterrada circense, no qual falham sistematicamente quando dele mais precisa a equipe.Naquelas horas de fim de jogo, onde as defesas bloqueiam a qualquer custo e risco as penetrações e consequentes enterradas,obrigando os adversários a utilização dos arremêssos de media e longa distâncias,onde a possibilidade de erros é bem maior.Quanto tempo precioso é desperdiçado em enterradas coreografadas para autopromoções visando aplausos da mídia e de um público carente de informações sobre o verdadeiro espirito do jogo.Poucos são nossos jogadores altos que realmente dominam a arte do arremêsso de média distância,o mesmo que para gáudio da imprensa especializada ressurgiu nas quadras universitárias norte-americanas na temporada ora encerrada.Nada mais constrangedor do que testemunhar uma enterrada devastadora executada na última ação de uma partida,na qual a equipe do executante perde de vinte pontos de diferença.Mas a exibição canhestra tem de ser vista,como um testemunho de que o importante é a “arte exposta”,e não a vitoria em si.Tomara que esse aro não seja consertado até o fim do treinamento,pois todos os jogadores terão a rara oportunidade de se reportarem à pratica do mais importante dos fundamentos,aquele que define o jogo,a arte do arremêsso,com suas dificuldades e óbvias limitações quanto ao quem é quem na hora da verdade.Enterrar qualquer um enterra,e às vezes ainda erram em um espaço em que cabem duas bolas lado a lado.Agora acertar um lançamento que na distância do lance-livre somente tolera um desvio de menos de 2 graus é outra história.Então douta,tecnológica e ciêntifica comissão técnica,aproveitem essa gloriosa oportunidade e reensinem aos seus jogadores altos a arte sublime e esquecida
do arremêsso, que é dele que todos vocês irão precisar.

A UNANIMIDADE ENTROSADA.

Nelson Rodrigues afirmava que “toda unanimidade é burra”. “Cada um atua mais como técnico do que como assistente.Nós formamos um grupo muito homogêneo e harmonioso”,é a definição da comissão técnica da seleção brasileira nas palavras de seu técnico principal,ou técnico 1.Meu Deus,como pode haver harmonia onde técnicos agem como técnicos e não como assistentes?É a tal unanimidade definida pelo nosso grande dramaturgo.Um dos técnicos-assistentes,ou melhor,assistentes-técnicos,ou melhor ainda,técnico 2,explica didaticamente que”Cada técnico tem uma personalidade e complementa bem o grupo.São visões diferentes,cada um se expressa do seu jeito,mas sempre chegamos a um resultado em comum”.Como um comando pode se impor ante “visões diferentes” de seus subalternos?Como verão e sentirão liderança os jogadores ante tais “visões diferentes?”Se são técnicos e não assistentes qual ou quais personalidades se imporão aos jogadores na hora da verdade? “O nosso trabalho está cada vez mais ciêntifico e tecnológico.Nós temos um bom relacionamento com técnicos de outros países.Já ficamos uns dias em Denver em 2003,e o técnico 2 ficou três meses em Phoenix este ano.Estamos sempre nos atualizando através de pesquisas ou participações em cursos internacionais”afirma o técnico 3,complementando mais adiante”às vezes acontece de termos opiniões divergentes,mas sempre chegamos a um denominador comum”, o que é inacreditável,em se tratando de um “grupo homogêneo e harmonioso”.Se atualizam através pesquisas…mas que pesquisas?As que fazem ou lêem? Quais? Ou será que manipular estatísticas percentuais virou pesquisa? “São técnicos com alta capacidade e todos têm o mesmo direito dentro da comissão,sempre respeitando o técnico 1 como Head Coach.Todos opinam,mas a decisão final é sempre dele…Eles não tem um técnico só.Eles sabem que o técnico 1 é o principal,mas que também podem contar com os outros” afirma o técnico 2.Deus meu,comando não se divide,é conquistado
pela experiência,luta,perseverança,e acima de tudo competência.È o ápice de uma carreira profissional,caminho este que os assistentes deverão percorrer por um longo e incerto caminho.Assistente está lá para aprender como se comanda,e não dividir comando,pois se assim não for,no caso de nossa seleção com quatro técnicos, nada impedirá que haja discordâncias naqueles momentos de decisão,que só pode ser tomada pelo comandante,solitariamente como todo comando,assumindo os riscos de suas decisões
e não dividindo convicções indivisíveis.”Com os avanços tecnológicos na área esportiva,houve a necessidade de agregar mais um técnico na comissão.Além de fazer o trabalho de quadra uma das minhas funções é a parte de vídeo.Nos filmamos os treinos,fazemos a edição e analisamos nas reuniões.”Essa é a opinião do técnico 4,que
autoproclama sua necessária agregação à comissão,como se o conhecimento de vídeo,totalmente automatizado e digital,fosse o passaporte para sua convocação.Tal concessão diretiva bem que poderia deixar em aberto a vaga de técnico 5 para alguém que tenha boas referências culinárias,e que se amolde ao espirito homogêneo e harmonioso do grupo,que unanimemente promoverá a enxurrada de passes a cada ataque da equipe,onde os pivôs virão para a linha dos três pontos participar do festival de pseudos corta-luzes(faltosos na maioria das vezes)e passes laterais,deixando os rebotes para os adversários,e culminando com arremessos longos nos dois ou três segundos finais dos 24 permitidos,se não forem eles mesmos,os pivôs,a executá-los.Quanto aos armadores,que tratem de treinar corridas de fundo,pois é o que passaram a praticar com a imposição do passing game,sistema que os quatro técnicos empregam em seus clubes com homogênea e harmoniosa unanimidade.A ironia de tudo isso é que os técnicos das duas equipes finalistas do campeonato nacional,que foram as únicas a fugirem da mesmice ao utilizarem dois armadores puros,numa mudança realmente significativa em qualidade técnica,estão fora desse processo decisório e de capital importância para o futuro de nosso basquetebol.No fim das contas,e na hora da verdade
vamos ver quem realmente manda e comanda,apesar da homogênea harmonia. Talvez a companheira inseparável de todos eles,a inefável e coreográfica prancheta,grite Shazan! e salve a todos,inclusive o grego melhor que um presente.Que os deuses nos ajudem.

A SELEÇÃO DA ESPERANÇA? DUVIDO!

É voz corrente que a seleção ora convocada representa todas as esperanças para dias,vitórias e classificações melhores das que temos alcançado nos últimos tempos.Há quem afirme que seja a mais capacitada das até agora formadas,para nos redimir dos fracassos nas grandes competições internacionais. Para muitos o simples fato de termos um grande número de jogadores nas ligas européias e na NBA conota garantias nas classificações tão desejadas e ansiadas,já por um mais do que longo e tenebroso inverno.Tenho grandes e sérias dúvidas, a começar pela Comissão Técnica que incha com mais um técnico iniciante,com um ou dois anos de experiência na primeira divisão,mas perfeitamente alinhado ao sistema de jogo que os demais empregam em suas equipes, e que fatalmente o empregarão,como vêm fazendo,na seleção nacional.Veremos um Leandro(11kg de massa muscular a mais,num milagre de engorda que só americano sabe fazer)armar a equipe solitáriamente,tal qual um Nash,sem ser um Nash,passando a bola para um Spliter ou Baby que se lança fora da linha dos três pontos,desposicionando-se do rebote ofensivo,para participar de uma orgia de passes até que sobre alguém,com um mínimo de tempo dos 24seg regulamentares,para um arriscado arremêsso de três pontos, que se não convertido dificilmente encontrará algum de nossos homens altos posicionado para recuperá-lo.Isso,se num rompante estelar um dos pivôs não executar
ele mesmo o fácil e corriqueiro “chute de três”,e aí mesmo sem qualquer possibilidade de rebote. E veremos na formação final uma sopa de números nas classificações de jogadores 1,2,3,4 e 5,que é a fórmula mágica do “basquete internacional”,e mais,quase esqueço,a pop star do elenco,a gloriosa prancheta,coração e alma das coreografias salvadoras.Imutáveis e teimosos,serão vítimas de suas pétreas convicções,pois foram os técnicos das equipes finalistas do Campeonato Nacional os únicos a empregarem na reta final o jogo com dois e até três armadores,surpreendendo a todos por essas simples mudanças,que os levaram às finais.Mas não são estes os técnicos nacionais,e sim aqueles três,agora quatro,que se mantiveram na premissa do Passing Game.E por causa disso é que duvido muito pelo sucesso da equipe.Jogadores temos alguns muito bons,mas em se tratando de sistema de jogo adoraria ser o adversário que numa simples
atitude de antecipação defensiva estendenderia a quantidade de passes até um arremêsso desesperado pela premência de tempo,sem precisar fazer uma mísera falta pessoal.No artigo que publiquei semana passada,”A Defêsa Espelhada” expús em detalhes tal atitude defensiva,que é rigorosamente a mesma que nossos adversários vêm empregando e empregarão contra nós se teimarmos no atual sistema de jogo.Por isso,torno a dizer que duvido de nosso sucesso se não mudarmos drástica e decisivamente.Mas como bom brasileiro,torço e anseio não ter razão. Amen.

UNIFORMES E ADERÊÇOS II.

Assisto a partida Brasil e Sérvia e Montenegro pela Liga Mundial de Voleibol,onde uma torcida lotava toda a circunferência do ginasio,numa prova cabal de sucesso da competição.Findo o jogo,desligo a TV e me fixo numa imagem com alguns elementos não encontrados em jogos de basquetebol.Fixo a imagem de um atleta em plena ação,saltando a grandes alturas, mergulhando em busca de uma bola perdida, sacando com violência,bloqueando com elegância e precisão,passando em qualquer circunstância em que a bola se encontre,e cortando com elasticidade e plástica beleza.E em todos os movimentos constato a simetria de suas figuras totalmente voltadas ao gesto desportivo,puro e irretocável,onde até seus uniformes se amalgam ao todo da ação.E imediatamente me transporto à imagem,agora ampliada,de todos os atletas participantes do jogo,titulares e reservas,de ambas as equipes,não só nesta partida,mas em todas as outras a que assisti pela Liga,nas quais,se não me enganam as lembranças,não testemunhei a presença de aderêços tribais,tatuagens modais,calções tocando os tornozelos,cabelos trançados e desenhados,numa orgia de modismos e toscas imitações.Vi atletas voltados integralmente à sua arte e à sua técnica,trajados eficiente e discretamente,e não fantasiados de coisa nenhuma.Percebe-se nitidamente a presença do comando,não so perante as ações técnicas como na apresentação comportamental do grupo,dissociando-o de qualquer manifestação pictórica que o afaste do objetivo comum,a formação e sedimentação de uma equipe,do espirito de grupo,onde as individualidades têm de ser postas ao serviço e progresso de toda a equipe,e não de um ou outro indivíduo.Por isso alcançaram e irão alcançar muitos títulos,nesse que é um trabalho admirável de coesão e coerência técnico-desportiva. Lastimo profundamente os caminhos trilhados pela maioria dos jogadores de basquetebol em nosso país,que desde muito cêdo agregaram aos seus estilos de jogo e de comportamento social uma influência que nada tem a ver com nossa realidade,e que são calcadas nas lutas de elevação racial que vem sendo travadas desde muitas décadas dentro da sociedade norte-americana,e que mais recentemente tem se manifestado pela criação e rápido desenvolvimento da modalidade de Street-Basketball,prontamente copiada e adotada por muitos jovens brasileiros,que deveriam,isto sim,estar empregando seu tempo e esforços no aprendizado do verdadeiro jogo de basquetebol,e não de um arremedo oportunista do mesmo.Mas para que isso pudesse acontecer seria necessário uma atitude genuina e verdadeira de realmente querermos soerguer nosso basquetebol,o que me parece não muito interessar a quem de direito e obrigação deveriam promover tal política,as escolas e os clubes,por estarem a longo tempo abandonados e marginalizados do processo sócio-educativo em nosso país.Luta-se abertamente pelo controle das competições de adultos,como se fossem as mesmas a salvação da modalidade,esquecendo-se que sem base não irão a lugar nenhum.De competição esportiva saltou-se para o confronto político,e dai para diante todo um processo de decadência será instalado de forma irreversível.Brigarão até tropeçarem na bainha de seus imensos calções,que com suas dimensões ciclópicas acobertarão suas incompetências e vaidades.Pelo menos nas quadras esses mesmos calções e coloridos aderêços somente disfarçam muitos maus e mediocres jogadores,que apesar de tudo representam um mal muito menor,do que dirigentes se engalfinhando pela chave do cofre,inespugnável para quem não detêm o poder.Assim como a maioria de nossos jogadores se afogam atrás de metros e metros de pano,tatuagens gigantescas e penteados tribais,nossos dirigentes deveriam emergir do lôdo mental em que se perderam,e asseados,TODOS,tratarem de organizar,divulgar e jogar basquetebol.Parabéns ao Volei brasileiro pelas lições que nos tem dado, a TODOS,mesmo que não encontrem eco pelos seus esforços.Mesmo assim,
MUITO OBRIGADO.