SE ACALMOU, CRESCEU E VENCEU…

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Ficou quieto, deixou os juízes fazerem seu trabalho em paz, continuou, mais comedidamente, a incentivar seus jogadores, e fez valer na prática um comentário feito numa entrevista anterior, quando afirmava – “ Precisamos acertar mais cestas, não chutar menos. Nosso time é isso mesmo, estamos livres, precisamos chutar. Se a defesa deles deixar a gente chutar, a gente vai arremessar, não tem essa”-

E não deu outra, sua equipe venceu arremessando 16/36 de dois pontos, 12/35 de três, numa convergência atroz, e mais 15/17 de lances livres, enquanto a equipe de São José convertia 16/32, 8/24 e 12/17 respectivamente, numa partida mais perto de um duelo de lançamento de bolinhas ante defesas inoperantes fora do perímetro, do que um verdadeiro jogo entre equipes  e, o principal, defensivamente bem treinadas.

Aliás, é algo de intrigante ambos os técnicos pedirem seus tempos e empunharem suas pranchetas, para elaborarem jogadas punhos, chifres e correlatas, para, no seguimento do jogo seus jogadores tornarem a se entregar com volúpia ao duelo exterior, arremessando de todas as formas, equilibradas ou não, quase sempre sem uma simples contestação defensiva, onde um americano toma o jogo em suas mãos convertendo 30 pontos em meio ao um desmando defensivo imperdoável.

Vencido o jogo e a indicação de melhor técnico da temporada, o jovem paulista precisa provar no próximo sábado que o “não tem essa” que professa publicamente mereça vencer a competição, ante um adversário que ostenta uma azeitada artilharia similar a sua, com um técnico que professa a mesma “filosofia”, um mais bem postado jogo interior, e uma defesa que às vezes funciona, que é o aspecto que definirá a finalíssima, vencendo aquela equipe que contestar fora do perímetro com maior qualidade, e priorizar o jogo interno somente factível com a participação efetiva e abnegada dos armadores, ações estas conflitantes com artilharias externas e americanos centralizadores e individualistas.

Vamos ver o quanto de “proficiência” assistiremos numa arena repleta e pulsante, ávida pelas bolinhas e enterradas fenomenais, mas que premiará aquela equipe que otimizar cada ataque que realizar, cada defesa que impuser, ou em outras palavras, esquecer por um jogo apenas, e final, que bolinhas nem sempre ganham jogos, quiçá, campeonatos…

Amém.

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DESTUMULTUANDO…

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Começa o jogo, e para variar uma bola de três para cada lado é detonada, como querendo afirmar quais os rumos que ambas as equipes pretendem direcionar, num hábito largamente divulgado no âmbito das franquias da LNB.

Antecedendo um pouco ao seu início, um ligeiro toque no transmissor FM atado ao árbitro, sinalizando que sua senhoria está conectando seus conhecimentos técnicos que serão divulgados pedagógicamente aos ignorantes tele ouvintes ligados ao mesmo, assim como os saudáveis diálogos que travará dali em diante com jogadores e técnicos, todas atitudes altamente dispensáveis face as regras do grande jogo, da qual é seu executor, jamais legislador…

“Atenção que vou lançar a bola muito alta, para depois vocês pularem”, instrução óbvia ao bola ao alto para a platéia ignara de casa, e dois jogadores por volta dos 2.10m de altura, todos convencidos de que a bola terá de realmente ir bem alta, afinal…

No entanto, desta vez a arbitragem agiu rapidamente quanto ao cenário que ensaiava se repetir do jogo anterior, e com uma falta técnica refreia o jovem técnico do Paulistano, e de tabela o de São José, que daquele momento em diante se perde em irônicos olhares e gestos, em vez de se concentrar firmemente nos problemas de sua equipe, talvez mais perdida do que ele ao se ver tolhida em sua tentativa de pressionar a arbitragem, como é de seu hábito fazer.

São José, de certa forma repetiu a fórmula vencedora do Flamengo de véspera, forçando o jogo interior, onde o substituto do contundido Caio, o americano Nelson, se impôs com força e técnica, desmontando aquele setor da equipe segunda colocada na classificação, e que não encontrou antídoto a altura, se perdendo nos longos arremessos, e na pífia marcação em ambos os perímetros, o que incentivou também seu oponente aos tiros longos, que se substituídos pelas penetrações teria alcançado um placar mais elástico do que foi conseguido.

Mas algo de inusitado aconteceu em um dos comentários feitos pela entrevistadora e pelo analista da TV, a que reporto aproximadamente: Repórter – “O Gustavinho foi a mesa e sarcasticamente pediu para que seus tempos fossem cedidos ao Zanon. Não deu instruções a seu time no tempo de São José, e disse que o melhor a fazer era arrumar suas coisas e voltar para são Paulo”…

Comentarista – “Não concordo com a posição dele, tem de respeitar o seu adversário”…

Repórter – “O fato dele ter somente 33 anos pode ter influenciado nisso?”…

Comentarista – “Acredito que sim”…

Como podemos testemunhar, o birrento técnico rapidamente se firma como uma personalidade ambígua, entre o discurso técnico tático e o comportamento passional, que anula a capacidade analítica e metódica, necessária às tomadas de decisão, naqueles momentos onde a calma, a paciência e a concentração absoluta definem a medida mais indicada a ser tomada junto a equipe, que tenderá a responder com as mesmas qualidades advindas de seu líder, pois em caso contrário o melhor a fazer é “arrumar suas coisas e retornar para…”

O quarto jogo na sexta feira definirá qual o caminho e a opção a ser tomada pelo jovem técnico, a raivosa, agitada e agressiva liderança, principalmente voltada para a arbitragem, cegando e obliterando suas decisões, ou a calma e paciente observação do que ocorre na quadra de jogo, basicamente sobre sua equipe, pois a adversária é conhecida e testada. Torço para que consiga, ao menos, se acalmar…

Amém.

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INSIDE…

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Ele finalizou de muito perto, a media distância, nos lances livres, de lado, de costas e de frente, fintando e driblando com maestria, se deslocando em velocidade, brecando quando necessário, iludindo quem o marcava (mandou três deles para o banco com 5 faltas), marcou com determinação, reboteou como nunca e bloqueou com presteza e refinada técnica, e se não bastasse tudo isso, fez 34 pontos!

Muito mais poderia ter feito, não fosse a pequena ciumeira dos elásticos de sua equipe, que no segundo quarto resolveram “matar” lá de fora, privando o grande jogador de seu instrumento afinado naquela noite, a bola. Mas, logo perceberam que o jogo seria ganho (e por que não os outros…) jogando lá dentro, tirando partido de um grupo de bons jogadores altos e técnicos que se lançados pelos bons armadores que possuem, não encontrariam rivais a altura, mas para tanto, alguns especialistas teriam de abdicar um pouco de suas àureas, incensadas e marqueteadas por uma midiática e ignorante entourage, que muito entrava o desenvolvimento do grande jogo em nossa terra.

E a receita para soerguê-lo passa irremediavelmente pelo conhecimento do que seja atuar lá dentro, inside, com um, dois e até três alas pivôs, que se aproximando da envergadura de um Meyinsse (e nós os temos), e aprimorados nos fundamentos (ainda claudicantes, vide o Felicio…), nos colocaria muito à frente de onde nos encontramos no cenário internacional, e que para tanto devemos desenvolver novas formas de treinamento, novas didáticas voltadas aos jovens, destinando os longos arremessos àqueles poucos realmente especialistas, e não essa hemorragia inestancável de bolinhas, arremessadas pela maioria dos integrantes de todas as equipes nacionais.

Enfim, pudemos ontem assistir o que representa o jogo interior bem jogado, que de 2 em 2, e de 1 em 1, alcança números mais do que suficientes para vencer partidas e campeonatos.

Espero que na final possamos assistir, talvez uma outra forma de atuar, que não essa absurda e medíocre maneira que nos impuseram a forceps.

Amém.

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A ARTE DO TUMULTO II…

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O jogo estava ruim para o Paulistano, não jogavam com confiança, muito mal mesmo, conforme reconhecia seu técnico em um dos primeiros tempos pedidos, e que se continuasse daquela forma uma derrota seria inevitável…

Então, comecemos a tumultuar o jogo, reclamando, invadindo quadra, gesticulando até em cobrança de lateral, indo à mesa reinvidicar lá o que fosse, travando diálogos consentidos com uma “arbitragem pedagógica e antenada”, para desprazer e incredulidade de uma audiência que somente desejava assistir a um bom jogo de playoff, e não uma demonstração de desrespeito e imagem circense, vindas de um muito jovem técnico absolutamente crente de que seja esse o caminho a ser seguido em sua trajetória de gênio das quadras, o que não é com certeza…

Paralelamente ao descalabro comportamental de um lado, viu-se uma equipe, que dominava o jogo até o terceiro quarto, ceder um campo inimaginável a um adversário semi batido, mas não morto, embalado que se encontrava pelo alto grau de pressão sobre uma arbitragem permissiva e confusa, permitindo com sua omissão tática e técnica uma reação fulminante, onde até os tempos pedidos demonstravam o enorme fastio e distanciamento entre comandante e comandados, fatal num momento de decisão, onde o entrelaçamento e confiança devem se fazer presentes para um resultado final positivo.

Desfalques e contusões podem ser relacionados como causadores de derrotas, mas não com a dimensão de um quarto final acachapante e constrangedor.

Tem por obrigação, a comissão de arbitragem da LNB, reduzir as interferências de técnicos sobre juízes, sob a real ameaça de desqualificação dos mesmos perante a decisiva confiança que os cercam na condução isenta e técnica de um campeonato nacional, e para tanto basta a aplicação rigorosa das regras do grande jogo, sem papos pedagógicos e transmissões midiáticas.

Amém.

 

Em Tempo – Nesse jogo cometeu-se a barbaridade de 34 (17/17) erros de fundamentos, o que dá seriamente o que pensar em jogo da elite.


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A ARTE DO TUMULTO I…

 

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Sejamos breves, suscintos, ao relatarmos uma arte bem antiga, aquela que muda o foco de uma ação de perda iminente, tumultuando-a de tal forma que, possivelmente possa ser revertida, virando a roda da fortuna para uma improvável vitória…

Sou macaco velho nessa história, não como utente, mas presente na maior escola dessa arte, nas duas temporadas que trabalhei no Flamengo da era Togo Renan, mestre inconteste da mesma, e inclusive relatei algumas passagens a respeito aqui no blog. Logo, vejo com preocupação jovens técnicos enveredarem numa atividade “fio de navalha”, pois penderá seu corte a uma aleatória realidade, positiva ou negativa em sua trajetória profissional.

Numa partida duríssima, onde seu maior ícone, mestre nos longos arremessos, vem encontrando nos defensores mogianos uma contestação firme e eficiente, a ponto de ensaiar simulações de faltas em suas tentativas, projetando o corpo para os lados após os lançamentos, mas não encontrando nas arbitragens as respostas pretendidas, que foram três no jogo anterior e duas nesse em particular, viu-se a equipe carioca inferiorizada ofensivamente, disparando no comando a enxurrada de reclamações e acintoso gestual na direção de uma arbitragem insegura e permissiva quanto às mesmas.

Dessa forma, o jogo foi sendo levado sem maiores dilatações na contagem, até que, numa improvável situação, o pivô reserva Felicio, deixado solto fora do perímetro pelo seu defensor que “pagando para ver” permitiu ao mesmo dois arremessos de três que recolocaram a equipe carioca no jogo, para na jogada final, onde nada do que foi estabelecido (e nem poderia naquelas circunstâncias…) na prancheta ocorreu na verdade, e sim, e por mais uma vez, deixado livre por não acreditarem os defensores mogianos da possibilidade definidora do jovem pivô,”pagando para ver” por mais uma e derradeira oportunidade, perdendo um jogo que poderiam ter ganho, com certeza.

Duas coisas me preocupam, uma a da continuidade inputativa de técnicos tentarem reverter situações negativas de jogo, tumultuando-o proposital e conscientemente, numa vertente ascendente que põe em risco decisões em jogos importantes nas classificações finais de um campeonato, a outra, e que não seja uma continuidade do que estamos assistindo corriqueiramente, o posicionamento ambíguo de jovens pivôs em suas tentativas nos longos arremessos, pois das duas uma, ou os tornarão “especialistas” nos mesmos, sem que habilidades nas penetrações, nos dribles e nas fintas, que são fundamentos básicos aos alas pivôs sejam convenientemente ensinados, ou se manterão pivôs de força sem as habilidades  mencionadas, o que seria um enorme desperdício, numa geração de jovens altos, ágeis e velozes,  e que merecem atenções do mais alto nível, para transformá-los nos jogadores polivalentes de que tanto precisamos.

Amém.

Em Tempo – O Flamengo venceu a partida arremessando 13/30 bolas de três, 17/34 de dois e 7/9 lances livres, contra 11/26, 18/40 e 9/13, respectivamente por parte de Mogi, e ambas as equipes cometeram a incrível marca de 29 (16/13) erros de fundamentos.

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AS INTRANSPONÍVEIS BARREIRAS…

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Leio com incontida ansiedade a notícia da contratação do Marcel para dirigir a equipe do Pinheiros, uma verdadeira reviravolta em nosso cansado e monocórdio basquetebol, vítima letal da mesmice endêmica que o assaltou de umas duas décadas para cá.

Faz-se necessário a releitura de um artigo profético, escrito pelo jornalista Giancarlo Gianpetro em seu blog Vinte e Um, publicado exatamente a dois anos atrás (18/5/12), onde relata a odisseia de dois técnicos marginalizados do contexto do grande jogo, e que coincidentemente editam blogs muitas vezes polêmicos e contestadores, porém assinados e de cara e mãos limpas, jamais se escondendo atrás do anonimato covarde e pusilânime.

Na entrevista depois da indicação, Marcel assim se manifesta: “É um motivo de alegria e satisfação retornar ao Pinheiros, que é uma das equipes mais tradicionais do basquete paulista e nacional. A expectativa é a melhor possível, já que terei a chance de aprender com o Cláudio Mortari e também com o diretor Fernando Rossi, pois sei que ambos romperam barreiras quase intransponíveis por optar pelo meu nome e espero poder retribuir essa confiança”.

Estarei torcendo honesta e sinceramente por ele, que inclusive não conheço pessoalmente, mas sempre admirei sua trajetória e magnífico histórico no grande jogo, sabendo de antemão o muito que somará à modalidade com seu conhecimento e prática, sentindo somente uma pontada de tristeza, a de não me ser permitido participar e caminhar com ele e os demais técnicos na busca de um basquete mais dinâmico e antítese do que se tem visto em nossas quadras.

Boa sorte e sucesso Marcel.

Amém.

“NÃO TEM ESSA”…

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(…)Nesta quinta-feira, o Paulistano tentou 30 bolas de três e converteu apenas sete, em um aproveitamento inferior a 25%. O técnico Gustavo de Conti tem a solução para a próxima partida:

– Precisamos acertar mais cestas, não chutar menos. Nosso time é isso mesmo, estamos livres, precisamos chutar. Se a defesa deles deixar a gente chutar, a gente vai arremessar, não tem essa- justifica o treinador.

Na partida, o São José acertou 12 bolas de três pontos em 21 tentativas, em um aproveitamento muito superior ao do Paulistano.(…)

(Trecho da matéria “Eu assumo a culpa” publicada no Globoesporte.com em 16/5/2014).

Bem, esse é um relato surpreendente, ainda mais partindo de um técnico exigente em suas táticas, quase dogmático quanto à movimentação e deslocamentos de seus jogadores, dentro dos rígidos sistemas que emprega e demonstra, sofregadamente, em sua prancheta a cada tempo que usufrui no transcorrer de uma partida, somados à sua intensa e sufocante atitude ao lado da quadra onde se divide em cobrador agitado e impositivo de jogadores, e pressionador contumaz das arbitragens, comentando inclusive que “apitou contra minha equipe, reclamo mesmo”…

Na verdade, e num ponto pode ter razão, ao afirmar- “Se a defesa deles deixar a gente chutar, a gente vai arremessar, não tem essa”…

Mas “essa” o que? Críticas ao desperdício doentio de só arremessarem de três, inclusive em contra ataques, pois na maioria das vezes equipes apostam na baixa produtividade das bolinhas “pagando para ver” jogadores com técnica medíocre arriscarem um brilhareco midiático, em vez da aproximação mais eficiente, porém exigente nas técnicas fundamentais? Ora, ora jovem técnico, arremessos mais próximos, por apresentarem eficiência relevante, permitem que de 2 em 2 otimizem os esforços de todos a cada ataque realizado, já que as perdas são menores, vencendo partidas, e não os números desse jogo em particular, que apresentaram o seguinte resultado quanto aos longos arremessos: 7/30 (ou 21 pontos) para sua equipe, e 12/21 (ou 36 pontos) para São José, 15 a mais no placar, que se trocada a metade das perdas (10,5) por arremessos de 2 pontos, venceria um jogo que perdeu por 5, mesmo que seu adversário usufruísse da mesma condição, pois somariam somente 9 pontos a mais em seu resultado.

No fundo, no fundo, assumir a culpa taticamente não redime uma outra, a de se permitir morder iscas travestidas de “pagar para ver”, inclusive assumidas por seus próprios jogadores em muitas situações, pois as técnicas de empunhadura, precisão, equilíbrio e força, necessárias ao especialista dos três pontos, não são factíveis a qualquer jogador, que mesmo assim têm de ser contestados (o festejado “fator sorte”…), e sim para uns poucos, disputados a peso de ouro pelas maiores ligas do mundo, em cujas equipes seria inadmissível que, como a que dirige, 7 jogadores se julguem capacitados, assim como 6 de seu oponente, na difícil e seletiva arte dos longos arremessos, sem que sejam refreados em suas equivocadas escolhas, direcionando-os a melhores, tática e tecnicamente falando.

O “hoje elas não caíram” mas no próximo “cairão”, é bem o reflexo do basquetebol que estamos ensinando e divulgando no seio da formação de base, e cujos resultados e reflexos estamos colhendo nos embates internacionais, vide a derrota de nossa seleção masculina sub-18, ontem, para a equipe do clube Joventud Badalona, no International Junior Tournement Euroleague 2014, por 69×43, onde elas por certo, “não cairam”…

Quanto ao jogo em si, mais um festival das midiáticas, confusas e controversas pranchetas, onde a clareza cede espaço ao…Deixa pra lá…

Amém.

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HQ DE UM JOGO EXEMPLAR, MESMO QUE NO SISTEMA ÚNICO…

 

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EM TEMPO – A equipe mogiana venceu a partida arremessando 6/18 bolas de três pontos, 19/38 de dois e 13/20 nos lances livres, contra 6/29, 19/33 e 9/12 respectivamente por parte dos cariocas, e cometeram ambas, 31 erros de fundamentos (13/18), num jogo em que 13 (6/7) entre os 24 arremessaram dos três pontos, realmente uma marca preocupante…

O terceiro jogo, no sábado em Mogi das Cruzes, tem todos os ingredientes para por em cheque alguns paradigmas que enclausuram a técnica e tática de nossas equipes, bastando que os princípios básicos de defesa sejam mantidos, principalmente na contestação dos arremessos fora do perímetro, que a dupla armação permita a proximidade e estreita colaboração entre os dois armadores, e que finalmente, os pivôs se mantenham servidos em movimento, de frente para a cesta e se colocando corretamente nos rebotes. Creio que das equipes finalistas, seja a de Mogi a que melhor se situa para essa tão ansiada quebra. Torço para que consiga…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV e de autoria própria. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

A MEDONHA REALIDADE, MEUS DEUSES…

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Caramba, quis ver e apreciar o jogo, me interessar pelos sistemas, me deleitar com bem estruturadas jogadas, precisos e oportunos arremessos, defesas bem concatenadas e antenadas, mudanças táticas de jogo, enfim, assistir a algo impactante e revelador, porém…

Vi, e todos viram, uma dupla de americanos se constituir em uma equipe à parte, contabilizando 51,1% dos pontos, de fora e de dentro, definindo um jogo desigual perante um aglomerado de jogadores, onde oito deles arremessaram dos três pontos, que somados aos seis do Paulistano que também amassaram o aro de longa distância, perfizeram quatorze em vinte e quatro jogadores “especialistas” nas famigeradas bolinhas.

No jogo de ontem, entre o Flamengo e o Mogi, quinze de vinte e quatro jogadores também perpetraram longos arremessos, onde a somatória dos dois jogos atingiu a incrível marca de 29/48, ou 60,4% da totalidade de jogadores das quatro equipes arremessando dos três pontos, sem dúvida alguma um recorde mundial. Mas o irônico disso tudo foi o absurdo desse monumental desperdício, traduzido em 40/109 arremessos, 36.6% de aproveitamento, ou seja, para cada 10 tentativas somente 3 eram aproveitadas, fazendo com que 69 ataques resultassem em perda de tempo e esforços, bastando que somente a metade das perdas fosse revertida em tentativas de dois, para que o resultado das duas partidas sofresse uma substancial mudança, na contagem e até nos vencedores.

Como vemos, estamos desenvolvendo uma nova maneira de jogar o grande jogo, convergindo, lateralizando e contornando o perímetro externo, procurando espaços para as bolinhas, praticamente ignorando o interno, sendo tal tendência um produto direto da falência do ensino defensivo nas divisões de base, onde cada vez mais se firma a predominância dos longos arremessos, e naquelas poucas projeções internas, as enterradas midiáticas e definidoras qualitativas dos futuros jogadores, numa espiral evolutiva que desagua na divisão de elite, com jogadores defensivamente deficientes, porém pretensamente equipados com habilidades pontuadoras nas bolinhas e nas enterradas que “levantam as torcidas”…

Paralelamente a todo esse horror, vemos técnicos que querem porque querem participar de todos, absolutamente todos os movimentos táticos e técnicos de seus jogadores, através encenações ao lado, e até dentro da quadra,  tutelando a todos, inserindo-se em seus movimentos, sem exceções, como se o espetáculo lhe pertencesse, total e ditatorialmente, mas sem respostas quando alguns deles tomam as rédeas do jogo, e corajosamente o vencem, de uma forma impulsiva e muitas vezes caótica, livrando-se momentaneamente dos grilhões coercitivos e impostos.

E como numa festa, não poderia faltar a última moda da arbitragem pedagógica, que nada mais retrata do que uma exibição gratuita e dispensável  de autoritarismo, transmitida à cores e som estereofônico, em uma atividade que deveria privilegiar tão somente a sensatez e a correta aplicação das leis do jogo, nada mais.

Por tudo isso é que manifesto um sentimento de medo com o nosso futuro nas competições internacionais que se avizinham, principalmente 2016, onde corremos o serio perigo de testemunharmos um fracasso, sem precedentes, ocorrer numa competição do mais elevado nível em nossa própria casa, o que seria um desastre.

Amém.

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É DE DAR MEDO…

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Sim é de dar medo a trilha em que segue aceleradamente o nosso querido grande jogo (mais para ex por aqui…), com uma significativa e apavorante constatação, a de que, em média, mais da metade dos jogadores de qualquer equipe finalista (e por que não, todas as outras?…) se auto credenciam como “especialistas” nos longos, refinados e dificílimos arremessos de três pontos, e de uma forma aventureira e na maioria das vezes, irresponsável, mas que contam com a permissividade explícita de seus técnicos, incapazes que estão demonstrando a cada temporada que passa, em contê-los, ou mesmo direcioná-los ao jogo coletivo, e em última instância, simplesmente (?) treiná-los, ou mesmo ensiná-los a arremessar com técnica e precisão, fatores que talvez os direcionassem aos médios e curtos lançamentos, convencendo-os de que por serem mais precisos em muito otimizariam as custosas e exaustivas tentativas de ataque, apesar de termos de reconhecer que para aproximações às cestas, sistemas de jogo sofisticados e bem pensados, somados a um preparo definitivo nos fundamentos do jogo se fazem necessários, conotando nesse aspecto o fator colimador dessa refinada equação, o de que poucos conhecem, se aplicam, ou mesmo se interessam em conhecer tão dispensáveis detalhes, já que “estrategistas” (categoria agora agregada a supervisores que montam equipes para serem dirigidas(?) por concessivos e omissos técnicos de ocasião) se consideram, estando muito acima de detalhes afeitos e dirigidos à formação, pois somente o interessam o produto pronto e finalizado…

Então, fora a emoção galopante de jogos entre equipes, em sua maioria absoluta, que se equivalem por praticarem os mesmos sistemas de jogo, conotando evidentes e equilibrados confrontos, levando torcidas ao delírio, escamoteia-se uma dura realidade, a de que estamos a desenvolver uma cultura de jogo onde a atividade exterior, pela deficiente formação nos fundamentos de ataque e defesa desde as categorias menores, vem superando em muito o interior, incentivada por aqueles que nada entendem do grande jogo, mas popularizam e endeusam tal realidade, onde as bolinhas reinam absolutas, facilitadas pelo amargo consenso da não existência defensiva, como num acordo mutual entre as partes que se enfrentam, onde aquele que converter a última vence a partida, até o próximo embate, quando, quem sabe, cairão às pencas…

No jogo de ontem, sete jogadores do Flamengo e oito do Mogi arremessaram de três pontos, com algumas pérolas como  Washam (0/5) e Marcos (3/9) num total de 11/33, com 15/38 de dois pontos, contra 9/22 de três e 20/41 de dois de uma equipe paulista que nada conseguirá se não se ocupar em defender o perímetro externo com a mesma gana com que defende e deveria atacar o interno, no que duvido bastante, pois o trocar 3 por 2 se torna uma tarefa penosa para um basquete tão mal fundamentado que praticamos, onde culturas ofensivas e defensivas deveriam se revezar na medida em que forem técnica e taticamente desenvolvidas por professores e técnicos de verdade, e não estrategistas de prancheta…

Honestamente, não posso negar a grande carga emotiva que vem cercando muito dos confrontos do NBB6 e da Liga Ouro, fator que não faz com que me afaste da realidade de suas fraquezas e deficiências, principalmente pela cultura do jogo exterior, que está sendo insidiosamente implantada pelo reinado das bolinhas, que duvido enfaticamente, seja permitido quando de nossos encontros internacionais mais adiante, assim como possa vir a ser a estratégia desenvolvida rumo a 2016, privando nossos jovens de uma realidade, que não é absolutamente aquela que deveria ser ensinada e desenvolvida junto aos mesmos.

Quem sabe acordemos a tempo, no que, infeliz e desde sempre, duvido…

Amém.

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