A LUCIDEZ DO MONCHO…

“(…)No Brasil há muitos grandes técnicos, e a defasagem que você cita está na formação dos jovens jogadores, na metodologia de ensino e na técnica dos treinamentos que é praticado por aí. Isso, é a chave de todo o sucesso.(…)”

Essa declaração é do técnico Moncho Monsalve feita ao jornalista Fabio Balassiano em uma entrevista publicada hoje no seu blog Bala na Cesta, excelente em todo o seu conteúdo. Vale à pena lê-la.

Mas voltando à declaração do Moncho, vimos nela refletida uma constatação que venho apontando desde a criação deste humilde blog, cinco anos atrás, quando ainda tinha a oportunidade de proferir clínicas pelo país afora. Hoje, as únicas manifestações de transferência de conhecimentos técnicos que subsistem através dotações de verbas públicas, são as clinicas da CBB, antíteses das que eram proferidas por mim, já que centradas na formatação de uma tendência fundamentada no sistema único de jogo, onde o que mais importa é a assimilação de tal sistema pelos jovens jogadores, e não o domínio extensivo e decisivo dos fundamentos, tanto os individuais, como os coletivos.

Sempre propugnei pelo amplo conhecimento das técnicas e das ações didático pedagógicas no ensino dos fundamentos, como base inalienável de sistemas ofensivos e defensivos somente factíveis pelo mais absoluto conhecimento e domínio dos mesmos, da forma mais abrangente possível, generalista, que é a única porta de entrada à criatividade, ao pleno domínio do grande jogo, no contra ponto do que se pretende instalar no país através padronizações e formatações de um modelo colonizado, absurdo e perdedor.

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OBRIGADO…

Foi um ano muito difícil para mim, mas com a ajuda de filhos maravilhosos, de bons e leais amigos, e o incentivo de muitos leitores consegui superar a brutal injustiça que me feriu profundamente, e aos poucos retomo o trabalho que pensei seriamente em desistir, a edição deste humilde, porém respeitado blog.

E ao termino do ano, com as festas natalinas e o raiar de um novo decênio, peço aos deuses que olhem com benevolência e paciência pelo soerguimento do grande jogo, apesar de tantos equívocos que tem sido cometidos por pessoas que se acostumaram a não ouvir, ponderar, discutir e debater problemas perfeitamente contornáveis e corrigíveis, na medida em que a participação de todos seja viabilizada,  aceita e incentivada indistintamente.

Também desejo a todos que acompanharam, concordaram, discordaram, discutiram e comentaram sobre os artigos aqui publicados, um momento de reflexão, numa época propicia à mesma, na paz e no sossego de suas consciências, na preparação de um futuro promissor que nos afaste, a cada dia mais, do atoleiro em que nos metemos, pelo afastamento, discordância endêmica e muitas vezes pela simples e lastimável omissão.

Obrigado, e vamos à luta, pois trabalho não faltará. Desejo a todos um Feliz Natal e um 2010 redentor.

Amém.

UMA CONVENIENTE ESCOLA…

(…)” Foi uma reunião produtiva em que todos se mostraram receptivos e confiantes no sucesso do projeto. A Escola Nacional de Treinadores  terá os níveis social e escolinha, 1, 2 e 3. O professor Dante de Rose Junior será o coordenador das quatro linhas de pesquisa que são o desenvolvimento da parte técnica, tática, postura e conduta do técnico e disciplinas gerais – explicou Diego Jeleilate, coordenador do projeto e preparador físico da seleção brasileira adulta masculina.”(…)

(…)” Vamos começar no mês de julho com o nível 3, que é destinado para os técnicos das principais equipes do país. Em dezembro será a vez do nível 1 para os técnicos das equipes até 14 anos. O curso do nível 2, técnicos de 14 a 19 anos, será realizado em 2011”(…)

Estes dois trechos fazem parte de uma comunicação veiculada no site da CBB e republicada no blog News Flash do editor Alcir Magalhães,  em 20/12/2009.

Então vejamos com a máxima objetividade que significados e sinalizações depreende-se do que foi publicado:

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RESPONDENDO AO ALEXANDRE…

Ontem recebi este comentário do leitor Alexandre Miranda, colocando questões que tive o imenso prazer em responder. Não por falta de assunto, e sim pelas colocações inteligentes e instigantes do Alexandre, publico o comentário e a resposta:

  • ALEXANDRE MIRANDA (Ontem)

POIS ENTÃO VEJO QUE O SENHOR RESTITUIU AS FORÇAS E JÁ NOS BRINDA COM COMENTÁRIOS BEM PERTINENTES SOBRE O NOSSO JOGO! FICO FELIZ COM ISTO.

PROFESSOR, O SENHOR ACOMPANHOU A ENTREVISTA INTERESSANTE DO PRESIDENTE DA CBB – REALIZADA POR RODRIGO ALVES? TÓPICOS IMPORTANTES SOBRE A ESCOLA DE TÉCNICOS PODEM SER PINÇADAS ALI!

HÁ ALI A MENÇÃO DE QUE ELA PODERIA SER EFETIVAMENTE TRABALHADA COM O CAPITAL HUMANO DE TÉCNICOS E APENAS COORDENADA PELO SR.JELEILATE.
O SENHOR NÃO ACHA QUE É UMA DECISÃO ACERTADA – O DE COLOCAR ALGUÉM GENERALISTA, PORÉM INSERIDO NO MEIO DO BASQUETEBOL, PARA COORDENADAR UM COLEGIADO, ESTE SIM ESPECIALISTA?

PENSO QUE ALGUÉM ESPECIALISTA ESTÁ FORMADO NUMA VISÃO POLITICA/SOCIAL/CULTURAL DO JOGO QUE PODERÁ GERAR MAIS CONJECTURAS DO QUE SOLUÇÕES POSITIVAS NA ESFERA DE COORDENAÇÃO! CLARO QUE ESTE ESPECIALISTA SERÁ O CORPO DA ESCOLA DE TÉCNICOS E DARÁ RESPALDO PARA A FORMA DE PRATICAR E ENSINAR O BASQUETE NO BRASIL. MAS SERÁ ÚTIL TAMBÉM COMO DEBATEDOR E CONSTRUTOR-ADJUNTO DE SOLUÇÕES.

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A CLAQUE IGNARA…

“ Como vemos na escalação da equipe, fulano é o nº 1, o armador principal, o que faz a equipe jogar, beltrano, o nº 2, armador finalizador, aquele que arremessa mais desta posição, sicrano, o nº 3, o ala finalizador, beltraninho, o nº 4, é o ala pivô, ou ala de força, e o beltranão, nº 5, é o pivô, o dominador da área pintada” .

Com estas explicações, o narrador do jogo entroniza a claque ignara no mundo técnico da bola laranja, perfeitamente sintonizado com o “basquete internacional”, mais adiante explicitado na enxurrada de termos em inglês para jogadas básicas e ações individuais com terminologia tupiniquim conhecida desde o século passado, não fossemos nós campeões mundiais e medalhistas olímpicos.

Enterradas são exaltadas como o supra sumo das ações individuais, alvo de criticas desairosas quando não culminadas por um jogador mais cuidadoso e ciente de suas condições técnicas, em anteposição ao ato circense puro e muitas vezes gratuito.

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RESPONDENDO AO ALCIR…

A uma enquete feita pelo editor do News Flash, Alcir Magalhães, sobre nomes a serem indicados para a seleção masculina brasileira e seu técnico, assim respondi a tão instigante assunto:

Prezado Alcir, se bem você me conhece, saberá do meu posicionamento, sempre coerente e objetivo, jamais especulativo. Exatamente por assim ser e me comportar é que não vejo razões para mencionar nomes, quando o fundamental neste momento são as definições de objetivos a serem alcançados através planejamento de alto nível e execução de nível mais alto ainda.

Sem dúvida nenhuma, se formos para o Mundial sobraçando o sistema único de jogo que teimosa e drasticamente utilizamos anos a fio, não passaremos da segunda fase, pois tal sistema é dominado por aquelas equipes que contam com jogadores que dominam os fundamentos melhores do que nós, principalmente pelo conhecimento que têm de todas as nuances do mesmo. Somente galgaremos etapas se nos apresentarmos com algo de novo no aspecto técnico tático, somado a uma substancial melhora no preparo e treinamento dos fundamentos por parte de todos aqueles que forem selecionados, rigorosamente todos.

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O IMPASSE…

Nestes últimos dias tenho assistido vários jogos do NBB e da Liga Americana, onde a equipe do Minas perdeu todos os jogos.

E algo digno de nota tem de ser divulgado, bem divulgado, pois sedimenta uma tendência que se iniciou de dois anos para cá, claro, em se tratando  de equipes brasileiras, a utilização da dupla armação, aceita de muito pelos argentinos e demais equipes latinas.

No campeonato do NBB, mais uma equipe vem se somar às de Brasília, Minas,  Franca e Joinville, a de São José, com uma dupla poderosa e muito técnica, Fúlvio e Matheus. Ambos, armadores puros, incutiram em sua equipe uma dinâmica quase ideal, pois atuaram muito próximos e em sincronia com os homens altos da equipe, assim como reforçaram bastante o sistema defensivo, que só não foi melhor pelos quilos a mais do Fúlvio, retirando muito de sua mobilidade lateral ante armadores mais enxutos fisicamente. Com menos uns cinco quilos terá aumentada sua capacidade de deslocamento, tornando-o um dos melhores armadores nacionais.

E quando afirmo da necessidade de divulgação desta bem vinda tendência o faço pela total ausência de menções à respeito por parte de analistas, narradores e comentaristas, como se fosse um assunto velado e não muito importante para merecer maiores atenções.

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REVERTENDO…

“ Olha pessoal, olha, faltam 18 segundos e vamos sair do meio da quadra. Você tira o lateral, você  bloqueia o fulano que recebe a bola com firmeza. Abram os quatro, se movimentem, e batam pra dentro se der. Temos tempo, mas não dêem tempo para eles. Vamos que dá” …

E o fulano recebe a bola, ultrapassa o meio da quadra, se defronta com o marcador, foge para a lateral driblando, e… o desastre, tenta uma reversão, a bola é tocada pelo defensor que parte para a dividida, leva vantagem e salta para a enterrada consagradora, deixando o fulano estendido no solo. Fim de jogo e vitória por dois pontos, num jogo que sua equipe liderou por quase todo o tempo.

Esse foi o desfecho de Paulistano e Londrina, com a equipe paulista vencendo um jogo que parecia perdido. Imprensa e comentaristas tecem loas ao defensor e seu  bote salvador e a enterrada maravilhosa, mas em momento algum comentaram ou analisaram, mesmo de leve, o que realmente aconteceu de real valor técnico, mesmo originando uma derrota, numa demonstração inequívoca de total desconhecimento sobre os fundamentos do grande jogo, pequeno, muito pequeno para eles.

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