O HINO…

Fala-se tanto em educação através o esporte, onde a escola se vê cada vez mais órfã de incentivos, objetivos, planejamento, verbas e vontade política. Mas, paralelamente a tanta ineficiência testemunhamos inertes ao desperdício de verbas com atividades faraônicas, onde jamais faltam reais e dólares para empreiteiras, firmas estrangeiras em organização e planejamento esportivo, com retorno quase nulo para a população, a não ser os impostos cada vez mais altos, e a conta a ser paga por tanto descalabro e falta de patriotismo.

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ETAPA VENCIDA…

Chegam ao fim os dois campeonatos mais importantes do ano no cenário nacional, o Nacional da CBB e a Super Copa da ABCB, onde atestamos uma significativa mudança técnico-tática no cenário imutável dos últimos anos, a redescoberta da dupla armação, hoje empregada pela maioria absoluta dos clubes participantes dos dois torneios, numa demonstração importante de evolução e bom senso coletivo. Foi uma mudança muito mais forçada pela ausência de bons alas, engolfados que foram pela mediocridade do sistema de jogo único, adotado pela massa praticante do país, de todos os quadrantes e categorias, dos mirins ao adulto, onde as ações quase que na totalidade priorizavam o passe, em detrimento do drible e das fintas. Com o tempo o declínio destes fundamentos foram se tornando um lugar comum, principalmente entre os alas e os pivôs, salvando-se um ou outro armador, mais pela especificidade de suas ações, do que mais propriamente um produto de preparo apurado nos fundamentos. Armadores se destacam dos demais jogadores por uma particularidade imutável e de difícil, senão impossível restrição, o amor pela posse da bola, seu manuseio, pela descoberta de suas potencialidades, pelo descortino do improvável, pela importância tática, pela ausência de medo em controlá-la. São jogadores quase imunes ao poder ditatorial dos técnicos, como os felinos, que aceitam a presença humana, sem se deixar domesticar. Por isso são preciosos e fundamentais dentro de uma equipe, mesmo que liderada por um técnico antagônico a tanto e rival poder.

O que vimos acontecer foi uma adaptação do sistema único, onde alas improdutivos, por não treinados e preparados nos fundamentos, foram substituídos por armadores, que com suas habilidades agilizaram e preencheram o tal sistema com melhores passes, dribles e fintas, abrindo um enorme leque de opções a arremessos mais livres de marcação e muito mais equilibrados. E apareceram, e como apareceram, muitos bons armadores, desde a formação recente, inspirados pela novidade da dupla armação, levando os técnicos à adotarem , com inegáveis vantagens para o nosso basquetebol.

Acredito que a tendência daqui para diante passe pela necessidade de prepararmos nossos alas da mesma forma com que preparamos armadores, para daqui um médio prazo tenhamos alas com habilidades fundamentais de armadores, aliadas à estatura , mantendo a velocidade daqueles, na constituição de uma nova e promissora geração de bons praticantes do grande jogo.

Um outro momento será o responsável pela movimentação e flexibilização dos pivôs, a fim de poderem se inserir em sistemas que priorizem o deslocamento constante, em vez do imobilismo reinante, marca registrada da maioria dos pivôs brasileiros.

Estas duas etapas, concomitantes ou não, fatalmente tropeçarão na vontade dos técnicos em evoluírem ou se manterem em seus berços intocáveis e de acomodação consentida, facilitadora de um comportamento distante do estudo e da pesquisa, pré-requisitos inseparáveis da profissão que abraçaram.

No entanto, a etapa mais importante a ser vencida e vivenciada, é a da adoção de novos sistemas, onde a mobilidade constante e ininterrupta de jogadores bem preparados nos fundamentos, somente se viabilizará se substituir totalmente o que se emprega nos dias de hoje, um jogo de passes, movimentação inócua lateralizada e arremessos despropositados, e muitos outros no limite dos 24 segundos, em tentativas desequilibradas, técnica e taticamente falando.

Estes novos sistemas deverão primar pela ação simultânea de dois setores estanques na concepção, porém comunicantes na conclusão , ou seja, a armação em todos os setores fora do perímetro, somente possível pela coordenação entre os armadores, o trabalho em deslocamentos constantes dos três homens altos dentro do perímetro, e a conexão inteligente e incisiva entre esses dois compartimentos, numa mistura sofisticada pela simplicidade, já que somente viável se executada por jogadores plenamente preparados nos fundamentos do jogo.

Algumas equipes, que mesmo ainda profundamente ligadas ao sistema tradicional, conseguem, pela criatividade e habilidade de seus armadores e uns ainda poucos bons alas, executar um basquete bem próximo do que propomos, mais ainda distante do que sonhamos, mas que mesmo assim tentam abrir caminho a novos tempos e novas concepções. Franca, Flamengo, Paulistano, Assis, Minas, Brasilia, tateiam esses caminhos, e se dedicarem tempo, paciência e curiosidade técnica, sem dúvida alguma descortinarão um novo caminho que nos levará a um futuro melhor e mais bem jogado.

A etapa da dupla armação está sendo vencida. Tentemos a segunda, preparando melhores alas e mais dinâmicos, rápidos e flexíveis pivôs, provocando e incentivando uma era de criatividade e produtividade, retirando um poder quase absolutista de técnicos que teimam em participar de todas as ações da equipe, ofensivas e defensivas, como se fosse possível um pedido de tempo a cada movimentação da equipe, restringindo o livre e responsável arbítrio de seus jogadores, que no frigir dos ovos são os responsáveis diretos pelo jogo dentro da quadra, quando vivenciá-lo em todas as suas proporções aplaina o caminho do entendimento coletivo nos porquês das derrotas e nas perspectivas das vitorias, tornando-os responsáveis e cúmplices de um trabalho, e não marionetes de um poder fora da quadra.

E bons ares já se fazem sentir, quando pranchetas já vem sendo substituídas por conversas olho no olho, apesar de alguns técnicos ainda não abandonarem o habito dos palavrões, das mímicas ridículas ao lado da quadra e da pressão descabida nas arbitragens, transmitidos pelos absurdos microfones de lapela e por câmeras exclusivas, focalizando exemplos nada educativos para a juventude que os assistem pelo país afora.

Torço honestamente que as etapas acima descritas sejam ultrapassadas, para o bem e o progresso do nosso tão maltratado basquetebol.

Amém.

QUEM FAZ UM CESTO,FAZ…

Minha saudosa avó materna sempre afirmava quando se deparava com situações e criaturas reincidentes: “Quem faz um cesto, faz um cento”! Boa e oportuna citação nordestina, e que se encaixa com perfeição na atual e triste situação do basquete tupiniquim.

Mal saída do forno requentado, a convocação do espanhol já começa a suscitar cruciais dúvidas, principalmente quanto às verdadeiras intenções da turma da NBA, em contraste com as juras de fidelidade da turma européia, confrontados em suas afirmações pelo defenestrado Marcos, único amotinado em Las Vegas a ser alijado do processo, exatamente por incorrer no pecado mortal de expor as mazelas ocorridas intramuros naquele nefasto Pré-Olímpico. Foi ele, que magoado ou não, infantilmente ou não, arrazoado ou não, mas sem dúvida alguma sincero em sua catilinária, quebrando o principio mafioso do segredo inter pares, que escancarou ao mundo a atitude pusilânime de um grupo, que ao quebrar e romper o principio de comando, aceito por todos, inclusive ele, ao inicio da organização grupal, lançou aos porões da infâmia todo o trabalho realizado, que se por acaso não vinha tendo bons resultados, jamais caberia uma ação de rebelião por parte de quem estava ali para jogar, e não tomar indevida e absurdamente em mãos o comando técnico-tático da seleção. E por conta do lembrete de minha avó, foi o amargo Marcos retirado do processo antes de “fazer um cento”, que se colocou na posição de poder observar de fora a possibilidade real de que “outros centos” possam vir a ocorrer com os que lá se mantêm.

No blog UOL de ontem, sob o título “Trio da NBA pode desfalcar Brasil no Pré-Olímpico da Grécia”, segundo o Estado De São Paulo, a comissão técnica da equipe, liderada pelo espanhol Moncho Monsalve, teme que Leandrinho, Nenê e Anderson Varejão não se apresentem até o dia 8 de junho. Ao largo das explicações sobre contusões e tratamentos por que passam os jogadores mencionados, os dois últimos parágrafos da matéria é que sugere em suas entrelinhas alguns dos motivos que põe em cheque as possíveis ausências : – A lesão dos jogadores, no entanto, pode não ser o único obstáculo para a participação do trio no Pré-Olímpico na Grécia. Isso porque os atletas contavam com a contratação de um treinador norte-americano e não de um europeu para comandar o Brasil.

– O ala Marquinhos, deixado de fora da convocação de Moncho Monsalve, confirmou o interesse dos atletas da NBA em março. “ A gente queria um técnico americano, mas ninguém deu bola”, afirmou o jogador ex-New Orleans Hornets.

Como vemos e podemos imaginar, os resquícios do motim em Las Vegas ainda rende frutos, amargos frutos, colhidos pela traição de um grupo que se considera acima de comandos e decisões, de leis e princípios desportivos, acobertados por uma direção confederativa acéfala e suspeita, e que tudo faz e realiza para se manter “de bem” com uma pseudo liderança de jogadores travestidos de donos do pedaço, encastelados em suas capitanias hereditárias, ao largo do bom senso e compreensão dos verdadeiros e autênticos princípios de esporte e da convivência humana. Se auto convocam, dão entrevistas, definem comportamentos e emitem opiniões sobre grupos fechados, assim como desfilam argumentos sobre maneiras de atacar e defender, como arautos do conhecimento pleno do grande jogo, que ante seus posicionamentos se apequena, até sumir no caudal de derrotas humilhantes, engolfadas pelos seus lastimáveis e despropositados egos.

Não só erros de comando de técnicos e comissões devam ser responsabilizados por fracassos. Também jogadores podem ter participação determinante no processo de formação, sucesso ou fracasso de uma equipe, basicamente quando se insurgem contra a hierarquia de comando, inviabilizando a consecução do mesmo, assumindo um papel que não o seu, que é o de jogar e defender uma camisa, uma bandeira, uma equipe. Hoje até se negam a fazê-lo, em quadra e fora dela, e até quando interesses financeiros vultosos estão em jogo.

No entanto, muitos jogadores de bom nível técnico, assim como excelentes técnicos são omitidos em convocações, e que nem a capacidade inovadora corajosa de alguns, sensibiliza um departamento técnico desprovido de conhecimento, de discernimento e de comprometimento com o basquete nacional. Quando muito (ou pouco…) premia acólitos e protegidos, diluídos, porém garantidos, no rol de até bons jogadores, que serão preteridos mais adiante, em prol de interesses que transcendem os verdadeiros e justos objetivos que compõem uma autêntica seleção.

“Quem faz um cesto, faz um cento”. Creio que todos nós já vimos esse filme, em estéreo e a cores, porém com um final trágico e infeliz, fazendo com que perguntemos indignados : Quando vamos aprender? Quando vamos aprender de verdade? Quando meus deuses?

Amém.

CONVOCAÇÃO? QUESTÃO DEFINIDA…

Meses atrás, o técnico Moncho Monsalve deu uma entrevista afirmando que não alteraria a maneira brasileira de jogar, mas incluiria na equipe ações de jogo armado, cadenciado, “com aquele passe a mais”, bem ao modo europeu de jogar, não fosse ele um dos mentores da escola espanhola, atual campeã mundial. Afirmou também, que entrevistaria todos os jogadores na Europa e nos Estados Unidos, assim como trataria com especial atenção aos casos dos “rebeldes” Nezinho e Marcos, sendo que para o último falaria de homem para homem.

Sua convocação, mais do que de cartas marcadas, primou pela total incoerência, pois estabelecer jogo armado e cadenciado com os armadores convocados, o Huertas e o Valter, cercados de jogadores de correria, como Alex, Marcelo, Guilherme e Leandro, não parece ser a formula acadêmica que tanto apregoou, preferindo manter o sistema “seja o que os deuses quiserem”, que jamais será mudado em trinta e poucos treinos, e quatro ou cinco amistosos. E se tudo acontecer sem os já corriqueiros imprevistos de atrasos na apresentação, contusões e cansaços residuais. Além do mais, a propalada entrevista de homem para homem, se realmente aconteceu, ou mesmo foi esquecida em nome da disciplina, puniu os dois rebeldes com a não convocação, uma justa pela recusa de jogar com a camisa nacional, a outra, injusta, pois o Marcos pagou sozinho pelo motim de alguns jogadores auto investidos em líderes, que peitaram a comissão técnica, e viram suas abomináveis ações escancaradas em público através suas inábeis declarações, mas que espelhavam a triste e revoltante realidade no seio da seleção. A convocação ora liberada ao conhecimento público, deixa passar em branco aqueles tristes acontecimentos de insurgência explícita, que originou a total quebra de comando, e que resultou no formidável fracasso no Pré, mas que para o espanhol de plantão nada que uma boa conversa não possa resolver. Somente temo ser ele o próximo a ser defenestrado pela liderança cardinalícia, que permanece intocada e imune a qualquer crítica e perda de mandato, donos que são de suas capitanias hereditárias, quando de a muito deveriam ter cedido seus espaços a jogadores mais novos e promissores, ou mesmo um pouco mais veteranos, porém disciplinados e respeitadores, como todo jogador de seleção deve ser.

Os 14 convocados deixam transparecer que somente casos de ordem física definirão a formação final, e dentro da posição de pivô, com seus sete candidatos. Pena que um outro armador de verdade não tenha sido convocado, mesmo veterano, numa posição onde a experiência conta tudo, como o Helio de Franca, apontado nos dois últimos anos o melhor jogador dos campeonatos acontecidos em São Paulo, e que conotaria junto aos outros dois armadores convocados, o Huertas e o Valter, a tão anunciada candenciação da equipe, e controle emocional nas horas em que a armação consciente e experiente pode ser a fronteira que separará derrota e vitória, num torneio decisivo para nós.

O outro furo imperdoável na convocação, fruto do total desconhecimento dos bons jogadores que atuam no país, foi a não convocação do melhor reboteador de todos os campeonatos e torneios realizados nos últimos anos, o Probst, dono de uma qualidade rara entre os pivôs, a de dominar com maestria a noção de tempo-espaço, arma decisiva para a obtenção dos rebotes defensivos e ofensivos, que foi a arma fundamental em todas as grandes conquistas do basquete brasileiro, em todas as nossas grandes equipes, masculinas e femininas, abrindo o leque de opções aos nossos arremessadores e finalizadores. E o mais estranho e comprometedor, é que nem na equipe B ele foi convocado, numa demonstração de ignorância sobre as reais qualidades que fazem parte da qualificação de um bom pegador de bolas. Rogério seria o outro convocado com justiça, numa posição carente entre nós, a de ala experiente, calejado e que, apesar de veterano passa por uma fase de grande competência e brilhantismo, superior a alguns pseudo donos do pedaço.

A convocação da equipe B, inteligentemente composta de 18 jogadores, na demonstração de isenção política, mas exercendo-a de forma a calar opositores desavisados, peca pela quantidade de jogadores escolhidos por sugestões de quem os viu atuar ou ouviu falar, sem a presença fundamental de quem os deveria convocar, o técnico. Por essa falha imperdoável, jogadores desconhecidos jogando em equipes universitárias americanas de segunda linha, assim como em clubes europeus inexpressivos , tomam lugar de jogadores que aqui atuam e lutam por uma oportunidade na seleção. No caso daqueles que jogam na Super Copa, será que seriam levados a serio e convocados se fossem somente 14 vagas, um número mais do que suficiente para a formação definitiva de uma seleção, onde as oportunidades seriam mais democráticas e justas? Acredito que serão diluídos nas seis dispensas, ante a “qualidade” daqueles que atuam no exterior. Mas algo ficou bem claro nessa fictícia convocação, o melhor armador, o melhor reboteiro e o melhor ala dos campeonatos paulistas, ao não pertencerem a clubes que atuam no Campeonato Nacional ficaram de fora, como prova inconteste de um poder central, profundamente político e completamente distante das necessidades reais de nossas seleções, sejam A, B ou Ç.

E nesse caudal de interesses, alguns inconfessáveis, flutua nosso Paulo Sampaio, o bom técnico do Flamengo, que ao mencionar candidamente que sempre trabalhou para atingir tal posto, sonho de todo técnico, esquece o mote popular “de que nem tudo que reluz é ouro, nem tudo que balança cai.”

Torço para que não se deixe iludir pelas felpudas raposas que habitam o cenário basquetebolistico nacional , e continue a ser o bom profissional que sempre foi, não trocando o que já alcançou pela busca do velocíno banhado no ouro dos incautos.

Amém.

CONVOCAR ? EIS A QUESTÃO…

Numa atitude de forte liderança, o técnico Paulo Bassul encampou a seleção feminina que disputará o Sul-Americano, colocando-a como um excelente laboratório visando a formação definitiva que disputará o Pré- Olímpico em junho. Não dividiu comandos, definindo objetivamente uma meta a ser atingida, a classificação olímpica.

Na seleção masculina, a divisão de comando acaba de ser estabelecida, pois queiram ou não os entendidos, seleção principal em um país serio é função de um só comandante, cabendo ao mesmo delegar ou não poderes, basicamente a um de seus auxiliares, por motivos imperiosos e inadiáveis, como por exemplo, uma incomoda dor de coluna, que se manifesta em terras abaixo do equador.

Pelo que foi divulgado , o bom técnico Paulo Sampaio não faz parte da comissão comandada pelo técnico espanhol Moncho Monsalve, que tem como assistente direto o técnico Neto, que seria o substituto natural do mesmo no comando da seleção principal, a não ser que a destinada ao Sul-Americano não seja a principal, e sim uma seleção secundaria, que dada a pujança do nosso basquete atual, se dá ao luxo de manter e treinar duas seleções, provando ao mundo um poderio acessível a muito poucos. Trabalho massificador é isso aí, onde sobram talentos para duas seleções nacionais, como nossos irmãos do sul, com sua organização e planejamento a longo prazo, e com uma diferença capital sobre nossas pretensões, eles vencem nas duas, aliás, e bem lembrando, classificaram-se no Pré-Olímpico com a B, e disputarão a Olimpíada com a A, igualzinho às nossas pretensões caipiras.

“Com certeza, é uma comissão técnica formada por excelentes profissionais e todos têm um perfil que se encaixa perfeitamente dentro da filosofia da entidade. Com relação ao Paulo Sampaio, ele está no basquete a 38 anos, como jogador e técnico, e tem todas as condições de fazer um excelente trabalho na seleção adulta”,explicou Luis Antonio, diretor técnico da CBB.

Engraçado, Marcel, Wlamir, Amauri, Sergio Macarrão, citando alguns entre muitos que estão no basquete a muito mais de 38 anos, sem contar aqueles que não foram grandes jogadores, mas sempre foram grandes técnicos, jamais tiveram a mínima possibilidade de sequer pensarem em seleções, em contraste com técnicos de seleções de base guindados a auxiliares da principal no espaço de alguns meses, por possuírem um perfil que se encaixa perfeitamente dentro da filosofia da entidade,como definiu o burocrata cebebiano, faz com que descubramos a ponta de um iceberg monstruoso e absolutamente inaceitável.

Mas que filosofia é esta que estabelece perfis a serem encaixados na direção de nossas seleções? Será que militar e atuar nos campeonatos da CBB seja um deles? Nesse caso, as melhores equipes brasileiras que atuam na Super Copa jamais poderão ceder jogadores para representar o pais, como o ocorrido com os que atuavam na NLB? Talvez esse enigmático perfil explique o fato de uma equipe gaúcho-paulista, comandada pelo assistente do Moncho, e que só começou sua participação no Campeonato Nacional na décima rodada, fato inédito no mundo, exatamente para referendar sua escolha, e confrontar os clubes paulistas dissidentes, num recado direto justificando suas inegibilidades.

Mas minha gente, e a seleção brasileira como fica? E nesse ponto cabe uma pergunta ao novo técnico, Paulo Sampaio, e seu genial assistente Christiano Pereira- Terão vocês a plena liberdade, aquela garantida pela independência e intocabilidade do comando, adquirida pela experiência lastreada pelo estudo, pela pesquisa, pela transcendência filosófica, pela aceitação baseada no respeito e reconhecimento de seus pares, lastros dos verdadeiros comandantes, de convocarem os melhores jogadores que atuam no país, não restringindo os que competem inclusive na Super Copa? Se tiverem, ou mesmo se a impuserem, como atuam os verdadeiros e independentes comandantes, com ou sem perfis que se encaixam em filosofias fajutas impostas por uma confederação política e de interesses não muito transparentes, estarei reconhecendo honestamente, e sem falsos pudores, que enfim, estaremos reencontrando a trilha perdida, extraviada que foi, exatamente pela implantação e perpetuação da tão absurda filosofia, a que tenta divulgar que os meios justificam os fins, sejam lá os que forem, na medida que mantenha no poder aqueles que realmente comandam o nosso infeliz basquetebol.

E ao longe, muito longe, um experto espanhol, com sua lista mais do que definida, aguarda o momento de se investir no comando de uma outra equipe, que já poderia estar se reunindo, mesmo com algumas ausências, para disputar um Sul-Americano providencial, com argentinos também presentes, e podendo contar com alguns bons jogadores que aqui jogam, para em junho, ao se completarem, terem uma base razoável de entrosamento com uma nova e inédita direção, como faz o Paulo Bassul, consciente que está das nossas limitações, aprendendo a administrar a pobreza que nos cerca, inclusive, nos esportes, mas nada que nos faça perder a esperança em dias melhores, preferencialmente ao largo de filosofias mafiosas.

Torço para que o bom técnico Paulo Sampaio encontre seu verdadeiro caminho, se impondo e assumindo uma liderança que já se faz ausente a muito tempo, mesmo numa dicotômica seleção, até que se transforme na verdadeira seleção brasileira.

Amém.

QUE TAL…

Depois de assistir pela TV ao jogo Franca x Limeira, com três quartos muito bem jogados e um quarto final razoável, constatamos na prorrogação quão bons são os armadores da nova geração brasileira, e não só destas duas equipes que disputam a Super Copa, também presentes no Campeonato Nacional. Outra posição com bons jogadores é a de pivô, a maioria alta e esguia, movimentando-se em velocidade permanente, somente pecando quando, num rasgo saudosista, teimam em emular os mastodontes americanos com seu jogo em marcha a ré no sentido da cesta, sob os olhares passivos e contemplativos dos demais companheiros da equipe, numa prova inconteste de falha em um sistema mal treinado e pessimamente copiado da matriz, coisas do colonialismo a que nos submetemos desde a muito tempo. Infelizmente, nossos alas, com pouquíssimas exceções, ainda carecem de uma formação mais técnica, produto da má interação Sistema x Fundamentos, sobre a qual tenho publicado muitos artigos.

Enquanto isso, na internet e na mídia em geral, conjecturas mil se fazem presentes quanto a formação da seleção que disputará o Pré-Olímpico de Atenas, como não saibamos de cor a constituição da mesma, no jogo de cartas marcadas mais descarado das últimas duas décadas. Tornou-se lugar comum desvalorizar-se jogadores que não “brilhem” no exterior, a maioria deles reservas , e pouco influentes nos resultados de suas equipes, salvo alguns esporádicos brilharecos, previsíveis dentro da concepção estatística percentual que tanto admiram, promovem e financiam. Esse fenômeno, se assim podemos conceituar, já grassa à rodo em nossos campeonatos, onde produtividade estatística percentual mascara a mais verossímil medida, a do coeficiente de produção, onde ações positivas e negativas, geram um produto a ser dividido pelo tempo em quadra, permitindo que jogadores sejam avaliados e comparados pelo que realmente produzem em jogo, apesar da variável do desgaste físico ainda não poder contar com uma medida compensatória no resultado final, mas nada que uma boa e eficiente pesquisa não resolva, claro, se os técnicos quiserem, ou admitirem pesquisá-la…

Que tal da relação: Helio, Fulvio, Matheus, Dedé, Renato, Alex, Marcio, Fernando, Rogerio, Marcos, Probst, Drudi, Lucas, Teichman, e alguns outros, todos disputando a Super Copa, sem mencionarmos tantos outros que disputam o Campeonato Nacional( apesar de serem passiveis de convocação pelos critérios políticos da CBB, ao contrario dos que disputam a Super Copa), formarmos uma excelente seleção, convocada pelos técnicos em disputa, dirigida pelo campeão e vice-campeão, para numa serie de jogos com a seleção principal por algumas capitais brasileiras, como os americanos, seus ídolos perenes, o fazem regularmente com a seleção de universitários, no intuito de treinar duramente a equipe nacional, e divulgar o basquete junto à população jovem do país, em vez de se esconderem em algum lugar da Europa, longe dos olhares inquisidores dos especialistas, alguns dos quais não se deixam levar pelo engodo que se arma em nome de uma preparação ambígua, onde já são ensaidas as mesmas situações que nos levaram à bancarrota no último Pré.

Que oportunidade preciosa de serem estabelecidas autênticas e decisivas metas para o soerguimento do basquetebol, junto ao povo que o teve como segundo esporte em seu coração, defenestrado que foi pelas péssimas administrações dos últimos vinte anos. Que grande oportunidade de provarem realmente que se interessam pelo seu futuro junto aos jovens, incentivando-os com a presença dos grandes jogadores pátrios, e não distantes de todos, imunizando-os de criticas, opiniões e sugestões olho no olho. Que enorme chance de colocarmos os mais altos interesses do grande jogo acima da politicalha reinante, que nos empurra ladeira abaixo. Que oportunidade, ainda não perdida, de estancarmos a sangria das vaidades feridas, esvaindo nossas parcas chances de classificação, em nome de uma política de rapina.

Quem sabe, talvez não em breve espaço de tempo, possamos voltar a trilhar os caminhos outrora percorridos por quem de direito, pelos melhores, jogando e dirigindo, alcançado pelo mérito, com a aprovação inconteste de seus pares, como foi e deveria voltar a sê-lo, numa constatação de bom senso, justiça e patriotismo.

Amém.

IMPLICAÇÕES…

Num bom artigo publicado na Coluna do Chianetto do blog DraftBrasil em 5 de maio – Moncho e as implicações políticas – o autor nos coloca ante algumas indagações, que ao contrário do que afirma, tem suscitado vários comentários em blogs voltados ao basquetebol, mas, e nesse aspecto o autor tem razão, muito pouco ou quase nada na imprensa tradicional, quanto ao fator político envolvendo a contratação de um técnico estrangeiro para a seleção masculina que tentará a classificação olímpica no Pré que se avizinha em julho na Grécia.

No entanto, apesar de muito bem defendida a sua tese de que tal contratação foi uma decisão acertada pelo grego melhor que um presente, e que serviria de ponte entre o mesmo e seu desafeto político Oscar, numa aproximação bem vinda ao esporte nacional, esqueceu-se de que uma NLB foi expurgada do cenário nacional, exatamente pelas ações políticas emanadas pela CBB, ciosa em não admitir dividir as chaves do cofre com um grupo de jogadores imbuídos no progresso da modalidade, mas verdes na arte da manipulação político-econômica mantenedora da situação mafiosa que se estabeleceu firmemente naquela que deveria ser a casa do basquetebol, e não o feudo de uns poucos dirigentes e seus apaniguados federativos, garantidores do butim magnanimamente distribuído, em troca de seus estratégicos e decisivos votos.

Duvido que o experiente técnico espanhol, macaco mais do que velho nas artimanhas madrileñas, castelãnas, catalãns, sevilãnas e galegas, venha se meter em campo minado que não conhece e domina , numa terra estranha, ainda mais servindo de ponte entre duas emblemáticas figuras do basquete nacional, recentes gladiadores numa arena de conceitos tão ou mais díspares, quanto seus posicionamentos em prol de um basquete moderno e de participação internacional. Duvido não, tenho certeza.

Mais adiante, o autor menciona – “O esporte da atualidade, que a partir das Olimpíadas de 1992 entrou na era do Marketing, vive de imagem positiva para se sustentar e ter mídia espontânea nos meios de comunicação, sendo esse o produto que os patrocinadores compram. Esses ídolos não precisam ser unanimidade dentro do mundo do basquete, mas sim a cara que vai abrir portas do mercado de patrocínios(…).”

Creio que um detalhe foi esquecido, a qualidade do que é comprado, sua durabilidade, sua excelência técnica, suas garantias de criação e manutenção. Ou seja, sua origem qualitativa e quantitativa, seu ISO 9 mil e tantos, que no caso do esporte se reporta à formação dos jovens atletas, sua orientação através técnicos e professores qualificados, permanentemente avaliados e especializados, desenvolvendo um projeto com objetivos precisos e compatíveis com a nossa realidade, dentro de padrões administrativos passiveis de auditoria permanente, cristalina, pois vultosas verbas estarão em jogo, e não à disposição de aventureiros do bem comum, vicio que nos derrota antes de qualquer competição, e que está sempre presente nos sombrios porões da lúgubre realidade nacional. Poucas são as modalidades que auferem tais requisitos em nosso país, como o vôlei, que mesmo assim ainda se debate com resquícios de tempos passados, mas que mantém seus patrocínios pela qualidade de seu trabalho, principalmente na formação, num interrogativo contraste com seu outrora rival no gosto do público, o basquetebol.

E na realidade da seguinte relação, a saber : Leandro, Spliter, J.Batista, Murilo, Alex, Valter, Huertas, Marcelo, Varejão, Nenê, Caio, Guilherme, Paulão, Baby, os prováveis, e talvez únicos de uma equipe do nacional, Helio e Duda, anunciados pelo próprio Moncho, e com a conveniente presença do Marcus e do Nezinho em equipes da Super Copa, o que torna factível as suas não convocações, inclusive pelos acontecimentos ocorridos no último Pré-Olímpico, livrando o técnico de uma incômoda e indesejada participação nos imbróglios tupiniquins, que jogadores que aqui militam terão oportunidades na próxima convocação de cartas mais do que marcadas? A independência do Mocho se estenderá aos jogadores da lista acima, todos jogando no exterior, com os dois que aqui atuam, como uma deferência educada ao grande clube que prestigiou o nacional, estrategicamente livre dos dois problemas disciplinares pelo antagonismo que separam CBB e ABCB, idêntico ao entrevero CBB x NLB, de infeliz desfecho. Se o técnico espanhol fizer jus ao prestígio que ostenta em sua pátria, não meterá a mão numa cumbuca de gargalo estreito que lhe oferecem, honrando os genes que carrega de seus antepassados colonizadores.

Acredito que a nossa esperança política ainda terá de maturar a idéia de que, enquanto não ocorrer uma substancial e decisiva mudança nos padrões comportamentais dos dirigentes clubísticos, comprometidos com a eleição de presidentes federativos, tão ou mais comprometidos com a eleição de uma diretoria competente e capaz para a CBB, não obteremos sucesso junto a patrocinadores , que jamais arriscarão seus valores em mãos de políticos profissionais, e ainda mais pelo enorme interesse do COB em manter o basquete no patamar que ostenta de ex-segundo esporte nacional.

E acima de todas estas possibilidades paira a esperança maior de que o poder público estenda as mãos à educação, às escolas, aos professores, cerne do conhecimento, e reserva intelectual de qualquer país que se considere sério e progressista, onde o esporte faz parte indissociável da formação do cidadão, direito constitucional, direito da juventude brasileira.

Amém.

DUAS FOTOS, DUAS HISTÓRIAS,…


Em tempos bicudos, em que o basquete mal se agüenta em pé, com uma direção confederativa caótica e desprovida de imaginação e criatividade, fora a administração sem o menor resquício de transparência, movida e perpetuada em troca de favores e mordomias legadas ao suporte federativo que a mantém, chega uma hora em que algo deva ser feito para alimentar a sobrevida de uma modalidade que deu tantas glorias ao país. Já não menciono o enorme descontentamento relacionado à ação técnico-administrativa da CBB e seu longevo grego melhor que um presente, mas sim uma tênue névoa que teima em pairar por sobre as parcas esperanças na classificação olímpica, como panacéia de um soerguimento escorado em uma seleção nacional, e não por conta de um trabalho de base bem planejado para médio longo prazo, fruto de um encaminhamento lógico de novas gerações, lideradas por profissionais competentes e preparados.

E por conta desse empurrão patriótico, nada como homenagear um grande jogador com a Ordem do Rio Branco, acredito que também em nome dos muitos outros grandes jogadores, como ele, que o antecederam em títulos mundiais e olímpicos. Nada mais justo, inclusive, em nome de uma unanimidade exposta através de mais de cinco milhões de votos que a população de São Paulo o brindou na última eleição senatorial, mesmo ficando em segundo lugar.

Para um presidente da república que admira publicamente aqueles que considera “bons de voto”, posar junto a um dos mais representativos, além de extraordinário atleta, e ainda desfraldando uma camiseta com patrocínio de uma mega estatal, foi uma oportunidade de ouro para referendar seu governo, sua popularidade e seu carisma, irmanado a um carisma desportivo, juntos numa foto emblemática.

Se de alguma forma o governo do país quis reforçar a idéia de que o drama por que passa o basquete em sua administração, não se encontra fora da esfera decisória visando soluções, a condecoração de altíssima relevância de um desportista brilhante, que jamais escondeu seu desejo de influenciar administrativamente sua querida e amada modalidade, foi uma cesta de três pontos a um segundo do fim de um jogo decisivo, emitindo e avalizando um cheque em branco ao portador, para ser descontado no momento apropriado.

Por outro lado, não foi divulgada qualquer outra foto em que o presidente dividisse a cena com os dois representantes da modalidade que acompanharam o homenageado na solenidade, a não ser a que os dois dividem o espaço com o mesmo, numa troca de sorrisos que nada condizem com a realidade, principalmente com o grego melhor que um presente, autor e mentor da aniquilação da entidade fundada pelo agraciado, a NLB.

É de conhecimento publico um jargão que define aquele técnico ou dirigente que se encontra na beira de um barranco, prestes a cair no vácuo de suas incoerências, suas falhas, seus desmandos, suas politicagens, o fato de estar “prestigiado” no cargo, que pelo fato de sua presença na outorga de uma comenda de grande valor nacional àquele que defenestrou publicamente, indica o quanto uma mesma palavra pode definir ações e atitudes díspares entre si, no prestígio oficial de um, em confronto com o prestigio amorfo de outro.

Duas fotos, duas histórias, dois destinos, mas um só futuro. Qual?

Amém.

ANATOMIA DE UM ARREMESSO V

Como já mencionei em artigos anteriores desta série, muito do desconhecimento sobre a técnica dos arremessos, principalmente os de longa distancia, se deve ao fator tradição no ensino do movimento, onde a estética supera a técnica de execução, pautando-se no equilíbrio harmonioso que aufere ao “estilo” a busca a ser alcançada, e não a eficiência direcional e mecânica que deve ser o objetivo final.

E esse objetivo, tem como elemento indissociável ao sucesso do arremesso o controle absoluto sobre a direção da bola à cesta, sem o qual estilos, equilíbrio, força, saltos e pegas não obterão os resultados desejados. Recordando o principio básico da direcionalidade em qualquer arremesso efetuado com uma das mãos, no qual o eixo diametral estabelecido pela flexão dos dedos centrais da mão impulsionadora no momento da soltura, origina um movimento reverso da bola em torno do mesmo (back spin), e que estando paralelo ao nível do aro, e eqüidistante dos bordos externos do mesmo, estabelecerá um sentido direcional cujos desvios, quanto menores forem, mais precisos e centrados serão os arremessos, colimando as variáveis de força e trajetória necessárias na busca da precisão almejada.

Logo, o principio de direcionalidade se antepõe decisivamente aos estilos e à estética, dando ao jogador a enorme possibilidade de sucesso mesmo em situações de total desequilíbrio corporal no espaço, no momento em que mantenha sob total controle a direção imprimida à bola.

No primeiro exemplo (acima a direita) observemos o jogador profissional MacGrady executando um longo arremesso em total equilíbrio corporal, atendendo às expectativas estéticas, num estilo clássico. Mas um detalhe primordial salta aos olhos dos mais treinados na arte de ensinar arremessos, o perfeito alinhamento da mão impulsionadora, numa pega em que a aplicação de força é feita pelos 3 dedos centrais simultaneamente (observar o retraimento do dedo central, a fim de se alinhar ao anular e indicador), e o polegar e mínimo dominando o eixo diametral da bola completamente paralelo ao nível do aro. O controle espacial dos eixos a – b mantenedor do centro de gravidade projetado à área ocupada no momento do salto, e o c- d, responsável pelo direcionamento correto à cesta, demonstram a alta técnica desse jogador, real especialista nos longos arremessos.

No segundo(acima a esquerda), uma contraposição total ao primeiro exemplo, principalmente no aspecto referente ao equilíbrio corporal, comparando equilíbrio e desequilíbrio, mas tendo algo absolutamente em comum com o primeiro exemplo, o controle direcional exercido sobre a bola. O jogador Ginobili é um especialista nesse tipo de arremesso, onde alcança grandes resultados.

Reparemos que, mesmo em total desequilíbrio corporal, com o eixo a – b determinando o quanto o seu centro de gravidade se encontra fora da área que estaria ocupando ao inicio do salto, sua empunhadura mantém o eixo diametral da bola paralelo ao nível do aro (c – d), sob total controle direcional, garantindo o sucesso na tentativa, o que realmente ocorreu.

São exemplos determinantes do quanto o controle do eixo diametral em rotação inversa , paralelo ao nível do aro e eqüidistante dos bordos do mesmo, conotam alto grau de precisão direcional, não dependendo da postura e posicionamento do corpo no momento crucial do arremesso.

Claro, que a absorção desses princípios técnicos ocorrerão no transcorrer do processo educativo dos jovens, iniciando-os pela postura tradicional (fundamentação passada), ensinando e treinando-os nos princípios que regem o controle do centro de gravidade (fundamentação presente), evoluindo, já como infanto e juvenis, para ações espaciais desequilibradas (fundamentação futura), principalmente aquelas mais usuais nos tempos atuais de fortes defesas e embates corpo a corpo.

Como podemos mais uma vez atestar, toda evolução e conhecimentos acerca dos fundamentos do jogo, passam obrigatoriamente por processos didático-pedagógicos firmemente embasados em sérios e detalhados estudos, onde o empirismo tem de ceder sua tão presente realidade entre nós pela premente necessidade de evolução técnica, campo de ação de professores e técnicos, comprometidos com a excelência no ensino e na prática dos fundamentos do grande jogo.

Estudar, pesquisar, trabalhar, é o caminho a ser percorrido, sempre.

Amém.

PS- Um bom artigo para referencia pode ser acessado clicando:

http://paulomurilo.blogspot.com/2007/12/anatomia-de-um-arremesso-iv.html

ESVAIU-SE O SONHO…

Esvaiu-se o sonho num jogo que poderia ter sido ganho com uma dose, não muito grande, suficiente até diria, de frieza e jogo coletivo. Os argentinos apostaram no possível desequilíbrio emocional das estrelas do time brasileiro, e investiram maciçamente para que o mesmo ocorresse o mais rápido possível. Uma cusparada a curta distância de um “torcedor” gigantesco atingiu o rosto do Marcelo que se preparava para um lateral, originando uma cena dantesca, quando nosso capitão da seleção se jogou ao solo, como que atingido por um murro colossal, debatendo-se teatralmente na presença de um juiz que tudo presenciou, mas omitiu sua ação restritora perante a farsa de uma contusão inexistente. Errou ao não exigir a retirada do agressor que continuou impassível em seu lugar encostado à grade, como também acertou em não conotar seriedade aos estertores do capitão prostrado ridiculamente à sua frente. A simples constatação da agressão salivar seria suficiente para a retirada do agressor do recinto, mas a proverbial malandragem nacional se fez mais presente do que nunca, na forma de uma cena teatral que sequer teve a devida repulsa do comentarista da ESPN ao rever a cena em tape, assim como a omissão do juiz. Ora, ora, se tratava de uma guerra, conforme uma faixa estendida no recinto-“Brasileños, bienvenidos a la guerra”- para a qual nos preparamos teatralmente, e não tecnicamente.

E foram as falhas técnicas que determinaram a derrota, minadas pelo arroubo teatral mal executado, que reverteu todo um possível processo de equilíbrio emocional, fundamental ante às pressões exógenas exercidas por 4500 pessoas em sufocante proximidade à quadra de jogo.

Com a ausência de um de seus bons armadores, O Fred, contundido em uma das mãos, viu-se a equipe brasileira perante a realidade de contar somente com o Hélio dividindo a armação da equipe com o Marcelo, em um quarto e meio onde a defesa argentina não permitia o drible incisivo do nosso cestinha para a direita, quando seu temível tiro de três encontra a maior eficiência, obrigando-o a progredir no drible à esquerda, seu ponto mais frágil, mas que o colocava na distância dos arremessos de dois pontos, não tão bem aceitos pelo mesmo. Enquanto isto, os argentinos progrediam no placar de dois em dois pontos, num forte jogo interior, pendurando, inclusive, com três faltas nossos melhores reboteiros, O Alirio e o Colonese.

Com a saída do Helio no terceiro quarto, a armação ficou com os dois irmãos, ambos liberados pela defesa argentina para o drible com a esquerda, dificultando ao máximo os arremessos de três pontos, obrigando-os aos passes por cima das coberturas aos pivôs feitas por uma defesa argentina atenta e taticamente bem preparada para enfrentá-los. A sucessão de erros e perdas de bola deram uma boa margem de 12 pontos aos donos da casa, que iniciaram o quarto final com ares de vencedores virtuais. Nesse momento, com a volta do Helio, e a manutenção dos irmãos e mais o retorno dos bons pivôs, mesmo que pendurados em faltas, a equipe do Flamengo pode contar pela primeira vez na partida com as velocidades defensiva e ofensiva ausentes até aquele momento, dando origem a boas interceptações de bola, e melhores pontos de arremessos de três pela direita, onde Marcelo e Duda são muito mais eficientes. A equipe empatou o jogo, e nesse momento não soube vencer a partida.

O que ocorreu então? Por que não viraram o jogo? Simplesmente por não terem naquela altura do jogo alcançado o grau de frieza necessária para domar o ímpeto da equipe adversária e sua trovejante torcida.

E que frieza seria esta? A de voltar o peso de seu ataque para o perímetro interno, como agiram os argentinos em toda a partida, para, de dois em dois pontos irem se aproximando do clímax do jogo, aquele momento em que vencedores virtuais se vêem perante a possibilidade de perderem um jogo imperdível.

Mas como deixar de cravar petardos de três pontos, e até enterradas acrobáticas nesses ousados que desafiam nossa áurea de craques? Jamais!! E foram cinco ataques sem pontuar que definiram a partida.

Pois bem, até aquele momento, o único autêntico campeão presente no meio daquelas 4500 pessoas, mais jogadores, juízes, mesários, policiais, dirigentes, técnicos, médicos, roupeiros, TV’s, e por que não, penetras também, o Montecchia, que vinha fazendo uma partida discretíssima, porém sem erros, resolve definir o jogo em duas ações magistrais, provando que craque mesmo presente naquele acanhado recinto perdido em uma província argentina, era ele, o Montecchia, campeão olímpico, nada mais, campeão olímpico, muito acima de cusparadas e estertores em uma quadra, onde joga como ninguém. Parabéns.

Amém.