O QUE NOS FALTA TREINAR.

Num hipotético exercício imaginativo,eis-me na incumbência de treinar,somente treinar nossos jogadores para o Mundial e com algum tempo para fazê-lo.O que faria?O que priorizaria?Que medidas tomaria?Disse que era um hipotético exercicio pelo fato de ter sido o único técnico de qualidade da minha geração que nunca teve a meritória oportunidade de treinar uma seleção brasileira,por motivos eminentemente políticos e discriminatórios.Vida que seguiu,e eis-me aqui imaginando o que faria,com a certeza de muitas décadas de experiência,de trabalho,de estudos e pesquisas,e,principalmente,pelo posicionamento frontal e combativo ante os desmandos que foram cometidos nos últimos 20 anos por administrações absolutamente catastróficas.Por nunca me omitir ,e jamais cooptar com as mesmas fiquei à margem do processo,mas nunca distante do mesmo.Mas,voltando ao inicio,o que faria? Primeiro assumiria o comando e nomearia tão somente um assistente,assistente mesmo,e não um segundo comando,assim como um bom e capaz preparador físico,e não um moldador de físicos.Um estagiário organizaria um pequeno sistema estatístico baseado em coeficientes de produção,e não percentuais de performance.Claro,que dominasse e soubesse interpretar os dados,e não manipulá-los pura e simplesmente.Um bom médico desportivo e um fisioterapeuta,e um mordomo competente completariam o grupo,e mais ninguèm,principalmente pseudos psicólogos que sempre se apresentam em vésperas de grandes competições, caminhadores em brasa viva e os oportunistas das palestras mágicas que levam às vitórias.Feito isso,quatro semanas em tempo integral de fundamentos e preparação física,principalmente aeróbica e de flexibilidade. Fundamentos de drible,pois nossos jogadores pensam que sabem driblar,mas desconhecem
essa dificil habilidade,principalmente na criação de espaços onde não existem.Passes longitudinais e sagitais à cesta,e nunca paralelos à linha final.Passes em movimento e de grande profundidade e extensão.Passes para o interior do garrafão sempre em ponto futuro,passes tensos e precisos,cuja responsabilidade é sempre de quem passa,e não de quem recebe.Fintas com e sem a posse da bola,sempre usando o corpo do adversário como pivô rotativo,que é a alma dos posicionamentos nos rebotes,principalmente os ofensivos.Quem os treinam?Se é que conhecem as técnicas de execução.As transposições de velocidade horizontal em vertical,chave para os saltos de tempo visando a posse da bola nos rebotes em movimento,e a anteposição não faltosa dos arremessos.As paradas e partidas,onde os jogadores se mantêm sempre em equilibrio instável,base para as mudanças rápidas de direção.O posicionamento estratégico dos pés nas atitudes defensivas,assim como os deslocamentos também defensivos junto ao corpo dos adversários em plena velocidade.A marcação pela frente dos pivôs em toda e qualquer situação de jogo.A marcação lateralizada,e não longitudinal da linha da bola.Os arremessos,ah,os arremessos,tão esquecidos,principalmente os de curta e média distâncias,em nome das enterradas e dos temerários e aventureiros arremessos de três pontos,território de uns poucos realmente providos de precisão para executá-los.O conhecimento do que uma tabela pode ser explorada em arremessos sob forte pressão,assim como poder executá-lo com razoável precisão mesmo em desequilíbrio total.O conhecimento quase mágico das potencialidades do controle do eixo diametral nos arremessos,e de uma simples lei de Newton nos dribles e nos passes.O conhecimento dinâmico do que seja um corta-luz,seja interno ou externo,o que vem a ser um dá e segue,e como utilizá-lo.O que deve e precisa conhecer sobre jogar contrário a posição da bola,e saber como ir de encontro a mesma.Promover a extinção de sinais semafóricos de jogadas,assim como nomeá-las com nomes e apelidos.Equipe treinada sai jogando,não precisa de formação coreográfica para iniciar a ação.O trabalho estafante e desgastante de dois contra dois,três contra três,e assim sucessivamente.A instrução sempre voltada à defesa,exatamente para provocar reações imprevistas a quem ataca.Treinar o sistema ofensivo,duramente,não para que dê certo em sua configuração,e sim que desencadeie no adversário atitudes,que quanto mais previsiveis forem,melhor serão os resultados da ação ofensiva,fator que elimina o desenho coreográfico,mas configura o buscado,porém dificil aproveitamento das falhas defensivas,sejam elas individuais ou coletivas.Esses fatores eliminam a famigerada prancheta,que cederá lugar ao entendimento prático do que realmente está ocorrendo na quadra de jogo,principalmente pelos jogadores,dando ao técnico a suprema oportunidade de instruí-los pelo ângulo das falhas e fraquesas individuais,sejam as mesmas do adversário ou de sua equipe.Essas preocupações pelos detalhes técnicos e pelas atuações individuais é que conotarão a produtividade coletiva,dissociada e afastada de um desenho canhestro, ilusório e fantasioso exposto em uma prancheta.Finalmente,adequar as capacidades físicas de velocidade e flexibilidade a principios de preparação física que realcem tais qualidades,e não condicionamentos que os entravem com a justificativa de que a força é a chave para o enfrentamento ante equipes que a previlegiam ,exatamente por não possuirem as qualidades que previlegiamos.Com esse preparo,o sistema escolhido fluiria sobre uma base fundamentada no conhecimento e dominio do que seja jogar basquetebol,e não sobre exibicionismos dissociados das reais necessidades de uma equipe de alta competição.Tanto jogadores,como a comissão técnica saberiam o que fazer e realizar em quadra,pois treinariam para tal,e não combinariam em torno de uma prancheta o que fazer ante situações que não treinaram,ou não têm competências para contorná-las e enfrentá-las.Claro que tudo isso não passa de um ensaio utópico para mim,mas que pode ser perfeitamente realizado por uma comissão de verdade,liderada por alguém que assuma a responsabilidade de um verdadeiro lider,e não um quarteto uníssono e como apregoam,homogêneo.Será?De verdade?Duvido.E como retoque final,ou inicial,desmontaria a conotação de grupo fechado,declarado por jogadores após a Copa América,e se preciso fosse afastando-os se mantivessem tal posição,pois nada que foi proposto hipotéticamente acima, funcionaria ante tais posições,que não cabem a jogador nenhum manifestar e apoiar.Falta somente um ano para o Mundial,e algo pode ser feito de produtivo, e que representará muito para o futuro do basquetebol em nosso país.Amen.

A VITORIA DO BOM SENSO OFENSIVO.

Nos jogos que pude acompanhar pelo Campeonato Europeu vencido pela Grécia,constatei algo realmente preocupante.Como nas finais do Campeonato da NCAA,onde todas as equipes,e eram dezesseis,jogavam rigorosamente iguais tàticamente,neste Campeonato Europeu a situação tática era a mesma,ou seja,com duas exceções,Alemanha e Grécia,todas jogavam com um único armador,e com os pivôs subindo para a linha dos três pontos para bloqueios e até penetrações,tal qual jogamos aqui no Brasil.É o tal”basquete internacional” que se instalou mundo afora pela influência da NBA.O que surpreendeu foram as seleções da Italia e da Lituânia adotarem tal sistema,ao contrário do que apresentaram nas últimas Olimpíadas.Grécia e Alemanha jogaram permanentemente com dois armadores no perimetro externo,sendo que a Grécia os mantinham próximos um do outro,em permanente ajuda e deslocamentos de extrema rapidez,tanto no apôio dos homens altos, como nas penetrações individuais.Eram armadores de grande habilidade,ao contrário dos alemães,fracos e pouco criativos.Mas mesmo assim,e com a participação brilhante do Nowinsky chegaram à final merecidamente.Foi a vitoria do algo novo,ou revivido,a ressurreição de dois armadores,não tão baixos assim,e a utilização de homens muito altos,porém rápidos e em constante movimentação.Um dos comentaristas de nossa TV,viu nos jogos algo de inusitado,o sistema “trombador” empregado pelas defesas,onde os armadores jamais estavam livres para evoluirem,sendo trombados permanentemente,o mesmo acontecendo com
os pivôs perto da cesta.Me desculpe o ilustre comentarista,mas trombada só é possivel quando atacantes e defensores estão em movimento permanente,tornando-as inevitáveis pela dinâmica de suas ações,pelas constantes trocas de direção,propiciadas pelas trocas defensivas e flutuações.Ajudas poderemos dizer,efetuadas por todos em plena velocidade.No sistema NBA,onde determinadas ações de ajuda e cobertura são proibidas,inclusive quando marcam por zona,no intúito de estabelecerem sempre que possivel os embates de um contra um,geram imobilismos daqueles jogadores fora da ação.Aqui no Brasil é o que fazemos servilmente,tanto nos clubes,como nas seleções,e o pior,desde as categorias de base.Qualquer livro ou manual de basquetebol,desde aqueles publicados nos anos 30 do século passado,conclamam a necessidade de marcação rígida ao atacante de posse da bola,exatamente para prejudicar ao máximo seus passes,dribles e arremessos,e como ambos,atacante e defensor,estão em movimento,as trombadas são inevitáveis.Elas só não existem em desportos que têm uma rede a dividir os contendores.Quanto às trombadas observadas dentro da zona restritiva(nem sempre pintadas…)com a qualificação de jogadores muito altos e cada vez mais ágeis,elas se tornam parte do jogo,ao contrário do empurra-empurra desenvolvido por aqueles jogadores macilentos e lentos do sistema NBA.A equipe grega venceu porque corajosamente adotou o sistema de dois armadores puros e três homens altos velozes e ágeis atuando o mais próximo possivel da cesta,deixando todo o perímetro para as ações rápidas,inteligentes e ousadas de armadores de excepcional qualidade.Que fique a lição daqueles que desde a antiguidade sempre estiveram na vanguarda da evolução humana,naquele aspecto que difere uma civilização de outra,a arte e a criatividade.O resto é conversa fiada,é pura trombada.

CRITICAS,MUITAS CRITICAS,MAS O QUE FAZER?

Belo artigo o do jóvem Fabio Balassiano no Databasket,coloquial,sincero e profundamente humano.Parabéns.Mas deixa um gosto amargo de impotência ante um quadro de devastadora descrença no futuro de nosso amado basquetebol.No entanto,sutilmente abre-se uma nêsga,quase imperceptível,de esperança no surgimento de uma liderança autêntica,verossímel e factível.Acredito que tal liderança somente ocorrerá pelo consenso de nossas melhores cabeças pensantes,daqueles criticos responsáveis,daqueles estudiosos da historia do jogo,daqueles beneficiários do que de melhor o esporte pode auferir a um indivíduo ou coletividade,daqueles que se reportam à noticia legítima e escarecedora,daqueles que dirigem e orientam as gerações com responsabilidade e interêsse cívico,enfim,de todos aqueles que entendem o verdadeiro significado da atividade desportiva como um vetor autêntico e irrefutável de progresso e educação.A encruzilhada quase metafísica em que se encontrou o articulista após sua entrevista com o mestre,é a mesma que todos aqueles que amam o basquetebol devem estar encontrando.No entanto,algumas experiências que testemunhei no passado,e das quais participei em parte,me permitem algumas sugerências,que no avêsso dos palpites irresponsáveis,poderiam ajudar no encontro de tão almejadas lideranças,pois uma só,
por mais carismática que seja,corre o perigo de se esvaziar por forças antagônicas que sempre se levantam quando não se tem retaguarda.Falo de lideranças regionais,
setoriais,que se congregam em torno da liderança maior,o objetivo a ser alcançado.
Esse objetivo é que deve ser fruto do consenso,a luta maior,o bem comum.Para tanto,
sugiro um encontro,aqui,em S.Paulo,ou em outro lugar qualquer,de todos estes magnificos criticos,dos sites e dos blogs,das colunas especializadas em jornais,das redes de televisão,das radios,das associações de veteranos e de técnicos,de todos aqueles que têm algo a dizer ou sugerir,para numa discussão aberta,democratica,e principalmente inteligente,compilar um acêrvo de conhecimentos que dêem à sociedade
aqueles substratos necessários,não só a reflexões,mas a execuções de projetos calcados em nossas reais necessidades e possibilidades financeiras.Um painél aberto
a todos que realmente têm algo a dizer,sugerir,fazer.Se quisermos que algo mude,temos
todas as armas necessárias a tais mudanças,nossa inteligência,nosso amor a causa,e
principalmente,nossa competência.Acho que já se faz hora de negarmos o falso amadorismo,de defenestrarmos os cargos de sacrifício,de almejarmos dias melhores.
Fica ai a idéia,e conclamo a todos para refiná-la,e quem sabe torná-la realidade.Faria um bem imenso ao nosso basquetebol,faria um bem imenso a nós todos.
Mexam-se!

UMA CHAVE PARA DOIS COFRES

A NLB está afundando com a deserção de vários e importantes clubes,que se bandeiam para as hostes da CBB,a começar por Franca,aliado de primeira linha do idealista Oscar.São estas as noticias que se espalham pelos sites e colunas que cobrem o basquetebol nacional.O grande enfrentamento CBBxNBL parece que não acontecerá,pelo menos quanto à qualidade técnica de seus aguardados campeonatos.E o que esperavam os criadores da NBL?Que a CBB entregasse a chave do cofre facilmente?Do que viveriam daí por diante?Por acaso imaginaram que tal transferência de poder econômico fosse abdicado sem luta?Com quem pensavam que estavam lidando?Com amadores idealistas?Não minha gente,não se brinca com raposas felpudas,a não ser que estejam mais treinados e ressabiados do que elas,o que jamais estiveram.E a turma que de saída apoiou “integralmente” a bandeira emancipatória,mas que ficou descaradamente em cima do muro,ao sentir qual lado lhes daria mais vantagens,bandeou-se sem maiores cerimônias para o colo do grego melhor que um presente.E ele só fez baloiçar a chave do cofre,com a sutileza de uma raposa astuta e solidamente vivida.Mas essa chave mágica detinha um outro e decisivo poder,o de abrir um outro cofre,tão ou mais atraente e poderoso quanto, o do fascinio exercido pelas seleções nacionais,que atrae
a midia e garante o suprimento do cofre antes disputado.Nosso país,ao não exercer a
politica de massificação desportiva,destina seus parcos recursos às seleções nacionais,para que estas sirvam de exemplo a ser seguido pela juventude,o que geralmente não ocorre,exatamente pela ausência de insumos orçamentários para seu desenvolvimento.Então,como num circulo perverso e odioso,as verbas,geralmente estatais são alocadas às seleções,que passam a ser os alvos a serem conquistados.E
nessa luta pelo poder,as vaidades,tanto de dirigentes,como de potenciais técnicos se
exarcebam,em níveis que beiram o absurdo,e onde o mérito jamais é levado em consideração,e sim o valor do QI,ou seja,o Quem Indica,ou é forçado a indicar. Claro que tais exemplos de abnegação,pois todos apregoam em alto som exercerem “cargos de sacrificio”,geram atitudes similares nos atletas,pois o exemplo vem de cima,e como tal deve,e pode ser imitado.E o que vemos e testemunhamos são jogadores trocarem de equipes da NLB para as da CBB,a fim de garantirem bons contratos por estarem na seleção nacional,ou de apregoarem a instauração de um grupo fechado àqueles que não
se enquadrarem aos designeos do grupo.São técnicos já em preparação e aquecimento para deslancharem o Tapetebol,assim como outros que de posse de um microfone destilam criticas e odes ao que fariam,mas que na prática cometem os mesmos erros,e até piores
daqueles que criticam.E é nesse jogo de patrióticos interesses que se perpetua o dono
inconteste da chave que abre ou fecha os dois cofres ,o que detem o poder econômico,e o que manipula as vaidades,as mesquinharias e as incompetências daquelas mesmas figuras que nos lançaram ladeira abaixo no cenário internacional dos últimos vinte anos.Para o grego melhor que um presente não interessam novas técnicas,bons técnicos
dirigentes capazes,políticas de pratica massiva.Não interessa ligas,pequenas,grandes
ou enormes e ambiciosas como a NLB,que lá no fundo,bem no fundo da questão sempre
esteve de olho naquele chaveirinho preso no cinto do grego,que jamais se desfaria de
seu próprio presente,a chave para dois cofres.Como humilde sugestão,me reporto aos artigos que tenho escrito nesse também humilde blog,que a Associaçao Brasileira de
Federações de Basquetebol,hoje composta de 9 Federações,as que se opuseram ao atual presidente da CBB nas últimas eleições,trabalhe ardua,tecnica e administrativamente
no intúito de terem em seu meio mais 5 federações,que é a única fórmula democrática
para conquistarem o comando do basquetebol brasileiro,e que comecem pela Federação
Paulista,com o Oscar como presidente,um homem que sufragou 5 milhões de votos para
senador da república,e que foi abandonado em seu sonho pela NLB por um dirigente,um dos que se encastelaram em cima do muro,e que hoje é senador sem um único voto sequer.Se querem mudar o basquetebol no Brasil,conquistem o poder de fazê-lo,assim como aqueles que lá estão o fizeram.O resto é,bem,é o resto.
Em tempo-Tapetebol-A arte de puxar o tapete dos pés de um inimigo,ou de um colega de profissão.

A INSINUANTE PANELA.

No artigo da semana passada,”Quadratura Omissa”,chamei a atenção sobre declarações de atletas da seleção a respeito do posicionamento do jogador Nenê com relação a sua não participação na Copa America recem terminada.Critiquei veementemente as aludidas declarações,e o silêncio dos quatro técnicos que comandaram a equipe na Copa.Agora,na coletiva de imprensa promovida pela CBB o Técnico 1(como são quatro, com direitos e comandos iguais,enumerá-los torna-se naturalmente óbvio),declara:”Falaram que o grupo ficou chateado com o Nenê e não o querem mais na Seleção.Não é bem por aí.O grupo quer todo mundo que tenha o mesmo pensamento.Se ele vier e estiver em sintonia com o elenco,será um grande reforço.Aqui ninguém tem vaidade e todos pensamos no Brasil.Se ele vier com esse pensamento,será muito bem vindo.Precisamos melhorar o nosso rebote.Esse é o nosso ponto fraco.Estamos pegando muito poucos rebotes defensivos e esse é o fundamento que mais me preocupa no momento”.Com o silêncio dos Técnicos 2,3 e 4,fica claro ser esta a posição de todos,inclusive pelo fato de termos lançado ao mundo a figura do Técnico Porta-voz,aquele que transmite à equipe,aos dirigentes,ao público e á imprensa,as decisões uníssonas e harmoniosas do grupo.O Técnico 1 só se traiu um pouco ao mencionar ao final de suas declarações…”é o fundamento que mais me preocupa no momento”.Deveria dizer”nos preocupa”,mas são minimos detalhes que se
moldarão com o tempo…Mas são declarações que deixam no ar sérias dúvidas,sérias
preocupações,senão vejamos:A que grupo se refere o Porta-voz,o dos jogadores, o da
comissão técnica,ou ambos? “Falaram que o grupo ficou chateado com o Nenê…”foram declarações em alto e bom som do jogador Alex,corroborado pelo companheiro Guilherme
que se diziam representantes dos demais colegas.Mencionaram um tanto atabalhoadamente
já terem o grupo fechado,ao qual o Nenê deverá se enquadrar se quiser participar no Mundial.Esclarecendo esse detalhe por intermédio de declarações públicas,deveriam os técnicos terem tomado, uníssona e harmoniosamente, enérgicas providências,também públicas,no intuito de manterem intactas suas posições de liderança e independência perante àqueles jogadores e todos os que almejam disputar vagas com os mesmos no futuro.Ou será que o fechamento do grupo é uma realidade?Pelas declarações dos jogadores porta-vozes,parece que sim,mas é esta a posição do outro grupo,o dos técnicos?”O grupo quer todo mundo que tenha o mesmo pensamento…Se ele vier e estiver em sintonia com o elenco,será um grande reforço”.O discurso é o mesmo,tanto do elenco,como da comissão,o que é altamente prejudicial,quando se sabe,e se constatou, que a equipe para o Mundial nem de longe pode ser constituida por muitos daqueles que fizeram parte do atual elenco.Mesmo massificado,Nenê ainda mantém muito de sua velocidade natural,e é muito superior tecnicamente aos pivôs do atual elenco,
e que junto a Ticher,Anderson,Estevan e Bambú,formariam um grupo de reboteiros de alta qualidade e grande elasticidade e velocidade.A discussão primordial não pode passar por opiniões,ou posições de pretensos grupos fechados,ainda mais formados por
jogadores,que ao agirem dessa forma agridem os preceitos mais primarios de disciplina
coletiva,que é a base de sustentação de qualquer equipe desportiva que se preze.Mas
se forem estas as mesmas posições de quem os dirigem,ai a situação fica insustentável
tanto fora ,como dentro do campo de jogo.”Estamos pegando muito poucos rebotes defensivos…”,complementou o Técnico 1,o que soa falso,pois foi o dominio da tabela defensiva que nos deu a vitoria na Copa,com o Ticher atuando de forma devastadora. Onde falhamos,e falhamos feio,foram nos rebotes ofensivos,exatamente pela exigência do sistema implantado na Seleção,no qual,os pivôs sobem na linha dos três pontos para atuarem canhestramente como passadores de bola e executores de inóquos
corta-luzes aos armadores,abandonando suas posições junto à cesta,abdicando sistematicamente dos rebotes,fator que Nenê nenhum do mundo poderia suprir.Nesse pormenor tanto a comissão como o Laptop se calaram,o que confirma a continuidade de
tão lastimável sistema.Tanto o “grupo fechado”propugnado pelos jogadores,quanto a teimosia técnico-tática da populosa,porém unissona e harmoniosa comissão,constituem
e instauram insinuantes panelas,que nos deixam fragilizados às vésperas de um Mundial
que queiram,ou não,definirá nosso futuro para os próximos 10 anos no plano internacional.Que baixe a luz do bom-senso e que uma correta e urgente liderança se faça sentir sem mais adiamentos e discursos inúteis e evasivos.

ENFRENTANDO TURCOS E OUTROS BICHOS…

Em duas semi-finais do Campeonato Europeu Feminino que assisti hoje,sábado,pela TV constatei o fim das grandes pivôs,massudas e pesadas,e o advento de jogadoras cada vez mais altas,esguias e rápidas,e em todas as posições,das armadoras às pivôs.As equipes da Russia e da República Tcheca foram pródigas neste novo modelo de atleta,e que teve seu começo na Australia em 91 quando a equipe brasileira venceu o Mundial exatamente por adotar o esquema fundamentado em jogadoras esguias e pivôs altas e ágeis,velozes e saltadoras.O que fizemos depois,invertendo o processo, já expús em artigos passados,e pelo visto ainda teimamos na negação do que nós mesmos inovamos naquele Campeonato.Mas tanto as européias,como as americanas cada vez mais investem na velocidade aliada à leveza,produzindo jogadoras extremamente versáteis e rápidas.Inversamente às mulheres,muitos países,ainda prêsos à influência exercida pela globalizada NBA,mantêm esquemas fundamentados em jogadores pesados e lentos,mas que aos poucos vão sendo suplantados pelo exemplo aprasentado pelas equipes femininas.Em artigo recente um articulista chama a atenção para a equipe da Turquia,que sob o comando de um técnico sérvio venceu o grande time da Itália por quase trinta pontos ao se utilizarem de jogadores muito altos,pesados,não muito velozes,mas que blindaram seu garrafão defensivo aos atacantes italianos,que claro,não foram tão eficientes nos tiros longos o quanto costumam ser normalmente.Alerta o mesmo articulista que a Seleçaõ Brasileira,se adotar o sistema baseado em velocidade e tiros longos que empregou na Copa America,corre o extremo perigo de não passar da primeira fase do Mundial.Em miúdos,se não adotar o estilo massudo e pesado,principalmente na defesa do perímetro nada conseguirá de concreto,e
apresenta o exemplo turco como um argumento poderoso do que propugna.Será a Turquia tão poderosa assim?No concêrto mundial esse país pouco apresentou de inovador para o basquetebol,a não ser o fato de,tendo em seu país uma enorme base da USAF,que das forças armadas americanas é aque mais se destaca no desenvolvimento esportivo,em particular o basquetebol,que é incluido na formação de seus pilôtos como treinamento de movimentos precisos e estratégicos.A influência exercida pela longa permanência em países de bases americanas,manifesta na população,principalmente a mais jovem,o interesse por suas atividades,e o esporte em particular.Basquetebol existe na Turquia exatamente por isso,pois seus esportes naturais sempre foram o futebol,as lutas e o levantamento de pêso.Com jogadores muito altos e pesados,e que jogam na NBA e clubes europeus,o técnico sérvio montou tal máquina de bloqueio que parou a equipe italiana,
que ainda mantem dois ou três jogadores do mesmo quilate fisico dos turcos,mas sem a
força bruta dos mesmos.Duvido que mantenham tais jogadores,substituido-os por outros mais leves,porém velozes e hábeis.Argentina,Lituânia,e provavelmente a Russia empregarão o sistema que privilegia a velocidade em detrimento da força,pois essa tendência cristalizada nas últimas olimpíadas varreu o mundo,inclusive a NBA que teve no Suns seu representante maior e já imitado por outras equipes da grande Liga.No Campeonato Universitário desse ano,a mais festejada”inovação”foi o ressucitamento do
arremesso de dois pontos por quase todas as equipes finalistas,sinalizando a volta do
drible e das fintas como antíteses do Passing Game,assim como o abandono quase total
dos grandes pivôs intimidadores ante bandejas e enterradas.O Brasil,se optar pela velocidade e habilidade de seus pivôs,estará dando um passo certeiro ante tal tendência,corajosa e inteligentemente adotada por nossos hermanos argentinos,bem secundados por lituânos,italianos,e sob alguns aspectos, pelos espanhois.Mas para tanto teremos de contar com armadores muito bem treinados,onde as duplas Valtinho e
Leandro,Nezinho e Huertas,sejam preparados para atuarem no perímetro,evitando a subida descabida dos pivôs,que enfraquece os rebotes ofensivos,e fazendo-os se movimentarem permanentemente pelo garrafão ofensivo,a fim de deslocarem os defensores
que quanto mais pesados e lentos forem,tanto mais eficazes nos tornaremos nos arremessos de curta e média distâncias.Os arremessos de três pontos devem ser executados por aqueles dois ou três especialistas,nas ocasiões em que possam ser concretizados com tempo necessário a um bom , preciso e equilibrado disparo.Ter uma equipe ágil,veloz,alta e mais leve,em hipótese alguma denota fraqueza defensiva,pois a maior arma que uma formaçaõ desse quilate pode apresentar é o jogo antecipativo,tanto defendendo como atacando,qualidade única propiciada pela velocidade de ações.Equipe pesada e lenta jamais poderá atuar em antecipação.Devemos nos lembrar que,com a divulgação maciça do sistema NBA de jogo pelo mundo,imitado à exaustão,tornou tal sistema de uso quase universal,com o codinome de”basquete internacional”,fazendo que todas as equipes jogassem de forma igual ou semelhante,com pouquissimas variações,e que somente nos últimos três anos pudemos testemunhar mudanças bem radiacais,exercidas por uns poucos países,que ao vencerem as últimas competições internacionais,soaram o alarme de que se poderia jogar de outra maneira,e a Argentina foi brilhante nessa opção.Temos jogadores altos e velozes,e que poderão,se bem treinados,marcarem seus oponentes pela frente,sempre,pois serão cobertos permanentemente pelos companheiros,também altos e velozes,e por isso mesmo habilitados a rapidos contra-ataques,como já ensaiamos na Copa America.Se concretizarmos essa tendência,e temos competência para tanto,poderemos enfrentar turcos e outros bichos,por mais ferozes que possam parecer.

QUADRATURA OMISSA.

“Seleção de basquete esnoba Nenê”,é o título da reportagem no O Globo de hoje,7 de setembro.Perguntado sobre o assunto o técnico principal do quarteto desconversou-“Não quero falar sobre isso.O holofote deve ser direcionado para quem trabalhou”.E como numa lavagem de mãos a”La Pilatos” abriu caminho a alguns jogadores que se arvoraram em porta-vozes do grupo,com declarações dos seguintes teores:Do grande craque Alex-“Quem não se encaixar no espirito de união da seleção vai ser excluido do grupo.Se o Nenê quiser voltar,vai ser bem-vindo,mas se não for,não vai fazer falta”.Mais adiante continua-“Chegar para jogar o Mundial,sem ter roído o osso da Copa América,não pega bem.Se um fizer isso,todo mundo vai se sentir no direito de fazer também,no futuro”.Outro craque internacional,Guilherme informa que existe uma decisão tomada pelo grupo de atletas a respeito de Nenê.”O que nós conversamos é que o grupo está fechado.Não no sentido de que não entra mais ninguém,mas quem quiser chegar agora,vai ter de entrar no clima.Não digo entrar no esquema,porque vai parecer que existe uma panela.Mas o Nenê vai ter de conquistar o espaço dele.O time que trabalhou e fez sua parte é este aqui.Acho até que a gente está falando demais em Nenê.Não é justo falar tanto de quem não foi”.Essas declarações estão no jornal de hoje,com todas as letras e foto de meia página,e juro que é verdade,estão lá para quem quiser testemunhar um dos maiores absurdos que tenho lido nos últimos 40 anos.Os antigos sempre souberam de jogadores que eram conhecidos como derrubadores de técnicos em seleções brasileiras,e da existência de técnicos que promoviam suas panelas sem maiores cerimônias.Mas eram atitudes na calada dos corredores,no cochicho dos vestiários,ou nos quartos de concentrações.No mundo atual da midia escancarada,jogadores,repito,jogadores expôem publicamente decisões que não lhe dizem
respeito,em atitudes somente possiveis pela omissão de uma comissão de técnicos sem um minimo de controle disciplinar e preparo para o comando.Que autoridade esses projetos de atletas tem para virem a publico determinarem regras,conceitos de conduta
e politica grupal,quando sua unica função,e para qual são selecionados,é a de treinar e jogar pelo seu país? Que comando é esse que se permite tamanho ultraje?E olhe que são quatro,QUATRO,e um Laptop.Dois outros,os que realmente levaram a equipe ao podio
Leandro e Tiago foram mais comedidos,pois se situaram na condição de atletas,e não lideres de uma perigosa panela que ensaia seus primeiros passos,com a conivência silenciosa de seus comandantes.Se quisermos chegar ao Mundial com boas perspectivas de um relativo sucesso,deveremos urgentemente estabelecer uma rigorosa e preventiva clareada em alguns conceitos que teimam em se estabelecer no âmago organizacional de nosso basquetebol.Repito por mais uma vez,comando se exerce,não é dividido,ainda mais
entre quatro.Mas que pelo menos um deles tente,se puder e tiver peito,fazer calar uma insurgência que,sem dúvida,porá em risco toda e qualquer tentativa de melhora em nosso basquetebol.Para grupo fechado proponho um eficiente e afiado abridor de latas,
de preferência inox.Que vão subverter em outra freguesia,e que se juntem a eles aqueles que se omitirem em comandar.

O QUE DIRIA NOSTRADAMUS?

Abro a pagina esportiva do O Globo desta terça feira, e lendo atentamente a reportagem sobre a conquista da Copa America pela Seleção Brasileira de Basquetebol,destaco um depoimento dado pelo atleta Leandrinho em uma coluna específica a seu respeito,e outro,do técnico Lula na reportagem geral.Perguntado de “Como se sentiu depois da sequência de seis bolas de três no último quarto?”,respondeu:”Foi um momento bom que tive na partida.Fui feliz ao converter as bolas de três.Os tiros de três são uma parte da qual eu gosto.Eu treino muito os tiros de três pontos,pois é algo que eu sempre exijo de mim”.Note-se que até aquele momento Leandro vinha convertendo seus pontos em penetrações ousadas e lances-livres.Na reportagem geral,a declaração do técnico Lula:”O titulo veio da superação coletiva e do conjunto.Os destaques individuais não jogaram para si,mas para o time.Quando Leandrinho acertou a primeira das seis bolas de três (no último quarto),armamos as jogadas para que ele fizesse as outras”. Fantastico,
inacreditável,simplesmente divino.Ao converter uma bola de três,a comissão técnica pede um tempo e monta cinco jogadas pela certeza de que o Leandrinho converteria mais cinco bolas de três,decisivas e que dariam a vitoria ao Brasil!Não me contive e corri ao video para me ciêntificar de que aquele milagre tinha sido planejado,perpetrado
minuciosamente por uma comissão que aposentou definitivamente todo e qualquer poder
de previsão de um inculto e réles Nostradamus.Mas o que constato são cinco situações
de arremesso totalmente diferentes entre si,fundamentadas em pura ação criativa,e até certo ponto temerária por parte de um atleta imbuido do tudo ou nada,e tendo ao lado
o jogador símbolo dessas ações puramente individuais,o MVP do Campeonato,Marcelinho.
Que conjunto é esse mencionado pelo técnico que,em suas declarações destaca divinamente um único jogador para com seis bolas de três pontos levantar o Campeonato
Duvido que todos os quatro cérebros comissionados sequer pudessem imaginar tal proeza por parte do Leandro,quiça planejá-las.Trata-se simplesmente de apropriação indébita de uma sequência inverossímel no plano de uma prancheta,por mais cabalística e mágica que possa parecer.Lastimável e comprometedora afirmação,de um momento do jogo que pertenceu única e exclusivamente ao jogador,ao Leandrinho.E como fecho de ouro da magnifica materia,tivemos as declarações do antigo técnico da seleção que assim se expressou:”Lancei esses jogadores na seleção com menos de 21 anos.Na época,propús um plano de dez anos e disse que para o Mundial de 2006 e as Olimpiadas de 2008,teriamos chances.Com a preparação adequada e jogo coletivo,o Brasil tem tudo para lutar por medalhas,porque a individualidade decide,mas o individualismo,não.”
Não só Nostradamus se contorceu em seu túmulo,Sergio Pôrto também.

CONFERINDO A CONTA.

Um dia perguntei ao velho Togo o porque do apelido do Zeny Azevedo nos seus 1,88 ser Algodão.Disse-me ele que a sua leveza e extraordinario senso de colocação o colocava sempre à frente de seus adversários nos rebotes.Era como se flutuasse,dai o codinome Algodão.Mas além dessa qualidade ele possuia o dominio da dualidade tempo-espaço,fator antecipativo aos movimentos em torno de si,que é um dom restrito a muito poucos defensores,principalmete se muito altos.Em nossas seleções sempre tivemos a sorte de possuir um jogador dessa estirpe,como Ubiratan e Gerson Vitalino.Ambos conquistavam os rebotes por sua elasticidade e leveza e ainda concluiam os contra-ataques do outro lado da quadra.Nos rebotes ofensivos eram aqueles que recobravam os arremessos perdidos por seus colegas,enfim,dominavam os garrafões sendo a antítese dos verdadeiros monstros de musculos que pululam na NBA e agora entre nós.Foram duas jogadoras dessa estirpe que propiciaram a Paula,Hortência e Janeth a posse da bola para seus contra-ataques velozes e mortais.Mas como alguns dos jogadores masculinos,sofreram um recondicionamento fisico para se tornarem”aptas”ao enfrentamento futuro com as massivas adversarias internacionais.Sabemos no que deu tão irresponsavel intervenção fisiológica perpetrada por gente que nem de longe difere um halterofilista de um jogador de basquete.Agora temos um digno sucessor daqueles grandes jogadores,o Spliter,que em sua leveza,aparente fragilidade,mas com um dominio quase mágico de tempo-espaço,
supera os monstros de plantão e supre num caudal inesgotável os velozes companheiros
para efetuarem o que de melhor possuimos,o jogo de velocidade,sendo que em muitas das conclusões lá estava ele,o Spliter,concluindo as jogadas.Em um artigo passado conclamei-o a não trocar a Europa pela NBA,onde fatalmente sofreria os processos de”engorda técnica”que a maioria de futuros aspirantes aos milhões de dolares tem de se submeter a fim de pertencer a tal seleto clube.Agora mesmo,o Senado americano encostou a administração da NBA contra a parede,exigindo da mesma as regras de controle de doping em suas equipes.Prontamente o Sindicato de Jogadores se colocou contra tais intromissões,ameaçando inclusive com uma greve se tal controle fosse rigido demais.Ficou estabelecido que os novatos se submeteriam a três exames,no inicio da temporada,ao meio e nos playoffs se lá chegassem.Os veteranos somente no meio da temporada.Tirem as conclusões que quiserem,mas isso explica alguns comportamentos de muitos jogadores que se negaram a defender seleções nacionais de alguns paises.Tiago Spliter tem de ser protegido de uma pleiade de pretensos cientistas esportivos,um bando de aventureiros inescrupulosos,para se manter como está,assim como o Anderson Varejão,enxutos,rapidos,flexiveis,pois dessa forma podem marcar os opositores à frente com suas velocidades inatas,e podem se deslocar com mais velocidade ainda em busca de bolas que nenhuma massa descomunal poderá atingir.
Por outro lado,torna-se nacessario treinar em profundidade,com alta dose de sabedoria e principios táticos e técnicos os bons armadores que possuimos,principalmente o quarteto Leandro,Valtinho,Huertas e Nezinho,para formarem duplas em N combinações, pois só dessa forma dominaremos o perimetro,evitando de uma vez por todas o estupido
deslocamento de nossos homens altos para a linha dos três pontos.E que finalmente,
treinemos de verdade,DE VERDADE,nossos alas,principalmente nas fintas perpendiculares a cesta,nos rebotes com transposição de velocidade horizontal em vertical,nos arremessos em situação de desequilibrio quando proximos a cesta,e principalmente como
defender seu proprio campo.Dois ou três especialistas nos três pontos são mais do que suficientes a uma boa seleção,e não o desperdicio de oportunidades nas mãos de quem
se acha mestre nessa arte de poucos.O binomio velocidade-flexibilidade deve ser mantido,pois atende nossas qualidades inatas,e que são a antítese das jogadas coreografadas em pranchetas pseudo-mágicas,que se perpetuam já a um longo e tenebroso inverno entre nossos técnicos,agora em forma grupal,unissona e afinada.Com o dominio
do perimetro através o drible e os corta-luzes incisivos dos armadores,e o deslocamento permanente e veloz dos homens altos,lá dentro,bem lá dentro da zona restritiva(que não precisa ser pintada…)teremos condições de enfrentamento com qualquer equipe no mundo,ainda mais se voltarmos ao jogo em velocidade,com um minimo de passes,e com um treinamento poderoso e prioritário dos fundamentos,pois essa é que deverá ser a mensagem a ser seguida pelas novas gerações,um basquetebol no qual driblar,passar,arremessar,defender,rebotear e jogar sem a bola seja copiada por eles ante o exemplo vindo de seus idolos.Mas não vejo como técnicos compromissados com comandos absolutistas e coreograficos,mais preocupados com suas soluções personalistas,possam desenvolver tão necessárias e inadiáveis mudanças.Por tudo isso,parabenizo nossos jogadores pela vitoria em S.Domingos,e torço de coração que possam encontrar em breve futuro,no mundial que se aproxima,não aros quebrados,ou horários apertados para treinar,e sim técnicos que os ensinem a jogar mais do que já jogam,pois nunca é tarde para aprendermos,principalmente os fundamentos do jogo.

E VIVA O JOGADOR BRASILEIRO!

Apesar do tenebroso passing game,de uma defesa por zona suicida,das subidas dos pivôs ao perimetro dos três pontos numa frequência que beirava a insanidade,da utilização de um unico armador teimosamente finalizador,e da existência no plantel de jogadores rigorosamente inadequados a uma seleção brasileira,foi conseguida a classificação ao mundial do próximo ano,graças a coragem até certo ponto subversiva de uma trinca de jogadores que resolveram,aos trancos e barrancos,tomarem para si a responsabilidade maior de, fugindo dos ditames coreograficos impostos por uma comissão teimosa e absolutamente defasada estrategicamente,fazer valer suas qualidades criativas ao abandonarem em momentos cruciais o cabresto que lhes era imposto.Marcelo,Leandro e Ticher,bem acessorados por Alex,por suas qualidades técnicas classificaram a equipe,apesar de mal treinada e confusamente orientada por uma pleiade de caciques,onde deveria existir somente um.Em um torneio de baixa qualidade técnica,com algumas equipes de qualidade para lá de duvidosas,nossa seleção penou para obter a classificação,o que sinaliza para uma mudança técnico-tática,não só no aspecto competitivo,como,e principalmente no aspecto administrativo.Para o Mundial muita coisa tem de ser mudada,reestudada,planejada com bom-senso e conhecimento sobre o que deve ser priorizado,pesquisado e colocado em constante e evolutiva experimentação.É inadimissivel a continuidade do sistema de jogo ora existente,que fere de morte a indole de nossos jogadores,em beneficio de principios pétreos da maioria de nossos técnicos.Não se trata da adoção do liberalismo inconsequente,no qual o jogador pode tudo,e que é o fator que a maioria dos técnicos tende a obstruir no mesmo, e sim a adoção de um sistema que otimize e ajude esse jogador a produzir dentro de um conceito técnico que permita a fluência de seus dotes de efetiva criatividade.Mas para tanto,os técnicos envolvidos em seu treinamento,desde as categorias de formação,
deverão mudar radicalmente seus conceitos de total controle sobre às ações do mesmo no campo de jogo.E so existe um caminho para se conseguir tal intento,o treinamento intenso,elucidativo,detalhado,minucioso,personalizado,no qual as duvidas são dirimidas,as táticas são expostas,treinadas e compreendidas,onde as estratégias se tornem conceituais,de aceitação coletiva,enraizando e determinando o espirito do grupo,e não só de seus treinadores.E que o comando seja exercido pelo mais experiente
por aquele que o conseguiu por mérito,pelo estudo e pela prática democrática,por aquele que determina o caminho a ser seguido,e que se responsabiliza pelo mesmo.E que seu assistente o siga com determinação,com humildade,e principalmente com lealdade,e que o acessore quando necessário e quando obstado a fazê-lo,por ser esses comportamentos diretivos e de liderança os fatores responsáveis pela confiança e disciplina de toda a equipe.E que,finalmente,abram os olhos para outras fronteiras,na Europa,na Asia,ao sul de nosso continente,onde se pratica basquetebol tão bom ou melhor que em Denver,Phoenix e outras plagas norteamericanas,pois é exatamente esse caminho que eles mesmos,os americanos ,já vem trilhando nos últimos anos.Enfim,que deixemos para trás um sistema de jogo que nem eles mesmos,os inventores, acrediatam mais.Temos uma tradição,e respeitá-la pode nos levar de volta ao patamar dos melhores
onde estivemos por merecimento e muito,muito talento.Por tudo que fizeram e realizaram parabenizo o jogador brasileiro,o verdadeiro responsável por nossa classificação,e oxalá que sejam ajudados por técnicos competentes para o grande salto
do próximo ano,oxalá.