O QUE TODO TÉCNICO DEVERIA SABER II.
Principalmente,que nosso basquetebol vai muito mal.Mal de técnica,mal de táticas,mal de sistemas,mal de projetos e planejamentos,mal de pesquisas,e muito,muito mal de técnicos.Já não menciono nem aqueles que empunham microfones,travestidos de jornalistas,no desempenho ilegal de uma profissão,mas que ao contrário da deles,não possue um conselho federal restritor e pseudamente regulador,e que por obra e graça da vontade democrática de uma maioria esmagadora de jornalistas não se fez presente em suas vidas,mas está presente na vida dos técnicos,e que não coibe as suas intromissões na profissão alheia.E o pior,usam a midia para se autopromoverem como “aquele técnico que todo clube ou seleção deveria contratar pelos sábios conhecimentos que possuem”. Lugar de técnico é na quadra,dentro dela,e não ao lado criticando e “comentando” seus colegas(?)de profissão.Menciono enfaticamente a massa critica de técnicos engessados por um sistema de jogo absurdo e criminoso,o passing game,em uma atividade desportiva que sempre privilegiou a diversidade,a criatividade, o gênio,a inventiva,a coragem pelo novo e pelo inusitado, a conquista máxima da improvisação após a sedimentação e consequente simplificação de sistemas realmente eficientes, já que adaptados às características dos jogadores,e não impostos aos mesmos, como se tornou corriqueiro em nosso país.Menciono a indústria das “peneiras”,
ação de rapina que popularizou o futebol de salão desde sua implantação nas quadras que sempre pertenceram ao basquetebol e ao voleibol,peneiras estas que afastou do processo os verdadeiros formadores de jogadores,substituindo-os pelos empresarios do trabalho alheio,do trabalho pesado,minucioso,paciente,técnico,professoral,educativo,
patriótico,e que são alijados das “grandes equipes” por uma turma que nem de longe sabe,domina,desenvolve,cria,pesquisa a grande arte dos fundamentos.Ou será por obra divina,ou geração expontânea o aparecimento de futurosos jogadores em tais peneiras,
as quais formam uma equipe,ou equipes completas no espaço restrito a duas ou três sessões? Milagre dos milagres,formarem-se equipes completas,de todas as divisões,no espaço de uma semana,sem ter de perder tempo em inúteis detalhes técnicos,como por exemplo,ensinar a jogar.São os técnicos de prancheta,tanto para anotar os nomes dos incáutos candidatos,como para designá-los para suas posições de 1,2,3,4 e 5,como passarão daí por diante a serem conhecidos.Daí,para suas localizações coreográficas
em situações de jogo padronizadas,o processo segue normas que infelizmente se propagaram pelo país como o rastilho de bombas,cujas explosões em série tem levado nossas equipes à prática de um jogo mecânico,improdutivo e anti-natural,gerando nosso fracasso nas mais importantes competições internacionais.Menciono aqueles que são conhecidos e reconhecidos como os grandes estrategistas,mas que NUNCA moveram uma palha sequer para unificar uma classe,que quanto mais desunida for,melhor para os mesmos perpetuarem sua auto-promovida importância no cenário desportivo nacional.
Arriscar altos salários para defender interesses e conquistas classistas?Nem pensar!
“Quem tem padrinho não morre pagão”,um dito popular que bem define essa classe de apaniguados do sistema.No entanto,também menciono aqueles que nunca perderam a fé,que
nunca deixaram de estudar,de se interessar,de pesquisar melhores didáticas para o ensino do jogo,de seus tão aviltados e esquecidos fundamentos,mas que sempre foram esquecidos pela midia e por seus pares bem acessorados politicamente.Por que também temos politica nos esportes,que só ganha importancia para os poderosos quando vislumbram lucros,obras e construções faraônicas que só beneficiarão engenheiros,
economistas,arquitetos,construtores,hoteleiros,marqueteiros e que tais,mas nunca atletas,professores e a maioria dos técnicos.A minoria bem posta,bem paga e com sólida base política não se interessa por lutas classistas visando união.Estão bem,não precisam de associações ou qualquer vínculo que os afastem de seus interesses
onde não tem lugar para benemerências.Mas se julgam no direito de impor comportamentos técnico-táticos à massa ignara,como se fossem os verdadeiros depositários das verdades basquetebolísticas.Mas não são,nunca foram,e jamais serão,
vide os resultados que têm alcançado nos últimos anos,de incúria,imitação canhestra
de modelos de fora,de colonização explícita a interesses que não nos dizem respeito.
Finalmente,absolvo nossos dirigentes,que na maioria das vezes tiveram pessimas administrações,mas que não foram e não vão às quadras ensinarem o jogo,que são mesquinhos e despreparados,mas que não pagaram e não pagam os vencimentos dos técnicos em seus clubes,que usam de todas as armas,legais e ilegais para se manterem na boca dos cofres do poder,mas que nunca sentaram e nem sentarão num banco para orientarem equipes,entregues a um sistema único e suicida por um grupo de técnicos
que nos tem levado para o fundo do poço pela empáfia e pseudo capacitação técnica.Mas
muita maldade ainda ocorrerá,até um dia que possamos compreender e aceitar o fato de
que o pouco que sabemos,o pouco que produzimos,o muito pouco que armazenamos poderá
ser o muito do que precisamos para evoluir,bastando para tanto que o divulguemos integralmente,ilimitadamente,para àqueles que mesmo nos mais distantes polos de nosso país anseiam por exemplos e ensinamentos.Somente uma liderança advinda dos poderosos
poderia desencadear tal evolução,o que até agora nunca ocorreu,por obra e graça do mais puro e letal egoísmo.Vencí,o resto que se vire,that’s the question.
Perguntei á um técnico de basquete por que não dava fundamentos a seus atletas:Sua resposta, é que fundamento não ganha jogo.Professor tambem vive de resultados,se não o dono do colegio o poe na rua.Como ira sustentar sua familia. Veja Paulo se todos os técnicos pensarem desta maneira acredido que em vez de duas medalhas de ouro,traremos das proximas olimpiadas nadaXnada. Que bom resultado para nosso sofrido País.Será que nós Professores não estaremos contribuindo para este sub-desemvolvimento? Um abraço Roberto.
Prezado Roberto,também recebi esta resposta muitas e muitas vezes,
numa comprovação tácita do quanto ainda teremos de caminhar ao encontro do soerguimento por que tanto luto, lutamos.Desde que a formação do professor(hoje alcunhado de profissional…)saiu dos Centros das Ciências Humanas para os das Ciências da Saúde, transformando a Educação Física em uma atividade paramédica de segundo escalão, que o problema tomou rumos escabrosos.E para referendar o massacre instituiram os Conselhos de EF que tem como tarefa primordial garantir o mercado e a massa critica de trabalho aos investidores e proprietarios da industria do corpo no país.Escola para essa gangue é palavrão, não dá nem aufere lucros, logo tem de ser combatida e afastada.A resposta do seu colega é o retrato de sua formação pragmatica, quando deveria ter sido humanista. Essa é a grande questão que tem de ser equacionada antes de falarmos em politica esportiva no Brasil. Um abraço,
Paulo Murilo.