AMISTAD

E em plena tarde chuvosa, eis-me em frente ao televisor assistindo um filme de grande beleza,Amistad.No climax do filme,um velho ex-presidente americano que defendia um grupo de africanos que se rebelara à escravidão no navio negreiro Amistad,vê-se perante a possibilidade de que os mesmos sejam condenados pela mais alta corte de justiça,e que via poucas possibilidades na absolvição.Cinque,o negro imponente e lider do grupo diz então que invocaria seus antepassados para os protegerem ante tal perigo,pois a presença dele e de seus companheiros era a evidência da existência daqueles,por mais remotos que fossem,e que não temiam o julgamento porque seriam amparados pela justiça antepassada.E assim foi,numa brilhante defesa elaborada pelo velho ex-presidente.Após o veredito vencedor e libertador,Cinque pergunta que palavras tinham sido usadas para tão brilhante defesa.E o ancião responde emocionado,as suas! Uma lição de cidadania e humanismo,relacionadas intrinsicamente com o passado ancestral daqueles africanos que tanto sofreram fisica e emocionalmente.Lições estas que bem poderiamos fazer valer na realidade frustrante de nosso basquetebol.Por que não invocar os antepassados de nosso basquetebol,tanto os que se foram,como alguns que apesar da idade avançada ai estão plenos de experiências e sabedoria.Por que não tentar envolvê-los no aconselhamento que já se faz tardio,os quais não devemos abdicar em hipótese nenhuma. Rui de Freitas,Gedeão,Mair,Amauri,Wlamir,Succar,Paulista,Waldir,e muitos e muitos mais,que poderiam trazer um pouco de lucidez ao ambiente cheio de rancor e politicas
rançosas, que vão minando cada vez mais os alicerces gloriosos que tanto ajudaram a erguer através tantos anos,e que ameaçam ruir inexoravelmente a continuar tal beligerância.Seja CBB ou NLB,temos que ouví-los,juntos, e acatar suas sugestões de vencedores que todos foram.Como Cinque,temos a obrigação de ouvir o passado,que de tão brilhante e vencedor jamais morrerá em nossas lembranças.Não se trata de bom-mocismo,e sim de coerência e reconhecimento pelo muito que fizeram e realizaram,
e não o festival de incoerências e fracassos que ora enfrentamos.Um movimento dessa magnitude nos daria,enfim,a certeza de dias melhores.O ano de 2006 será decisivo
para o futuro do nosso querido e mal-tratado basquetebol,e precisamos da ajuda de todos e a proteção espiritual e vivencial dos que nos antecederam,que é a nossa derradeira esperança.A todos um feliz Ano Novo.



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