PERSPECTIVAS
“Basquete? Enquanto as brigas internas não se resolverem,continuará como está há anos.Mortinho…” Essa é a opinião de Renato Maurício Prado em sua competente coluna no O Globo de terça-feira passada,em sua análise sobre as perspectivas do esporte nacional para 2006.Estará certo? Certíssimo,e que em pouquissimas palavras definiu tudo.E como em todo corpo inanimado, pululam a sua volta toda uma gama de aves de rapina,hienas ou simples aproveitadores,principalmente aqueles praticantes do “salutar” esporte do tapetebol.Foi o técnico da equipe campeã nacional perder o campeonato regional,para o comentarista(?)de TV ocupar seu lugar,numa repetição continua do que vem praticando a muito tempo,quando usa um unilateral microfone como plataforma para contratos em equipes de ponta,numa ação em que exerce ilegalmente uma profissão sempre que é alijado na outra por ineficiência.Mas como existem os que se deixam enganar por comentários pseudamente competentes,a ação é sempre compensada. Vamos aguardar quem o substituirá na TV,talvez outro técnico desempregado.Duvido que um jornalista pudesse agir da mesma forma,sem que o famigerado CREF não se manifestasse contra tal pretensão.Lamentável,mas é o retrato do nosso basquetebol. Agora mesmo,o grego melhor que um presente,ao analisar a situação perante a investida
da NLB no cenário desportivo diz,na maior simplicidade,que sugeriu ao presidente daquela liga que trouxesse os patrocinadores da mesma para a CBB, que ele, magnanimamente daria um cargo de conselheiro de marketing ao mesmo,numa prova de apoio e consideração.O prêmio”Óleo de Peroba”do ano já tem um sério candidato.E mais,
a notória comissão técnica da CBB vem a público para apregoar o grande sucesso das seleções nacionais em 2005,numa atuação digna de uma comédia pastelão,onde ficamos
indecisos entre o riso e o choro convulsivo.E para culminar o absurdo da situação,
vemos na semifinal do campeonato paulista,num furo do mais progressivo jornalismo,os
quatro técnicos semi-finalistas terem atados aos seus pescoços microfones remotos,
para que todos os amantes da modalidade pudessem acompanhar passo a passo,grito a grito,coerção a coerção,destempero a destempero suas ações do mais alto grau educativo e emocional que tivemos notícia desde sempre.Testemunhar a pressão constante e poderosa de um técnico sobre um dos três arbitros da partida raiou o imponderável,o absurdo total,sem mencionar suas iradas exigências para que seus atletas parassem os adversários na base da “porrada”,instruções ouvidas por todos os jovens que estivessem acompanhando a partida por esse país afora.Quanto à técnica,à estratégia,pouco se viu ou foi falado em rede nacional,pois o dominio das pranchetas e seus hieróglifos mágicos,poucas chances deram aos plugados especialistas.Como vemos,são poucas as perspectivas de melhora nesse limiar de um novo ano para o nosso infeliz basquetebol.Temo,honestamente o que virá a seguir.Que os deuses nos protejam.
Amén.