A HORA DA VERDADE
Foram quatro partidas,sendo que as três primeiras com placares dilatados,numa demonstração de defesas ineficientes,ganhando ao final aquele que fizesse a “última”. E foi o que aconteceu.Na quarta partida,nervosa e com um número elevado de erros individuais,algo de não muito novo,porém unusual,aconteceu.Após três quartos iguais nos erros e acertos,pois jogavam rigorosamente iguais,até no jogo abusivo dos três pontos,eis que uma das equipes retira seus pivôs de choque,pois já havia perdido um deles,contundido na partida anterior,e com dois armadores e três alas caracteristicos imprime um rítmo avassalador,para derrotar o adversario por boa margem de pontos.E o conseguiu mesmo mantendo as jogadas caracteristicas do passing game,pois em todos os tempos pedidos era esse o enfoque principal dos dois técnicos,”rodar a bola”,”rodar a jogada(?)”,ou seja,desenvolver o jogo de passes sistematicamente.Muitas foram as perdas de bola por tempo acima dos 24 segundos,assim como muitos foram os arremessos desequilibrados e desesperados pela premência de tempo.Mas,sempre temos um “mas” nesse magnífico jogo,e que seria mais do que magnífico entre nos,se não fosse esse cabresto absurdo do sistema que usam,que todos usam.Tinham perdido seu pivô efetivo no jogo anterior,e no último quarto retira o reserva e não lança o terceiro disponivel.Joga dai para diante com dois armadores no perímetro e três alas se revesando no interior,e o que temos?Primeiro, uma defesa mais hábil e rápida,que conseguiu jogar em antecipação,o que foi fatal para o oponente,obrigando seu excelente pivô e reboteiro eficaz a sair do garrafão e tentar vários arremessos de três pontos.Segundo,implantando uma ofensiva muito veloz e inteligente,abrindo a defesa de par em par para as penetrações que decidiram a partida.Naquele derradeiro quarto,foi demolida a idéia irremovível de que sem um,ou dois homens de choque não se alcançam vitórias decisivas.Pois ai está,com leveza,velocidade e,acima de tudo, coragem em inovar,venceram um penta campeonato merecidamente.Agora,na hora da verdade de nossa seleção nacional para o mundial que se avizinha,esperamos que a lição demonstrada no quarto final dessa partida faça escola,e que seu técnico,se repetir a corajosa decisão de optar por um time mais leve,mais rápido,e menos disposto a embates entre colossos “under basket”,que decididamente não condiz com nossas tradições,e até mesmo com a constituição física de nossos jovens(exceto os vitaminados de plantão…),possa o mesmo estabelecer novos parâmetros técnicos, que sem dúvida nenhuma,será nossa única chance de classificação olímpica. Jogar “globalizadamente”,como uma grande maioria de burrice descomunal defende,em hipótese alguma nos favorece,pois retira de cena aquela que é a nossa maior qualidade,a criatividade desenvolvida e aplicada em alta velocidade,que na premência dos 24 segundos deve ser incentivada e treinada.Um pouco antes da partida começar um reporter entrevistou o jogador americano da equipe campeã perguntando ao mesmo o que mais o atraia na forma de jogar em nosso país.A resposta rápida e suscinta foi:”gosto do jogo veloz que aqui se pratica”. Não fosse a maioria teimosa e imitativa, pessimamente imitativa,de nossos técnicos,de a muito tempo estariamos afastados desse obscuro limbo que nos impuseram,ao travarem e alterarem nossas mais gratas características,em nome de uma globalização que só tem uma finalidade,perpetuar a supremacia daqueles mais ricos e pretensamente poderosos. Qualquer vietnamita subnutrido,sabe que isto não é bem a verdade.Sejamos um pouco vietnamitas também,pois inteligência e perspicácia,nas doses certas, não fazem mal a ninguém.