MORRO TESO,MAS NÃO PERCO A BOSSA…
Era um cliente de meu pai, grande advogado, que tentava de todas as formas, e com os argumentos mais plausíveis possíveis, para que ele aceitasse uma composição jurídica que beneficiasse e resolvesse para todos a pendência em questão. Mas do alto(?)de sua empáfia respondia-“Caro doutor, morro teso, mas não perco a bossa”. E perdeu, prejudicou a sí e aos outros, mas manteve sua suicida bossa. Mais ou menos o que ocorre no comando de nossa seleção. Dava pena ver quase ao final do jogo de ontem, o grande papa, de pé,com o olhar esbugalhado, inerte perante o desastre,e sua tríade assistente, sentada lado a lado na companhia do lapitopi caipira, que a essa altura já nem mais tinha carga na bateria, Puff! Todos fechados para balanço. Que aliás, nem precisava ser analisado, tais as circunstâncias decisivamente previsíveis para o pífio resultado apresentado. Caramba, no inicio do quarto final, naquele momento em que deveriamos ter em quadra a melhor formação defensiva possível, pois saltava aos olhos que a equipe australiana partiria com tudo ao ataque, o que vimos foram os piores marcadores da seleção, componentes da equipe base, serem colocados na roda e envolvidos primariamente pelos companheiros do temível Bogut, que até aquela altura somente servia de isca, chamando a nossa defesa para si, deixando seus demais companheiros livres para as penetrações e arremessos, ante a fragilidade defensiva quase infantil do Marcelo e do Guilherme.
O Alex ainda tentava se impor na defesa, mas assoviar e chupar cana não é para qualquer um.E
começou a sobrar para os pivôs, forçados às faltas para cobrirem as enormes brechas criadas.E de ponto em ponto os australianos nos passaram, e nos venceram, ponto.E o nosso ataque? Bem,
esse é o outro lado do dramalhão a que nos expusemos. Pior do que tentar tapar o sol com uma peneira, é insistir de que é possivel fazê-lo, pois beira à insanidade. Huertas, Nezinho e Leandro, queiram os 4 técnicos ou não, são os ÚNICOS armadores da equipe, os únicos que podem compor uma dupla de boa técnica na condução da bola, nos passes em velocidade, nas penetrações frontais, assim como na liderança defensiva fora do perímetro. Quando presentes na quadra tivemos bons momentos ofensivos, e melhores ainda nos defensivos. Nos contra-ataques então
eram tremendamente eficientes. Mas, e os cardeais, como ficavam? Por um destes mistérios que assolam a mente de alguns técnicos envolvidos com seleções nacionais, mesmo de outras modalidades, alguns jogadores desenvolvem nos mesmos uma dependência técnica e de pseudo-lideranças, que em alguns casos envolvem interêsses que prejudicam decisivamente o todo de uma equipe. Dizer, afirmar que suas experiências e rodagens levam o grupo a vôos maiores, em contrafação às suas reais condições técnicas e táticas, somente adia a necessária e estratégica utilização daqueles jogadores em melhores condições, mesmo que mais jovens. E quando alguns destes, já demonstraram sobejamente suas aptidões, soa até comprometedora a teimosa utilização daqueles. Uma equipe nacional deve ser composta de jogadores aptos a serem lançados como e quando forem necessários, TODOS eles, sem exceção. Em caso contrário, fica a desconfiança de que alguns jogadores lá estão em detrimento de outros, mais capazes, que aqui ficaram. Nossa equipe peca pela má escalação, tendo antes seriamente pecado pela má convocação, e pior ainda seleção. Trata-se agora de tentar o que deveria ter sido a estratégia primaria da equipe, a utilização de dois armadores de verdade, para aproveitarem e desencadearem as ações velocíssimas de nossos homens altos, que apesar de seus pouco intimidadores físicos, os compensam com técnica e inteligência, e muita, muita velocidade. Quanto aos cardeais, deixe-os na companhia estática e ineficiente do lapitopi caipira, pois ainda resta uma esperança para os demais jogos. Ou então, morram tesos para não perderem a bossa,
all four of them!
boa noite professor.
Que decepção hein…
Que decepção Claudio?Nada mais apresentaram do que prevíamos, ante o despreparo da equipe, e a complacência de muitos analistas que se prendem mais ao marketing pessoal de alguns jogadores e técnicos,do que os verdadeiros interêsses do basquete brasileiro.Decepção não,tristeza sim,muita…
Um abraço, Paulo Murilo