CÓPIA XEROX.

E as guerreiras quase deram chabum, e por muito, muito pouco escaparam de um vexame histórico. Dá pena ver um grupo de boas jogadoras, algumas ótimas, amarradas numa camisa de força disfarçada em um sistema de jogo simplesmente ridículo, cópia xerox do que foi, e vem sendo imposto ao nosso basquetebol por uma curriola que o intitula de “sistema moderno do basquetebol internacional”, e que nem as equipes estrangeiras ousam usar. Se ao final do jogo, o nosso integrante das comissões técnicas da UNICBB não lançasse as duas únicas armadoras em quadra, incutindo um minimo de técnica e precisão aos passes e dribles , a derrota poderia ter acontecido, pois nuestras hermanas, com todas as suas limitações, souberam muito bem se aproveitar do arremedo de sistema de jogo que empregamos por todo o tempo. Temo, honestamente, que se a equipe se utilizar do mesmo para o restante do campeonato, poderá ter péssimas surpresas, basicamente ao se defrontar com defesas zonais, o que nossas adversárias já captaram, e sem dúvida nenhuma explorarão ao máximo. Tinhamos de ter na equipe, pelo menos mais uma armadora de talento, pois a exigência e o rítmo intenso das partidas serão demasiados para somente duas especialístas com que contamos, o que obrigará a adaptação das
duas alas mais experientes, fragilizando aquele fundamental setor de nosso ataque. Pelo que pudemos observar nas equipes que se apresentaram nesse primeiro dia, TODAS se utilizam de duas armadoras habilidosas, liberando e municiando suas alas e pivôs continuamente, em velocidade e ritmo de jogo, que não sofriam descontinuidade por terem mais duas na reserva.
Mas nós, que detemos o supremo conhecimento do grande jogo, verticalizamos nossas equipes em detrimento de armadores habilidosos, como se bate-bola e aquecimento, como numa vitrine de potência e estatura, ganhasse jogos à priori, para gáudio de técnicos boquiabertos pelo gigantismo que tem sob seu mágico comando. Já que tão fascinados pelo basquete americano, onde estagiam frequentemente, seria oportuno constatarem a grande lição que essa equipe está oferecendo de “moderno”, ou seja, jogando com duas armadoras, duas alas e uma pivô, todas ágeis, elásticas, velozes, hábeis nos fundamentos, e sendo substuidas por outras com técnicas semelhantes, jogando num sistema de jogo insinuante e perpendicular à cesta, tendo como base de ataque um outro sistema poderoso, sua defesa irretocável, pois constituida de técnica e vontade, e bem diferente do sistema utilizado pela seleção masculina.”Moderno” é possuir técnica individual, é dominar os fundamentos do jogo, é ter em mente que defesa, antes de ser, como muitos afirmam, 80% de vontade e 20% de técnica, é exatamente o contrário, ou seja, 100% de técnica e árduo treinamento, pois “vontade e disposição de marcar” é obrigação para qualquer jogador que se preze. É de dar dó ver uma única armadora dar um passe lateral e ir se esconder por trás da defesa adversária, saindo totalmente do fóco das jogadas, delegando sua posição a uma ala ou pivô que dá continuidade a uma ciranda inóqua de passes periféricos, enquanto duas jogadores em posição de pivô se postam inertes e anuladas no garrafão, assim como na defesa, irrita a passividade e pouca agressividade, dando ensejo a muitos e muitos arremessos de três pontos, que no nível em que se joga um mundial, são utilizados sem cerimônia. Temos boas jogadoras, não temos sequer um arremedo de sistema de jogo. Temos o fator campo, mas uma parca torcida, que na capital econômica do país, não pode se dar ao luxo de substituir o trabalho por um jogo de basquete vespertino.Porque nós brasileiros temos de acompanhar transmissões de jogos pelas madrugadas e os estrangeiros não?Porque não jogamos no último horário, já noturno? Temos o clima e o ambiente pátrio, mas, definitivamente não temos, de longo tempo, um basquetebol organizado, estudado, pesquisado, difundido e massificado, para que ecloda do mesmo nossas seleções, assim como nos falta um pingo de bom-senso para que nos deixemos enganar por arautos do “basquete moderno”, produto de suas mentes oportunistas e equivocadas, tanto de dirigentes, como de comissões técnicas. Milagres como a última bola do jogo, misturam sentimentos de vitória e inconformismo, ante tanta falta de caráter desportivo. Sinto muito,caras e prezadas guerreiras, mas não vejo como serão ajudadas e orientadas por uma comissão que se esconde atrás de um emaranhado de rabiscos numa prosáica e nati-morta prancheta, em nome do, do… ora, deixa pra lá.



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