OS ÓRFÃOS DA ENTERRADA.
É disso que o povo gosta! Enterradas que levantam a galera! Enterradas que intimidam os adversários! É o espetáculo máximo do jogo! Viva a enterrada! São narradores, comentarístas e até alguns técnicos, os cultores desse absurdo importado de um basquete totalmente voltado ao espetáculo, que quanto mais circense melhor. No entanto, de muito já não vencem nada, mas é claro, são referenciais pelos salários astronômicos que ganham, e pela arrogância com que olham o restante do mundo, a serem enterrados de preferência. No entanto, ao vermos pela TV os jogos femininos universitários e profissionais americanos, não testemunhamos essa preocupação quase que ritual do masculino, a volúpia das enterradas, que despertam um misto de prazer e poder no seio da audiência. E continuam perdendo os torneios internacionais, principalmente quando a eles não são facilitadas,ou mesmo permitidas as enterradas. E de repente, surge uma jovem universitária que, pasmem os deslumbrados de plantão, ENTERRA! E ela aqui aporta como uma das estrêlas da seleção de seu país, e desde sempre estabelece-se o suspense hitchcoquiano:
“Quando será que nos deslumbraremos com tal façanha?” E jogo após jogo, a Candice Parker se esmera nos arremessos de 2 e 3 pontos, nos potentes e técnicos rebotes, na primorosa marcação,
no jogo tático, e na exibição de sua técnica refinada. Mas, e a enterrada? Por que não a tenta,
já que autorizada pela técnica Donovan, ela mesma, que do alto de seus 2 metros jamais teve potência para enterrar? Que tristeza pessoal, vai ficar devendo… E ela se foi com sua medalha de bronze, e sem enterrar, deixando para trás um hiato indesculpável naqueles nichos que tanto empobrecem o basquete brasileiro, o dos órfãos das enterradas. No entanto, levaram os premios
de maior pontuadora de 3 pontos, a Diana Turasi, e de maior passadora, a Sue Bird, numa prova
inconteste de que a qualidade de um arremesso passa inexoravelmente por um belo e decisivo passe, e uma apuradíssima técnica de lançamento, que são valores não muito apreciados pelos
admiradores, e pelos praticantes do grande jogo, adeptos das enterradas. E a excelente Parker,
em nenhum momento se deixou levar pela doentia expectativa de sua redentora enterrada,pois
aqui veio jogar basquetebol, e não se exibir para uma platéia que ignora os verdadeiros preceitos
do jogo, e que, infelizmente, são os responsáveis na divulgação e formação opinativa dos jovens,
voltando-os para o culto às enterradas, em vez das muito e mais complexas técnicas dos arremessos. Nesse mundial não foram vistas enterradas, mas uma quantidade incrivel de bem lançados arremessos de todas as distâncias possíveis e imagináveis, provando definitivamente
que enterradas é terreno de quem não sabe e não domina a arte dos arremessos. O dia que nossos jogadores substituirem o tempo que perdem nos treinamentos com as enterradas pelos lançamentos de 2 e 3 pontos, alcançaremos melhores performances, seguro caminho para as tão
sonhadas vitórias. As mulheres, por mais uma vez, e não só as americanas, já descobriram a muito tempo que enterradas não ganham jogos, e sim muito, muito treinamento daqueles quase
simplórios, para os homens, arremessos de 2 e 3 pontos. Benditas e sábias mulheres.
Excelente posicion , mi querido Paulo. los libros tecnicos de nuestro deporte no muestran las tecnicas de las “clavadas”… eso nos deja claros que tales adornos, no pertenecen a los fundamentos del baloncesto.
Una buena recepcion de la pelota,la lectura ofensiva de la situacion ( ubicacion de las restantes nueve jugadoras ),amagos y fintas de la receptora para abrir espacio para un buen pase o un drible punzante, obligando a la “ayuda defensiva” , coordinado con el desmarque de una compañera quien tira desde una distancia de alto porcentaje para un tiro de dos o tres puntos. Eso es un “manjar tecnico-tactico” , una muestra del dominio de los fundamentos de nuestro deporte, una verdadera escuela de baloncesto
Amigo Gil,esta é a posição que deveria ser implementada junto aos jovens,mas as influências da midia são brutais.Lutar contra essas tendências não é tarefa fácil, mas temos a obrigação de pelo
menos tentar.É o que sempre fiz, e venho fazendo.Um abraço,Paulo
À partir de agora deletarei todo comentário apócrifo, pois não posso perder tempo com gente que se esconde atrás do anonimato.É uma atitude covarde e antidemocrática.Paulo Murilo
Por mais uma vez,e última,esclareço que,em hipótese alguma estabelecerei diálogo com anônimos,incapazes de se mostrarem abertamente,covardes e pusilânimes que são.Muito de nossa decadência se deve a tais indivíduos,
sempre nas sombras e nas esquinas da sociedade.Lamentável,digo eu.Paulo Murilo