CAVALO DE TRÓIA.

-“Olha cara, a situação política está no momento a nosso favor, já que 18 federações estão sob nosso controle, e daquelas 9 que votaram contra podemos comprar umas duas. Mas o que assusta um pouco é essa rebeldia dos clubes paulistas de preferirem seu campeonato regional ao nosso nacional! E é ai que mora o perigo. Se eles forem mais longe, por exemplo, votando contra você na próxima eleição da federação ficaremos mal, e você sabe porque, já que liderança de locomotiva é a que traciona e influencia vagões.Vamos fazer o seguinte: Rompa comigo, sem maiores detalhes, simplesmente por algumas divergências, se alie, de preferência com aquele dirigente de pavio curto da liga(arghh!)concorrente, vençam as eleições, antes que se antecipem em vencê-la sem você, e depois da barra limpa nos reencontraremos e nos reconciliaremos pelo bem do basquete. Você deve concordar que será uma cena pungente e de alto teor dramático, e a imprensa irá adorar, afinal, ela é que nos projeta e corteja. Ah, e as chaves dos cofres continuarão penduradas nas correntinhas em volta de nossos pescoços. Mãos à obra, pois raposas que se prezam unem-se para sobreviver”.

Terá sido mais ou menos esta a combinação, corriqueira entre pares de políticos escaldados pelas práticas de sobrevivência, nessa selva emaranhada de golpes baixos e alianças espúrias. E se o dirigente da atabalhoada liga cair nessa bem urdida e genial trama, aí mesmo que nada restará para ser modificado no futuro, a não ser a solidificação do que ai está e ficará ad perpetuum. Nesse tipo de combate, não se dá trégua a inimigo, principalmente àquele que de repente, mais do que de repente, se bandeia para o lado contrário por”divergências pessoais”, mesmo sendo a eminência parda do poder central. Trata-se de um autêntico “Cavalo de Tróia”, artimanha genial dos grandes guerreiros gregos da antiguidade para aniquilar a cidade inimiga, e que agora pretende ser recriada pelo grego melhor que um presente, para se manter no poder. Cair nessa será o passaporte definitivo e irrevogável de uma viagem sem volta nas tênues,porém reais possibilidades de mudanças na direção do basquete brasileiro.

Aprendam de uma vez por todas que nem sempre o combate justo vence as guerras, e sim a percepção antecipativa do que pretende o inimigo, As raposas felpudas são mestras nessa área. Lutando com a cabeça,e não com a emoção poderão, quem sabe,enfim vencer. É isso aí. Amém.



4 comentários

  1. ide 04.12.2006

    Não acredito tanto… se fosse apenas pelo Oscar, até acho. mas a NLB tem a Paula e a Hortência que são menos emocionais. Porém, pela CBB é bem possível, sim…

  2. Basquete Brasil 04.12.2006

    Ide(?),não se trata de mais ou menos emocionais, e sim da eliminação do único foco que pode destituir a administração da CBB.Para onde cambar a FPB a maioria vai atrás.Se um opositor se eleger para a FPB a turma da CBB cai de quatro.Por isso é que tudo será feito e tentado para que não ocorra tal virada de mesa.E aí,meu caro, vale tudo, até trazer a NLB para o time,mesmo que não dê para perceber a curto prazo.A NLB,mesmo que custe a acreditar,pode entornar o chope daquele grupo,basta unir os clubes paulistas para tomar democraticamente,é claro,o comando da FPB.E o Oscar pode fazê-lo.Se o senador zero voto,dono da Universo,põe a banca que todos vemos,por que não o Oscar,com seus 5 milhões de votos não poderá ousar tal liderança? Ante tal poder as raposas se encolhem, e partem para outras táticas.
    A que descrevi é a primeira delas.É isso ai.Um abraço, Paulo Murilo.

  3. Idevan Gonçalves (idevan@gmail.com) 05.12.2006

    Antes de mais nada, ide é meu nick no blogger.com, quando me cadastrei anos atrás (e não utilizo).

    Concordo que a federação paulista sempre teve a faca e o queijo na mão. O meu medo é do Oscar, indo sozinho se tornar marionete de um “falso” projeto de poder do grupo dissidente.

  4. Basquete Brasil 06.12.2006

    Idevan,a única possibilidade de mudança em um setor administrativo é estar dentro, pertencer ao mesmo.Enquanto isso não ocorrer nada é mudado.Desta forma,o basquete só percorrerá outros rumos quando mudar de direção.Essa é a tarefa a ser realizada,e conquistada. Como o farão? Com perspicácia,ótimos projetos,gente qualificada para os mesmos, e principalmente muita disposição,coragem e bom senso.Os passos iniciais são as federações,e a paulista em particular.É o ás de manga de todo o processo.Quem a levar ganha a CBB.Por isso vale tudo para conquistá-la.O Oscar e sua NLB sabe disso.Falta a ação.Um abraço,Paulo Murilo.

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