DÚVIDAS, PERGUNTAS E MAIS DÚVIDAS.
Um novo ano que começa, e nas Tv’s uma publicidade visando o Pan, na qual a figura do Professor é enaltecida e lembrada, como aquela que descobrirá em um jovem o talento de atleta em sua formação como cidadão. Não é mencionada a figura do profissional de educação física, como alguns teimam em rotular tão importante e fundamental elo no processo educacional de um povo, e sim o Professor, licenciado nos cursos de formação para o magistério, pelas universidades e faculdades de educação física do país, referendadas e oficializadas pelo Ministério de Educação. Esse posicionamento legal os tornam parte indissociável do processo educacional, somente encontrado no universo escolar, no qual, em qualquer país evoluído e civilizado, são formados os profissionais liberais das ciências exatas e humanas, os artistas, os músicos, e os grandes atletas.Nesse contexto, torna-se inadmissível a existência de órgãos controladores e coercitivos, cuja única finalidade é a do exercício mantenedor de um mercado que somente beneficia a indústria do corpo, segmento dos mais, senão, o mais rentável business no país, e que de saída elimina a massa menos favorecida da população jovem,ou, a maioria. Já é hora de repensarmos a verdadeira, e pouco explicita verdade que se esconde na existência dos cref’s, conselhos de absolutamente nada que possa interessar ao desenvolvimento da educação brasileira, na qual se inclui a tão maltratada disciplina da educação física. No momento que a mesma, em conjunto com a música, o teatro e as artes plásticas forem reconduzidas aos seus patamares no seio das escolas, em congraçamento com as demais disciplinas, ai sim, teremos nossos jovens direcionados para uma educação integral, que é um direito constitucional, tão esquecido pelos poderes constituídos. Nesse universo, conselhos controladores e voltados a interesses obscuros, não poderão existir por definição, onde somente a transparência, a criatividade e o livre pensar fazem parte do processo educacional de um povo.
Vemos também, o nascedouro de uma lei que visa beneficiar o desporto nacional, e que de início poderá arrecadar 300 milhões de reais para serem empregues em…,a quem….,de que forma…,com que objetivos…
para quais finalidades? Tantas são as dúvidas, e as perguntas.O presidente do COB anuncia que os patrocínios não serão direcionados aos atletas profissionais, e que os projetos prioritários visarão a inclusão social,etc,etc. Mas, qual atividade desportiva no país é amadora? O vôlei? O basquete? A natação? O atletismo? O handebol, a ginástica, o remo, o tiro, a vela ? e outras mais? Em se tratando de equipes e formações de elite todas são profissionais, pois se dedicam integralmente às modalidades, e tendo em alguns casos o estudo vinculado aos contratos. Afirma ainda o dirigente que o esporte escolar e universitário serão beneficiados, num posicionamento que se antepõe às políticas educacionais do país, que obrigatoriamente deveriam pertencer ao MEC, e não a uma entidade civil como o COB. Então, como serão distribuídos e alocados tão altos valores advindos da iniciativa privada? Escolinhas de tudo espalhadas pelos campos e praias do país? Dirigidas e monitoradas por quem? Professores ou profissionais de educação física, bacharéis e leigos em sua maioria? Como serão justificados os valores empregues em associações, empresas, e clubes para pagamento a atletas profissionais? Ou a massa crítica será representada pela formação básica nos clubes e ligas pelo interior do país, acompanhada pela decente remuneração de professores e técnicos convenientemente preparados e orientados para exercerem seu trabalho?
Duvido, basta ver quais os maiores interessados na dinheirama, a começar pelo relator do projeto, o senador zero voto, dono de uma universidade de alcance nacional, com campis, autorizados ou não, espalhados pelo país, e que só em suas equipes de basquete emprega 3 milhões de reais, assim como desportistas donos e proprietários de grandes complexos voltados ao culto do corpo, e monumentais academias. Também duvido que as grandes empresas venham a patrocinar projetos de inclusão, em contrapartida às maciças exposições de mídia, que somente as competições adultas propiciam, com retorno publicitário garantido, e com um polpudo desconto no IR para completar o melhor dos mundos. É a máxima dos políticos em suas bases, para o qual obras subterrâneas, como malha de esgotos jamais rivalizarão com uma bela, e nem sempre útil ponte, visível e palpável.
Temo pelo projeto, a não ser que seja profundamente transparente, e que não se perca nas declarações ambíguas do inteligente e político presidente do COB. São 300 milhões possíveis de arrecadar? E serão em sua maioria empregues no preparo das seleções nacionais e nas equipes de formação das mesmas? E que uma parte será empregue em oportunos programas de inclusão social, e até em construção e manutenção de parques esportivos (ótimos para fixação de placas promocionais)? Que fale claro e em bom som, e não com as afirmações de que atletas profissionais não serão beneficiados, etc, etc e tal.
Tive um grande professor, o grande Peregrino Junior, que uma vez me vendo preocupado com uma decisão a ser tomada num processo administrativo me disse: Paulo, quando não se quer resolver um problema, nomeia-se uma comissão. Se quiser resolver, vá lá e resolva. Grande mestre! Preparemos-nos para assistir a constituição de um sem número de comissões para gerir essa bolada, e que segundo o mestre Peregrino…E todas bem remuneradas, pois afinal de contas, ensinar e divulgar esporte não é suficiente e rentável.
Que se diga e afirme que o destino dos milhões é o desporto de elite, da alta performance, e não escamoteá-los em projetos de inclusão e desporto colegial e universitário, que não é de interesse daqueles que gerarão o bolo, os patrocinadores da iniciativa privada, para os quais foi escrito e direcionado o Atlas do comandante Lamartine, e muito menos dos que realmente se beneficiarão da chave e do conteúdo do cofre. Simplesmente digam a verdade, já é o suficiente.
Gostaria de saber se a bola estiver em contato com o aro se ela(a bola) pode ser retirada por algum jogador de defesa ou colocada pra dentro do aro por algum jogador de ataque ?
Sim, pela regra internacional da FIBA a bola pode ser afastada por um defensor, assim como finalizada por um atacante.
Um abraço, Paulo Murilo.