A HORA DAS VERDADES…
Dentro de duas horas americanos e argentinos decidem a liderança do Pré-Olímpico em sua fase classificatória às semi-finais. A equipe brasileira, ao vencer largamente os uruguaios nesta noite classificaram-se para uma das semi-finais, e se os prognósticos não sofrerem nenhuma surpresa, os argentinos serão nossos adversários a uma das vagas olímpicas.
A vitória brasileira contra os uruguaios pode ser definida como convincente? No plano estritamente técnico, sem dúvida nenhuma, apesar do inequívoco racha nas inter relações de alguns jogadores, e do alheamento de alguns deles com relação à comissão técnica. E que não venham, escudados em uma vitória facilitada pela fragilidade defensiva e reboteira da equipe uruguaia, tentarem desmentir o que qualquer profissional atento tem captado nos gestuais, nas agressões verbais, e o pior, no descaso escancarado de alguns de seus componentes às instruções técnicas nos pedidos de tempo, beirando mesmo ao desprezo. As tristes e reveladoras imagens da ESPN Brasil, mostrando em todas as minúcias o ataque sofrido por uma jornalista de um diário paulista, por parte dos jogadores Guilherme e Huertas, e do técnico Lula, pela publicação do teor da reunião fechada dos jogadores logo após a derrota contra o Porto Rico, além de profundamente constrangedor, expôs o alto grau de descontentamento e divisão que tanto tentam esconder, pois quem não deve não teme, nunca. Ainda mais, partindo tais ações de um jogador que se auto intitula porta-voz do grupo, fato indesmentível, desde quando após o último mundial de triste lembrança, veio a público criticar o posicionamento de seu atual companheiro de equipe, Nenê, por não defender a seleção, expondo inclusive as condições que o mesmo teria de aceitar para voltar ao grupo”fechado”. Quanto ao técnico, é inadmissível que o mesmo se dirija publicamente a uma jornalista, na companhia de dois jogadores, para exigir reparações, que se consideradas afrontosas, deveriam ser encaminhadas pelos canais previstos em lei, sendo um direito acessível a qualquer cidadão que se julgue injustiçado. Sua primaria obrigação era afastar os jogadores daquela lamentável situação registrada por cameras, e ato contínuo, solicitar ao responsável pela chefia da seleção o encaminhamento legal que o caso exigisse. Sua atitude intempestiva tipificou um evidente desequilíbrio de comando, ainda mais na presença de um jogador, que junto a alguns outros estabeleceram na equipe um tipo de liderança de total e irrestrita responsabilidade do técnico da equipe, ainda mais, como na atual forma de comando, à comissão técnica. Pairaram no ar pinceladas de media junto a alguns jogadores que contestam sua integral liderança, e naquele momento a encurralada jornalista se prestava convenientemente àquele papel, reforçado pela presença televisiva. Foi uma atitude reprovável, que em situação de normalidade técnica-administrativa careceria de qualquer importância.
A vitória aconteceu através um consistente jogo interior, onde os poucos e limitados pivôs uruguaios, à exceção do Gonzales, não opuseram resistência aos pivôs brasileiros, principalmente nos rebotes, e ao jogo exterior responsável e paciente, desenvolvido por alas e armadores contidos em suas aventuras de três pontos, substituído-as por eficientes penetrações e deslocamentos em velocidade, principalmente nos contra-ataques. A defesa funcionou melhor na justa medida do domínio dos rebotes, não permitido aos uruguaios as segundas tentativas. Os arremessos alcançaram médias razoáveis e o placar elástico premiou o esforço que devem ter assumido em face de desencontros, descontentamentos, falsos juízos, e muita falta de humildade e desprendimento. Mas o desencontro com a comissão técnica ainda se faz presente e visualizada, exigindo que algo deva ser feito para que as grandes e aguçadas arestas comportamentais e de comando sejam aparadas, fator essencial ao possível sucesso no confronto decisivo de sábado próximo.
Enfim, apesar dos grandes tombos e desavenças, a seleção atingiu o estágio de semi-finalista, numa façanha que demonstra com perfeição o grande potencial de seus jogadores, e necessitando daqui para diante que um comando efetivo e digno de crédito seja estabelecido e almagamado ao corpo da equipe, para que juntos tentem a vitoria possível. Em caso contrário, toda uma geração expiará pelos muitos e perpetuados erros cometidos nos últimos anos de descalabro técnico-administrativo, erros estes que atingem, como vem atingindo aqueles que menos podem reverter tal situação, os jogadores.
Que se faça um pouco de luz e bom senso, é o que desejo de coração. Amém.
De fato, professor… ninguém torce contra a seleção ou contra o Brasil. Apenas se deseja o melhor ou o melhor possível.
Acredito que na Copa de 70, mesmo a seleção de futebol sendo usada descaradamente pelo regime militar, ninguém torceu contra o escrete, mas sabia-se das conseqüências de uma vitória. E ela veio, tenho certeza que até quem critica ficou feliz não apenas com o resultado, mas com o espetáculo esperado.
Por esse paralelo é que vejo a nossa atual seleção de basquete. Temos valores individuais suficientes para conseguir a vaga olímpica, só não sei se será benéfica, mesmo assim é impossível torcer contra. Porém, também é impossível calar diante dos desmandos da cbb, da falta total de comando e padrão de jogo (responsabilidades da comissão técnica) e pela indisciplina de alguns atletas.
Desculpe o desabafo.
Prezado Idevan,desculpa porque?Faço de seu comentário o meu também, e acredito por parte de todos aqueles que desejam o melhor para o nosso basquetebol.Um abraço,Paulo Murilo.
prof.Paulo Murilo, tentei já ontem enviar meus comentários,mas não consegui,hoje me parece que erá possivel.
Vc talvez seja um dos pouco que podem opinar com conhecimento de causa e com isenção total,porque para mim a grande maioriaé pesquisadores de sites, que se tornam comentaristas de basket.
Vejo dois problemas na seleçào que se desdobram por consequencia em vários:
– É claro a falta de comando-liderança do Lula e de sua frquíssima CT. A sua vaidade e falta total de bom senso o impediram de ou pedir demissão ou não convocar o Nene depois da entrevista do mesmo em que critica e emuito o Lula.Ai já demonstrou fragilidade ou excesso “amor ao cargo”.A questão tática é a mais discutível,pois até hoje não observei nenhum técnico que passou nestes últimos 20 anos em passei a acompanhar basketball, que desse um padrão diferente do como dizia Ari Vidal,”jogo de risco”,e também não defendiamos nada.O que ocorre é que a qualidade dos jogdores nossa são discutiveis,pintammso de exepcional,craques,jogadores medios para bons,longe de ser craques,então do chamaríamos Kobe Briant,Le Bron,Carmelo etc.? Houve um desenvolvimento muito grande do mundo com surgimento de grandes equipes,Grécia,Turquia,França,Lituania,Itália,Espanha etc.e uma evolução nos aspectos defensivo,devido justamente a melhora técnica-tática,e nós continuamos defendendo da mesma maneira,ou seja sem espirito defensor,porque defesa é muito mais disposiçào do que conceitos táticos.Se observamos táticamente a USA joga no one x one,criando situaçòes de desequilibrios para assistir ou ao pivot ou aos arremessos do canto da quadra.Sem falar em seu fortíssimo jogo de contra ataques primários e transição,em decorrencia de seu forte rebote defensivo,
a Argentina e o Uruguai jogam de maneira semelhante no estilo europeu,claro que Argentina em nível superior pela individualidade. Porto Rico a semelhança do Brasil,porém jogadores do perímetro bem superior aos brasileiros.
Fala em técnicos estrangeiros,estão lá o México e o Canadá, e nada vi de melhora nestas equipes.
Professor, viu a entrevista do marquinhos? Eu acho duvidosa, mas foi bem falada, embora que fosse melhor demorar mais alguns dias, apos o fim da competição. Abraços.
Prezado William,infelizmente li a reportagem,acho-a veridica pois explica muita coisa.Publico hoje o que contritamente acho.Acho não,tenho certeza.Paulo Murilo.
Prezado anônimo,por favor assine seus comentários que são bons para suscitar debates, inclusive com minha participação.Paulo Murilo.