RAPOSAS DE PLANTÃO…
“Não é um movimento golpista, de confronto. Queremos autonomia para controlar o campeonato, o que é até bom para a CBB, que poderia se dedicar a cuidar de suas outras atribuições. Queremos ajudar”. São palavras do presidente da recém fundada Associação Brasileira dos Clubes de Basquetebol, segundo reportagem de Giancarlo Giampietro do portal UOL.
“O que vemos hoje é um clima de união pelo basquete e de noção da realidade. É de apoio à CBB, com os clubes assumindo uma responsabilidade de administrar o campeonato, tirando pesos deles. No ano passado, nenhum recebeu toda a sua parte. A CBB ficou com uma parte, alegando que era para fazer algo em nosso benefício. Mas não queremos isso, o dinheiro tem de ser dos clubes. Não é nada esdrúxulo. É algo que existe no mundo inteiro”. Esse foi o testemunho do técnico de Franca nessa mesma reportagem, para uma conclusão de que os clubes querem administrar a verba dos contratos de TV integralmente.
A NLB tentou exatamente isto, e todos sabemos no que deu. E, interessante, tinha sido fundada pelos mesmíssimos clubes que agora, depois de darem às costas à mesma, retornando aos braços da CBB, dão outra volta e fundam a ABCB, amenizando o discurso para os lados de uma colaboração, de uma ajuda benfeitora. Mas, decantando todas essas e outras não menos claras intenções, se sobrepõe o motivo maior, determinante, a grana em jogo, as chaves do cofre cebebiano.
E é ai que a porca torce o rabo, ou melhor, que a raposa espana a vasta cauda nas “feices” de tão seleto e benfeitor grupo. “Querem a grana? Querem o controle total dos campeonatos e das competições internacionais? Querem ver de perto como são, e de que são feitas as benesses que garantem eleições? Querem mesmo? Então tratem de vencê-las, com ética ou sem ética, com malas brancas ou malas pretas, com conchavos ou sem eles, por cima ou por baixo dos panos, claro, claríssimo, se optarem pelas regras vigentes e que vicejam à longos e longos anos. Obedeçam La Régle de Jeux, ou, não creio que tenham paciência e planejamento à médio e longo prazo, pois o imediatismo parece sedimentado nas mentes dos que “amam desinteressadamente” o grande jogo, que iniciem “já”, “imediatamente”, o verdadeiro movimento que, no passar de alguns anos, não muitos, poderá unir os clubes brasileiros, agora representados por uma associação paulista, mas que poderá se espraiar pelo país, em torno do objetivo maior, a reformulação das federações das quais fazem parte, e são seus decisivos eleitores, para aos poucos, reunirem os emblemáticos 13 votos mais um, necessários para a decisiva mudança no comando confederativo, aquele que detém por direito adquirido, éticamente ou não, as tão cobiçadas chaves do cofre, hoje utilizadas em em prol das políticas continuistas, mas que poderão ser otimizadas num verdadeiro projeto que tire o basquetebol do fundo do poço onde se encontra. Mas antes de qualquer discurso oportunista, ou mesmo enganoso, urge seguir os ditames das empedernidas e super inteligentes raposas de plantão, vençam as eleições, e depois ditem as regras.
Amém.