SPRING CAMP…
Numa pequena nota em sua coluna de 4/9/07 no O Globo, Renato Mauricio Prado publicou : Sabe a quem o presidente da Confederação Brasileira de Basquete, Gerasime “Grego” Bozikis, se aliou, para exterminar a oposição e tomar, na marra, o poder na Federação do Rio? Ao ex-deputado que preside o Vasco e ao ex-superintendente da Suderj, Chiquinho da Mangueira. Precisa dizer algo mais?
E o grego melhor que um presente e seus acólitos, com um dos nove votos que o opuseram na reeleição passada no bolso, investiu em sua lógica dominante, para ir de encontro às federações capixaba, mineira e brasiliense, garantindo de antemão o pleito de 2009, já que os paulistas, sedimentados no comando técnico da confederação garantem o restante dos votos sob sua liderança. E nada mais genial do que transformar o outrora poderoso e brilhante Rio de Janeiro, em um pomposo Spring Camp de treinamento e preparação das equipes daqueles estados, para o campeonato nacional. Com a desculpa do soerguimento do basquete carioca, e conseqüente apoio popular, esse tenebroso crime é perpetrado à sombra de uma federação historicamente combativa e oposicionista, agora dominada e reduzida às mesmas proporções de política rasteira e infame, que sua mentora e patroa, a CBB.
Vemos incrédulos, uniformes que vestiram formidáveis e inesquecíveis jogadores transformados em jaquetas de treinamento, por equipes que nada têm a ver com nossas tradições, e que terminado tão lastimável estágio, nada deixarão de produtivo junto aos coniventes clubes cariocas e fluminenses, a não ser a enorme frustração de terem comungado com tão pusilânime jogo de interesses da mais baixa e abjeta política desportiva, mas que aufere grandes ganhos em benesses e trocas de favores, mafiosamente corretos.
Debater, estudar, planejar, e procurar soerguer o basquete carioca e fluminense através a mobilização de nossa gente, nossos clubes, nossos técnicos e professores, nem pensar, não dá votos, não promove comendas e regalias. Muito mais fácil é a importação pura e simples do produto pronto e acabado, técnica e administrativamente falando, para disputar um torneio descartável e na dimensão política desejável. Simplesmente genial, antológico, digno de raposa felpuda da mais alta estirpe, e por isso mesmo merecedora de permanecer no comando do basquete brasileiro, ante a submissão daqueles que deveriam lutar, mas não o fazem, preferindo a sombra determinante da mais profunda e terrível omissão, da qual um dia se arrependerão, ou simplesmente, não.
Com a denominação dada pela imprensa candanga, de “Torneio barriga de aluguel”, o basquete do Rio de Janeiro passa agora a integrar a curriola que assaltou o grande jogo no país, negando definitivamente seu histórico e venerado passado de lutas, inovações, liderança e grandes, grandíssimos vultos do esporte nacional. Mais uma, e talvez última vez, consumatus est.
Amém.