O CONJUNTO DA OBRA…
Uma entrevista imperdível a concedida pelo grego melhor que um presente ao jornalista Fabio Balassiano do REBOTE. Depois de lê-la, podemos avaliar com a mais absoluta precisão os porquês da debacle do basquetebol brasileiro nas duas últimas décadas. Raia ao cinismo mais deslavado, à incúria de quem não está nem aí para o desporto, suas finalidades, sua real missão. O que realmente importa é a viagem a Europa para assistir um sorteio, claro, entre afazeres turísticos mais importantes. É a afirmativa jocosa e debochada de sua última declaração ao jovem jornalista – “(…) Estamos trabalhando duro para atingir nossos objetivos. Vou continuar por muito tempo ainda à frente da CBB”.
Respondendo à pergunta antecedente, de como avalia sua gestão, e como encara as críticas, se sai com essa pérola – “Críticas são sempre bem-vindas, desde que construtivas. Acho que julgar a minha gestão só por uma classificação olímpica no masculino é errado. Devo ser julgado pelo meu modelo de administração, pelos resultados nas categorias de base, pelo conjunto da obra”.
Meus deuses, o cara é assombroso, pois sua retórica raia ao absurdo, ao inenarrável, senão vejamos : Comecemos pelo modelo de administração, onde, nessa mesma entrevista deixa escapar, propositalmente ou não, a influencia de cima para baixo de suas opiniões abalizadas sobre a futura proposta técnico-tática a ser adotada pela seleção brasileira que disputará o Pré-Olimpico na sua amada Grecia, determinando-a à revelia do técnico espanhol escolhido para liderá-la – “Será sempre a nossa concepção de jogo, mas com valores europeus. Ninguém vai mudar a nossa maneira de jogar, com chutes de três, transição e velocidade. Ele poderá adaptar isso a uma maneira mais européia, com mais consistência, cuidado com a bola nas mãos, cinco contra cinco…”
Se assim vai ser, para que convocar um técnico que pertence a uma escola antítese desse posicionamento? “ Ele conhece todos os nossos jogadores e poderá implantar a sua filosofia de jogo. É um disciplinador, mas muito aberto ao dialogo”. Que modelo de administração é esse que um presidente de confederação dá as cartas sobre o comportamento técnico-tático de uma seleção? E o que é pior, contradizendo os princípios arraigados da escola européia que preconiza o jogo cadenciado, defensivo e profundamente coletivista? Onde quer chegar o insigne doutor em administração esportiva, onde? Parece, que pelo longo tempo que prediz ficar à frente da CBB, estamos ver nascer o verdadeiro mentor técnico de nossas seleções, fato que enfim revela o porque da manutenção e priorização dos conceitos emanados por um grupo de técnicos que em clinicas sucessivas tentam impor um modelo de jogo fracassado e perdedor, desde as categorias de base, pelo país afora.
E são essas clinicas que o nosso grego melhor que um presente tanto prestigia e incentiva, que formam os alicerces do preparo futuro de nossas seleções de base, que o contradizendo , não vence mais nada internacionalmente, perdendo inclusive para Uruguai e Venezuela, já que para a Argentina se tornou lugar comum. Então, como pretende ser julgado ante tais resultados técnicos, e atuação administrativa? E se avaliarmos a divulgação de todos esses resultados, pelo triste, capenga e pessimamente informado site da entidade, além de um serviço, diria desserviço, de estatística pretensamente sofisticado, e que deve ser bem caro, e que não avalia absolutamente nada em termos técnicos, ai mesmo que seu modelo de administração afunda de vez. “Criticas são bem-vindas, desde que construtivas”. E desde quando as aceitou, ou sequer parou para ouvi-las? Eu mesmo fui convidado por ele em Brasilia para uma conversa sobre basquetebol, e até hoje aguardo o retorno telefônico ?. E quantos outros bem intencionados e competentes basqueteiros foram parar na geladeira de sua insensibilidade não só administrativa, como técnica? Quantos ?
E para culminar e retratar uma administração sinistra e diabólica, que tal escalar a seleção que nos representará no Pré , quando afirma com todas as letras, EM PORTUGUÊS CLARO, como titulou sagazmente o Balassiano sua excelente matéria, ao responder se não seria mais prudente o Moncho vir ao Brasil o quanto antes , para conhecer a nossa estrutura, ver como andam os treinamentos, ver os jogos? “Ele virá, mas não temos pressa. Os jogadores da seleção, com exceção do Marcelinho, atuam fora do Brasil. Ele não precisa vir para cá, portanto. Tem de ficar na Europa mesmo, analisando nossos atletas e os adversários”.
Logo, pessoal das equipes que disputam nosso glorioso nacional, o badalado e bem disputado paulista, ponham as barbas de molho, e treinem com afinco visando, possível e longinquamente, Londres 2012, já que para já as cartas estão na mesa, olvidadas e jogadas para baixo do tapete as tristes manifestações de traição explicita e subversão da ordem dentro de uma equipe nacional, que inclusive já foram mencionadas e criticadas pelo Moncho, e prontamente desmentidas pelo técnico que o antecedeu, numa cabal demonstração de ainda se encontrar afinado com os princípios superiores de administração conjunta, implantação de um sistema absurdo de jogo, e divulgação do mesmo nas clinicas de lavagem cerebral, constituindo a mais terrível herança que uma liderança nos tenha imposto nas duas últimas décadas, num verdadeiro e apocalíptico conjunto da obra, a tal que o helênico presidente quer ser lembrado e julgado, mas cujos veredictos só serão conhecidos numa data de vaga lembrança. Afinal, é dele mesmo o conceito que vale- “Estamos trabalhando duro para atingir nossos objetivos. Vou continuar por muito tempo ainda à frente da CBB”. O saudoso Caixa d’Água já tem seu herdeiro.
Amém.
Professor , a sorte do basquete brasileiro é que a FIBA ainda não criou uma 2ª divisão para o basquete internacional.
Caso contrário , o Brasil já ostentaria o status de
“CORINGÃO DA BOLA LARANJA”.
Abraço !
Prezado Cristiano,se o nosso país estivesse na Europa já estaria no nivel C,a última categoria classificatória entre as equipes daquele continente,sob critérios da própria FIBA.Um abraço,Paulo Murilo.
Caro Professor, como foi de festas de final de ano ? Espero que bem e que o senhor tenha um otimo 2008 !
Triste a entrevista.
O basquetebol brasileiro é obrigado ou se obriga a ouvir isso ?
Uma boa questão !
Abraços,
Henrique Lima !
Prezado Henrique,tudo bem comigo,e agradeço os votos,desejando o mesmo para você e sua familia.Acredito que o basquetebol se obriga a ouvir tanta insanidade,exatamente pelo estado quase generalizado de omissão,por parte daqueles que poderiam, pelo menos,tentar reverter a situação,os técnicos.No entanto,a desunião dos mesmos reduzem em muito o processo de soerguimento do grande jogo.Uma pena.Um abraço,Paulo Murilo.
Professor , onde escreveste:
“doutor em administração esportiva”
Poderia escrever-se e até penso que soaria melhor:
“MBA em Gestão do Esporte pela Washington State University of USA “
Abraço!
Prezado Rodrigo,e desde quando a WSU graduaria com um MBA o grego melhor que um presente? Aliás,pelo retrospecto sequer aceirariam sua candidatura,pois lá jamais teria o suporte federativo que manipula por aqui.Nos Estados Unidos o mérito ainda se mantêm como pré-requisito nas universidades.E mérito é uma qualificação que ele abomina.Um abraço,Paulo Murilo.