OS PSEUDOS…
Confusão formada, jogador mais influente da equipe excluído e automaticamente suspenso para a segunda partida, equipe nervosa e agressiva junto a arbitragem, técnicos brasileiros pseudamente revoltados, dirigentes também brasileiros dando carteiradas e fotografando as cenas absurdas, jogador paraguaio-argentino com um sorriso insuspeito insuflando a torcida, numa comunhão de valores historicamente inverossímil, e no fundo, em off, a torcida aos brados , compassados – Argentina, Argentina, Argentina… E todos nós, na distância televisiva, achatados nas poltronas sem ação ante tanta estupidez, despreparo e falta de vergonha na cara, desculpe, com uma tocante exceção, a figura imponente de um jogador que foi até lá para simplesmente jogar basquetebol, Alírio.
A equipe do Flamengo inicia o jogo com um armador e dois pseudo armadores responsáveis pelas ações ofensivas e coordenação defensiva, mas com um indisfarçável detalhe, já que dois deles ( os pseudos…)sob a mínima pressão defensiva se perdem em lateralidades, pois não são dribladores ambidestros, e fracos nas fintas de 1 x 1, e mais, absolutamente não tem atitude defensiva, permitindo que nos cruzamentos entre os dois armadores argentinos fora do perímetro a recuperação se faça por trás do companheiro, e não entre ele e o atacante, atitude técnica que, além de evitar a troca, mantém o mesmo sob vigilância a curta distância, evitando os arremessos de três. Mas estes são detalhes ínfimos para os que se consideram o máximo.
E foi exatamente no momento em que a equipe brasileira, tendo em quadra os seus dois armadores verdadeiros, exercia uma reação no placar, quando acertou a sua defesa e atacava com mais opções, é que os luminares rubro-negros iniciaram o projeto – Cuidado, vocês vão ter que jogar no Maracanãnzinho! Ouviram bem? Na nossa casa, onde o buraco é mais embaixo!! –
Acontece, que antes de desencadearem o projeto coercitivo, esqueceram que duas partidas teriam de ser jogadas no cercado do vizinho, onde o buraco não fica embaixo, e sim a 3.05 metros de altura, e no qual eles acertam com precisão cirúrgica de quem entende do riscado, e de projetos…
Hoje jogarão a segunda partida, na qual, pela ausência de um dos pseudo armadores, se verão obrigados a jogar, mais do que nunca, em rígido conjunto, onde as ações de armação de jogadas e precisão defensiva se farão de extrema necessidade, se transformando em um campo fértil de criatividade e técnica apurada nos fundamentos, principalmente os de drible, fintas e passes no ataque, e agressividade na defesa, aspectos intrínsecos a armadores de formação.
Se uma vitória não for alcançada no périplo pelas terras argentinas, mesmo que, por força coercitiva, ou não, da torcida rubro-negra que deverá lotar o Maracanãnzinho, duas vitórias serão insuficientes, pois a decisão será levada de volta para o sul, onde, como já se viu, os buracos ficam em cima, ao alcance dos melhores jogadores, da melhor equipe.
Estrategicamente falando o Flamengo foi uma lástima na Argentina, apesar de técnico-taticamente ter alguma condição de enfrentamento, claro, se privilegiasse os jogadores mais adequados às situações reais de jogo, e não às falsas premissas que teimosamente muitos ainda defendem, como a notória ascendência fundamentada em nomes, codinomes e pseudas qualidades, garantidoras de espaços e capitanias hereditárias, vícios exemplificados de cima para baixo, desde seleções e comissões técnicas, passando ao largo do comando central e inamovível, foco de todo um processo de declínio e total ausência de legitimidade. Uma pena.
Amém.