ANATOMIA DE UM ARREMESSO V
Como já mencionei em artigos anteriores desta série, muito do desconhecimento sobre a técnica dos arremessos, principalmente os de longa distancia, se deve ao fator tradição no ensino do movimento, onde a estética supera a técnica de execução, pautando-se no equilíbrio harmonioso que aufere ao “estilo” a busca a ser alcançada, e não a eficiência direcional e mecânica que deve ser o objetivo final.
E esse objetivo, tem como elemento indissociável ao sucesso do arremesso o controle absoluto sobre a direção da bola à cesta, sem o qual estilos, equilíbrio, força, saltos e pegas não obterão os resultados desejados. Recordando o principio básico da direcionalidade em qualquer arremesso efetuado com uma das mãos, no qual o eixo diametral estabelecido pela flexão dos dedos centrais da mão impulsionadora no momento da soltura, origina um movimento reverso da bola em torno do mesmo (back spin), e que estando paralelo ao nível do aro, e eqüidistante dos bordos externos do mesmo, estabelecerá um sentido direcional cujos desvios, quanto menores forem, mais precisos e centrados serão os arremessos, colimando as variáveis de força e trajetória necessárias na busca da precisão almejada.
Logo, o principio de direcionalidade se antepõe decisivamente aos estilos e à estética, dando ao jogador a enorme possibilidade de sucesso mesmo em situações de total desequilíbrio corporal no espaço, no momento em que mantenha sob total controle a direção imprimida à bola.
No primeiro exemplo (acima a direita) observemos o jogador profissional MacGrady executando um longo arremesso em total equilíbrio corporal, atendendo às expectativas estéticas, num estilo clássico. Mas um detalhe primordial salta aos olhos dos mais treinados na arte de ensinar arremessos, o perfeito alinhamento da mão impulsionadora, numa pega em que a aplicação de força é feita pelos 3 dedos centrais simultaneamente (observar o retraimento do dedo central, a fim de se alinhar ao anular e indicador), e o polegar e mínimo dominando o eixo diametral da bola completamente paralelo ao nível do aro. O controle espacial dos eixos a – b mantenedor do centro de gravidade projetado à área ocupada no momento do salto, e o c- d, responsável pelo direcionamento correto à cesta, demonstram a alta técnica desse jogador, real especialista nos longos arremessos.
No segundo(acima a esquerda), uma contraposição total ao primeiro exemplo, principalmente no aspecto referente ao equilíbrio corporal, comparando equilíbrio e desequilíbrio, mas tendo algo absolutamente em comum com o primeiro exemplo, o controle direcional exercido sobre a bola. O jogador Ginobili é um especialista nesse tipo de arremesso, onde alcança grandes resultados.
Reparemos que, mesmo em total desequilíbrio corporal, com o eixo a – b determinando o quanto o seu centro de gravidade se encontra fora da área que estaria ocupando ao inicio do salto, sua empunhadura mantém o eixo diametral da bola paralelo ao nível do aro (c – d), sob total controle direcional, garantindo o sucesso na tentativa, o que realmente ocorreu.
São exemplos determinantes do quanto o controle do eixo diametral em rotação inversa , paralelo ao nível do aro e eqüidistante dos bordos do mesmo, conotam alto grau de precisão direcional, não dependendo da postura e posicionamento do corpo no momento crucial do arremesso.
Claro, que a absorção desses princípios técnicos ocorrerão no transcorrer do processo educativo dos jovens, iniciando-os pela postura tradicional (fundamentação passada), ensinando e treinando-os nos princípios que regem o controle do centro de gravidade (fundamentação presente), evoluindo, já como infanto e juvenis, para ações espaciais desequilibradas (fundamentação futura), principalmente aquelas mais usuais nos tempos atuais de fortes defesas e embates corpo a corpo.
Como podemos mais uma vez atestar, toda evolução e conhecimentos acerca dos fundamentos do jogo, passam obrigatoriamente por processos didático-pedagógicos firmemente embasados em sérios e detalhados estudos, onde o empirismo tem de ceder sua tão presente realidade entre nós pela premente necessidade de evolução técnica, campo de ação de professores e técnicos, comprometidos com a excelência no ensino e na prática dos fundamentos do grande jogo.
Estudar, pesquisar, trabalhar, é o caminho a ser percorrido, sempre.
Amém.
PS- Um bom artigo para referencia pode ser acessado clicando:
http://paulomurilo.blogspot.com/2007/12/anatomia-de-um-arremesso-iv.html
nussa adorei o site obrigada!
quero ficar por dentrod e tudo oq ue acontece tah!
bjs!
a todo!
Que bom que você tenha gostado Ketilyn. Venha sempre nos visitar.Um abraço, Paulo Murilo.
Paulo, tenho uma duvida quanto meu arremesso. Quase sempre que arremesso a bola não tem uma rotação agradavel… Porém isso acontece geralmente do perimetro, mas quando arremesso de perto ela gira, mas não muito. Existe algum exercicio para aperfeiçoar o arremesso ou corrigir o que estou fazendo de errado? A propósito, usa a mesma empunhadura (ou parecida) do Jason Kapono, aproveitando que você o mencionou.
Desde já agradeço.
Vamos lá Leonardo- A rotação da bola em torno de seu eixo diametral é proporcional à maior ou menor distância que ela se encontre da cesta. Ou seja, quanto mais perto maior a rotação. E por que isto? Pelo fato da mesma servir de freio controlado à força imposta na bola, além de favorecer maior estabilidade do eixo pela alta rotação (Teorema de Bernoulli). Essa alta rotação na proximidade da cesta propicia um sem número de artificios na utilização da tabela, como um eficaz recurso de arremessos indiretos, fugindo de marcações cerradas.Não esqueça que uma rotação inversa ao tocar num aro ou tabela tem sua ação revertida (lei de Newton, onde uma força num sentido gera outra de sentido contrário quando de encontro a uma superfície).
Em longas distâncias, antes de terntativas de jumps, execute os arremessos com os pés no solo, pois dessa forma o alto grau de estabilidade corporal ensejará arremessos melhor direcionados.
Um bom exercicio, para ser feito a dois, é se posicionar de frente a um pedaço de perna de três( Perna de três polegadas de madeira( mais ou menos 9.5cm)com 1 metro de comprimento (madeira comum para telhados e construção de casas) e lançarem a bola de um para o outro, fazendo com que a mesma toque em sua estreita superficie, quando reverterá sua rotação inversa, chegando às mãos do companheiro postado na outra extremidade. Aos pouco vão amentando as distâncias e consequentemente a precisão de um para o outro. Esse exercicio também pode ser feito sozinho dispondo o bloco de madeira de frente a uma parede que refletira a bola de volta. Também poderá elevar o bloco colocando-a em cima de uma mesa.Enfim, muitas são as possibilidades de treinar a precisão dos lançamentos dirigindo-os a uma superficie de 9.5 cm de largura.
Mas o maximo de sofisticação é poder contar com uma trave de equilíbrio de ginástica para aprimorar o direcionamento e a rotação da bola.
Bem, são dicas possiveis de serem desenvolvidas e alcançadas com algum refugo de obra. Bons treinos e sucesso. Paulo MUrilo.
NBB,É UM NOVO ENCENTIVO PROS BAQUETEIROS
BRASILEIROS POW MINHA MAIOR SASTIFAÇÃO
É VER O BASQUETE BRASILEIRO CRESCER
DIGNIDADE NÃO SI COMPRA
SI FAZ!
ISSO EU FALO PROS MANOS Q
Concordo com você Ingrid, ainda mais se concretizarem o campeonato de sub 20, revelando novos e mais valores. Somente espero que esses benefícios sejam estendidos ao feminino também. Um abraço
Paulo Murilo.