O FLAMENGO DA PATRÍCIA…

O Flamengo foi o campeão, lídimo campeão, pois se fez merecedor pelo grande esforço de estruturar uma boa equipe, aqui no glorioso Rio de Janeiro, enquanto seus co-irmãos alugavam suas também gloriosas camisas como vendilhões de suas tradições e história. Parabéns pelo feito, parabéns pela teimosia, marca registrada rubro-negra. E muitos parabéns aos jogadores e ao técnico Paulo Sampaio, e sua competente comissão técnica.

Mas algo mais me chamou muita atenção nessa conquista, o apoio e suporte da vice-presidente de esportes olímpicos (creio ser este o cargo) Profª.Patrícia Amorim, para que esse sucesso se tornasse realidade, e que me fez recordar uma passagem com a mesma , quando cursava seu derradeiro semestre na EEFD/UFRJ, quando de seu estagio supervisionado em prática de ensino, do qual eu era o coordenador. Bela manhã, fui procurado pela então aluna Patrícia no campus da Praia Vermelha, que se apresentava para seu estagio, trazendo consigo uma programação a ser desenvolvida na piscina da escola, sugerida pela professora da modalidade. Fiz ver a ela que até aquele momento jamais havia permitido que alunos se voltassem, pelo menos no âmbito da instituição, no sentido da especialização pura e simples, e que naquele departamento insistíamos na formação generalista dos graduandos, que seria a realidade que encontrariam em suas vidas ligada às escolas do país. A Patrícia se contrariou, mas ante minha posição iniciou suas atividades na prática de ensino com uma turma de volibol no primeiro trimestre, e se não me engano, uma de futebol no segundo. Fez um excelente estágio e seguiu seu caminho de professora. Tempos depois a vi na coordenação de um CIEP em frente ao estádio do Flamengo na Gávea, onde estabeleceu um relação clube-escola com grandes resultados, demonstrando que o aspecto generalista de sua atuação se fazia presente com sucesso. Quando se candidatou a vereadora, confiei meu voto àquela jovem , inicialmente contrariada com a minha decisão na EEFD, mas que compreendeu no desenrolar de sua vida profissional que eu tinha alguma razão ao manter o posicionamento pedagógico. Enfim, vejo-a na direção técnica do grande clube, com competência e idealismo, não só a favor de sua amada natação, mas prestigiando as demais modalidades, uma das quais a fez vibrar ontem na quadra de Brasília. Dou também meus parabéns a ela, a Profª. Patrícia Amorim.

Mas como um tema dessa envergadura, a final de um Campeonato Nacional, não poderia se extinguir afogado por merecidos parabéns, toco num detalhe que definiu e decidiu o jogo de ontem, os 40 pontos do Marcelo, e seus incríveis 21 x 21 lances-livres convertidos. Realmente dignos de nota e admiração, assim como de decepção quanto a incapacidade e primarismo de seus adversários na marcação sobre ele, que em se tratando de uma final, onde os melhores jogadores se defrontam, contabilizaram uma performance pífia e comprometedora.

Quem acompanha e conhece um pouco dos fundamentos do jogo, os de defesa em particular, está cansado de saber que a posição mais letal do arremesso de três do Marcelo se estabelece após um drible para a sua esquerda vindo da mão direita, característico do corte, onde a mão esquerda domina e paralisa a bola, levando-a ato continuo à posição elevada para o arremesso de direita. Quando ele é obrigado a bater com a mão esquerda, para a sua esquerda, a sua dificuldade em efetuar o drible e dominá-lo para a empunhadura do arremesso é bastante visível e notória, daí, quando ocorre essa situação sua atitude de mudança de direção, para a direita , torna-se inevitável. Ora, se o marcador der espaço para que ele progrida e execute o corte de direita para a esquerda, estará permitindo o posicionamento ideal para seu mortal e equilibrado arremesso, que perde muito de sua eficiência quando deslocado dessa posição. Mas, pergunta-se, se isto ocorrer ele corta em direção à cesta, onde também é eficiente também, não? Concordo, mas façam as contas se em vez dos montes de três pontos que assinalou (inclusive muitos triplos lances-livres que cobrou), fossem os mesmos trocados por dois pontos, e acredito que o placar estaria muito mais critico do que esteve, dando chances de equilíbrio ao(s) oponente(es). Esquecem nossos jogadores e técnicos que o segredo (será tão segredo assim?) para diminuir a pontuação de um grande arremessador, jamais passa pela tentativa de evitar que sejam executados, e sim que sejam alteradas algumas características inerentes aos mesmos, como posicionamento Ideal, rotinas de equilíbrio, empunhadura precisa, e principalmente trajetória, assim como a opção para liberação de dois ou três pontos possíveis. Uma equipe bem treinada e sabedora de seu potencial ofensivo equilibra o do adversário cortando seus caminhos e alterando suas preferências nos arremessos, que foi exatamente o que não fez seu decepcionante adversário.

Mas como a equipe do Flamengo nada tem a ver com detalhes controversos de seus oponentes, venceu com méritos e justiça. Sinceros parabéns.

Amém.



2 comentários

  1. João Guilherme 25.09.2008

    gostaria de saber se o C.R.Flamengo é aberto para a realização de estágios na área de educação física, para a aquisição de experiências, ter a oportunidade de ver os treinamentos, o planejamento, etc…desde ja obrigado!

  2. Basquete Brasil 25.09.2008

    Prezado João Guilherme,nada o impede de se dirigir ao clube citado e tentar se informar à respeito.Dirija-se à vice-presidência de esportes amadores e faça sua solicitação.Acredito que será bem recepcionado, que é um tradição daquele clube.Boa sorte.Um abraço,
    Paulo Murilo.

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