A QUEM INTERESSAR POSSA…

“Ufa! Conseguimos, conseguimos mesmo! Agora, com os quatro anos que temos de tranqüilidade pela frente, é tratarmos de reforçar outras modalidades, ajudando-as a subir um pouco mais na preferência popular, ficando como mais algumas na frente dos caras, já que pouco perigo poderão oferecer à nossa situação de segundo esporte no país. Não ousem sequer pensar em retirar os meios que mantém nosso grego de ouro lá na CBB. Ficou bem claro isso?

Mas chefia, já existem esboços de revolta contra a situação do cara, meio fracote, mas pode crescer. E ademais, a possibilidade de reassumirem a antiga posição de segundo esporte, é mesmo muito difícil, reconheço, mas não impossível, se a gritaria aumentar, e de alguma forma virarem a mesa, como não sei, mas… Concordo, e é exatamente por isso que tudo o que puder ser feito, arquitetado, cabulado, comprado, politicamente, ou não, terá de garanti-lo no poder. Não esqueçam que o basquete é ainda muito influente e respeitado pelas gerações passadas, e que os mais jovens se encantam pela NBA, logo, a manutenção do cara, como você diz, é fundamental para que o tal jogo não cresça aqui dentro, e venha nos assombrar em nosso atual e suado prestígio.”

Esse hipotético diálogo, em tudo justificaria a total blindagem que foi estabelecida em torno do grego melhor que um presente e sua administração, onde contas jamais foram contestadas, verbas são manipuladas sem auditoria e transparência, cargos e viagens são loteados, assessorias pagas são criadas ao bel prazer, e seleções são manipuladas politicamente, além dos famigerados cursos de atualização que servem de instrumento coercitivo na implantação e manutenção de um sistema técnico-tático arcaico e de domínio de uma casta de técnicos concordes com a situação diretiva da entidade.

Se mais uma classificação olímpica foi para o espaço, não devemos crucificar os jogadores que tudo fizeram para bem representar nosso basquete, mas isto sim, devemos confrontar tal desfecho com a situação calamitosa e profundamente doente que vem se abatendo sobre a modalidade, desde que essa administração lá se estabeleceu, com seus preceitos mafiosos, retrógrados e de profunda desonestidade esportivo-social. Com todas estas qualificações, têm prestado um enorme serviço na manutenção do descenso progressivo e inexorável de uma modalidade esportiva que sempre se orgulhou de seus inúmeros títulos internacionais, que desde sempre, a mantinha no segundo lugar no gosto do povo brasileiro. Claro, que muitos daqueles que hoje usufruem posicionamentos acima do basquete, não o querem de volta na disputa, pois não só prestigio estará em jogo, e sim muito dinheiro, dividido entre negócios, empresas, comercio e fortunas pessoais. O desporto no Brasil, e o culto ao corpo, segundo o Atlas do comte. Lamartine Pereira, move 12 bilhões de reais anualmente, cifra que muito bem escalonada e dividida, não pode se permitir ser alterada com o ingresso de um concorrente com o histórico do basquete. Está ótimo assim. Nada a mudar e a substituir.

Reflitam os verdadeiros basqueteiros do país, aqueles que hoje ocupam posições de relevo nos governos, nas grandes firmas e companhias, nas profissões liberais, nas universidades, e por que não, nos grandes clubes, e que de alguma forma foram beneficiados em sua formação cidadã, profissional, diretiva, e de comando, com a pratica do basquete. Antevejam a grande oportunidade de retribuírem um pouco, do muito que ganharam e se beneficiaram na aprendizagem e na prática do grande jogo. E que se levantem e o ajudem, da mesma forma em que um dia foram ajudados por ele, a se soerguer, e reconquistar seu verdadeiro lugar em nossa sociedade, em nossos corações.

Tudo começa no clube e seus pares. Em cada estado da federação eles reunidos elegem seus presidentes de federações, e estes, 27 no total, elegem a direção confederativa. Bastam que 14 deles se unam, se conscientizem de suas enormes responsabilidades, escolhendo um nome de consenso, um nome que reflita e represente um novo tempo, uma nova concepção administrativa, que delegue a quem de direito e conhecimentos o planejamento de uma verdadeira e representativa confederação, ao largo do lixo ora existente. Somente assim poderemos pensar em classificação olímpica, em lutar pela reconquista do lugar perdido e roubado no amor que todo brasileiro sempre manifestou pelo grande jogo, pelo grandíssimo jogo entre nós todos.

Amém.



2 comentários

  1. Clóvis Rafael 19.07.2008

    Perfeito seu texto… Estou lendo textos de vários sites especializados em basquetebol no Brasil, e parece-me um consenso o que vc diz Professor!!!!

    Espero que consigamos dentro de um ciclo olímpico, reverter esse quadro, fortalecer os clubes, criar uma escola nacional de treinadores e o melhor criar uma liga independente de clubes!!!! Rezo e peço à Deus, que esse Grego saia do comando ano que vem e que um novo tempo, cheio de garra e de empenho, venha a nos brindar com uma classificação olímpica e uma boa posição no Mundial de 2010(isso se classificarmos para lá)!!!!!

    Um abração!!!!

  2. Basquete Brasil 19.07.2008

    Prezado Clovis,como vê,aos poucos vamos chegando a um consenso,provando que alguns podem enganar uma coletividade por muito tempo,mas não por todo o tempo.Um dia a ficha cai,queiram ou não queiram.Espero que não demore,para que o mal não se torne irremediável.Um abraço,Paulo Murilo.

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