Vi-o jogar muitas e muitas vezes, mas nenhuma de suas participações me emocionou tanto como na disputa do Campeonato Mundial do Rio de Janeiro em 1963, onde conquistamos o bi-campeonato mundial. Era um jogador de grande técnica e um arremesso longo devastador, Junto com Jatir e Vitor formavam nossa artilharia de longo alcance, numa época em que não existia a linha do três pontos. Muito antes da era Oscar, já com os três pontos implantados pela FIBA, tínhamos outros oscares, como Angelim, Alfredo da Motta, Algodão, Ruy de Freitas, Waldir Boccardo, e tantos outros que utilizando estilos não muito ortodoxos de arremessos o faziam com elevada eficiência numa zona que ultrapassava a atual linha dos três pontos.
E naquele mundial, com a mais absoluta certeza, as contagens de todas as partidas em que a seleção brasileira participou ultrapassariam os 100 pontos se a emblemática linha já existisse. E mais ainda, muitos dos recordes de acertos individuais em campeonatos mundiais teriam sido estabelecidos por aquela formidável seleção.
E como jogavam, e como arremessavam, principalmente o nosso hoje muito lembrado Rosa Branca, que ontem se foi, indo se juntar aos verdadeiros ícones de nossa grandiosidade basquetebolistica, inigualada pelas muitas gerações que a sucederam, principalmente pelo amor, pelo fervor com que honraram e dignificaram a eterna camiseta listrada de verde e amarelo.
Se foi cedo demais, pois ainda muito tinha a contribuir para o basquete brasileiro, sendo um dos poucos verdadeiros campeões que ainda militava no meio, junto à FPB como um de seus diretores.
Rosa Branca foi um extraordinário jogador, e um ser humano da maior qualidade e dignidade, e vai deixar cada vez mais órfão esse tão judiado, injusto e vilipendiado basquete brasileiro.
Que os deuses façam justiça ao seu fantástico talento.
Amém.