PENSANDO EQUIPES E SELEÇÕES…

E Franca, com praticamente seis jogadores aptos a disputar uma partida de tal importância não resistiu ao ímpeto de um plantel completo e de boa qualidade. Com uma defesa bastante agressiva e bem distribuída na linha da bola, Limeira forçou muitos erros do ataque francano, e com dois jogadores numa noite profícua nos arremessos de três, Nezinho e Shamell, não deu a mínima chance a uma equipe que declaradamente se poupava na defesa para evitar as faltas pessoais, no intuito de tentar pressionar o adversário nos dois quartos finais. Com um segundo e terceiro quartos arrasadores nos arremessos de três, o plantel de Limeira liquidou a partida sem maiores dificuldades.

Desta vez, Limeira se comportou como uma equipe no aspecto defensivo, onde dominaram integralmente os rebotes e a rotação sobre os armadores francanos, principalmente na vigilância feroz sobre o Helio, que aos poucos foi perdendo sua tranqüilidade e equilíbrio emocional, culminando com uma falta, quase agressão, sobre um Nezinho que momentos antes havia provocado acintosamente a torcida de Franca após uma de suas cestas de três pontos. Dois comportamentos reprováveis, em se tratando de jogadores experientes e líderes em suas equipes, assim como do técnico da casa que aumentou o clima bélico do jogo com reclamações e forte pressão sobre a arbitragem, quando, ante as circunstâncias de inferioridade de sua equipe, deveria ter mantido um alto grau de tranqüilidade, objetivando colher o máximo de informações possíveis do adversário visando o confronto decisivo de amanhã.

Honestamente, creio que somente uma noite de alta inspiração de seu quinteto básico, superando suas deficiências nos rebotes e defendendo com eficiência e sem cometer muitas faltas, poderá reverter o atual quadro, declaradamente à favor de Limeira, que mesmo assim, e por força do grande número de jogadores importantes e largamente experientes, não conseguiu ainda encontrar a medida certa que define uma equipe, onde seu armador principal se destaca muito mais como finalizador do que líder técnico tático de seus companheiros. Mesmo assim, tem tudo para levar o título, pois dificilmente, e nas atuais circunstâncias, Franca encontrará soluções que reequilibre um time de seis jogadores.

Mas outro fato, de extrema sutileza, vem se avolumando no seio da mídia especializada, e que foi tornado claro durante o intervalo do jogo, quando uma série de entrevistas com jogadores de ambas as equipes foi ao ar. Nelas, uma das perguntas versava sobre a seleção brasileira, e seus desejos de convocação e oportunidades.

Um dos entrevistados, o Nezinho, sem maiores pudores, discursou seu empenho em ser selecionado, como decorrência de sua produtividade técnica nos campeonatos de que vem participando, como um prêmio de que se acha merecedor, esquecendo seu papel no pré olímpico passado, quando se recusou a entrar na quadra para jogar, e o trágico, jogar pela seleção brasileira, a defender a gloriosa e nunca antes manchada camisa duas vezes campeã do mundo e três vezes finalista olímpica.

Assim como a Iziane, que agiu da mesma forma em plena olimpíada, não vejo como admissível, em hipótese alguma, que esses mesmos personagens voltem sequer a serem mencionados como aspirantes às seleções, pois já tiveram suas chances, ansiadas por todo e qualquer atleta como o premio maior de sua caminhada na vida esportiva, a de defender seu país sob quaisquer circunstâncias, nem que por uns parcos, porém sagrados segundos.

E se pretendemos soerguer o basquete em nosso país, que partamos em busca da recriação de nossas conquistas mais representativas, emulando os sacrifícios, as renúncias e os exemplos de desprendimento de nossos eternos campeões e campeãs, os quais nunca, em tempo algum negaram defender a camisa de nossas seleções. E que aqueles que sutil e matreiramente ensaiam perdões e exceções, motivados por velados interesses, que saiam do caminho daqueles que respeitaram e jamais ousaram trair a camisa da seleção de seu país, que sempre representará para os que a vestem um preito de respeito e reverência, e um caminho sem volta para os que a negam.

Que assim seja para todo o sempre.

Amém.



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