A BOFETADA E TIROS DE TRÊS…
Dois jogos diametralmente diferentes. Um, apesar das oscilações na performance dos jogadores, alguns de muito bom nível técnico, boas defesas e uma entrega admirável, manteve um razoável patamar técnico tático. Franca e Limeira repetiram as emoções da final paulista, cujo desfecho foi alcançado através um prosaico (para os nossos “padrões”) arremesso de dois pontos de seu bom pivô Drudi., após uma enxurrada de arremessos de três, quase sempre infrutíferos pelas proximidades defensivas, premiou Franca com importante vitoria, apesar dos grandes desfalques que vem apresentando na equipe. Foi um jogo em que os lances livres e uns poucos arremessos curtos, frutos de penetrações influíram decisivamente.
LAMENTÁVEL COVARDIA…
Quando você se depara com uma foto desta é como se fosse apunhalado pelas costas, atraiçoado, vilipendiado, humilhado em sua condição de cidadão, de brasileiro, que ao cumprir com seu dever no trabalho e perante a família e a sociedade, não se conforma com tanta insensibilidade, tanta selvageria para com nossos jovens, nossas crianças.
E quando você consegue chegar ao final da leitura de uma reportagem, onde o superintendente do COB disserta sobre verbas publicas (O Globo de 8/2/09, em sua pagina 38), olimpismo e desporto nacional, guardando somente uma declaração sua sobre o Rio 2016, quando afirma –
“Estou otimista. O Brasil é forte candidato. Chicago não precisa dos Jogos para ser o que é. Está pronta. Faria um evento, e passou, passou. No Brasil, seria algo lembrado por 500 anos. Nos EUA, seria mais um. Para nós, seria o primeiro evento deste tipo na America do Sul para 40 milhões de crianças”.
Ai você explode de indignação e revolta pelo cinismo e completo alheamento às verdadeiras e fulcrais necessidades destas crianças, 40 milhões delas!
E quando já se ensaia a disponibilidade de 30 bilhões ( o Pan custou 3 bilhões…) para essa criminosa e lesa pátria aventura, ai a indignação vira revolta, que deveria se espraiar por todas as latitudes deste imenso e infeliz país, onde seu futuro é obrigado a estudar sentado no chão enquanto sinecuras desfilam sua crueldade escudados em uma verba pública que por si só, vejam bem, 30 bilhões, resolveria em muito suas desigualdades e omissão de direitos previstos e sacramentados na constituição do país. Tanto dinheiro ainda auxiliaria na construção tosca, mas real, de pequenos módulos constituídos de uma piscina, uma quadra coberta e uma mini pista de atletismo, onde poderiam se fortalecer, desenvolver e sedimentar o relacionamento sócio desportivo, fator de reforço ao currículo tradicional, e que junto com as artes e a musica moldariam gerações produtivas em busca de nossa possível grandeza.
E num futuro incerto, porém plausível, teríamos nossa população jovem e trabalhadora inserida no progresso da nação, e com certeza participando com brilho em olimpíadas e mundiais, não só nos esportes, mas nas artes, nas ciências, na literatura. E nesse momento descobririam não necessitarem de olimpíadas por aqui, que somente enriquecem quem as organizam, quase sempre estrangeiros e maus brasileiros, pois aprenderiam o valor de sentarem com dignidade em uma carteira escolar, e não no chão frio ao largo dos cínicos e insensíveis.
Amém.
ADMINISTRANDO E SUPERVISIONANDO…
“(…) A gente não deixa de ser um pai aqui dentro. Vemos a parte médica, observamos se o atleta não está escondendo dor. Verificamos se está se alimentando e dormindo direito, se a roupa está limpa, etc. Além disso, temos que impor as normas de trabalho que existe dentro de uma seleção. Atender os pais também faz parte da nossa função. Tem parentes mais preocupados e é preciso ter jogo de cintura mostrando que o trabalho feito pela Confederação é muito sério e é dado todo o suporte para que esses garotos e garotas estejam bem”.
“(…) É mais fácil trabalhar com a seleção adulta do que a de base. O adulto é mais tranqüilo, pois já tem consciência profissional e sabe o que está fazendo ali. São profissionais que jogam em grandes equipes e já possuem suas responsabilidades. Com eles, não precisamos fazer tantas reuniões, explicar as coisas muitas vezes”.
FALEMOS UM POUCO DE TÁTICAS E SISTEMAS III…
Prossigo hoje a serie- Falemos um pouco de táticas e sistemas III -( < clicar ) Espero que matem um pouco a curiosidade sobre um sistema criado para ser desenvolvido na formação de dupla armação e três pivôs móveis, e que foi extensamente aplicado em equipes infanto juvenis e juvenis com excelentes resultados.
BELA CONQUISTA…
No inicio da tarde de ontem um amigo me telefona e faz a seguinte pergunta- Paulo, se você fosse o técnico do Brasília como agiria logo mais para barrar a sede de três pontos do Halcones de Xalapa, que contra o Minas arremessou 38 bolas daquela distancia? – Caramba, perguntinha não muito confortável de responder, ainda mais pelo desconhecimento de pormenores da equipe por não vivenciá-la no dia a dia.
PRANCHETOBOL…
Não tinha presenciado nada igual anteriormente, mas sempre temos uma primeira vez, sempre. Quatro técnicos em torno de suas pranchetas, que bem poderia ser uma para todos, tamanho família, fornida e como sempre, ininteligível a olhares terrenos, com seus rabiscos aleatórios transcrevendo táticas e jogadas jamais repetidas dentro da quadra, apesar de todo esforço despendido por jogadores tensos, exaustos e ansiosos em conscientizar informações tão contraditórias e impessoais.
DA ARTE DE SER CHATO…
Que semana meus deuses, não bastassem as tristes noticias de falecimentos que nos levaram a Michelle e o Adilson, enchendo de tristeza todos os basqueteiros, ainda temos de suportar as cartas marcadas da próxima eleição da CBB, quando tudo ficará como agora, pois os candidatos são compadres de longuíssima data, e que darão gargalhadas( se é que já não as estão dando…) ao final de um pleito viciado e vicioso, onde a termo “mudanças” causa calafrios aos mesmos só em mencioná-lo.
Some-se a esta realidade a outra, mais evidente, da continuidade da mesmice técnico tática que vigorou, vigora e vigorará por ainda um longo tempo em nossas equipes ditas de elite, e suas influências capitais nas divisões de base, para as quais servem de espelho. E para sustentar um pouco tão preocupante quadro, me reporto a um comentário do leitor que se assina Do Sul sobre o artigo Déjà vue, publicado na semana passada aqui no blog:
MICHELLE SPLITTER.
Confesso minha incapacidade de escrever sobre falecimento de jovens, o que me angustia e deprime. Como sempre trabalhei no magistério e na técnica do basquetebol junto aos jovens, o desaparecimento precoce sempre me pareceu injusto pelas leis naturais da vida. Por isso, me sinto imensamente triste com a ida da Michelle Splitter, cujo futuro se anunciava brilhante. Mas enquanto viveu tenho a certeza de que iluminou com a sua irradiante alegria a todos de sua família e amigos em geral.
Desejo, como pai que sou, os mais sinceros votos de energia positiva a todos os familiares da Michelle, e que encontrem forças na superação de tão trágico desfecho. Minhas sentidas condolências. Paulo Murilo.
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