ADMINISTRANDO E SUPERVISIONANDO…
“(…) A gente não deixa de ser um pai aqui dentro. Vemos a parte médica, observamos se o atleta não está escondendo dor. Verificamos se está se alimentando e dormindo direito, se a roupa está limpa, etc. Além disso, temos que impor as normas de trabalho que existe dentro de uma seleção. Atender os pais também faz parte da nossa função. Tem parentes mais preocupados e é preciso ter jogo de cintura mostrando que o trabalho feito pela Confederação é muito sério e é dado todo o suporte para que esses garotos e garotas estejam bem”.
“(…) É mais fácil trabalhar com a seleção adulta do que a de base. O adulto é mais tranqüilo, pois já tem consciência profissional e sabe o que está fazendo ali. São profissionais que jogam em grandes equipes e já possuem suas responsabilidades. Com eles, não precisamos fazer tantas reuniões, explicar as coisas muitas vezes”.
“(…) Na base, tanto as meninas como os meninos são mais dispersos. Já peguei grupos mais fáceis e mais difíceis. Com a equipe feminina deve se ter um pouco mais de tato, tratar com mais leveza. Já os meninos podemos ser mais fortes. As garotas são doces e mais fáceis de trabalhar”.
“(…) O esporte é a melhor coisa para a vida de qualquer cidadão e trabalhar com isso é uma honra para mim. Foi através dele que eu fiz meus grandes amigos, conheci lugares e pessoas diferentes. Esporte é uma lição de vida, é uma escola, uma faculdade. Quando você entra para esse ramo, não quer sair, tanto que já estou nele há trinta anos (…)”.
São relatos e afirmações, quase todas, dignas de um verdadeiro Head Coach, aquele professor e técnico que lidera uma equipe, dentro e fora da quadra, principalmente na dificílima tarefa de orientar divisões de base. Onde seus vastos e profundos conhecimentos dos fundamentos do jogo, sua didática e princípios pedagógicos, sua sensibilidade no trato psicológico junto aos jovens, muito jovens, imaturos, numa fase crucial de transformações físicas e psíquicas e não profissionais por definição, onde o contato direto com seus pais e professores são fatores indissociáveis de sua função formadora e de intransferível liderança, que são os patamares básicos na constituição de uma etapa decisiva na formação de futuros jogadores para as divisões superiores. Tarefas, repito, intransferíveis, já que estrita e tecnicamente ligadas às funções de um comandante, que poderá ou não delegar participações assistenciais por parte de outros componentes da equipe que lidera incondicionalmente, por mérito e vasta experiência, aspectos que exigem lealdade e confiança de todos, e no qual devem se espelhar.
No entanto, e para minha incrédula constatação após ler um artigo no Databasket de 16/02/2009, o qual sugiro que leiam em sua integra (http://www.databasket.com.br/descricao.asp?NOME=Not%EDcias&IDMATERIA=14017), compreendi numa nesga de luz, os porquês dos fracassos de nossas seleções de base nos últimos anos, pois todas as fases de preparação, comando e competição estão nas mãos de ….administradores, autores dos relatos acima, e que vão da formação em direito a mãe de atleta, com a desculpa oficial –“A figura do administrador é a responsável por toda a parte organizacional das seleções brasileiras, patrocinadas pela Eletrobrás, para que a comissão técnica possa trabalhar tranquilamente. Ele é responsável pelas compras, dos horários, transporte, alimentação,uniformes, quadra, lavanderia. Se envolve na estrutura dos treinamentos e das competições para que a seleção possa treinar e jogar (…)”.
Então ficam as perguntas – Que papel representa a função de técnico da equipe? De técnico e professor de equipes de formação? De que personagem estão travestidos estes brincalhões e oportunistas que se submetem a tão e vergonhoso código de condutas, pusilânime e serviçal, para terem apostos em seus currículos o cargo, que deveria ser meritório, de técnicos de seleções nacionais? E que mesmo nivelados por baixo de um comando espúrio ainda se submetem a supervisores que os obrigam a aceitarem o sistema único de jogo, aquele que nos tem levado ladeira abaixo no cenário do basquete municipal, estadual, regional e internacional, implantado e divulgado através suas clinicas para jovens técnicos país afora? E que já estão novamente em ação independendo de qual candidato vença a eleição de maio na CBB, provando a continuidade catastrófica desse maldito modelo? Que mais falta para cerrarem a lapide do grande jogo entre nós?
Triste sina de nossas jovens promessas, instigados e cooptados para dentro de um sistema de jogo que os classificarão e selecionarão, quando deveriam estar sendo exigidos dentro de suas limitações púberes, na pratica especializada dos fundamentos, onde, ao se descobrirem aptos a praticá-los aprenderiam a amar o jogo, condição primordial para o seu desenvolvimento futuro. Mas isso é área para quem conhece o âmago do jogo, sua estrutura e os caminhos elementares para ensiná-lo, treiná-lo e jogá-lo. Não é seara de quem se submete servil e colonizadamente a …..administradores e supervisores de qualidade mais do que duvidosa.
Amém.
OLÁ PROFESSOR COMO ESTÁ? ESPERO QUE ESTEJA BEM E COM MUITA ENERGIA NESTE ANO QUE SE INICIA. POR QUE O TRABALHO COM O NOSSO ESPORTE É DESGASTANTE – PORÉM FRUTÍFERO.
MEU NOME É ALEXANDRE MIRANDA E SOU DE PONTAL – SP (INTERIOR DO ESTADO)
VENHO ATRAVÉS DESTA MENSAGEM LHE PARABENIZAR PELAS CONVICCÕES. ESTE MUNDO PRECISA DE GENTE QUE SEJA CONFIANTE EM REALIZAÇÕES HUMANISTAS.
MAS TENHO QUE CONFESSAR. SOU UM PROFESSOR NOVATO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E FAÇO PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOMOTRICIDADE. APENAS ALGUNS ANOS DE FORMAÇÃO. E NÃO SEI POR QUE ME INTERESSO TANTO PELAS IDÉIAS QUE O SENHOR APREGOA. ALGO ME CHAMA A ATENÇÃO. SOU ESTUDIOSO DO BASQUETE, SEMPRE A PROCURA DE INFORMAÇÕES NOVAS. E DENTRE AS INFORMAÇÕES QUE ENCONTREI AS SUAS SÃO AS MAIS ESTIMULANTES. TANTO QUE, GROSSEIRAMENTE DA FORMA DE QUE UM NOVATO POSSA FAZER, TENTO IMPLEMENTAR O SISTEMA DE DUPLA ARMAÇÃO NA MINHA EQUIPE DE BASE. COM A PRETENSÃO DE TORNÁ-LOS MAIS INTELIGENTES E EMOCIONALMENTE CAPAZES. SOU DESEJOSO DE MAIS INFORMAÇÕES. NÃO PARE DE POSTAR. SE POSSSÍVEL REMETA ALGO PARA QUE EU POSSA IMPLANTAR AQUI.
ABRAÇOS SINCEROS… APOIOS CONVICTOS! ATÉ.
Prezado Alexandre, que bom constatar que aos poucos,homeopaticamente,tenho encontrado algum eco às minhas, como você mesmo diz, convicções, despertando a saudavel curiosidade de que existam opções inteligentes, para além do que nos é implantado técnica e táticamente nos últimos vinte anos,de um basquete retrogado e servilmente globalizado. Nos próximos artigos darei continuidade às bases do sistema proposto, exemplos práticos em jogos oficiais,e formatos pedagógicos para exequibilizá-lo.Aguarde um pouquinho mais, pois teremos a oportunidade de discutí-lo democraticamente, aceitando-o ou não, e jamais imposto como o que vem ocorrendo através as famigeradas e absurdas comissões técnicas da CBB. Obrigado pela sua honrosa audiência. Um abraço,Paulo Murilo.