MUDANDO AOS POUCOS…
Sempre é bom falar de algo positivo relacionado ao nosso basquetebol, e nesse final de semana tivemos a oportunidade de atestar que esse algo vem num crescendo alentador. Falo de progressos técnico táticos que emergem do cenário estratificado que nos acostumamos a ver nos últimos anos, mais propriamente relacionados a armadores e pivôs.
No sábado com o jogo Joinville e Assis, e no domingo com Flamengo e Brasília, confirmamos que a realidade da dupla armação vai se consolidando, assim como o transito no perímetro interno já vai sendo bem explorado pelas equipes, ao manterem seus homens altos o mais próximos às cestas e em constante movimentação em trocas, bloqueios e eficientes posicionamentos nos rebotes ofensivos.
Já ficam mais raros os esconde-escondes dos armadores por trás das defesas, se afastando dos fócos de ação, e agindo como alas, ao largo do equilíbrio defensivo que são de suas responsabilidades, mantendo-se mais próximos e mais integrados em ambos os lados da quadra de ataque. E assumem junto a seus pivôs móveis as ações de dá e segue ( pick and roll para os moderninhos, give and go para os tradicionais), como bem exemplificaram os armadores de Joinville junto a seu ótimo pivô Shilton, recebendo os passes de volta sempre em ponto futuro, sempre em velocidade de deslocamento.
Brasília e Flamengo, quando este tem em quadra dois armadores de formação, também desenvolvem a forma correta de utilização da dupla armação, tendo inclusive este último mudado a característica estática de seu pivô Baby, para uma ação mais dinâmica e veloz, principalmente nas finalizações de fora para dentro do garrafão, numa atitude que em muito o tem beneficiado ofensivamente, mesmo não tendo a mesma performance defensiva, seu ponto mais nevrálgico.
Aos poucos testemunharemos, a ser mantida a tendência da dupla armação, uma significativa mudança de atitudes técnicas e de comportamento físico atlético por parte de nossos homens altos, que poderão se reinserir às tradições dos pivôs velozes, flexíveis e ágeis que enriqueceram nosso basquetebol vencedor e respeitado do passado.
E se continuarmos evoluindo nesse patamar modificador de hábitos e imitações baratas de um sistema tido e aceito como o único a ser empregado e divulgado, teremos em breve desenvolvidos, por estudados e pesquisados, sistemas que se coadunam às nossas características e modo de ser, numa rede de progresso e diversidade técnico tática.
De qualquer forma, estes pequenos, porém significativos ensaios visando mudanças sobre algo que nos esmagou e nos fez involuir nos cenários interno e externo do grande jogo, poderão se avolumar na medida que sejam pelo menos discutidos pelos técnicos, numa realidade que os incentivem a se unirem em torno de um bem comum, em torno da discussão eclética, e não a continuarem no estado de submissão a um sistema restritor à maior de todas as qualidades de um líder, sua incondicional e indiscutível criatividade, ante o poder discricionário daqueles que se acham e se consideram donos do basquete brasileiro.
Amém.
Ola Professor,
Desculpe sair do contexto – mas nao acreditei no que eu li no Jornal sobre a Jade – a familia esta vendendo camisetas para poder pagar o tratamento medico desta atleta brilhante! Cade o COB? O Nuzman? A Rede Globo? Nao somos um pais serio! e ainda temos a coragem de pensar em Copa do Mundo – Olimpiada, etc – E uma vergonha!
Caro Walter,você está rigorosamente dentro do contexto com suas observações, pois esta é a nossa realidade, o karma que temos de purgar pelas lideranças espúrias que dirigem os destinos de nossos jovens.Muito mais que uma vergonha, tudo isto se configura como um crime de lesa pátria, uma traição inominável. Paulo.