NOSSA REALIDADE…

As semi finais começaram, e para variar, sem novidades, infelizmente. Joinville e Flamengo fizeram uma partida muito fraca, aspecto restritor a maiores e detalhadas análises.

As quatro equipes classificadas, assim como Franca, vêm se utilizando da dupla armação com relativo sucesso, umas por todo o tempo, no caso de Minas e Joinville e da não classificada Franca, e as outras duas, Flamengo e Brasília de forma intermitente. Aponto estas cinco equipes como aquelas que tentam fugir do sistema único de jogo, dinamizando-o e acrescendo maior qualidade técnica nos passes, dribles e posicionamento defensivo. Num universo de quinze equipes ainda é muito pouco.

No entanto, todas elas, mesmo tentando, ainda se mantêm no sistema tradicional, único, diferenciando-o somente no melhor trato dos fundamentos graças aos dois armadores em quadra, melhorando substancialmente a performance técnica das equipes. E por conta deste aumento participativo dos armadores, é que obtivemos nesta temporada uma melhoria apreciável na técnica dos mesmos, mas que não foram premiados, os melhores, na convocação para a seleção nacional. Matheus, os dois Hélios, Manteiga, Fred e Luis Felipe são de longe os melhores armadores que temos no momento, preteridos por um técnico que não acompanhou os jogos do NBB, confiando na opinião de um assistente neófito nas coisas do grande jogo. Pose e apreciável Q.I. não fazem propriamente um verdadeiro técnico de seleção.

E pelo que podemos apreciar na analise da convocação, nem de longe ela fugirá do sistema único, não fosse o Moncho um apreciador inconteste do mesmo, principalmente ao contar sempre com a possibilidade das estrelas (?) da grande liga se apresentarem. E mesmo que não o façam, como de costume, já tem engatilhado um excelente álibi para novos insucessos.

O duro de se admitir, é que países que outrora vencíamos, hoje evoluem do sistema único para um carrossel de valores, onde todos os jogadores ao dominarem com maestria os fundamentos se posicionam na quadra independendo se armadores, alas e pivôs, todos habilitados às diversas exigências do jogo, desde a levada da bola, até as fintas em movimento, com ou sem a mesma, além de se posicionarem tecnicamente eficientes na defesa, na contra mão de nossos jogadores, rigidamente rotulados de 1, 2(agora é escolta…),3, 4 e 5, todos encordoados, tais como marionetes, pelas mãos manuseadoras e frenéticas de canetas hidrocor e pranchetas de seus coreógrafos disfarçados em técnicos, engessados ao modelo NBA, que até mesmo as equipes formadoras americanas, as universitárias, o estão renegando, graças aos apelos do Coach K, numa tarefa de soerguimento de seu basquetebol nos confrontos internacionais.

E neste cenário, se desenrolarão as semi e finais do torneio NBB, numa mesmice pungente, apesar dos brados corporativistas de uma claque imune à realidade inconteste de nossas deficiências, sejam elas pertencentes à mídia ou ao poder confederativo, e cujas soluções são sempre postergadas em nome de uma atitude colonizada e caipira.

Ou mudamos nossos carcomidos conceitos de preparo, treinamento e direção de jovens, ou ainda nadaremos muito contra a correnteza da ignorância, travestida arrogantemente de “modernos conceitos do basquetebol internacional”, num trágico e irreversível destino.

Que os deuses protejam nossos jovens.

Amém.



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