VAMOS AO QUINTO…
Quando no terceiro quarto a equipe de Brasília levou sua defesa para a linha da bola, permitindo defender o pivô do Flamengo pela frente, obrigando seu oponente aos arremessos de três e esporádicas penetrações, iniciou o caminho da vitória, principalmente quanto à vigilância sobre o Marcelo e seu eficiente corte para a esquerda, quando atinge a plenitude de sua precisão nos arremessos fora do perímetro. É como uma marca forjada pelo hábito de muitas e muitas tentativas, por anos a fio, que se quebrada altera em muito sua performance anotadora.
E cada jogador possui sua marca, na forma de driblar, de fintar, de se situar nas zonas de rebote, de passar, de se desmarcar e de defender. Também desenvolvem atitudes e comportamentos, que vão do relacionamento com seus companheiros e adversários, até as contestações com juízes e mesmo torcedores. E o dever de um bom técnico é o de treinar, preparar e cobrar ações de seus comandados no âmbito e teor de todas estas particularidades, alertando-os permanentemente sobre os adversários para marcá-los convenientemente, assim como a de seus jogadores, para não se deixarem anular pelas ações defensivas contrárias.
E um pouco desses conhecimentos foram aplicados no jogo de hoje, muito mais pela equipe da capital, do que pelos rubro negros, que ao final do jogo contestaram mais a arbitragem, do que o reconhecimento de suas falhas defensivas, onde não souberam se postar ante a enxurrada de penetrações do Alex, do Artur e do Valter, que desestabilizaram seu sistema defensivo de forma insofismável. Soube a equipe candanga se aproveitar, não sei se conscientemente, do piso emborrachado do ginásio, que dificulta o deslize horizontal, parte importante do ato de defender, principalmente no acompanhamento muito próximo do atacante, vide o distanciamento, ou flutuação de seus jogadores quando defrontavam os armadores cariocas, e pela flagrante facilidade quando penetravam no garrafão adversário.
Um outro fator, este de caráter geral, foi o índice ridículo no aproveitamento dos arremessos de três, que num total de mais de 60 tentativas pouco se aproximaram dos 30% de aproveitamento. E um dos fatores responsáveis por tão retumbante fracasso foi a mais absoluta falta de referenciais em um ginásio circular, cujos aros se encontravam muito distantes das bancadas, como soltos no ar, além, é claro, pela volúpia incontrolável de nossos jogadores ao se situarem como especialistas, o que absolutamente não são, e o pior, não se convencem disto, e tão pouco seus técnicos.
A decisão ficou para a Arena, com a mesma falta de referenciais, que poderiam ser algo minimizados com treinamentos diários no local, no entanto, sem os problemas de piso de sua congênere do planalto central.
Será um jogo de muitos erros, principalmente nos fundamentos, que se tornam flagrantes na proporção direta de uma defesa agressiva, o que fatalmente ocorrerá em se tratando de uma finalíssima. E nesse caso, uma arbitragem atenta, coerente e criteriosa, será o fator determinante para que tenhamos um jogo que defina o real e lídimo campeão.
Lá estaremos, torcendo para que seja uma autêntica celebração do grande jogo, tão necessária ao soerguimento do mesmo em nosso país, mesmo que testemunhemos o constrangedor número de erros de fundamentos, somente corrigidos num trabalho consciencioso na base, e que não pode ser mais adiado.
Amém.