TREINANDO…
Uma equipe que alcançou os 90 pontos contra a maquiada seleção brasileira dias atrás, não poderia ter feito sessentae poucos pontos na noite de hoje, a não ser que…
Bem, eles não saberiam como enfrentar nossos estrangeiros numa Copa America se não os testassem ao máximo que pudessem, principalmente seu poder de marcação e rebote embaixo das cestas. Não por acaso o que mais vimos nessa equipe uruguaia, que se destaca pela utilização de dois armadores muito rápidos e bons nos arremessos de média e longa distâncias, além de dois pivôs muito fortes, foi a proposital diminuição nas distâncias dos arremessos e finalizações, pois praticamente toda a equipe levou suas tentativas à cesta para baixo dos aros, como que testando o poder defensivo, e possíveis brechas dentro das áreas restritivas, os garrafões. E por causa desse estratagema levaram uma infinidade de contra ataques, que tenho a certeza não serão tão freqüentes na Copa América, aja vista a tranqüilidade do técnico e dos jogadores nos pedidos de tempo, onde a realidade contra do elástico placar, em nada alterava o comportamento e o humor dos mesmos.
Posso estar enganado, mas os uruguaios treinaram mais do que jogaram, e os brados explosivos do Moncho confirmam essa tese, principalmente quando Duda foi dobrado em dois ataques logo no primeiro quarto, perdendo uma bola e um passe, ações que não voltaram a ser tentadas, já que mapeadas, assim como o trabalho de cobertura entre o Varejão e o Spliter, desconhecido pelos pivôs uruguaios.
Acredito que no jogo para valer, se se encontrarem na Copa, o placar será bem mais equilibrado, pois para isso servem esses torneios preliminares, onde vitorias e grandes diferenças de pontos pouco representam de prático, a não ser a testagem de novos valores.
Quanto a nós duas certezas saltam aos olhos, a de que nossa armação carece de mais jogadores habilitados, pois o Huertas pouco produzirá sem outro armador, ou armadores que realmente tenham o pleno domínio dos fundamentos de drible, fintas e passes, que os façam realmente produtivos e eficientes. E a de que devemos promover uma movimentação mais dinâmica e veloz de nossos homens altos nas transposições pelo garrafão, pelas características inerentes aos mesmos, ágeis e flexíveis, onde um JP Batista destoa flagrantemente pelo seu peso e lentidão excessiva.
Finalmente, se contra uma equipe que se deixou marcar com tanta passividade cometemos erros arrepiantes de bloqueio aos poucos arremessos de três, e a penetrações sucessivas pela linha final, pelos flancos, o que esperar contra argentinos, costarriquenhos, panamenhos, canadenses, e mesmo esses uruguaios que se transformam quando o jogo é para valer?
Esse é o perigo que sempre enfrentamos com insucessos repetitivos, já que desde a base o verbo defender nunca é conjugado com presteza e decisão,
fator este que nem mesmo os 30 pontos de diferença acobertou. Esse é o big problem para o Moncho equacionar, e que não será resolvido dividindo instruções com seu assistente, como numa tentativa explicita de delegar responsabilidades, pecado capital para quem comanda e se responsabiliza por sucessos e insucessos de uma equipe, ônus indivisível na solidão dos verdadeiros líderes e comandantes.
O jogo contra os argentinos apresentará outra variável, a de que mesmo treinando eles alcançam mais ação coletiva do que nós, principalmente defendendo, fator que os tornam firmes e seguros quando atacam. Essa é a variável que temos de obter para resolvermos nossa equação de equipe competitiva. Conseguiremos sem a fundamentação e preparo de nossa base?
Amém.
Professor Professor Paulo Murilo,
Infelizmente pelo que li em sua coluna estamos favorecendo os nossos adversarios com uma equipe composta de um armador.
Como no pre-olimpico o Brasil so consegue jogar e ter um equilibrio ofensivo quando a equipe adversaria deixa o nosso armador jogar. No momento em que este e apertado, a porcentagem de aproveitamento por posse de bola cai e o numero de erros de fundamentos e arremessos desequilibrados aumenta.
Um dos pontos mais importantes em qualquer plano de jogo e, desequilibrar o adversario. O Brasil esta falcilitando o plano de jogo dos nossos adversarios pois suas movimentacoes sao totalmente previsiveis – pois as movimentacoes so se iniciam com um primeiro passe do armador e tambem por fazer parte de uma padronizacao que nao explora a habilidade e o potencial individual de nossos atletas dentro de um padrao compativel com as caracteristicas de nossos jogadores, ou seja, nossas movimentacoes sao iguais as da Franca, China, Espanha, Chicago Bulls, etc.
No setor defensivo, nossa equipe nao alterna a pegada defensiva durante o jogo e no ataque quase que raramente executam jogadas de movimentos continuos na continuacao de um contra-ataque secundario. Ou seja, o Brasil joga arcaicamente e executa um jogo de meia-quadra estando a frente ou nao do placar.
Nao consigo observar em nosso plano de jogo taticas que venham facilitar o dominio do ritmo de jogo – ou seja – sempre jogamos da mesma forma contra Portugal, uruguai, Grecia, Franca, etc..
Nao existe plano de jogo especifico, jogamos sempre de uma forma pesada e de meia-quadra devido a alta porcentagem de aproveitamento de nossos adversarios. O sistema defensivo adotado nao e efetivo – pois nao forca o ataque a jogar de uma forma desequilibrada e nao consguimos indentificar e bloquear as melhores opcoes de ataque do adversario – razao pela qual o total de pontos e a porcentagem de aproveitamento por posse de bola de nossos adversarios e sempre alta.
Enfim, fico muito triste em observar e em constatar que infelizmente nao estamos preparando nossos jogadores e equipes nacionais em todos os niveis para o basquetebol do primeiro mundo e o meu receio e que os nossos profissionais responsaveis nao estejam preparados para tal funcao.
So nos resta rezar e seja o que Deus quizer….
Saudacoes,
Walter Neto
Os Argentinos e os Uruguaios se apresentaram muito abaixo do que podem nesse Super Four do Maracanãzinho, na Copa América aonde está valendo, deve ser diferente.
Esse é o nosso grande problema técnico tático Walter,a previsibilidade em toda e qualquer movimentação de ataque, que poderia ser atenuada com a presença de um segundo armador.No jogo de ontem o Alex e o Leandro ensaiaram esse posicionamento, pois encontravam o Varejão e o Spliter sempre vindos de encontro à bola, e não estáticos como o JP Batista quando em campo.Pena que foram pequenos momentos de improviso, e não um comportamento usual.Com a volta do Marcelo ai é que estabeleceremos a mesmice de sempre.Bons e rápidos pivôs nào foram aproveitados, assim como os dois melhores e mais experientes armadores que ainda temos, o Valter e o Helio de Franca.Mas como o Moncho esteve sempre afastado do país, coube a seu assistente as indicações, na maioria das vezes politicas e dentro de uma realidade que nos tem levado ladeira abaixo.Isso sem abordarmos a fraqueza cronica da maioria de nossos jogadores na execução dos fundamentos, aspecto jamais abordado seriamente nos treinamentos.Enfim Walter, discutiriamos esses problemas por laudas e laudas, antes de abordarmos o nosso grande desastre, a defesa, seus principios, seus fundamentos.Mas isto fica para outra conversa. Um abração, Paulo.
Prezado David, abaixo não, de acordo com o momento e fase de preparação. Nós é que invertemos as prioridades. A Copa é que interessa de verdade, não dois ou três torneios onde o “esconde-esconde” é pule de dez. Um abraço, Paulo Murilo.
Caro Professor
Já estou pensando em abandonar aquela torcida nossa de ver os brasileiros jogarem com dois armadores. Principalmente depois do jogo de sexta-feira, onde assistimos a seleção jogar, em alguns momentos (felizmente em “alguns” apenas) com o “armador” Duda, ou seja sem nenhum jogador nesta posição.
Lamento ainda que o Valtinho, após as temporadas em que joga quase sempre 40 minutos por jogo, fique todo “baleado” nos momentos de convocação da seleção, motivo pelo qual quase sempre está sem condições de ser chamado.
Um abraço
No momento em que todas as grandes seleções do mundo escalam seus melhores armadores, a maioria na faixa além dos 30 anos,pois a experiência vivencial e técnica fazem a diferença, nos por aqui prezado Reny, esnobamos o que temos de melhor na posição porque um politico travestido de técnico decide assistir o Moncho com uma acessoria de terceira classe, privando a seleção de armadores de verdade.Os dois Hélios, o Valter(cansado ou não)teriam de ser convocados, para disputarem com o Huertas as três vagas obrigatórias da posição. Podem não ser os melhores do mundo, mas é o que temos de melhor sob quaisquer argumentações. Seleção não pode ser poleiro de apaniguados, e sim destino dos melhores. Um abraço. Paulo Murilo.