O JOGO…
Dios, nunca vi uma equipe argentina tão fraca como essa!
Tirando o Scola, não tem mais nada…
Não atacam, não defendem, acabaram…
Mas, deverão receber um dos quatro convites da FIBA…
Demos um baile neles (e olha que só foram 9 pontos…).
E quantas foram as indagações e opiniões sobre o fracasso portenho nesta Copa, em vários idiomas, em jornais, Tv´s, sites e blogs? Muitas, muitas.
E vem o jogo decisivo para entrar na outra fase com menos prejuízo, contra uma equipe reboteira e forte nos três pontos, mas aventureira nas penetrações e jogadas de efeito. Boa equipe, aliás, mas sem a categoria adulta dos…hermanos.
Que resurgiu dentro de si mesma, arrumando uma armação aqui, outra lá, um posicionamento defensivo eficiente aqui, outro acolá, e principalmente, retornando ao seu exemplar coletivismo, onde a produção de um soma-se a de todos, onde arremessos de três são a culminância do empenho total e participativo de toda a equipe.
Quantos foram os tocos dados nos armadores argentinos? Quantos? Isso mesmo, nenhum, pois no limiar dos mesmos a bola voltava de dentro para fora encontrando um arremessador de dois, ou de três livre e, por conseguinte, equilibrado, culminando a mais primária das armadilhas táticas, a de comprimir a defesa ao máximo, liberando a bola em alta velocidade para fora da zona congestionada para o arremesso fatal, e mais, mantendo o rebote ofensivo dentro do perímetro, pronto para a segunda chance.
E o mais impressionante, a lucidez de reconhecer sua inferioridade nos rebotes defensivos ante a potência dos grandes e pesados pivôs dominicanos, agindo fortemente no sentido de liberarem somente os rebotes, jamais a posse de bola em jogada armada, apertando os armadores, e incitando-os às penetrações, ocasionando um congestionamento no garrafão de tal ordem que roubadas e perdas de bola se tornaram antídotos eficientes. Em nenhum momento dessa Copa a dobra foi tão eficientemente empregada como neste jogo, vencido de forma sofrida, porém com uma lucidez elogiável.
A equipe dominicana, exibindo um sentido defensivo até aquele momento inédito, com um arremessador de três formidável, e com dois pivôs mais formidáveis ainda, ofereceu um sentido de jogo basicamente no improviso de seus excelentes jogadores, demonstrando que com mais seriedade e dedicação na quadra, muito teria, como teve, a oferecer de combatividade e determinação contra uma equipe, um time, fortíssimo em sua base formada em torno do domínio dos fundamentos, de um sistema coerente e de acordo com uma sólida formação nas categorias de base.
E mais, para a turma que combate e critica, pelo simples e confortável hábito de opinar tendo como base um sistema único e imutável de jogar, ambas, viram bem? Ambas, Argentina e República Dominicana jogaram com dois armadores, muito bons por sinal, num duelo inesquecível nessa Copa. E que cada uma dessas equipes tem em suas formações três, e até quatro armadores de verdade, e não adaptações canhestras, que poderão, em circunstâncias de aperto defensivo, nos causar irremediáveis perdas, quando as decisões se apresentarem na reta final do torneio.
E que, urgentemente, nossos técnicos revisem seus critérios convocatórios, para que no Mundial tenhamos uma seleção apta nas exigências de armação e consecução de sistemas, e não de jogadas padronizadas, obtusas e previsíveis.
E que, finalmente, oportunizemos nossa seleção aos mais aptos, aos mais técnicos, aos mais talentosos, independente de critérios de idade e de onde atuem, bastando que sejam os melhores naquele momento em que se situam acima dos demais, técnica, tática e psicologicamente, dando a seu comandante o pleno poder de estabelecer as estratégias da equipe, e somente ele, desde a convocação até o momento do confronto.
Que o bom senso nos guie para esse caminho.
Amém.
Professor Paulo Murilo,
Nos jogos contra o Brasil e a Venezuela, a Argentina jogou muito mal, e realmente a performance dos Argentinos nestes jogos esteve abaixo da reputacao e do estado evoluido do grande jogo em seu pais.
Mesmo assim, durante o jogo do Brasil, a Argentina conseguiu dominar alguns momentos do jogo – mais por deficiencias do Brasil. Concordo com voce em relacao a Argentina na reta final e sobre os problemas da selecao brasileira resultando da pessima convocacao do selecionado para a Copa America – onde nao e aceitavel que em comepticoes de alto nivel, o selecionado brasileiro nao possua ate 9 jogadores com condicoes de participar de todos os jogos e nao somente quando o jogo esta ganho! Espero que sito seja corrigido para o mundial da Turquia.
Ate breve.
Walter Neto
Walter, as cartas estão na mesa, num jogo em que nem sempre o blefe sai vencedor, e sim quem tiver realmente boas cartas na mão.E estas estão sob o dominio de argentinos, brasileiros e portorriquenhos, com alguns pontos dominicanos. O talento, aliado a um bom banco e a um sistema de jogo ofensivo e defensivo equilibrado definirá o vencedor, dentre os classificados ao Mundial. Quais os que possuem tal equilibrio? Vamos ver, na hora das verdades e da coerência técnico tática.
Agora, se permanecerem os atuais critérios convocatórios e técnico táticos de nossa seleção para o Mundial, certamente não obteremos melhorias na classificação constrangedora do último. Torço para que corrijam a rota, e se pautem no bom senso e na verdade técnica.
Um abraço, Paulo.
Professor Paulo, achei a Argentina terrível contra Venezuela.
Contra Brasil, teve melhoras.
Contra Rep. Dominicana, eles jogaram muito bem e foi um jogaço. E hoje contra o Canadá, pareceu outro time, em relação ao time que começou o torneio.
Porém, uma dúvida Professor, que eu acho pertinente. A Argentina tentou jogar contra nós com dois armadores, Cantero e Pablo Prigioni, e o resultado não foi dos melhores. Scola foi o único atleta, pra mim, lúcido naquela partida.
Prigioni, nem de longe lembrou o jogador que é e naquele dia chutou 8 bolas de tres pontos, errou todas, várias deseequilibradas e se preciptou, algo raro para um jogador da qualidade dele.
O senhor não acha que a dupla armação, neste momento, foi um peso negativo pra Seleção Argentina ?
O que eles poderiam ter feito contra o Brasil naquele momento ?
Um abraço e parabens pela coluna !
Olha Henrique, para uma equipe que praticamente se encontrou no aeroporto, com o Prigioni indefinido até a vespera da Copa, não poderiamos esperar muito na primeira parte do torneio. E foi o que se viu, eles vindo aos poucos se entrosando e entrando no clima da competição. Como são muito bons nos fundamentos individuais, deu para manter um pequeno, porém firme coletivismo, entremeado de algumas performances individuais, o Scola em particular, como num pacto de espera, no qual os com melhores condições seguravam a barra, aguardando os menos condicionados.Via-se perfeitamente bem esse comportamento nos incentivos mútuos, independente dos erros cometidos, provando que o espirito de equipe é o grande trunfo da escola argentina. E o Prigioni, o Gutierrez e os demais vieram vindo, vindo, e de agora em diante será um osso duro para vencê-los.Veja bem que neste último jogo a dupla armação voltou a dominar o sentido técnico tático da equipe, fator restritivo contra os brasileiros pelo distanciamento técnico individual do Prigioni. Podse estar certo Henrique que a dupla armação, por ser a base criativa dos hermanos virá em força daqui para o final da competição. Aguarde e ateste. Um abraço, Paulo Murilo.