TRÊS POR DOIS…

Que bom que aprenderam. Dois dos melhores jogadores canadenses arremessam muito bem de três pontos, e nossos marcadores os pressionaram em velocidade, mesmo nas mudanças ultra rápidas de direção dos mesmos, convidando-os ao corte, às penetrações, onde encontraram fortíssima anteposição blocante por parte de nossos ágeis pivôs, e quando muito, forçando-os aos dois pontos, que na somatória final nos brindou com uma relativa folga no placar, que seria inviabilizada se os arremessos de três fossem disparados. E mais, a anteposição de nossos pivôs os obrigaram a arremessos de dois sob pressão em suas trajetórias, tornando-os curtos e imprecisos, no que originou uma série de contra ataques bem finalizados, principalmente no terceiro quarto.

Claro que tal comportamento técnico tático aqui sugerido e publicado sequer ultrapassou o Mar do Caribe, mas provou que quando cabeças começam a pensar de forma semelhante, mesmo localizadas em hemisférios diferentes, é fator de progresso, de entendimento lógico, e fico feliz em poder dividir pontos de vistas com técnicos de alto nível, mesmo à revelia e conhecimento dos mesmos.

E não poderá ser outro o nosso comportamento hoje na finalíssima com os experts nos três pontos de Porto Rico, quando deveremos trocar seus arremessos de três pontos de alta percentagem pelos de dois pontos, que mesmo atingindo percentagens também altas, somarão sempre um ponto a menos na somatória final.

Mas, como nada é perfeito, ou minimamente aceitável, no quarto quarto contra uma equipe base canadense, fizemos entrar aqueles outros jogadores fora do esquema society, e o que vimos foi constrangedor, pois em dois minutos uma diferença de 17 pontos se transformou em 6, dando a nítida impressão de que se a partida durasse mais alguns minutos não estaríamos hoje peleando com os donos da casa, É o preço de termos duas seleções dentro de uma.

Na outra partida, onde uma Argentina vem provando sua eficiência na medida em que o entrosamento vai sendo assimilado, vimos uma equipe transceder todos os dogmas aceitos pelo basquetebol internacional, apresentando um antibasquetebol baseado no virtuosismo de uma plêiade de jogadores especializados nos arremessos de três pontos, não importando se os executam de forma livre ou sob marcação intensa, se próximos ou distantes da linha dos três, se em equilíbrio estável ou não, provando na sucessão dos jogos, e não somente em alguns deles, que se trata de uma equipe diferenciada e especializada no fundamento que define o jogo, o arremesso. Os portorriquenhos dominam essa arte, e com a melhoria acentuada em seu sistema defensivo se tornará uma equipe difícil de ser batida no próximo Mundial. E que hoje, contra nós agirá de acordo que esses princípios, para os quais um possível antídoto está explicitado no inicio deste artigo.

Infelizmente não poderemos utilizar a força de uma seleção completa e sim uma miniatura de equipe, a qual, mesmo saindo vencedora logo mais, necessita ser energicamente repensada para um Mundial que não perdoará formações nacionais compostas de 7 jogadores.

Amém.



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