O DIREITO CONQUISTADO PELO MÉRITO…

O debate sobre a Escola Nacional de Treinadores tem oferecido excelentes prestações por parte daqueles mais comprometidos com o desenvolvimento do basquete entre nós, e todos pela internet, com seus sites e blogs teimosamente focados no grande jogo, sem apoios e, na maioria das vezes, sem patrocínios de qualquer espécie.

Posicionamentos como o de Heleno Fonseca, José Medalha, Carlão, tem peso considerável, ainda mais quando defendem uma escola que realmente represente a força e criatividade que nos é peculiar.

E o debate, agora via web, deveria se espalhar pelas federações, clubes, colégios, nos grupamentos de jovens e veteranos técnicos e professores que auto estimulassem o movimento associativo, para que no seio do mesmo, decisivamente, fossem criadas as condições básicas para o surgimento de uma verdadeira escola de treinadores.

Mas a CBB, do alto de sua estrutura centralizadora, nomeia um preparador físico para coordenar tão importante e fundamental estrutura formadora e difusora das técnicas didático pedagógicas do grande jogo, um profissional que absolutamente nada representa no mister técnico e professoral, fatores colimadores da proposta e do projeto inovador.

Em absoluto critico o fato dele ser nomeado, pois direito discricionário da entidade mater, mas sim, e com veemência o fato dele ter aceitado, afrontando e confrontando os grandes profissionais da formação, da direção, do magistério, da pesquisa e da divulgação do basquetebol em décadas de trabalho e dedicação. E ai cabe uma única pergunta- Com que direito?

Analisando a relação de técnicos lembrados pelo Heleno em sua resposta ao Alcir Magalhães do News Flash, e lembrando tantos outros que ainda batalham na formação de base, nas escolas de educação física, não podemos admitir, em hipótese nenhuma, que qualquer um deles seja preterido, no nascedouro de um sonho antigo, por alguém que nada representa para o grande jogo em nosso país.

A continuar tal situação, não vejo qualquer possibilidade de sucesso na empreitada, pois faltará nela o fator básico e fundamental, credibilidade. No caso de uma escola, o fator político tem de ceder espaço vital ao ensino, ao estudo, à pesquisa, e principal e decisivamente, à experiência mestra e maestra.

Se em torno de uma mesa, daquelas enormes que mobíliam as maiores bibliotecas deste planeta, não se sentarem os nomes apontados pelo Heleno, e os demais que sabemos onde estão, liderados e coordenados nas discussões ( e aqui sugiro…), por um professor, que também foi brilhante como atleta, técnico e jornalista, glória e ícone do nosso basquete vencedor, Wlamir Marques, em nenhuma hipótese poderemos dispor de uma escola de verdade, pois a mesma tem de ser pautada pela tradição e pela modernidade, pelos exemplos passados, pela mediocridade presente, e pela esperança futura em dias melhores, pois o conhecimento profundo, generalista, universal e democrático, formam e amálgamam  o conhecimento de professores e técnicos,  jamais as padronizações e formatações de cunho centralizador e de caráter  déspota, que somente darão continuidade à estupidez que nos afoga.

Fui um dos que sempre batalharam pela escola, e prova maior foi a primeira equipe que fundei e dirigi em 1962, a Escola Carioca de Basquetebol, cuja camisa enverguei na palestra de abertura do Congresso Mundial de Treinadores da Língua Portuguesa, dois meses atrás em Lisboa, e cujo teor mostrarei em vídeo na semana vindoura, como um preito aos técnicos e professores, junto aos quais lutei, e ainda luto pelo progresso do grande jogo, os atuais, jovens e veteranos, como aqueles que já se foram, todos, tenho a mais absoluta certeza, que sempre sonharam com a Escola.

Que um deles, por justiça e reconhecimento, seja escolhido para dar a partida, ao que todos responderão orgulhosos- Temos e conquistamos esse direito!

Amém.