O CAOS ANUNCIADO…

(…) “Minha volta para a seleção e a saída dele representam o melhor para o basquete brasileiro” (…) ( Blog do jornalista Marcelo Laguna do Diário de São Paulo)

São palavras de uma jogadora que traiu o basquete brasileiro, não antes, ou depois, mas durante um jogo fundamental, quando se recusou a voltar a quadra, designada  a fazê-lo pelo comandante da equipe, o técnico que pretende defenestrar como condição de sua volta.

Ousadia, prepotência e arrogância acima de quaisquer padrões admissíveis a uma pessoa equilibrada de corpo e mente sadia.

De livre arbítrio e decisão própria negou o dever, a função maior de defender o seu país, assumida desde o momento que vestiu a camisa da seleção nacional, honrada e bravamente defendida por todas aquelas que a precederam, escolhidas a fazê-lo sem mácula, sem jamais traí-la, como o fez.

E se conseguir atingir sua meta, o melhor para o basquete brasileiro será o fechamento da CBB, de onde seu atual presidente e diretora técnica advogam tal absurdo, incomensurável absurdo, pois uma jogadora não tem o direito de exigir a saída de um técnico para voltar a defender uma seleção em um mundial, desde o momento em que a traiu e abjurou, e mesmo que não o tivesse feito, pois o principio hierárquico não pode ser omitido de forma alguma, já que é base estrutural de qualquer equipe de competição.

Que definitivamente se cale, e continue a praticar seu pseudo jogo estelar pelas quadras do mundo, em cujas equipes não ousa sequer esboçar atitudes que pretende impor em solo pátrio. Pátrio? E ela por acaso sabe o significado disto? Lamentável e comprometedor.

Com a palavra a CBB, se é que a entende como dever e obrigação, e não jogo e escambo político.

Amém.

O IMENSO VAZIO…

1447 NOVA

Um grande salão em um hotel paulista, e uma disposição de mesas e cadeiras em U marginando as paredes laterais e a de fundo, tendo próximo à parede frontal e de entrada uma mesa, duas cadeiras e um equipamento de projeção de vídeo.

Na formação em U, técnicos minuciosamente convidados a assistirem uma exposição oficial sobre a futura escola de treinadores, e na mesa de cabeceira estrategicamente isolada, dois especialistas na montagem e formatação(?) da mesma, um ex técnico de voleibol, e um preparador físico.

E nos 4/5 restantes da imensa sala, o vazio cinza e amorfo, como o reluzente chão, vasto e dominador.

Vazio este que deveria estar preenchido em sua totalidade pela presença maciça de técnicos, muitos técnicos, jovens e veteranos, e mesmo os muito veteranos, que ali acorreriam espontaneamente, já que democraticamente acessível, não para ouvir disciplinada e cordeiramente uma preleção absurda pela inversão total de valores, mas sim para participarem ativamente, como num “brain storming” ( a turma amante do inglês vai adorar…) de uma discussão acadêmica iniciadora de um movimento redentor, pujante e participativo com o que temos de melhor, nossa história vencedora e inolvidável, e não esse pastiche fantasiado de modernidade, na verdade, modernoso.

O que é uma escola senão a representatividade real de um conceito democrático e de livre pensar, sempre na vanguarda criativa, lastreada no classicismo fundamental, utente das conquistas presentes e lançadora das conquistas futuras, produto do entrelaçamento de todas as épocas? E quem melhor a representa senão o também entrelaçamento das gerações, com suas conquistas, experiências e trabalho meritório?

Quanto de qualificação curricular alcançaríamos pelo simples fato de enchermos aquele e outros salões pelo país afora se fossemos convidados a participar e discutir uma verdadeira escola, generalista e adaptada às nossas regiões continentais e gentio das mais variadas etnias, Quanto?

Mas a dura realidade, aquela patrocinada pelos espertos e oportunistas, tem como reflexo o cinza brilhante daquele salão amorfo na capital paulista, tão vazio como as idéias que o habitaram, em U.

Amém

A CONDIÇÃO…

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(…) “Iziane garantiu ao senador José Sarney que, em se confirmando a não renovação do contrato do técnico Paulo Bassul, com a Confederação Brasileira de Basquete, ela aceitará convocação e voltará a vestir a camisa do Brasil. Segundo Iziane, no dia 14 de janeiro de 2010, ela e a diretora da Confederação Brasileira de Basquete, Hortência Marcari, têm encontro marcado na Itália, onde vão definir tudo sobre a seleção brasileira. “ O caminho da volta está aberto. Qual atleta que não sonha defender a bandeira de seu país? Quero voltar. Tenho muito a dar ao basquete brasileiro. Pelo que tenho conversado com a Hortência, em um brevíssimo tempo estarei de volta a seleção nacional”. ( site ImiranteEsporte.com )

Iniciar um novo ano com uma notícia desta é realmente devastador. Uma jogadora que numa competição olímpica se nega a retornar à quadra por não admitir a reserva, desrespeitando suas companheiras, seu técnico e sua função de jogadora de uma seleção nacional, e que agora define uma volta condicionada à não renovação do contrato do técnico Paulo Bassul, chega às raias do inacreditável. Logo ela, que meritoriamente atingiu o objetivo maior de todo desportista, de representar e defender o país numa competição internacional, balizando com seu exemplo as gerações que a sucederão, e que a tudo esqueceu ao se negar a cumprir seu papel de cidadã e líder? Como ousa agora impor condições de volta? Ou esqueceu que o caminho escolhido de livre arbítrio não concede qualquer possibilidade de volta, exatamente por ter sido trilhado em mão única?

Ou pelo contrário, quando sua presença redentora (assim se considera ao afirmar que tem muito a dar ao basquete brasileiro…) a torna imune ao preceito primeiro de todo jogador, a de honrar a camisa de seu país, ao preço que for, ao sacrifício que tiver de despender, respeitando-a, tanto quanto às suas companheiras e ao técnico na luta comum a todos?

E em se concretizando a dispensa do técnico ( que declarou recentemente que não se opunha à convocação desde que um pedido formal de desculpas fosse feito pela jogadora, numa declaração erronea e comprometedora, já que de acomodação…), que outro profissional aceitará tal situação antiética numa decisão absurda e unilateral, quem?

E se esse profissional assumisse o cargo, o que impediria que a mística da intocabilidade da camisa pátria fosse de novo negada, pela mesma ou outra jogadora “insatisfeita”, quebrando a magia que ela representa para os jovens do país?

Não, absolutamente não devemos admitir que uma situação deste porte se torne presente no exato momento que tanto precisamos de alento e esperanças. Não podemos e não devemos nos permitir pagar tão alto preço de testemunhar uma inversão de valores que nos aniquilará futuramente, pois a premissa defensora do formar “a melhor equipe possível” ( na cabecinha de alguns deslumbrados por “nomes”…) , não resiste ao inalienável fato de que devemos, isto sim, trabalhar o que temos de melhor, planejar e preparar com afinco e alta técnica as futuras gerações, professando o objetivo, a meta primordial, a defesa do bom nome e prestigio do país, representado pela suprema honra de vestir sua gloriosa camisa, sem jamais a desonrar e abandonar.

Este é o sonho que deve ser acalentado, e tornado realidade por aqueles poucos, muito poucos que o merecem conquistar.

Assim deve ser, assim será, em nome do bom senso e da justiça.

Amém.