O SÉTIMO DIA…
Dia extremamente quente, abafado, quase irrespirável, principalmente para atletas de alto rendimento. Apesar do constante vento vindo do mar, Vitória faz calor, e muito. Nestas circunstâncias, treinos são quase improdutivos, e o pouco que podemos usufruir tem de ser valorizado ao máximo. E foi o que aconteceu, pela manhã e à tarde.
Na sessão matutina, um circuito de fundamentos priorizou o drible, as mudanças de direção, as fintas, os arremessos curtos e a movimentação defensiva básica, em velocidade média a fim de que reações adversas não viessem a ocorrer motivadas pela alta temperatura e a pouca ventilação do ginásio.
Seguiu-se uma relativamente longa sessão de DPJ (drible, parada e jump) com finta e corte inicial, numa valida tentativa de recobrarmos a grande importância desse arremesso, esquecido em função da febre irresponsável dos arremessos de 3 pontos, e seus iludidos “especialistas”, cuja limitação técnica de execução tanto empobreceu o jogo com suas 40 a 60 tentativas por jogo.
Técnicas corretivas aplicadas aos lance livres, um dos pontos fracos da equipe na competição nacional, encerraram os trabalhos da manhã, cujo aproveitamento real não foi dos melhores, pelos motivos acima apontados.
Na sessão vespertina, numa temperatura menos intensa, recordamos o primeiro fragmento do sistema ontem apresentado e treinado, ainda sem marcação, e logo a seguir o segundo fragmento, desenvolvido de forma semelhante ao primeiro, e ainda sem marcação, visando a fixação de seus movimentos naturais.
Finalmente, os dois fragmentos propostos e treinados, o foram à luz de uma defesa individual bem fechada, onde os hábitos técnico táticos adquiridos ao longo dos anos muitas vezes mascararam a nova proposta, diametralmente oposta. Mas como hábitos podem ser substituídos por outros, o trabalho toma um rumo reestruturador, no qual adultos calejados terão a oportunidade de repensarem posições e atitudes, num exercício de renovação e desafio.
Finalizamos o treino com arremessos de lances livres, bem cansados que estavam, procurando os pontos de concentração tão esmaecidos quando sob o domínio da pré-estafa.
Com possibilidades de chuvas para amanhã, o ambiente pesado do mormaço poderá dar lugar a uma temperatura mais amena, contribuindo para uma sessão de treinos mais proveitosas. Assim espero.
Amém.
PS- Uma falha na conexão da rede do hotel, me deixou ontem sem internet, daí o atraso de um dia nessa publicação. PM.
Professor Paulo, o senhor acredita que um dos motivos que tornam um time vencedor é a qualidade e bom volume dos chutes de média distância ?
Assisti uma clínica faz um ano em que o palestrante colocava, que na visão dele, esta é a maior diferença do basquetebol hoje. Muitos times e atletas só jogam próximos do aro ou longe dele (tres pontos) e quem joga em curta, MÉDIA e longa distância e principalmente média, provavelmente terá um time melhor ofensivamente.
O que o senhor acha ? Uma sentença do seu texto me lembrou aquela discussão. Se puder destrinchar mais ! Obrigado !
Prezado Henrique, estudos sobre arremessos existem aos magotes, inclusive minha tese de doutorado. Num pormenor matemático, ou geometrico, ou mesmo estatístico, se esconde o real fator que decide jogos, a precisão, que se encontra diretamente proporcional à maior ou menor relação da bola com as distâncias em que é lançada.Quanto menor a distância, menos critico o grau de precisão, e maiores possibilidades de acerto, mesmo de dois em dois pontos, quando comparado ao elevado numero de erros nas maiores distâncias, mesmo valendo três. Resgatar o DPJ(Drible, parada e jump) é de fundamental importância para o nosso basquetebol, poluido e viciado nos arremessos de três, através pseudo especialistas e técnicos omissos e cúmplices de um erro estratégico. Um abraço, Paulo Murilo.