O VIGÉSIMO DIA – O JOGO…
A saída do avião de São Paulo é muito demorada pelo intenso tráfego aéreo e as condições atmosféricas. Chove, e estou muito cansado. Somente agora o nível de adrenalina baixa às condições normais, e anseio chegar a Vitória para enfim descansar. Aos poucos o vozerio alegre dos jogadores arrefece e alguns dormem. O avião decola.
“Professor, precisamos vencer, vamos vencer, nem que eu tenha de me matar em quadra, pode confiar”. E confio, ele se mata na quadra, e vence.
Dois dias atrás uma gastrenterite somada à emoção do iminente nascimento do primeiro filho e a tensão pelo jogo que precisava vencer, derrubou o gigante. Mas hoje, jogou e lutou bravamente, ajudando seu time para a vitória. Mas para que ela viesse eu precisava recuperar a auto confiança da equipe, e do Jesus em particular, que é forte e habilidoso, e muito veloz também. O outro pivô, o André, já se estabeleceu na equipe, por sua técnica e garra, e por isso substitui-o pelo Jesus, ganhando para as futuras partidas mais um pivô de qualidade.
O André não jogou na quadra, mas jogou junto a mim no incentivo e orientação do renascido Jesus, numa atitude madura e competente de quem está compromissado com o trabalho e com o grupo, merecendo de mim o incontido agradecimento.
Sim, temos um equipe de verdade, um jogador subestimado como o Roberto, que com seus 24 pontos, e 100% no aproveitamento dos lances livres (14/14) e 15 rebotes, se tornou o maior pontuador da partida, e o Amiel com seus 22 pontos, ambos pivôs móveis, e não alas arrivistas à serviço de imponderáveis arremessos de três, lugar comum estabelecido pelos jogadores brasileiros e seus técnicos, cúmplices desta impensada temeridade, acobertada e incensada por um tipo de mídia a serviço do ‘espetáculo”, onde enterradas e aventuras de três sempre receberam os incontidos louvores dessa turma que de basquete pouco sabe, sequer ama.( E aqui cabe uma questão- Por onde se escondeu a salutar idéia da prova de habilidades nos fundamentos no encontro das estrelas em Uberlândia? Desculpem, esqueci que fundamentos não dão Ibope… ).
E num elenco pouco prestigiado conseguimos, todos, estabelecer o conceito dos pivôs móveis, onde o André, o Jesus, o Casé e o Lucas completam com o Roberto e o Amiel um sexteto rotativo de alta qualidade, pois se revezam no esforço tático de manterem seus domínios reboteiros em ambas as cestas, sem flutuações para menos na condição atlética, fundamental nessa categoria de elite, além, muito além de complementarem à cesta de distâncias menores, garantindo também menores desvios angulares nos arremessos, otimizando os ataques, onde a freqüência de acertos é bem superior ao descalabro intencional da ditadura dos três pontos, em tudo similar às ditaduras de fato.
E outro conceito estabelecido da forma correta, a da dupla armação alimentadora dos pivôs móveis, sempre e permanentemente no foco da ação, conceitos estes compatibilizados pelo treinamento forte, esclarecedor e discutido por todos ( pedi um único tempo no jogo, aos 1: 53 do fim, mas de alerta do que tático, pois situações de jogo e sistemas são formuladas em treinos, e não rabiscadas hieroglificamente em inúteis pranchetas), na busca da ansiada e difícil, já que aleatória, coordenação em sintonia fina, somente alcançada em alguns momentos, que se percebidos com inteligência e apurada leitura do jogo defensivo adversário, leva a equipe à vitória. E para tanto, jogadores como o Munõz, o Rafael, o João, o Daniel, o Mosley e o Matheus, em duplas compostas de n fatores, na medida tática que se fizer presente, e em permanente rotação, constituem a força motriz do sentido da dupla armação, onde a ajuda constante referenda e embasa a força da equipe, como um todo.
E finalmente o conceito grupal, aquele que preconiza a responsabilidade pessoal à serviço da equipe, com mínimos rasgos de vaidade, auto controlada por jogadores que se pressupõem inteligentes, e que o provam a cada treino, a cada jogo, na montagem detalhada e muitas vezes fugidias das sutis nuances do ser humano, fragilizado no abandono, forte e ousado quando na busca do bem comum, da cidadania, do espírito( o verdadeiro) de equipe.
Mas não nos deixemos levar por devaneios motivados por duas apresentações, fruto do trabalho de somente 20 dias, mas eivado de novas propostas e possíveis soluções técnico táticas ( se discutidas e estudadas por técnicos de verdade), e sim nos condicionarmos da necessidade capital da continuidade do trabalho, inspirador da confiança e da determinação de todos, e que, obrigatoriamente deverá ser amparado pelos patrocinadores da equipe, em suas obrigações contratuais, inclusive para comigo mesmo, para que todos juntos, irmanados por um factível ideal, somemos uma réstia de esperança ao nosso tão maltratado basquetebol. Que assim seja.
Amém.
Prof. Paulo!
Imensa a satisfação de acordar cedo e ir até o Paulistano para ver sua equipe jogar. Apesar do pouco tempo de trabalho é perceptível a nova forma de jogar da equipe, torci muito e foi legal demais ver o Saldanha jogando duro, concentrado e vencendo o jogo.
Desde 2004 (em seu primeiro artigo no blog) o acompanho. Que alegria poder vê-lo em ação e conhecê-lo pessoalmente ao final da partida, parabéns pelo ótimo início, conte comigo sempre,
Fábio/SP
CARO PAULO, PARABENS PELA VITORIA DO NOSSO TIME.
VAMOS TENTAR LOTAR O DED E APOIAR ESSE “NOVO” TIME.
O NÚMERO DE REBOTES (3X MAIS QUE O ADVERSÁRIO) E O NÚMERO DE ACERTOS EM LANCE LIVRES, REVELAM O SUCESSO DE SUA TÁTICA.
OBRIGADO POR SER NOSSO TREINADOR.
AMAMOS O SALDANHA E SÓ QUEREMOS ELE BEM.
ESTAMOS EM ÚLTIMO, NÃO MUITO PERTO DO 12º, MAS TUDO É POSSÍVEL PARA QUEM CRER E PARA QUEM TRABALHA COMO VOCÊ.
SEXTA-FEIRA ESTAREMOS JUNTOS.
FRANCA É FORTE, MAS O SALDANHA DO PAULO MURILO E DE TODOS NÓS, TAMBÉM É.
ÔÔÕÔÔÔ
O SALDANHA VOLTOU…..
TORCIDA FÚRIA VERMELHA
* NINGUÉM NOS VENCE EM VIBRAÇÃO *
Professor, como o mundo dá voltas! À poucos dias estavamos rezando que sua situação se resolvesse, da melhor maneira possível e hoje vemos o retorno de um mestre. Que não está sendo traído por frases vazias ditas à anos em seu bolg, mas comprovando a verdade por trás do conhecimento adquirido e compartilhado em anos de estrada.
Para os que pregam a renovação, ela está aí. Não com “pessoas novas”, mas com a sabedoria de um mestre que se reinventou.
Fábio Barcelos/Cachoeiras de Macacu-RJ
Prezado Fabio, e que alegria maior a minha em conhecê-lo, provando que não existem barreiras fisicas ou temporais quando respeito, consideração e admiração se fazem presentes. Técnicos jovens como você são a nossa esperança em tempos melhores, tempos estes que teimo em participar com o pouco que sei, mas ávido de partlhar esse pouco com jovens como você. Obrigado pela sua presença inspiradora e respeitosa no testemunho do meu trabalho, que é seu também. Um abraço, Paulo.
Professor, que alegria que senti ao ver nossos números nos dois jogos do time sob seu comando. A evolução é perceptível a qualquer leigo.
Ainda é cedo pra comemorar, mas devo admitir: o senhor veio com uma proposta inovadora e inteligente e hoje colhemos os frutos do trabalho, temos um treinador digno de ser chamado de professor, que conseguiu fazer dos jogadores do Saldanha da Gama uma verdadeira equipe, onde esforços são somados em pról de um objetivo comum e não da auto-promoção como víamos em tempos hoje remotos.
Parabéns professor e sexta-feira, nos sentiremos em casa como há muito não nos sentíamos, teremos o prazer de ver o manto vermelho vestido por homens que dignificam sua história.
Até breve professor.
Prezada Torcida Fúria Vermelha, estaremos juntos e unidos na próxima sexta feira, recebendo com fidalguia e respeito a excelente equipe de Franca, com a qual duelaremos dentro das estritas e justas regras do grande jogo. Sua presença dignificará o jogo pela demonstração do grande amor que denotam pelo Saldanha, pela sua bela e acolhedora cidade, e pelo digno adversário que nos enfrentará.Até lá então.
Paulo Murilo.
Prezado Fabio, jamais me permiti esquecer um comentário de meu velho pai ao dizer que nascer e morrer são etapas faceis de enfrentar, já que pontuais. O dificil é viver, cuja trajetória oscila ao imprevisivel sabor dos defeitos e das virtudes humanas.Reinventar-se é preciso sempre, já que algo dependente de nós mesmos, de nosso ardor e respeito pela vida, sem nunca perdermos a confiança e a fé em tempos melhores. Obrigado pelo seu apoio, por sua consideração. Um abraço, Paulo Murilo.
Prezado Juvenal, dê-nos um pouco mais de tempo para melhorarmos, para sedimentarmos o pouco do muito que ainda poderemos alcançar, com o apoio de todos que amam o desporto no Espirito Santo, bastando investir em incentivo, torcida, carinho, e recursos suficientes para alcançarmos nossos objetivos comuns.Nos encontraremos na sexta, com certeza. Até lá. Um abraço, Paulo Murilo.
Parabéns, professor Paulo. É uma alegria muito grande ver os números do Saldanha nesta importante vitória sobre o Paulistano. Ter 88% de aproveitamento nos lances livres era algo impensável há até pouco tempo atrás. Legal também é ver que o time não se “livra” da bola em chutes de três pontos a torto e a direito. Estou ansioso por ver este time jogar na sexta-feira. Um abraço e até lá. Postei também um comentário sobre esta vitória no meu blog (www.flavinhodias.blogspot.com). Um abraço.
Flávio Dias, repórter de A Tribuna.
Parabéns.
A muito muito não sentia tanta alegria com o Saldanha. Acompanhar o jogo foi dramático, dependendo de informações de outros companheiros que conseguiram acessar a pagina da NLB, informações vinham pelo telefone de nosso presidente e de outros. Quando a resposta foi positiva tive um explosão de alegra so antes vivida nos tempos de Wilson Freitas(O GINASIO DO SALDANHA) lotado, como nas vitorias contra o Minas, Universo, extinto Limeira entre outros.
Paulo obrigado pela alegria que você faz voltar ao time
.
Sim Flávio, apresentamos números realmente muito bons, mas ainda insuficientes para conquistas maiores. Estas, nos chegarão com muito mais trabalho do até agora executado. O comprometimento da equipe torna-se fundamental ao acesso de futuras conquistas, que dependerão também do envolvimento de todos aqueles que confiam, ajudam e promovem o basquete desse belo estado. Um abraço, Paulo Murilo.
Prezado Fabrizzio, outras alegrias hão de vir, não com a frequencia ideal e desejada, já que grandes e mais ranqueados adversários teremos de enfrentar, mas na medida certa da evolução de uma equipe valorosa, que deixarão orgulhosos todos aqueles que a apoiarem, incentivarem e promoverem na continuidade da Liga. Um abraço,
Paulo Murilo.
Caro Professor, seus méritos desde já vão alcançando merecido reconhecimento, até a própria LNB reconheceu isso em seu site. Mas gostaria de trazer uma questão sobre a tática implantada: romper com a “ditadura dos três” importa em relegar o arremesso longo a um segundo plano, ou ele ainda tem valor nos eventuais espaços abertos pela constante movimentação no garrafão, embora passe a ser eventual justamente pela concentração do jogo na área pintada? Nesta vitória, não chamou a atenção apenas o pequeno número de tentativas de três, mas sobretudo o excelente aproveitamento, em torno dos 55%. Com uma boa conversão dessas, melhor chutar pouco de fora e manter o aproveitamento, mesmo porque embaixo da cesta ele é igualmente bom ou superior. Abraços!
Professor parabens o senhor não sabe o quanto estamos felizes e animados com essa vitória,sexta o senhhor pode ter certeza q faremos do DED um caldeirão,vamos apoiar e fazer uma bela festa,franca é uma otima equipe mas tenho certeza que da para vencer parabens sinceramente cara,vc deu a essa equipe um padrão talvez seja cedo mas porque não sonhar com a classificação?
agora peço um favor ao senhor e jogadores,o saldanha tem uma grande torcida porem,a torcida é reflexo do time e nos ultimos tempos tem estado bem desanimado,peço para que se tiver condições de falar na imprensa voces ou jogadores chamarem a torcida a comparecer,vo ligar para alguns jogadores,pode ter certeza que isso sera de suma importancia,um grande abraço do ja seu fã
Vinicius
Torcida Furia Vermelha
Na mosca, prezado Victor. Quando pessoas que amam o jogo, e o assistem com atenção e curiosidade juvenil, chegam a conclusões como as suas, podemos vislumbrar novos tempos para a modalidade, já que a insatisfação pela mesmice torna-se óbvia.Jamais deserdaria o arremesso de três, logo eu que defendi uma tese de doutoramento sobre arremessos e sua precisão controlável.Defendo isto sim, o primado do especialista, aqueles poucos individuos que realmente dominam a arte sutil e de precisão quase absoluta no direcionamento de uma bola a grandes distâncias, onde na linha de três, 0,75% de desvio direcional tiram a bola do campo da cesta. Nos lances livres, 2%, e nos arremessos de três metros, 3,5%. Como vemos, os arremessos de dois sofrem menos desvios pela boa tolerância direcional, otimizando cada ataque com tentativas mais seguras, mesmo de dois pontos. Aliás, nos dois jogos que fizemos conquistamos 85 e 91 pontos respectivamente, arremessando 8 e 9 bolas de três em ambos.Logo, ficam nas mãos dos verdadeiros especialistas(talvez 1,5 a 2% em cada equipe de ponta no mundo inteiro), e não a orgia de três que se instalou entre nós, quando qualquer infantil já “se acha”um expert, incentivados por pais deslumbrados, e mais tarde por uma midia mais deslumbrada ainda.Na minha equipe tenho dois especialistas de três, e a eles libero os arremessos quando necessários forem, exatamente nas condições que você descreveu. Um abraço, Paulo Murilo.
Prezado Victor, em tempo, vou dar um pulinho no site da LNB ver a matéria. Um abraço, Paulo Murilo.
Prezado Vinicius, fico feliz com a sua alegria e de toda a grande torcida do Saldanha. Não podemos esquecer que o NBB é um campeonato duríssimo, e o quanto temos de trabalhar mais duro ainda para disputá-lo com chances de vitórias e dignidade.Temos um horizonte a alcançar, e o carinho e a confiança de uma calorosa torcida é de fundamental importância.Assim como você me pede pela divulgação pela midia dos jogos deste fim de semana, o que tenho feito permanentemente através este humilde blog e as midias que me procuram, tabém tenho algo a pedir de todos vocês, por se tratar de um anseio pelos momentos brilhantes de grandes torcidas, quando o respeito às familias, aos jovens e à sociedade em geral era uma tradição e uma conquista, na forma polida, educada e respeitosa, mas não menos vibrante, de torcer e de se empolgar. Provocações sem sentido, palavras de baixo calão e ameaças despropositadas, deveriam ser esquecidas e trocadas pelo ardor irreverente e sadio dos verdadeiros desportistas. Esse é o meu respeitoso pedido. Um abraço, Paulo Murilo.
Veja como as coisas são. Até a pouco tempo atrás você estava passando por uma situação muito complicada e hoje esta podendo mostrar a toda a comunidade do basquete o seu conceito de jogo, de time. Meus parabens pela sua força e por essas e outras conquistas que virão!
Grande Abraço!
Sim Glauco, passei momentos que jamais esquecerei, mas que reforçaram a minha vontade de jamais desistir da luta e da perseverança. Agora, retorno às quadras com o mesmo espirito, lutar e perseverar. Creio ainda ter mensagens a enviar a uma coletividade de jovens técnicos, a única que poderá tirar o basquetebol da mediocridade que se instalou em nosso país, principalmente no trabalho de base. Obrigado pelo apoio e incentivo. Um abraço, Paulo.
Professor Paulo Murilo,
Parabéns pelo sucesso nas primeira partidas. Infelizmente, tenho pouco conseguido acessar computador ou mesmo acompanhar por alto as partidas dessa temporada.
Contudo, venho reservando um pouquinho do meu zero tempo semanal para acompanhar no seu blog a saga do “novo Saldanha”. Parabéns!
Será que o senhor poderia falar um pouco sobre o pivô Lucas Costa? Ele era uma grande promessa do basquete brasileiro, chegando a vencer o russo Andrei Kirilenko na seleção de base que também contava com o Diego (Pinheiros). Depois, foi parar em times menores da América Latina, até chegar no Espiríto Santo, onde vinha tendo temporadas discretas. Como o senhor avalia esse jogador?
Um abraço,
Alfredo
Prezado Alfedo, como você bem descreve trata-se realmente de uma saga, em busca de um tempo perdido, dos fundamentos esquecidos, da técnica sempre negligenciada, das táticas nunca tentadas, enfim, nos dedicarmos ao trabalho sem conceções.
O Lucas é um excelente jogador, e que desde o meu começo aqui pretigiou o trabalho proposto, inclusive liderando os exercicios de fundamentos tão contestados por quem não entende absolutamente nada de basquete, mas acha que entende. O Lucas possui uma técnica aprimorada e sofisticada, mas desde o inicio dos trabalhos me pareceu desestimulado. Aos poucos foi recobrando sua postura tecnica e liderando seus companheiros nos treinos e nos jogos. Pena que esteja se recuperando de uma pequena lesão, mas creio que estrá a postos para os dois importantes jogos deste fim de semana contra Franca e Araraquara aqui em Vitoria. Sei que evoluirá bastante, pelo que produziu nos dois jogos em São Paulo.
Um abraço Alfredo. Paulo.