O TRIGÉSIMO SEXTO DIA – O AMANHÃ…

Neste dia extremamente abafado, onde a respiração é dificultada no interior de um ginásio mal ventilado, com temperaturas 6 a 7 graus mais elevadas que no seu exterior (33º C às 10hs da manhã), fizemos dois treinos, invertendo seus conteúdos normais distribuídos entre manhã e tarde, com a realização técnico tática da equipe pela manhã, e os fundamentos à tarde.

Temendo um desgaste desnecessário motivado pela antecipação do treino de amanhã, das 10 para às 7 horas, e o da tarde de 18 para às 14hs, cancelei o primeiro, mantendo o vespertino como praticamente o apronto para o jogo de sexta feira contra o Minas.

Sem dúvida alguma, se um bom projeto para a temporada 2011 for agora estabelecido, a recuperação do piso do ginásio próprio do Saldanha teria de ser prioritário, pois de saída a utilização do mesmo seria a garantia de que horários e disponibilidades de apoio, como musculação, fisioterapia, sala de vídeo e direção, e mesmo um pequeno alojamento secundado por uma indispensável cozinha, e mais, um ginásio à beira do mar, elevado, onde a aeração é constante, sem contar seu enorme carisma junto a sua enorme torcida, seriam fatores incontestáveis ao apoio logístico de uma verdadeira equipe de alta competição. Que sua direção pese e analise com carinho esta enorme possibilidade, reforçada pelo mais importante e básico dos fatores que levam ao sucesso, suas categorias de formação, ali, juntas à equipe de elite, vendo-a treinar e jogar, como exemplo vivo de superação e dedicação.

E treinamos forte, motivados pelo interesse e dedicação de todos, dirimindo dúvidas observadas e discutidas quando da projeção do vídeo do último jogo em Assis, projeção esta que somente foi possível pela graciosa cessão do refeitório do hotel onde me instalo, agradecendo ao seu gerente a gentileza de cedê-lo.

Ao final do treino um gentil repórter coloca uma instigante questão baseada no número de vitórias nas 5 rodadas finais, e o que representariam para a equipe – classificação entre as doze, podendo disputar 4 vagas para o play off  com as 4 equipes ponteiras – Não terminar como última colocada na competição – ou, simplesmente voltar a vencer depois de tantas derrotas?

Respondi com uma outra pergunta – Que tal preparar em 18 dias uma equipe traumatizada pela última classificação, ir a São Paulo e fazer duas partidas emocionantes, perder uma e vencer a outra contra o vice campeão paulista, estar cônscio de liderar uma equipe de bons jogadores, com um sistema de jogo inovador, e de repente ser surpreendido por uma greve de alguns deles, importantes e experientes, que foram desligados da equipe, e ter de recomeçar o trabalho, sem um espaço congênere ao que tive, de 18 dias, para situar a equipe perante o novo desafio? O que fazer, senão encarar de frente um problema absolutamente inesperado, e entre treinos, bons jogos e derrotas previsíveis, ir em busca das tão sonhadas vitórias?

Sim, quero, queremos todos, e daí nosso comprometimento profissional e técnico, ir de encontro às vitórias, com todas as nossas forças, com todo o nosso empenho e amor à causa do grande jogo. Conseguiremos? Saberemos daqui a 5 jogos, que tenho a mais absoluta certeza, serão jogados com técnica e coração. Merecemos, pelo menos, o reconhecimento de tanto esforço, e torcemos para que no futuro possamos ser cobrados com justiça e isenção.

Vamos então, jogar o jogo, pois amamos jogá-lo.

Amém.



6 comentários

  1. Flávio Dias 18.03.2010

    Boa tarde, professor. É incrível que, com tão pouco tempo por aqui, o senhor já tenha percebido o que todo torcedor saldanhista já sabe há algum tempo: para ser grande realmente, o Saldanha precisa reformar a sua casa para poder treinar e jogar no caldeirão do Wilson Freitas! Infelizmente, o clube anda abandonado, o seu presidente não dá a mínima para o esporte de alto rendimento e os problemas são muitos para tocar a equipe. Agora, gostaria de saber se é minha impressão ou o senhor ficou um pouco decepcionado com o que encontrou por aqui? Pergunto porque são recorrentes as críticas quanto às instalações de treino, calor, falta de material (vídeo, TV)… Até escrevi sobre isto hoje no meu blog. Vamos que vamos e estaremos na torcida por vocês em mais um final de semana de basquete! Um abraço

  2. O texto de hoje está bem bacana. Acima de qualquer qualidade que o senhor apresente como técnico, a paixão pelo esporte está visível.

  3. Juvenal 18.03.2010

    Faço das palavras do Flávio as minhas. Todo torcedor do Saldanha sonha com o dia em que treinaremos e jogaremos no Wilsão. Saudade dos velhos tempos. No mais é trabalho e mais trabalho pensando no futuro.
    Forças professor.

  4. Basquete Brasil 18.03.2010

    Prezado Flavio, como blogueiro que sou navego por outros tantos blogs, que se desportivos, e mais, se de basquete merecem de mim a mais absoluta atenção e respeito. Sim, o pouco tempo que aqui estou já foi suficiente para captar todo esse cenário descrito por você, mas que não me decepcionou, haja vista os problemas correlatos vividos por quase todos os componentes da LNB,em um país que ainda está muito longe de uma politica voltada ao desporto, que ainda está muito distante do poder educacional e cultural alcançado pelos países que investem maciçamente no mesmo. Críticas as faço imbuido pelo reconhecimento desse poder no exterior, e tão negligenciado entre nós, mas sempre esperançoso de que assumamos tão urgentes responsabilidades. Desporto de alto nível é atividade muito séria, como mais séria ainda é a formação de base nos clubes, e principalmente nas escolas.Lutar por melhores condições de treinamento, de apoio e de divulgação das atividades desportivas sempre será uma prioridade para mim.
    Um abraço, Paulo Murilo.

  5. Basquete Brasil 18.03.2010

    Prezada Fernanda, que bom que tenha gostado do texto, sempre orientado a pessoas como você, sempre escritos com a perene paixão pelos desportos, como veículos de educação e cultura para os jovens do país, como você. Um abraço, Paulo Murilo.

  6. Basquete Brasil 18.03.2010

    Prezado Juvenal, se sonhar é preciso, trabalharmos para que se tornem realidade é mais preciso ainda. Vamos em frente, sempre.
    Um abraço, Paulo Murilo.

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