PREOCUPAÇÕES…
Preocupa-me a herança do NBB2, principalmente na forma de jogar das equipes intervenientes, da limitação e alto grau de previsibilidade técnico tática das mesmas pelo uso indiscriminado e absoluto do sistema único de jogo, onde a maioria de suas ações são voltadas ao preparo e a consequente execução dos arremessos de 3 pontos.
Preocupa-me o elevadíssimo número de erros de fundamentos, acusados sistematicamente na maioria das partidas do campeonato, sendo que nos playoffs finais atingiram cifras alarmantes.
Preocupa-me a fragilidade defensiva da maioria das equipes, principalmente na anteposição aos arremessos de 3 pontos, e à marcação dos pivôs, sempre por trás, jamais à frente, como deveria ser.
Preocupa-me o fato de uma defesa centenária por zona, a 2-3, ainda se constituir um terror para equipes de alta competição, numa desoladora perspectiva do quanto ainda temos de evoluir em termos de fundamentos de drible, fintas e passes, ou seja, o bê a bá do grande jogo.
Preocupa-me a tendência cada vez mais presente de uma homogeneização e padronização deste sistema único nas divisões de base do país, limitando perigosamente a criatividade e espontaneidade de nossos jovens.
Preocupa-me o avanço maciço de alguns profissionais, e outros nem tanto, de outras áreas, na formação destes jovens, com um conhecimento canhestro do jogo, e apresentando propostas incompatíveis à evolução natural dos mesmos, tanto no aspecto bio psíquico, como no social e cultural.
Preocupa-me a não organização das associações de técnicos, fundamentais ao desenvolvimento da modalidade em todos os sentidos, principalmente no político, social e profissional, bases de uma profissão reconhecida e respeitada.
Preocupa-me que pela ausência das associações, outras categorias envolvidas no esporte se apossem de núcleos técnicos específicos, para coordenarem e implantarem cursos e escolas para os quais não têm competência e formação, se situando única e exclusivamente pelo poder político vigente.
Preocupa-me a passividade e aceitação de técnicos a essa situação ambígua e constrangedora, tornando-se possíveis cúmplices de uma anomalia inadmissível.
Preocupa-me a seleção, ou seleções, entregues a estrangeiros que convocam jogadores que se negaram a defender o país dentro de competições internacionais, claro, por não se tratar dos países deles, e que se verão ante jogadores que lideram grupos fechados, e que em muitos casos, não costumam seguir instruções que não forem de seu agrado, como temos assistido no campeonato nacional.
Preocupa-me a divulgação do basquete voltada aos jovens, com sua maioria quase absoluta impossibilitada ante a TV aberta, pois somente canais a cabo o divulgam, assim como a precariedade na popularização do mesmo nos núcleos escolares, e mesmo clubísticos, a muito abandonados à própria sorte.
Preocupa-me que o poder de novas idéias, de novos rumos técnico táticos, fundamentados na pratica maciça dos fundamentos e da plena utilização da criatividade e do livre pensar, seja minimizado pela ausência de divulgação quase unânime, pela mesmice e pela mediocridade de um sistema único e avassalador, implantado no âmago de nossa juventude, ávida de conhecimentos e sonhos, por interesses que não os nossos, brasileiros, e outrora campeões mundiais e medalhistas olímpicos.
Enfim, preocupa-me a impossibilidade ao êxito e a um futuro inspirador, tolhido que estamos pela mais absoluta ausência de bom senso, responsabilidade cívica e amor ao grande jogo, naquele ponto que o torna imbatível no concerto das demais modalidades, sua concepção instigante e de permanente evolução.
E com estas preocupações me dirijo amanhã ao Congresso dos Técnicos da LNB em São Paulo, para o qual fui convidado como técnico do Saldanha da Gama, onde no calor dos debates, dos temas, das apresentações e das bem vindas discussões possamos manter vivas as esperanças de encontrarmos o caminho perdido nas trilhas dos últimos 20 anos, de desmandos e de imperdoáveis omissões. E honestamente espero que assim seja.
Amém.
Creio que uma mudança de pensamentos por parte de muitos técnicos virá através do sucesso do sistema de jogo que o professor defende. Tomara que isso aconteça já na próxima temporada.
Veremos o que há de acontecer nesse congresso.
Professor Paulo,
após assistir a final do NBB2 (e cobrir com editor Guilherme Tadeu para o Draft Brasil), cheguei à conclusão que estamos longe, muito longe do que poderia ser o basquetebol apresentado pelas equipes.
E Professor, que luta ingrata e infeliz esta de tentar mudar a ”cultura” que se estabeleceu por aí, dita como certa e totalmente voltada aos interesses de uma meia dúzia de técnicos dentro do país.
Quero ver o Mundial.
Se durante os jogos na Turquia, ficar claro que as poucas vozes que destoantes se ”aliaram” ou melhor alienaram diante do ”sistema único” aí sim será grave.
Espero muito do Mundial, pois o encontro das diferentes escolas sempre é bem vindo. Porém, como estamos vendo o basquetebol, dentro e fora do país, a situação não é das melhores.
Internamente, estamos engatinhando nas melhorias.
Um grande abraço para os senhor !
Prezado Professor,
Li no site da LNB que o tema destacado para que o senhor explanasse é o de “Direitos e Deveres dos Atletas Profissionais”. Embora acredite que, como qualquer tema afeito ao “grande jogo” (adoro essa expressão que o senhor cunhou), será objeto de uma excelente exposição de sua parte, até pela situação vivida em sua equipe nesta temporada, que culminou no afastamento de atletas no curso da competição, onde podemos ver como sobressai seu profissionalismo e caráter para lidar com tais percalços, espero que o senhor não precise ficar limitado a tal tema, podendo debater aspectos técnicos que tão bem trabalhou em curto espaço a frente do Saldanha na temporada encerrada, trabalho para o qual espero que consiga dar continuidade na próxima temporada. Um bom congresso para o senhor e para todo o basquete brasileiro.
Abraços!
John Wooden : algunas ideas en el ataque.
A- Muevase constantemente pues esta simple accion le ayudara a identificar el tipo de defensa al que se enfrentan, pues si usted pasa la pelota y corta a traves de la defensa y no lo siguen, ya sabe que es algun tipo de Defensa de Zona.
B- Muevase constantemente , utilize el drible de penetracion ( el ejecutado entre dos defensores )y ejecuten pases entre los atacantes hasta que uno de ellos tenga un tiro de “alto porcentaje”.
C- Muevase constantemente cortando hacia el aro pues de esa manera obligan a la defensa a retroceder lo que lograra que sus jugadores atacantes obtengan un tiro desde la distancia en que han entrenado, logrando una mayor efectividad.
Quizas la parte mas importante en el basquetbol de ataque es la que es ejecutada por cada jugador atacante que esta sin la pelota.
1- Desmarquese para recibir la pelota en una posicion ventajosa para usted, en una posicion/distancia desde la cual usted es una amenaza de tiro, pase o drible. Pues cuando una de esas situaciones es eliminada ya por la presion defensiva o su propia iniciativa, su capacidad atacante es disminuida en gran medida.
2- Coloque una pantalla para que el atacante con la pelota encuentre una mejor posicion , o coloquesela a otro compañero atacante sin la pelota para que logre quedar desmarcado y reciba el pase en una posicion ventajosa en tiempo/distancia.
3- Mantengase siempre en constante movimiento, pues esta accion hara que el defensa pierda de vista la pelota / o accion del ataque limitando de esta manera la posibilidad que le brinde “ayuda” al defensa que ha sido derrotado, que intercepte una pase etc.
4- Sea rapido para cambiar del ataque a la defensa cuando la pelota es perdida de cualquier manera.
5- Estudie constantemente los movimientos de su jugador defensivo y los habitos de los otros defensores, ,para ejecutar los movimientos pertinentes para sacarles ventaja.
Recuerde en un analisis final, no hace mucha diferencia que tan habil/capaz es usted con la pelota, si usted no consigue recibirla en el lugar desde donde usted es una verdadera amenaza.
Algo mas , esto no puede ser posible sin el trabajo de equipo. Los jugadores deben de trabajar en conjunto como una unidad todo el tiempo teniendo siempre en cuenta que una de las mejores maneras de mejorar al equipo es el que usted perfeccione sus destrezas.
Con respetos.
Gil Guadron
Prezado Douglas, com uma temporada completa no Saldanha, alguns fatores técnicos poderão evoluir sobremaneira, mas tenho dúvidas se a ponto de mudarem conceitos longamente arraigados. Se provocarem estudos e discussões, já será uma grande evolução, uma grande conquista, e quem sabe o reencontro do caminho perdido a 20 anos atrás.Um abraço, Paulo Murilo.
Henrique, também são essas as minhas expectativas, mas não muito convicto de que alcançaremos um patamar muito diferente do atual, o que sinto aqui no Congresso pela maioria dos técnicos envolvidos. São muitos e muitos anos de pratica intensa dentro do sistema único, cristalizando mentes e atitudes refratárias a novas concepções. Mas sou teimoso, e só torço para que o Saldanha me dê chances para provar o quanto estamos bem postos no rumo escolhido.Um abraço,Paulo.
Prezado Victor, o tema foi escolhido por mim, baseado numa experiência sensivel e profundamente humana que testemunhei e participei numa reuniâo final com o jogadores em Londrina após o jogo de encerramento da temporada. Nela, sugeri que discutíssimos assuntos e temas que possibilitariam uma melhor performance para toda a equipe para a temporada 2011, no que fui atendido de forma estupenda e emocionante, derrubando de vez e de forma indiscutível o propalado distanciamento que muitos propoem como forma eficiente e natural no relacionamento técnico-jogadores. Por este motivo escolhi o tema. Quanto ao Congresso, pode estar certo de que tenho participado ativamente nos debates e discussões, de forma elevada e compromissada, mesmo sob desconfiança de alguns, que mais me conotam como um jornalista ácido e critico, do que um técnico remando o mesmo barco. Mas como sou calejado e curtido pelos longos anos de labuta profissional, tento conseguir a maior transparência possivel no âmago do corporativismo reinante, fator que muito limita um congraçamento mais aberto e confiável. Sigo lutando, sempre em busaca da verdade, por mais dolorosa que possa parecer. Um abraço, Paulo Murilo.
Professor, o senhor fará um artigo sobre suas impressões deste encontro ?
E o principal, porque nem como ouvintes apenas, os técnicos de base e até mesmo admiradores, jornalistas, estudantes, enfim militantes do basquetebol, poderiam assistir este congresso ?
Qual o argumento pra tanta restrição ?
Um grande abraço !
PROFESSOR, LHE ACOMPANHO NESTAS PREOCUPAÇÕES QUANTO AO EMPENHO DA CBB OU LNB…
>>PREOCUPA-ME NÃO HAVER CURSOS OU CAPACITAÇÕES CORRENTES NA MINHA REGIÃO…RIBEIRÃO PRETO – SP. UM LUGAR QUE ERA PARA TER ARRAIGADO UMA TRADIÇÃO BASQUETEBOLISTICA.
NOS VIRAMOS COMO PODEMOS PARA NOS APRIMORAR E INCENTIVAR O ESPORTE-EDUCAÇÃO – QUE MUITOS CHAMAM DE “BASQUETEBOL”.
O SENHOR NUNCA PENSOU EM VIR FAZER UM CURSO POR ESTES LADOS NÃO?
ABRAÇOS..
Prezado Alexandre, você tem razões de sobra para se indignar, ainda mais por residir no estado lider do basquetebol de base no país. Por isso tenho me esforçado para tentar suprir com informações técnicas os jovens técnicos, torcendo para que situações como as relatadas por você sejam dirimidas. Dar um curso em sua cidade seria prazeiroso para mim, bastando que o organizem e comuniquem as disponibilidades. Um abraço, Paulo Murilo.
Sem dúvida nenhuma publicarei artigo(s)sobre tão importante Congresso, prezado Henrique. Quanto ao formato limitador do mesmo aos técnicos da LNB, concordo com suas sugestões, que foram as mesmas que encaminhei à Liga. Um abraço, Paulo Murilo.
Professor, como está ?
Além do texto sobre o Congresso, devidamente respondido pelo senhor, o senhor falara algo do titulo do Caja Laboral que teve como destaques Tiago Splitter e Marceliho Huertas ?
Um grande abraço para o senhor !
Henrique Lima
Prezado Henrique, estarei publicando um texto sobre o Congresso dos Técnicos bastante minucioso. Quanto ao Caja Laboral, creio que é um assunto bastante discutido por outros blogs especializados. Procuro ao máximo disponibilizar notícias e assuntos centrados em nossa realidade, pois não devemos nos esquecer que ambos, Huertas e Spliter foram para a Europa muito jovens, sendo produtos muito bem lapidados por técnicos europeus, para as necessidades e particularidades do basquete daquele hemisfério. Quando da inclusão dos mesmos em nossa seleção, ai sim, poderei externar análises objetivas e técnicas, já que em defesa do nosso basquete. Evito sempre me imiscuir com analises técnicas longinquas da necessaria presença fisica, já que técnico da modalidade.Creio que toda a preferência deva ser dada aos que aqui estão, pois representam a nossa inquestionável realidade. Não podemos omitir que as realidades Eurobasket, NBA e NBB são profundamente divergentes, técnico, tática e economicamente falando com a nossa. Logo, por que tentar vivenciar realidades opostas, quando tanto necessitamos progredir e laborar em nossa terra? E progredindo e laborando é que poderemos nos ombrear com eles? Espelharão estes jogadores do Eurobasket e da NBA a nossa realidade? Que tal tentarmos a melhoria dos nossos também?
Um abraço. Paulo Murilo.
Boa noite prof. Paulo murilo e Henrique(Draft)
Antes de tudo, gostaria de parabenizar os senhores pelo compromisso e envolvimento com o basquete. Para jovens tecnicos, como eu, é realmente um prazer ler seus artigos, acompanhar as suas linhas de pensamento em relacao aos fatos do basquete e principalmente, os debates nos comentarios, sempre bem estimulados e embasados!
Fico no aguardo do artigo sobre o congresso da LNB…
Forte abraco
Caro professor Paulo Murilo,
sempre que posso estou aqui apreciando cada palavra dita relacionada a esse esporte apaixonante no qual dediquei boa parte da minha vida no interior de minas.Adoro a realidade ao qual o senhor se expressa vivendo o basquete e fazendo sua críticas.Tenho uma opinião ao que se diz respeito a atual situação do basquete no meu estado e em todo Brasil,que é a seguinte:não há curso para qualificação de tècnicos nesse país.Como podemos dar iniciação ao basquete se não chega a nós professores técnicos alguém que nos auxiliem e nos tragam novidades,formas e meios de lutar por esse esporte?Por falar nisso desisti de ser técnica de categorias de base de um clube de nome aqui da cidade por estar parada no tempo em relaçao aos ensinamentos do basquete,por não ver no clube onde eu trabalhava vontade em lutar pela modalidade e por não ter objetividade em relaçao a competições já que a região não há interessados pela prática do basquetetbol.Agora estou investindo na minha carreira em promover cursos de basquete na região,pois,vejo que a nossa modalidade esta morrendo por aqui e quero que as pessoas tenham a chance que não tive e se interessem por esse esporte que já foi o segundo em nosso país.Um dia espero contar com a sua sabedoria e inteligência(algo peculiar desse esporte)para ministrar cursos aqui na minha região e em toda minas gerais e em breve vou estar promovendo um fórum para discutir os rumos do basquete e sua vinda aqui vai ser de suma importância.E pra terminar tomara que eu esteja errada,mas esses técnicos estrangeiros vieram para serem submissos aos atletas e desmoralizar os nossos que sempre lutaram e fizeram o máximo que puderam.Técnico da seleção feminina de basquete teve muita sorte,saiu de uma encrenca de SER SUBMISSO A UMA ALA DA WNBA.Parabéns Paulo Murilo por esse espaço!Um grande abraço!
Obrigado pela sua atenção e audiência prezado Rogerio, e logo mais estarei publicando o artigo sobre o Congresso.Um abraço,
Paulo Murilo.
Prezada Edilene, não foi outro o motivo que originou esse blog, senão a criação de um veículo informativo voltado aos jovens técnicos deste imenso país.E nestes 5 anos tem sido esta a finalidade fundamental dos mais de 750 artigos publicados.Com a guinada que dei em minha vida, assumindo uma equipe da grande Liga, vi meu horizonte se ampliar exponencialmente, no qual as oportunidades de fazer chegar aos jovens uma experiência prática atingiu um ponto realmente promissor. E divulgar ao máximo esse trabalho tem sido o mote inspirador do blog neste momento da minha vida profissional.Por tudo isto, nada me daria maior prazer do que ajudar no seu esforço de divulgar o grande jogo em sua amada Minas Gerais. Envie-me seus projetos, e procurarei dispor de algum tempo para o mesmo. Obrigado por suas amáveis palavras. Um abraço,
Paulo Murilo.