PREGUIÇOSOS E ARROGANTES…
Já fui chamado de “vagabundo e inútil” por um imbecil travestido em ministro da educação desse imenso e injusto país, quando professor concursado da maior universidade pública do país, a UFRJ, junto a uma plêiade de maravilhosos e inesquecíveis professores, que a tornaram grande como hoje se apresenta, que como eu, viravam noites e noites estudando e estruturando cursos, laboratórios e pós-graduações, além das muitas aulas a jovens ávidos de saber, numa labuta que invariavelmente ultrapassavam em muito os 30- 40 anos de trabalho.
E agora, aposentado dignamente pelas leis do país, tornei a exercer um trabalho que me apaixonou por mais de 50 anos, a direção técnica de uma equipe de basquetebol, não a mais pujante, mas aquela que me propiciou um recomeço aos 70 anos de idade, o Saldanha da Gama.
Mas, à sombra daquela injuria ministerial, agora se soma a alcunha de que pertenço a um segmento, que (…) “com poucas exceções, nossos treinadores são preguiçosos ou arrogantes demais para aprender – ou as duas coisas.” (…) (Trecho de uma matéria do Jornalista Rodrigo Alves, do blog Rebote (post-Técnicos do NBB? Nenhum…), em 29/07/2010, sobre a ausência dos técnicos do NBB nos dois treinos abertos da seleção brasileira que se prepara para o mundial sob o comando do técnico argentino Ruben Magnano no Rio de Janeiro).
No entanto, algo de muito importante no mundo do jornalismo investigativo, o qual é ainda um tanto cifrado para o jovem articulista, o questiona num simples argumento – Como, com que fundamentações, com que convicções chegou a tal conclusão, se não conhece e nem pertence ao meio que tão injustamente definiu? Ou já se considera um expert na concepção, e na essência do grande jogo? Onde o estudou, com quem estagiou e praticou, e como se graduou a tal ponto de poder definir comportamentos e decisões que absolutamente desconhece por ser um observador out court, e não inserido no mundo interno e seletivo de dentro das quadras?
Vou dar uma pista, e bem sei que me arrisco a fazê-lo, mas torna-se de fundamental importância que definamos prioridades num momento em que a NBA se arvora numa representação oficial no país, com escritórios e outras particularidades na trilha de 2016, inclusive anunciando parcerias com o NBB e CBB ( matéria publicada no site Lancenet em 28/07/2010), cujo campeonato milionário é a decantada especialidade do jovem jornalista que o cobre com tal ardor, que o levou àquelas gélidas paragens numa excursão exploratória que culminou com uma entrevista com seu ídolo máximo, Lebron James, nu em pelo, em seu vestiário, na presença inclusive de duas jornalistas japonesas envergonhadas com tanta ‘naturalidade”. Podemos até conceituar ser o mesmo um pretenso especialista em NBA, mas em NBB, convenhamos, é neófito e superficial.
E a prioridade que se impõe é das razões impreteríveis, aquelas irrecorríveis, já que produto de situações inadiáveis e decisivas.
Na sexta feira passada, em minha casa foi feita uma reunião com o Alarico Duarte, dirigente do CECRE/Vitoria e do representante da Metodista de São Bernardo do Campo, Vanderlei Mazzuchini, quando foram discutidas possibilidades de uma parceria para o NBB3, assunto ora em debates, e aproveitando o encontro, sendo o Vanderlei o supervisor da seleção brasileira, perguntei a ele o porque dos treinos fechados da mesma, e porque somente dois deles seriam abertos aos técnicos e jornalistas. Respondeu-me que era um exigência do técnico Magnano, com um “ é o jeitão dele…”. Tudo bem, cada técnico tem suas concepções de direção de equipes, mas como técnicos, a maioria deles de outros estados, todos, rigorosamente todos envolvidos na dura formação de suas equipes, principalmente os paulistas que tem seu exigente campeonato estadual começando a 10 de agosto, se deslocariam de seus estados para assistirem dois treinos no Rio de Janeiro? E aqui cabe um pequeno relato, de um encontro do Magnano com todos os técnicos do NBB, sem exceção de nenhum deles, quando do congresso técnico após o encerramento do NBB2, onde foi questionado técnicamente ( eu mesmo fiz três perguntas complexas) com respostas expositivas de alto teor, dando a todos os presentes a nítida sensação de que a seleção estava muito bem apoiada, não fosse o mesmo o competente e efetivo campeão olímpico, num diálogo eficiente e produtivo, direto e exclusivo, entre técnicos experientes e comprometidos, numa relação elogiada publicamente pelo competente argentino.
Então preclaro jornalista, foi o técnico argentino “esnobado” pelos técnicos do NBB? Ou simplesmente uma injunção de datas e prazos conflitaram com um reencontro de arquibancada, em nada comparável a um encontro olho no olho que todos tivemos com o exigente argentino num hotel fazenda no interior de São Paulo?
Claro que não, absolutamente não, e posso afiançar, e até mesmo ousar representar os demais técnicos ( será que sendo o mais idoso me aufere tal prerrogativa?…) num singelo, porém veemente protesto quanto aos termos ofensivos e pouco elegantes de preguiçosos e arrogantes, lançados infeliz e indevidamente por alguém, talentoso e muito jovem, que deveria ir mais fundo na grandeza irreconhecida de um grupo de teimosos e apaixonados por uma atividade impar, onde mesmo as desavenças pontuais dão lugar ao respeito e a admiração, pois fruto do trabalho e da persistência, fatores que ainda nos mantêm na luta pelo desenvolvimento do grande jogo entre nós.
Acredito ser eu o mais contestado de todos os técnicos da LNB por seus próprios pares, mas mesmo assim não posso me calar, me omitir ante uma injustiça de tão grande repercussão, pedindo humildemente ao blogueiro lutador do Rebote que, pelo menos, reconheça que nenhum de nós é preguiçoso e arrogante, quando na realidade somos simples e irremediavelmente, técnicos de basquetebol, que responsavelmente respondemos por nossos atos e decisões, com coragem, desprendimento e muito, muito trabalho.
Amém.
Fotos – Congresso de técnicos da LNB e Encontro com o técnico Ruben Magnano.( Clique nas fotos para ampliá-las).
Prof. Paulo, td bem?
Existe a concreta possibilidade de vir a acontecer esta parceria com a Metodista para o NBB 3? A equipe ficaria em Vitória ou viria jogar em São Bernardo do Campo?
Desculpe a curiosidade, mas o fato é que muita gente, assim como eu, está na torcida para que o CECRE/Saldanha continue no torneio, para podermos continuar aprendendo com o senhor, na prática.
Abraços,
Mamãe, quanta arrogância. Seu texto rebuscado e de alto vocabulário só agride o blogueiro que não perde autoridade em questionar a conduta dos treinadores pelo simples fato de preferir a NBA ou Lebron James. Aliás, me surpreende o senhor não reconhecer que mesmo com todas as particularidades do show business, é o melhor nível técnico do mundo, inclusive no aspecto coletivo… que óbvio. E nesse enormes parágrafos, uma conjugação de pouco custo benefício para 2 treinos e agenda com outras competições inviabilizam logisticamente e/ou racionalmente qualquer deslocamente razoável. Desculpa, seu texto é vazio e agressivo com o blogueiro – um dos poucos que tem a frequência de falar de basquete com critério em nosso país.
Não vamos perder tempo com seu post. Discutir basquete aqui não me parece possível pela sua visão acima dos mortais que acompanham “de fora” a modalidade. Vou apenas me prender ao fato ARROGANTE que o senhor introduz de modo subliminar em vosso texto: A UFRJ não é e nunca foi a maior universidade pública do país. Talvez a maior FEDERAL do país, mas a USP é não apenas a maior universidade pública do Brasil, como de toda a américa latina. Mas o senhor não seria concursado em algo que não fosse tão bom não é mesmo !?!? hahahaha
Caro professor,
É realmente uma pena que o senhor tenha sentido a necessidade de responder ao texto do Rodrigo cor argumentos fracos e insinuações de baixo nível.
O senhor tomou a saída fácil ao dizer que o jornalista não está no lado de dentro do basquete e que nunca foi técnico, por isso não pode tecer seus comentários com propriedade. É um argumento fraco. Leio o Rebote há muito tempo, conheço o Rodrigo e sei o quanto ele se dedica ao basquete nacional. O fato de ele nunca ter treinado ou jogado profissionalmente, neste caso, pouco faz diferença.
É possível ver as instruções dadas pelos técnicos nas transmissões de TV, e delas qualquer um constata, comparando ou não com a NBA, que as orientações táticas são pobres. Ainda temos muitos técnicos de nome que gritam e incentivam quando deveriam orientar. Ainda há muito profissional de sua área que trabalha na base do “vamos lá”. Se estas pessoas, que trabalham há anos no lado de dentro do basquete, não se renovam, não veem jogos de outras ligas, o que é isto senão preguiça?
Seu primeiro argumento é rebatido com muita facilidade. Eu não sei fazer pão, mas sei quando o padeiro deixou o pão muito ou pouco tempo no forno. Não sou churrasqueiro, mas sei a diferença entre a carne bem passada e a mal. Enfim, os exempos são vários. Podemos todos entender, conhecer algo e, portanto, criticar, sem colocar a mão na massa. Ou, no seu caso, sem treinar um time de basquete.
Entendo que o senhor não tenha gostado dos comentários do Rodrigo. Ele foi forte, embora não direcionado ao senhor. Pelo que entendi do post, o perfil de técnico ao que o Rodrigo se referia era outro.
O que mais lamento, porém, é que o senhor tenha recorrido à descrição da cena com LeBron James para agredir de volta o jornalista. Não importa o quão bem escrito foi seu texto (e foi), suas palavras foram de baixíssimo nível.
Não vou questionar o porquê de os treinadores do NBB não terem comparecido aos dois treinos no Rio de Janeiro. Só acredito que o senhor poderia ter contra-argumentado de maneira mais polida. Ao usar o recurso da agressão e de uma sugestão de baixíssimo nível ao citar LeBron James, o senhor, que se sentiu ofendido, acabou em um nível mais baixo do que o de seu suposto agressor.
Uma pena.
Prezado Professor,
Como foi divulgado em seu blog e nos demais todos outros blogs de basquete do Brasil, inclusive o própio rebote, o senhor foi e é considerado uma espécie de “sensação” ou oásis no meio técnico brasileiro.
Porém, considero muito infeliz o seu post.
Não são somente os técnicos de basquete brasileiros que são um grupo de teimosos e apaixonados pelo que fazem aqui no Brasil.
Todos nós brasileiros que queremos e temos potencial de fazer algo bom em sua área somos assim. Eu sou da área de computação, negócios, internet e moro na Amazônia, e sou exatamente assim, teimoso e apaixonado pelo que faço. Mas luto pra que isso mude, pra que tenhamos mais oportunidade, pra que possamos crescer e se tornar de fato referência mundial, mas sempre com muita humildade e reconhecendo o que há de melhor no mundo, mesmo sabendo do nosso imenso potêncial. Sou militante do Software Livre, se o senhor não conhece o conceito é só buscar na internet que vai ver o que é esse movimento tão especial de compartilhamento de informações. Também sou micro-empresário, embora tenha sido por 3 vezes funcionário público, e tenha percebido que realmente minha vocação é lutar por um país mais justo desse lado da moeda e ser feliz fazendo o que eu gosto realmente.
De fato, se um “campeão mundial” proporcionasse que acompanhassemos dois dias de trabalho dele in loco pra mim e 20 amigos meus. Eu diria que nós fariamos o maior esforço possível pra estarmos presentes nesses dias, e no mínimo a metade estaria. Não é à toa que todo quase todo ano saimos daqui pra ver “os melhores do mundo” no FISL em Porto Alegre (Belém – Porto Alegre).
Se todos nós faltassemos, com certeza seriamos dignos do título de “Preguiçosos e Arrogantes” com toda justiça. Embora, alguns tenham suas justificativas pessoais, mas todos em conjunto, seria demais com toda certeza.
Isso me desqualificaria ? Com certeza não. Isso desqualificaria minha classe ? com certeza sim.
Eu sei que o senhor é bom no que faz. Eu sei que eu sou bom no que faço. Mas todos nós sabemos que podemos melhorar, e isso é que vai fazer com que melhoremos de fato.
Desculpe o desabafo, mas são opiniões como estas que o senhor colocou aqui no blog que fazem o nosso país caminhar tão lentamente em muitas as áreas e regiões.
Espero que entendas o Rodrigo agora.
Um abraço e continuarei seu leitor
Frases fora do contexto são fáceis de confundir um leitor. Então tomo a liberdade de reproduzir o parágrafo inteiro da parte do post aqui reproduzida:
“Cada um pode ter tido seus motivos, e algumas faltas seriam até compreendidas, por isso não vou generalizar. Mas essa ausência em massa só ajuda a comprovar a triste tese de que, com poucas exceções, nossos treinadores são preguiçosos ou arrogantes demais para aprender – ou as duas coisas.”
Sinceramente, creio que reproduzir só o final disso não foi uma boa atitude. Como podemos ver acima, trata-se de um contexto bem diferente do ora apresentado. Ainda é destacado que a Escola de Técnicos e a LNB poderiam ter estimulado e incentivado mais os treinadores. Se sessões práticas de duas horas com o Magnano não são suficientes, poderia-se ao mínimo tentar negociar isso, não?
Além do que, não sei o que tudo isso tem a ver com a entrevista com o Lebron James (ídolo maior dele?!) pelado. Apenas um exemplo de como algumas críticas ao “neófito e superficial” jornalista foram de extremo mau gosto.
Att.
Esse post foi denecessário…
Rebater críticas é bem diferente de ser mal educado, ainda que isso seja raro no Brasil.
Posto isto, gostaria de focar 2 argumentos ditos aqui, que não tem nenhum cabimento.
O 1º deles é o fato de alguém de fora não poder criticar. Sou de fora, não jogo basquete, no entanto assisto e consumo produtos. Se não posso ter voz e fazer críticas, logo não quero assistir e consumir produtos. Como 99% do público que acompanha esportes no Brasil (não falarei do público específico do basquete, porque ele é estatisticamente irrelevante) é como eu – de fora – acho que o esporte morreria se não pudessemos criticar, não é?
O 2º argumento é mais tolo ainda, o de que Rodrigo entende de NBA, não de NBB. O que é o NBB? É um campeonato com 2 temporadas (DUAS), ainda longe de se afirmar e que além de tudo se meteu em uma confusão ao aceitar mudar suas regras (para outras ridículas, diga-se de passagem) ao bel prazer da emissora de TV que lhe detém os direitos. E o que é a NBA, fora todo o ‘nefasto’ marketing (como se não fosse isso a meta final do NBB)? É o maior campeonato de basquete do mundo, onde jogam os melhores jogadores do mundo, onde jogaram 95 de 100 dos maiores jogadores da história, onde jogou Michael Jordan e Magic Johnson só pra manter-me em 2 jogadores sem paralelo na história do basquete… e como diabos pode ser algo pejorativo o comentarista entender mais de NBA do que de NBB?
Sinceramente, poderia ter passado sem essa!
Só digo uma coisa desse post: “vergonha”
Prezado Fabio, nem eu mesmo sei a quantas andam o encadeamento desta parceria. O silencio dos dirigentes para comigo é total. Aguardarei um posicionamento para decidir que rumo tomar. Quem sabe retorne à minha aposentadoria, e claro, integralmente ao blog. Um abraço, Paulo.
Prezados Marcelo, Carlos, Ana, Marcelio, Fabio, Arthur, respondo a todos no artigo de logo mais. Obrigado pelas criticas, democraticamente aqui postadas e assinadas.
Paulo Murilo.
Sr.Lucas, também sinto vergonha da sua vergonha, sem vergonha.
Paulo Murilo.
Em tempo, prezado leitor Carlos Albuquerque de Lima, não me faltaram oportunidades de prestar concursos em sua EEF/USP, já que sou doutorado em Ciência dos Desportos na FMH/UTL, mas preferi, como bom carioca que sou, prestá-los aqui no meu estado, na UFF e na UFRJ, tendo sido o primeiro professor de ed.fisica a ser aprovado em concurso para a Fac. de Educação. Hoje, a UFRJ retornou á sua designação classica de Universidade do Brasil, que fique bem entendido. Mas recordo agora que prestei um concurso dificilimo em 1976 quando do primeiro curso de mestrado em ed.fisica, com a proporção de 1/11 vagas, tendo sido o único carioca aprovado com a segunda nota geral,e sabe onde? Isso, acertou, na sua gloriosa USP.
Paulo Murilo.
Professor Paulo, como está ?
Achei ruim a expessão ‘preguiçosos e arrogantes’ colocadas pelo Rodrigo, posto que, como jornalista deveria primeiro averiguar porque os treinadores não foram aos treinamentos e depois sim, critica-los, se necessário.
É muito provavel que poucos treinadores pudessem ir ao Rio ver o time treinar exatamente por estarem trabalhando !
Eu mesmo queria ter ido, porem tive competição uma semana antes, viagem e treinamentos na semana para jogos nesta que entrou hoje.
Logo, como ir ao Rio ?
Algumas críticas do Rodrigo eu não concordo, apesar de acha-lo um bom jornalista. O Fabio também colocou um link em seu blog e lá me expressei.
Mas o senhor também tem que ter mais paciência. Uma das grandes frustaçoes que tenho no basquetebol é exatamente a expressão “não é do meio do basquetebol”. Uma vez que não joguei na base em clube algum e por muito tempo assistia treinos e mais treinos apenas por gostar (isso bem antes de entrar na faculdade e ir trabalhar com basquetebol).
O basquetebol está aí Professor, para todos nós, todos nós gostamos e amamos o esporte. Somente de ir ao ginásio do Minas e ver um jogo, me considero basqueteiro (como fazia com 15,16 anos). E mais do que varios, afinal, em um ginásio que tem 400, 500 pessoas por jogo, vários parentes, ex atletas do clube, diretores, conselheiros, ter uma pessoa de fora, completamente à parte do basquetebol, que nao conhecia NINGUEM na quadra e ia apenas pelo jogo, mostra que o basquetebol atingiu seu objetivo, que é encantar qualquer pessoa.
E acho que são estas pessoas que devemos respeitar sempre e em alguns casos, acreditar que sim, tem muito mais o que nos ensinar do que acreditamos. Em vários casos, são estas pessoas de fora que nos fazem ver o caminho certo, com o apoio incondicional e criticas quando devem ser feitas !
Um grande abraço Professor Paulo e lerei os outros dois textos, pois ainda nao tive tempo !
Prezado Henrique, concordo com você plenamente, e confesso ter me sentido profundamente triste ao refutar o excelente jornalista Rodrigo Alves. Mas não pude me conter, exatamente por ter sentido na pele por decadas o processo de desgaste e desprestigio por que todos os técnicos passaram, na maioria das vezes de forma injusta e desleal.Foram mais de vinte anos de admmistrações caóticas e de cunho eminentemente politico, onde a técnica e o aprimoramento dos técnicos foi levado às mais baixas proporções. E de repente, eis que novas oportunidades são criadas através uma liga profissional, onde o trabalho de formulação de equipes, corretas ou incorretamente formadas, dirigidas e treinadas, auferem aos técnicos toda uma gama de trabalho intenso e geralmente de baixa remuneração, no processo de administração das mesmas, onde o fator tempo, quase sempre insuficiente transforma o trabalho numa via crucis interminável. Neste momento de definições visando campeonatos regionais e a próxima liga, uma seleção brasileira inicia seu treinamento de forma praticamente secreta, destinando somente dois dias abertos aos tecnicos credenciados pela CBB.Como e de que maneira poderiam se ausentar de seus estados durante o processo acima mencionado, para se transferirem para o Rio a fim de assistirem dois dias de preparo? Que aproveitamento técnico tático poderiam tirar desta visita tão fugaz? Respondo- Muito pouco, ou nenhum.E pelas ausências são taxados de preguiçosos e arrogantes? Senti-me também atingido injustamente, mesmo tendo a consciência de que tais designações em nada coadunavam com meu comportamento usual e profissional, e muito menos aos demais técnicos, não só da liga, como de todos os recantos do país. Reagi com intensidade, não me arrependo de tê-lo feito, e somente lastimo ter sido impelido a tal reação pelo infeliz e indevido comentário de um bom jornalista, muito jovem, e que ainda tem muito o que aprender no quesito julgamento humano. Torço para que essa amarga situação se desvaneça, e que voltemos a privar das boas e sempre bem vindas relações desportivas.
Um abraço, Paulo Murilo.