BIRA ETERNO…
Manhã de muito sol, um sábado, em 1963. Já formado em Educação Física, cursava a Técnica Desportiva em Basquetebol na ENEFD/UB, e de forma alguma iria perder aquele treino da seleção brasileira na EEFEx na Praia Vermelha.
Sentados no chão, já que não existiam arquibancadas no ginásio, fato que não afastou dos que ali estavam o enorme interesse e o fascínio que a seleção representava para todos nós.
O grande Togo Renan Soares, o Kanela, dirige-se à platéia e apresenta o seu mais novo pupilo, e também o mais jovem, um canhoto muito alto e esguio, e que pouco de nós conhecíamos, o Ubiratan Maciel. E que apresentação!
Numa época em que as enterradas eram raríssimas, o rapazote esguio, com uma bola grimpada em cada mão se lança à cesta e as enterra em sequência no mesmo salto, uma pela esquerda, a outra pela direita do aro, numa ação que extasiou todos os presentes, não muito pelas enterradas em si, mas pelo gestual felino e veloz, como num passe de um balé aéreo, simplesmente formidável.
E com tal apresentação veio o treino coletivo, onde pela primeira vez em minha vida pude estar tão perto daqueles fantásticos jogadores vergando suas camisas listradas de verde e amarelo, hoje desbotadas em um branco insosso e descaracterizado de nossas origens e tradição.
Dias depois, assisti a grande conquista do Mundial no Maracanãnzinho, onde o grande Bira, junto a outros grandes como Amauri, Rosa Branca, Wlamir, Menon, Jathyr, Waldemar, Mosquito, Paulista, Sucar, Victor e Fritz brilharam para a eternidade.
Hoje, em Springfield, no Hall of Fame do basquetebol americano, o grande Ubiratan foi entronizado como uma das legendas do grande jogo, e eu, que tive o privilégio de vê-lo nascer para as quadras do mundo pelas mãos do velho Togo, sinto um misto de felicidade e agradecimento pelo muito que ele representou para a minha geração, na qual ainda uns poucos teimam em não olvidar, jamais, sua extraordinária figura.
Amém.
Professor Paulo,
como fiquei feliz com Ubiratan entrando no HOF.
Não somente por ele, mas também pelo reconhecimento a toda uma geração, a toda uma foram de jogar basquetebol, a todo um momento unico que você e todos os militantes do nosso basquetebol viveram e como deviam ser felizes.
se por aqui, esta geração é cada vez mais esquecida por quem deveria se lembrar, reverenciar e agradecer SEMPRE (CBB e afins, ao menos por lá, nos EUA, longe daqui, nossos expoentes são lembrados.
Triste um país sem memória. Triste nossa CBB, que deu uma notinha somente, um rodapé para um evento de tamanha importância.
Parabens para o Ubiratan e para todos daquela geração maravilhosa.
Um grande abraço
Prof. Paulo fiquei muito feliz pelo nosso grande Bira, triste pois nos meios de comunicação de nosso Pais pouco se deu importância ao fato. Assisti o video do hall da fama e fiquei emocionado, abaixo trancrevo o meu comentario no site do bala, A GRANDE PENA E QUE ENTRE OS QUE COMENTARAM SOBRE UBIRATAN NÃO HAVIA NINGUEM QUE REALMENTE CONHECESSE SUA HISTORIA E O TIVESSE VISTO JOGAR, NAO ERA TAO ALTO NEM TAO FORTE, MAS SUA INTELIGÊNCIA, VONTADE, DEDICAÇÃO E DOMINIO DOS FUNDAMENTOS, SOMADOS AO SEU CARACTER AGREGADOR E SEM VAIDADE, FEZ DELE UM DOS MAIORES JOGADORES BRASILEIROS DE TODOS OS TEMPOS, E ATRAVES DELE MUITOS OUTROS BRASILEIROS BRILHARAM.
FERNANDO DE SANTO ANDRE
Mas Henrique, o que esperar de uma entidade onde quem manda e decide é um egresso do volei? Memória nacional num país em que velhos e jovens são depreciados no dia a dia? Sim, me sinto feliz em ter presenciado e participado daqueles tempos gloriosos, onde o Bira desfilou sua pujança, sua técnica magistral. Saudades? Muitas, até não mais poder. Triste o quase total esquecimento do grande jogador, do homem e cidadão Ubiratan Maciel.
Mas lá está, bem longe, em Springfield, o reconhecimento do seu talento.
Um abraço, Paulo.
Prezado Fernando, disse tudo.
Paulo Murilo.
Nunca vi sequer uma imagem do grande Ubiratan, a pouco tempo atrás nem o reconheceria se visse uma foto… Assim, acho eu, que se deixa um legado… por toda minha vida no basquete fui fã do grande bira… mas como sem conhece lo sem ve lo jogar? História… aquela que muitas vezes deixamos em segundo plano… Bira e história, bira é basquete puro, e graças aos americanos bira foi eternizado…
Reverencias a mais um grande mestre do basquete.
E aproveito a ocasião para dizer… OBRIGADO BIRA!!!
PS: Tenho 37 anos comecei como pivo nos tempos áureos da NBA, que era transmitida em tv aberta, e sempre dizia (como toda criança que tem um ídolo) que eu jogava como o Ubiratan!! Vai explicar (rs)
Você jogava como o Ubiratan, mas não o viu jogar, certo Jalber? Pois bem, esse fato personalisa o ídolo, já que sua fama e presença exala do povo, dos que o viram jogar, eternizando sua figura e suas ações.Bira, sinônimo de pivô de classe, dedicado à camisa nacional e dos clubes que defendeu, mito de algumas gerações, inclusive a sua. Essa realidade única, agora foi sacramentada e reconhecida pelo Hall of Fame, lá nos Estados Unidos, já que por aqui o esquecimento proposital e doloroso se fez, por mais uma vez, presente. Mas, podem enterrar a verdade, matá-la, nunca.
Um abraço Jalber. Paulo Murilo.
Caro Professor
Foi exatamente esta a impressão que tive de Ubiratan, quando o vi em quadra, aqui em Uberlândia, pela primeira vez. Ficamos boquiabertos com a enterrada dupla que ele fazia. Pena que na época vimos poucas vezes ele e outros grandes jogadores. Era o preço de morar no sertão!
Um abraço
Reny
Mesmo assim prezado Reny, foram tempos inesquecíveis, e dos quais sinto imensas saudades, e acredito que você também sinta o mesmo.
Um abraço. Paulo.
GRANDE BIRA!!! Tive a honra de jogar com o glorioso Bira aqui em Curitiba, na Soc. Thalia (onde veteranos têm espaço para continuar praticando o basquete) na época que ele participou do projeto Paraná Basquete, em São José dos Pinhais. De fato dava para imaginar como ele jogava nos seus áureos tempos. Marcá-lo era quase impossível, pois sua técnica apurada de posicionamento no garrafão impossibilitava a defesa eficiente. Aliás, eficiente era ele na defesa. Inesquecível aquele jogo entre Brasil e Rússia, na década de 80, no qual o grande Bira marcou o gigante Katchenco (nem sei com escreve…) que tinha nada menos do que 2,20 m e muito forte fisicamente. Jogar no garrafão contra ele era algo só possível em sonho, para nós mortais.
Bom mesmo era o bate papo depois do jogo, onde, entre uma cervejinha e outra, ouvíamos suas histórias do basquete no Brasil e no mundo.
Valeu Bira, fique certo de que para quem gosta de basquete você já estava no Hall of Fame a muito tempo!
Prezado Irapuan, que a memória do grande Bira permaneça em nossas lembranças, em perene homenagem ao grande jogador e cidadão que sempre foi. Um abraço, Paulo Murilo.