MUNDIAL- O OITAVO DIA: NOVAS PERSPECTIVAS?…

Nesta segunda rodada de oitavas de finais, eslovenos, australianos, turcos e franceses, repetiram ad nauseum o mesmo basquete que vem sendo jogado por todas as equipes neste mundial, exceto os americanos. Com jogadores de 1 a 5 melhores que seus adversários, eslovenos e turcos passaram às quartas de finais, merecidamente, pois impuseram surras memoráveis a australianos e franceses.

Incrível como um sistema de jogo padronizado e globalizado, ainda se permita ser tão frágil em sua leitura, visando melhores posicionamentos defensivos, principalmente nos bloqueios aos indefectíveis arremessos de três pontos, fator mor no desequilíbrio das partidas.

Mais incrível ainda que, após tantos anos de hegemonia global, tal sistema ainda se paute na construção de espaços para os arremessos de três, sem contestações defensivas, mesmo que meras tentativas, numa permissividade consentida por ambas as equipes em quadra, como um duelo de “quem consegue encestar mais…de três”.

E o inacreditável, é que os espaços ainda ocorrem com freqüência, de ambos os lados, uns um pouco mais limitados, outros nem tanto, originando uma orgia de arremessos, em detrimento de um jogo interior mais presente e efetivo. É um desafio constante, cujo percentual de acerto determinará o vencedor da partida.

Somemos às estas evidências um melhor, apesar de eventual,  jogo interior de eslovenos e turcos, mais determinados e disciplinados, e pronto, o cenário se confirma por placares elásticos e indiscutíveis.

Amanhã e terça feira, o mesmo panorama se descortinará, menos no jogo entre americanos e angolanos, no qual seja o sistema que for utilizado pelos primeiros, nada restará de chances aos jogadores africanos.

Mesmo entre brasileiros e argentinos?  Basicamente sim, sobrevindo uma pequena, porém decisiva possibilidade, a de que um dos oponentes restrinja ao máximo as ações em velocidade do outro, cadenciando o jogo e determinando o ritmo que melhor lhe convier, mesmo sem abandonar o sistema único, porto seguro, e habitual de ambos, e mais, restringindo ao máximo a eficiência nos arremessos longos, trocando-os por outros de curta e médias distâncias, que apesar de mais eficientes, propiciam uma defesa mais efetiva pela proximidade com a cesta.

Serão escolhas e opções cruciais, que quanto menos falharem em suas concepções  maiores serão as chances de saírem vencedores, avançando às quartas de finais, e oxalá sejamos nós estes vencedores.

E com a mesmice em foco, avança para seu final um dos campeonatos mais previsíveis no aspecto técnico tático de que se tem memória na história dos mundiais, daí a importância crucial da proposta americana, visando uma abertura a novos sistemas e novas perspectivas para o grande jogo.

Se um pouco de ousadia se fizesse presente, poderíamos frente aos argentinos emular os americanos, propondo soluções nossas com independência e criatividade.

Ao menos deveríamos tentar, ousar, e quem sabe, vencer.

Amém.



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