CORPANZIS…
“…Elas são muito atléticas, deram muito trabalho nos rebotes, e nós precisamos nos focar mais nos jogos…”
São declarações da Alessandra após o jogo de ontem contra Mali.
A grande ironia é que tais afirmativas advêm de uma jogadora que fez da forma atlética seu apanágio de vitórias, principalmente em seu inicio consagrador no mundial da Austrália onde se sagrou campeã, quando com sua mobilidade e esguia figura, em conjunto com sua companheira Cintia, dominaram os rebotes e exerceram a marcação frontal contra as corpulentas gigantes dos Estados Unidos e China, que foram os fatores cruciais que permitiram as magníficas exibições da seleção lideradas pelas grandes jogadoras Paula, Hortência e Janeth.
Por conta desse domínio defensivo e reboteiro, as nações derrotadas viram chegar ao fim as grandes pivôs de massa, substituindo-as pelo exemplo brasileiro, onde a flexibilidade, elasticidade e velocidade demonstraram ser o caminho a seguir.
E mais ironicamente ainda, foi a atitude brasileira pós mundial ao adotar o modelo que acabaram de sepultar, encaminhando suas ágeis pivôs, e as que as sucederam a um processo de musculação desenfreado, que afastou de vez o modelo vencedor. Lisa Leslie e as grandes e esguias européias foram a contrapartida de nossa negação técnico formativa, que vem se destacando na elaboração de pivôs, e até alas, com acentuado grau de obesidade e conseqüente limitação de velocidade e potencia saltadora, como se fosse o correto a ocupação linear de espaços, e não o domínio aéreo do mesmo. E ai estão os resultados originados pela equivocada escolha, pela mais equivocada ainda formação de base.
As ágeis e elásticas jogadoras de Mali que quase nos venceram, vieram provar nossa maior deficiência atlética, o excesso de peso, que deveria ter sido arraigado de nós desde a grande conquista, quando exemplificamos ao mundo o valor da agilidade, da elasticidade e da velocidade inteligente.
Deslocamento permanente no ataque, principalmente dentro do perímetro, defesa em velocidade antecipativa, e reações explosivas visando os contra ataques, é a cartilha básica do moderno basquetebol, e não o arrastar sonolento de corpanzis travados pela obesidade nada…atlética.
Esse aspecto é uma de nossas deficiências na formação de base, que agregado ao insipiente ensino nos fundamentos, retrata a nossa realidade, onde a ingerência de pseudos preparadores físicos influem decisivamente na formação de novos valores, contando com a omissa conivência de treinadores nada compromissados com o futuro, e sim agarrados aos resultados imediatos, que são aqueles que auferem a seus currículos enganosas conquistas, já que fruto de uma falsa condição de supremacia técnica, quando deveriam se orientar em direção ao verdadeiro objetivo, aquele focado no futuro do grande jogo, responsável pelas grandes conquistas, como aquela, esquecida e mediocrizada pela obtusidade, a conquista de um mundial na longínqua Austrália.
Amém.
PS- Fico imaginando o que teria ocorrido não fossem os 6/7 arremessos de 3 da Helen…
Brasil tomar aperto de Mali, retrata bem em que direção estamos.
Na direção errada, é claro !
Professor Paulo, assistir o feminino é realmente para quem ama o basquetebol. Porque o nivel caiu … demais .. não somos nem sombra do que éramos, nem digo 16 anos atrás, mas uns 7, 8 anos …
Uma pena.
Abraço !
A continuar dessa forma, nem os que mais amam o basquete feminino manterão sua fidelidade, pois odiarão servir de testemunhas a tamanho desperdício e falta de planejamento. Simplesmente lamentável.
Um abraço Henrique. Paulo.