A DECISÃO…
Dentro de algumas horas o Mundial feminino chega a seu fim na República Tcheca, e com um enfrentamento não previsto por muitos, reunindo americanas e as donas da casa, que chegaram na decisão após uma brilhante atuação em todo o campeonato.
As americanas são as favoritas? Creio que sim, por terem nas posições cifradas do basquete internacional as melhores jogadoras nas posições de 1 a 5, aspecto definidor no quem é quem desse globalizado basquetebol.
E foi o que se viu neste e no campeonato masculino vencido pelos americanos, a padronização total do sistema único de jogo, com uma honrosa exceção, os próprios americanos, com seu jogo livre e destituído dos posicionamentos codificados pelos restantes concorrentes, numa incoerência tática inusitada, pela surpresa, e pela coragem.
No caso do feminino, onde a proverbial disciplina tática atinge índices quase totais, a mesmice na forma de jogar foi de um absolutismo exemplar, por parte de todas as equipes intervenientes, da Europa às Américas, da África à Ásia, como num imenso clube, onde as regras e comportamentos se caracterizam pela mesmice sistêmica, e com um único e sólido fator de diferenciação, a qualidade de jogadoras em cada uma daquelas posições, quando possuidoras de melhores fundamentos, e melhor apuramento na capacidade de leitura do jogo.
Sistemas técnico táticos iguais e padronizados, jogadas iguais fluindo dentro dos mesmos, sinalizações idênticas, como idênticas as orientações desenhadas nas pranchetas, que reinaram absolutas nas transmissões televisivas.
Mas, acima de tudo, o fator diferenciador, representado pela eficiência, domínio e aplicação dos fundamentos, qualificando as equipes finalistas tão somente por este básico compêndio de habilidades e técnica apurada, e não, como o ocorrido no mundial masculino, uma diferente forma de atuar, de jogar o grande jogo, como fizeram os americanos.
Por que não inovar, procurar outros sistemas de atacar e defender, novas estratégias, novos comportamentos? Por que motivo se manter sob o asfixiante domínio do sistema único, responsável pelo padrão monocórdio imposto pelos mais poderosos? Porque?
Não entendo e não aceito tais limitações, pois sempre que me for possível tentarei subverter tal ordenação, seja na condução de uma equipe, seja na formulação de comentários e artigos para serem lidos por aqueles que se iniciam na difícil, porém apaixonante arte de ensinar o grande jogo.
Ensinar o grande jogo, eis a questão a ser discutida profundamente, visando a formação de base, com os olhos voltados para 2016, quando nos envergonharíamos de falhar em nossa própria casa.
Amém.