O DOMINGO PERFEITO DO PEDRO…
Chegamos na Arena ao final do jogo entre os argentinos pelo terceiro lugar, eu, o Pedro Rodrigues e o Laércio, vindos de uma peixada irrepreensível, e com o Pedro em estado de graça pela vitoria do seu Fluminense no nacional de futebol, bastando uma vitoria de seu Brasília para o êxtase absoluto, que transformaria o domingo em algo inesquecível.
Mas havia o jogo, contra um adversário temível, o Flamengo, defendendo seu titulo sul americano, e jogando em casa, abraçado a sua torcida, no meio da qual fomos nos instalar, cercados de famílias inteiras, muitas crianças, e uns imbecis vociferando palavrões e ofensas descabidas a juízes e adversários, num ambiente não futebolístico, do qual são originários, num flagrante e injustificável desrespeito a um publico majoritário que lá ocorreu para se divertir em paz e com educação.
Claro, que após o primeiro quarto mudamos de lugar, ainda mais pelo fato do Pedro não esconder para que lado torcia, mesmo que reservada e contidamente.
E o jogo, o que ocorreu de especial, de inédito, de marcante? Taticamente, nada, pois ambas atuavam no tradicional sistema único, com uma pequena diferença, o Flamengo se utilizando de dois armadores, que o fez movimentar a bola com grande rapidez, a tal ponto de concentrar sua eficiência pontuadora nos dois pontos, e não nos tradicionais arremessos de três, vencendo o quarto por 33 x 24.
E veio um segundo quarto arrasador do Brasília, ao concentrar seu poderio no perímetro interno, onde seus pivôs atuavam com desenvoltura, e com voltas rápidas de bola ao perímetro externo que deixavam Guilherme e Nezinho a vontade para os arremates de três, sem quaisquer anteposições, somada a uma defesa por zona eficiente, num 29 x 11 que prenunciava uma vitoria possível, reforçada pelas três faltas cometidas pelo Marcelo, atuando nitidamente nervoso.
No terceiro quarto, algo de inusitado ocorreu com o sistema tático do Brasília, pois não só neste quarto, como no último, o armador Nezinho atuou somente pelo lado direito da quadra de ataque, fato esse que o fez cair em varias dobras defensivas pela previsibilidade da ação, perdendo bolas e cometendo erros de fundamentos que levaram a equipe do Flamengo a uma reação significativa, quando também se utilizou da defesa por zona, no intuito de proteger o Marcelo da quarta falta, vencendo o quarto por 27 x 20. Foi nesse quarto que ambas as equipes praticamente alijaram seus pivôs da disputa interna, concentrando seus esforços ao bloqueio externo, que no caso do Flamengo, contou com a unilateralidade ofensiva do Nezinho numa situação tática inusitada e errônea.
O quarto final foi dividido entre duas tendências explicitas e bem definidas. Por um lado, a equipe rubro negra insistindo nos arremessos de três, vigiados e contestados fortemente pela defesa candanga, por outro, uma equipe atuando nitidamente pelos dois pontos, e mais ainda, pelo ponto a ponto que usufruíam pelas inúmeras oportunidades que tiveram em lances livres, originados pelo recurso em faltas pessoais por parte de seu adversário, nas tentativas de retomarem a posse de bola.
Pelas características do jogo, onde as defesas zonais ainda se situam como obstáculos de difícil transposição por equipes deste nível, e onde armadores mantêm uma excessiva posse de bola por atuarem sozinhos na posição, pois o outro armador, se em quadra, age mais como um ala, venceria o jogo aquela que dominasse um aspecto negligenciado pela maioria de nossas equipes, o aproveitamento efetivo da maioria de seus ataques, somente possível pela eficiência e precisão de seus arremessos, onde os curtos e de media distâncias superam estatisticamente os de longa e hoje estendida distancia.
Esse fator, se somado a uma defesa eficiente, torna a equipe muito mais habilitada às vitorias, como essa no sul americano.
Parabenizo a equipe de Brasília pela lídima e justa vitoria, assim como o Pedro, feliz e realizado, quando pode curtir um domingo perfeito.
Amém.
Pois é professor, em uma repetição de um lance do jogo na TV, consegui identificar o Prof. Pedro e o Láercio assistindo o jogo. Não reconheci o terceiro membro do grupo e agora fico sabendo quem era. Tive o prazer de rever e conviver em Istambul, por 2 semanas, com o Prof. Pedro, meu ex-técnico quando iniciei meu curso de engenharia no DF, em 1965, na ocasião acompanhado do “carrapato” Laércio, também antigo conhecido desde quando trabalhou aqui em Uberlândia.
Tive vontade de ir assistir o Hexagonal, mas sem achar compamhia desanimei.
Qualquer dia destes vamos acabar nos conhecendo pessoalmente.
Um abraço
Sem dúvida alguma nos conheceremos pessoalmente Reny, e faço a mais absoluta questão disso.Pena que não em uma quadra de jogo, já que escanteado das mesmas nesse NBB3. Paciência.Um abraço, Paulo.