VITÓRIA DO BOM SENSO…
Iniciou no segundo quarto, e se firmou nos dois últimos a implementação do…inusitado, garimpado pelo bom senso técnico tático da dupla aí de cima, acredito que depois de muita discussão, estudo de probabilidades, e acima de tudo, pela enorme e inadiável necessidade de mudanças.
Mesmo assim, iniciaram o jogo com a formação de praxe, mas com poucos minutos eis que o Alex sente o ombro, e olha quem entrou? O Benite, ensaiando uma dupla armação com o Huertas, mas contando somente com um pivô, o Spliter. O quarto termina em 25 x 16 para nossa seleção, e com um incomum aspecto, somente 2/4 nos arremessos de três.
No segundo quarto, o Luz se junta ao Benite, mantendo a dupla armação, entrando o Marcelo Machado que se dedica ao jogo interior, acionando o pivô, e passando em branco nos arremessos. No entanto, o miolo do garrafão ainda se mantinha inseguro, permitindo penetrações e rebotes dos uruguaios, que mesmo desfalcados de dois importantes jogadores, o Osimani e o Aguiar, imprimiam um jogo corajoso e incisivo, dando muito trabalho à nossa defesa, permitindo uma perigosa aproximação no placar, que marcou 42 x 34 ao final do quarto.
Finalmente, no transcurso dos dois quartos finais, uma improvável defesa por zona 2-3 (vide foto) bastante eficiente e combativa é estabelecida pelo Magnano, assim como a escalação de um segundo pivô, e dando continuidade à dupla armação, onde o Benite se situava muito bem, inclusive alcançando um alto nível de aproveitamento nos arremessos de três (5/7), sem ter forçado nenhum deles.
Benefícios imediatos? Três, e da mais alta importância, a saber:
– Com a dupla armação, o apoio ao jogo interior se tornou mais constante, num fluxo de passes e assistências considerável. Melhorou em muito a combatividade defensiva, e permitiu que espaços mais amplos fossem conseguidos, originando arremessos mais livres e equilibrados, inclusive os de três.
– Com a escalação de dois pivôs, o Spliter ficou mais desonerado da luta solitária com os grandes pivôs adversários, cobrindo com maior eficiência os já tradicionais buracos no miolo da defesa, e mesmo os demais pivôs que vinham sendo pouco utilizados, ganharam mais tempo de participação em praticamente toda a partida.
– E por força dessas mudanças, com um só ala escalado por vez, diminuiu muito o fluxo das “bolinhas”, vide os seguintes números nos arremessos de três ao final da partida: Alex ( 0/1), Marcelo Machado (0/1), Marcos (2/4), Guilherme (2/3), Nezinho (0/1), Huertas (1/1), e o Benite (5/7).
Ao final do jogo, algumas conclusões poderão ser mencionadas como de grande importância para os futuros e decisivos jogos deste Pré Olímpico:
– Com a escalação de um segundo pivô, e a manutenção de dois armadores, ficará mais do que garantido o jogo ofensivo interior, assim como será reforçado o miolo do garrafão defensivo, contra a arma até agora utilizada contra nós, o duplo pivô.
– Com somente um ala de oficio escalado por vez, cessa o caudal de arremessos de três, e se estabelece prioritariamente o de dois, mais eficiente e seguro.
Finalmente, com esses novos (?) conceitos de jogo, penso acreditar que teremos valorizadas as possibilidades de classificação, já que reforçados os setores defensivos, e ampliados os ofensivos, por se situarem mais próximo à cesta, valorizando a precisão de cada arremesso dado.
Torço para que o Magnano desenvolva esse conceito de jogo junto aos jogadores, mesmo que fira e desoriente alguns deles, que por hábito longamente adquirido, somente vêem o sistema único como verdadeiro, negando o novo, o inusitado. E se isso ocorrer, que tome as medidas convenientes, entre elas a barração, para o bem da equipe em seu todo.É o dever básico de quem comanda, de quem vê adiante, e que não hesita em fazê-lo, se necessário.
Amém.
PS-Clique nas imagens para ampliá-las.
Fotos reproduzidas da TV.
Professor Paulo,
Fica claro que as imensas limitações tanto de altura quanto de força física uruguaias colaboraram bastante para nossa vitória folgada mas não podemos negar que a comissão técnica tentou pela primeira vez trazer algo de novo, como sempre foi aqui rogado pelo senhor.
Apesar de bastante cético quanto à nossa classificação, que seria fundamental para um reinício do esporte em nosso país, vejo uma possibilidade – obviamente contando com vitória hoje sobre os panamenhos: uma obrigatória vitória sobre os porto-riquenhos, conhecidos por seu ótimo basquete mas total instabilidade emocional. Esta vitória, agora na fase de classificação, nos colocaria como segundo ou terceiros colocados enfrentando possivelmente República Dominicana ou Porto Rico uma segunda vez nas semi-finais. Aí sim, um jogo para estratégias pefeitas, sem direito à falhas e jogo coletivo como o senhor sempre apregoou. Na minha visão o jogo de hoje e o da próxima sexta-feira decidirão o nosso futuro, pelo menos em termos de classificação, para as semi-finais.
Os resultados ocorridos há pouco – vitórias de Porto Rico e República Dominicana, ambas por placares apertados – fazem com que o Brasil com uma vitória sobre o Panamá já esteja nas semi-finais. Ficariam apenas para serem definidas as colocações em segundo, terceiro e quarto lugares já que todos acreditam na Argentina invicta em primeiro lugar.
Volto a bater nesta tecla: chegou a hora do pragmatismo. Temos que nos focar totalmente nos jogos de hoje e de sexta-feira como fundamentais para nossa passagem em segundo ou terceiro lugar, enfrentando aí ou República Dominicana ou Porto Rico nas semi-finais. Porto Rico acaba de perder seu experiente pivô Daniel Santiago para o resto da competição. A República Dominicana perdeu de forma lastimável seu armador Sosa ontem à tarde. Ficamos tristes pelos fatos ocorridos mas temos que nos beneficiar desta ajudinha que parece soprar a nosso favor.
Concordo com seu comentário, prezado Milton, e fico na expectativa do jogo de hoje, para avaliar com mais precisão se as mudanças técnico táticas efetuadas pelo Magnano contra os uruguaios vieram para valer, ou foi um ensaio motivado pela fraqueza dos mesmos. Mudanças geram profundas cisões, e a necessidade de estar com a equipe nas mãos é fundamental.Disciplina tática nessas situações definem resultados. Aguardemos os jogos subsequentes, torcendo para que as tão aguardadas mudanças gerem uma sofrida classificação.
Um abraço, Paulo Murilo.
Se apesar de tantas “ajudinhas” como você define, Milton, não houver por parte da seleção um comprometimento absoluto em torno de um objetivo comum, no qual “os brilhos individuais” cedam espaço ao tão decantado e buscado coletivismo, por certo não obteremos êxito. A hora das grandes verdades ai está, sem rodeios e contestações, para sabermos se merecemos a vaga olímpica.
Um abraço. Paulo Murilo.
acho que o URUGUAY nao pode ser usado como parametro para a equipe brasileira, oscilammos muito no 1o. tempo, no segundo a equipe melhorou, enquanto a equipe uruguaia, o nivel caiu muito, aquele jogo contra a equipe da Rep. Domincana, nao consegui digerir ainda, tomara que hj contra a argentina, a equipe mostre essa “evolução” mostrada contra adversários limitados, embora, particularmente, duvide que essa equipe consiga a vaga olimpica, pois oscila muito, não tem consistencia, alas medianos, os pivos quando precisamos, nos decepcionaram contra a “forte” Rep. Dominicana. Tomara que eu queime a lingua. Prof. um abraço.
Também temo pela nossa seleção, Fabiano, pois em minha longa vivência no grande jogo um aspecto existencial se solidificou, o fato de que sem um longo, sofrido e trabalhoso processo iniciado na formação de base, pouco se pode alcançar na ponta final do mesmo, o que é, infelizmente, o nosso caso.Será esse pouco suficiente? Vamos ver…
Um abraço. Paulo Murilo.