COMENTAR O QUE?…
Na semana que passou quis escrever sobre jogos de basquete, como os playoffs em São Paulo, como os jogos da LDO em Minas Gerais, mas como fazê-lo perante alguns obstáculos simplesmente intransponíveis, como por exemplo, a inestancável hemorragia dos três pontos e o absurdo número de erros nos fundamentos do jogo em ambas as competições, além da mais absoluta inexistência de qualquer imagem sobre a importantíssima competição sub 21?
Como aceitar e comentar uma sucessão progressiva de 56, 58 e 59 tentativas de arremessos de três pontos nas três partidas finais entre Paulistano e Limeira, somadas às 90 perdas de bola, numa assustadora média de 30 por jogo?
Como entender a ocorrência de 14/38 tentativas de dois pontos, contra 12/40 de três num jogo Sub 21, no caso Uberlândia em seu jogo contra Vitoria? Foram 120 possíveis pontos para somente 36 conseguidos, num inaceitável comportamento técnico numa divisão formativa, em contraponto a uma ausência de qualquer anteposição defensiva de seu adversário?
Como entender diferenças de mais de 50 pontos em jogos dessa fundamental divisão, assim como o espantoso numero de erros e perdas de bola de algumas das equipes participantes? Por onde anda a tão decantada formação de base que incentivou a LNB a promover uma competição de tão estratégica importância? Se as estatísticas em toda sua fria objetividade impressionam, fico imaginando o que testemunharíamos se imagens fossem veiculadas?
Mas também temos um Pan Americano sendo realizado no México, que para minha tristeza, mesmo depois de fartamente anunciada sua transmissão pela TV Record do jogo contra o Uruguai, nos brindou a todos com aquele tipo de competição farta em distribuição de medalhas, a empolgante ginástica, assim como o indefectível futebol, transmitindo somente os 5 minutos finais daquela partida, comentada de forma passional por um Oscar nitidamente empolgado por um Marcelo definidor como ele sempre se auto caracterizou, e mais empolgado ainda quando um certeiro arremesso de três do nosso mais experiente jogador colocou a equipe cinco pontos à frente. Mas, numa terrível sequência de três erros, iniciada por um tiro de meta do Nezinho à cesta, e dois passes errados do Marcelo em sua função de armador, calou o comentarista até o final de um jogo, que se analisado por aqueles 5 minutos finais deve ter sido constrangedor, mas que deveria ter sido transmitido em conformidade com as chamadas veiculadas pela estação.
Logo mais está anunciada a transmissão do jogo contra os Estados Unidos, se não for substituída por uma outra competição prodiga em medalhas, como está parecendo ser a política da emissora para este Pan, afinal de contas, gosto e interesses não se discutem, e o basquete, ora, o basquete…
Amém.
Foto-Globo.com