A EQUIVOCADA BASE II…
Quando da publicação do artigo A Equivocada Base, em 14/10/2011, delineou-se uma discussão que abrange uma realidade, uma triste realidade, que demonstra com exatidão a quantas anda a nossa formação de base com a inexistência de associações de técnicos regionais, e mesmo uma de caráter nacional, nas quais fossem estabelecidas as pedagogias para o ensino dos fundamentos e do jogo em si, da promoção e divulgação de clinicas, estágios e bibliografias ligadas ao grande jogo, além de um código de ética a ser respeitado por todos aqueles envolvidos com a arte de educar jovens e dirigir equipes, sob o sagrado manto do mérito, e somente ele.
Dessa forma, a continuidade do debate através do Prof.Cleverson mantêm a pauta discursiva, vista a seguir com seu depoimento:
- Cleverson Yesterday ·
Pois é Professor, mas penso que o pior é quando um profissional, muitas vezes amigo seu, te engana para se sobressair ou apenas fazer “moral” com o chefe. Isso aconteceu comigo duas vezes. Na primeira fui convidado para um jogo entre centros esportivos e me pediram para levar meninas entre 10 e 12 anos, quando chegamos lá jogamos contra meninas de 14, 15 anos. Conseguimos manter o jogo equilibrado até certa altura, as meninas do outro time eram de uma turma recém formada, mas no final a relação altura-força acabou prevalecendo.
Na segunda vez um Professor amigo meu de uma cidade vizinha me ligou desesperado por que precisava de um time para jogar e não estava encontrando nenhum time com idades entre 10 e 12 anos, que o secretário de esportes da cidade iria assistir o jogo e blá blá blá.Acertamos algumas questões sobre as regras (tipo de marcação, tempo, etc.)e quando chegamos lá para jogar o que aconteceu???? Nada foi cumprido. Ele colocou a sua equipe para marcar pressão quadra toda do começo ao final do jogo. Meus alunos mau conseguiram passar do meio da quadra. Resultado, fomos massacrados.
O interessante é que no final do jogo eles vem te cumprimentar como se nada tivesse acontecido, como se não tivéssemos combinado nada…..tudo normal!!
Onde está o respeito, o companheirismo que deve haver enquanto profissionais da mesma classe?
Mas o principal, e o nosso compromisso como PROFESSORES, EDUCADORES, que é o que acredito que devemos ser na fase de formação, onde fica esse compromisso?
Concordo com o Professor Paulo Murilo, acho muito difícil uma mudança nesse cenário, por motivos que todos nós conhecemos.
Trabalho há algum tempo respeitando os princípios que o Professor Paulo expôs e a do Mauricio, quanto à questão da alternância na condução de bola para que todos participem, vivenciem o máximo de experiências variadas possíveis e não haja especialização em posições.Estou gostando muito dos resultados.
Um conceito interessante que estou começando a utilizar e gostaria da opinião do Professor Paulo Murilo é o de marcação “semi-passiva” do Professor Hermínio Barreto, que acredito que o Professor deva saber de quem se trata, já que fez o seu doutorado em Portugal.
Gostei muito da pedagogia utilizada por ele, pena que encontrei pouco material na internet. Vou procurar adquirir algum livro dele.
Um grande abraço!!!
Cleverson.
Pois bem, ai está uma nua e crua realidade do dia a dia de nossa modalidade, perdida num mar de inconseqüências e ausência de diretrizes que a conduzam a um rumo seguro e duradouro, por culpa de nossa inabilidade e até mesmo omissão, frente a tão prementes atitudes. Precisamos tomá-las, já.
Amém.
Foto-Formação de base em Vitoria-ES
Olá professor, tudo bem, espero que sim.
Pois bem, que satisfação este blog, quanto mais lemos, mais nos identificamos.
O ocorrido com o colega já aconteceu comigo também, como já deve ter acontecido com muitas outras pessoas.
Acontece que na nossa realidade por mais que seja louvado o caráter muitos não o praticam por ser complicado organizar suas ações pautadas pela consciência social, também por ser arduo ensinar jovens quando dentro de casa não se valorizam a educação ou mesmo quando as estruturas institucionais não repercutem os anseios e demandas das pessoas.
Cabe ao colega tentar sobreviver a estas mediocridades e escolher um caminho a seguir após tomar ciência de nossa realidade:
1° se juntar a mediocridade e tentar acreditar que tudo está melhorando;
…ou:
2° continuar lutando pelo que achar o mais sensato, mesmo que único o prêmio seja ter tranquilidade para deitar a cabeça no travesseiro a noite.
Mas espero que o colega não desanime, e pode escolher a segunda opção e ficar sossegado que há mais companheiros que escolheram a segunda opção.
Forças ao colega e abraços Professor.
Desde muito cedo em minha vida trilhei o segundo caminho, e apesar dos sacrificios, das injustiças e das infindáveis lutas, nunca, mas nunca mesmo abri mão da escolha. Continuarei trilhando até o fim. Sonho um dia em que possamos desenvolver novos caminhos, pautados pela honradez e o merito, numa luta que é de todos vocês. um abraço,
Paulo Murilo.
Olá pessoal, vencer ou vencer seja a forma como for é uma mentalidade que temos em nosso país e é extremamente difícil não ser sugado para este modelo. Já ouvi de alguns pais de alunos de outras escolas que era inadmissível perder para uma escola como a minha, por ser de bairro mais humilde. O público da base não pensa da mesma forma que nós, não tem o objetivo pedagógico.
Mas muitos de nós o temos, e não podemos, e nem temos o direito de perdê-lo, sufocá-lo pela hipocrisia e pelo desamor a causa dos jovens, prezado Mauricio. Reeducar pais e uma sociedade omissa é o nosso trabalho, o grande trabalho, sem o qual nosso país jamais sairá de seu ” berço explêndido”. Continuemos a luta. Um abraço,
Paulo Murilo.
Absolutamente Alexandre. Estou convicto do caminho que escolhi e dos valores que pretendo transmitir, mesmo sabendo das dificuldades que essa escolha acarretará.
Temos um compromisso com nosso alunos, sociedade e com o basquetebol (no nosso caso)e acredito que tenhamos recriar a “cultura” do basquetebol em nosso país se não continuaremos na mesma.
Um abraço.
Cleverson.
Prezado Cleverson, encontrei o material do Prof. Herminio. Me envie um endereço, ou se preferir posso tentar enviar por scanner. Um abraço. Paulo Murilo.
Tudo bem Professor?
Enviei o meu endereço por email para o senhor. Estou imensamente agradecido Prof. Paulo e acredito que a melhor forma de agradecimento será fazendo um bom uso desse material. E é o que vou fazer.
Grande abraço.
Cleverson.