NARRANDO & COMENTANDO…

Iniciado o jogo e uma mensagem tocante vai ao ar – “O tênis de fulano é rosa, e o de beltrano azul, uma homenagem às criancinhas”- Formidável, não?

“O Joinville não marca, não joga na transição por não ter a posse da bola (juro que está lá gravado…), e no 5×5 não atua com confiança. O técnico tem de parar o jogo para acertar as coisas”, detona o comentarista, cujo discurso inicial é idêntico em todos os jogos que comenta, pela similitude entre todos.

O técnico para, expõe todos os acertos na prancheta e devolve o time ao jogo que… continua não marcando, nem jogando na transição, muito menos se encontrando no 5×5, e com a auto confiança no chinelo.

Lá pelo terceiro quarto outro tempo, e uma pérola  –“ Eles estão fazendo o que querem, arremessam de onde querem! O que é que vocês querem que eu fale pra vocês?” Honestamente, sugiro que treine a equipe…

Mas nem tudo estava perdido, ainda, quando é anunciada uma mudança tática que alteraria o jogo, no momento que a equipe catarinense trocou a defesa individual pela defesa por zona, algo realmente inédito em uma divisão máster, e o resultado? Bauru disparou na contagem…

Mas no tempo pedido a um minuto do  final (foto) algo inesperado quando determina – “Vamos de chifre…” Fim.

Creio que escrever mais se torna desnecessário, logo, fico por aqui.

Amém.

Foto-Reprodução da TV. Clique na mesma para ampliá-la.



5 comentários

  1. Giancarlo 25.11.2011

    Olá, professor, primeiro, antes de tudo, obrigado pela menção no post anterior. A tristeza é que inevitavelmente vamos ter mais textos e textos nessa pegada, como esse último do senhor. Sobre o nosso comentarista, minhanossa, eu, você, todos nós já deveríamos estar calejados e anestesiados, já que é a mesma ladainha há uns bons cinco anos. Mas, a cada transmissão, ainda considero impossível relevar a miopia, ou a complacência, ou o discurso pronto, ou tudo isso junto.

    Quanto ao time de Bauru, reparei em uma coisa que gostaria de confirmar com quem entende mais: foi impressão, ou o Guerrinha está guiando um time sem um armador propriamente dito, um time mais solto? Algo que que vai até mesmo além da armação dupla, embora não em tempo integral, claro. Ontem vi em diversas ocasiões o Henrique (“Pilar”, apelido que não entendo), o Fischer (mesmo com suas limitações no drible) e até mesmo o Douglas puxando os contra-ataques sem procurar o Larry. Pelo menos sem procurar o americano bom de bola em todas as ocasiões. Várias posses de bola em que ele ia receber um passe já próximo do garrafão como se fosse um pivô. Isso se repetiu também em algumas saídas de lateral.

    No caso do Henrique, isso não me surpreende, pois ele sempre jogou como armador na Hebraica, antes de se reinventar como ala-pivô e “estourar” em São Bernardo. Aliás, trata-se de um jogador muito inteligente, formado em Filosofia, um perfil diferente. Creio que lhe falta apenas mais controle de bola com a mão esquerda (drible e finalização) e um chute mais confiável de longa distância. De todo modo, considero um atleta bem interessante.

    O senhor acredita que foi algo mais em decorrência da loucura/caos em quadra, ou pode ser realmente um pedido do treinador (e algo que acho até interessante, se for proposital e não acidental)?

    De resto, espero que os meninos Gui e Lucas recebam mais chances, ainda mais se essa proposta de, digamos, “todos por todos” for mantida.

    Um abraço,
    Giancarlo.

  2. Basquete Brasil 25.11.2011

    Bem Giancarlo, um artigo como o que escreveu tem de ser discutido e difundido, pois foge à regra do muito que se lê por ai. Concordo que muita asneira ainda será perpetrada nesse NBB4, até o momento em que o bom senso se soerga do limbo onde se encontra. Enganação tem limite, mesmo num país tão anacrônico como o nosso.
    Confesso que ainda não posso fazer qualquer juizo preciso sobre a forma de atuar do Bauru, ainda mais no âmbito daquela tremenda pelada que protagonizou com o Joinville. Vamos aguardar mais algum tempo, torcendo para que um outro jogo da equipe seja televisionado, pois análise via estatísticas não fazem sentido para mim.
    Quanto ao Henrique, torna-se lamentável que nenhum técnico tenha tentado corrigir as deficiências apontadas por você, assim como a grande maioria de nossos jogadores não o são, já que nas mãos de “estrategistas”…
    Um abraço, Paulo.

  3. Henrique Lima 26.11.2011

    Giancarlo, tudo bom ? Professor Paulo, tudo bom ?!

    Entrarei no papo.

    Eu gosto muito do jogo do Henrique Pilar. Vi atuando pela primeira vez, já em Bauru. E gostei bastante.

    Gostei muito por ele ser bem completo, algo que raramente vemos por aqui, quando os atletas ou só chutam, ou só correm, ou só enterram, ou nada fazem. Ele faz de tudo, claro, não de forma perfeita, porém numa média muito boa. O mais importante, para mim, ele pensa o jogo ! Ele sabe o que fazer com a bola na mão e sem a bola. É grande jogador.

    Acho que por ele ter estourado muito tarde, poucos observam seu jogo, uma pena.

    Sobre o time de Bauru, ainda não vi neste nacional, pois quando estavam na tv, estava cobrindo Minas x Flamengo.

    Abraço

  4. Basquete Brasil 27.11.2011

    Pensar o jogo, ter experiências na armação, ter boa estatura e boa colocação nos rebotes, ter formação acadêmica superior, meus deuses, tudo isso vagando e perdido num sistema único, a antítese de todas essas qualidades, prezado Henrique?
    Claro que não terá grandes chances de afirmação e evolução. A não ser que caia dos céus algo na forma de um sistema de jogo que priorize suas qualidades, e que as aprimore e projete um futuro a altura das mesmas. Mas como isso será possivel dentro e em face da mesmice endêmica em que nos encontramos? Esse é o seu purgatório, infeliz e desgraçadamente.
    Um abraço, Paulo.

  5. Giancarlo 28.11.2011

    Olá, Henrique,

    Pois é. Acho que seu xará é um dos exemplos mais claros daquilo que deixa o professor inconformado: um jogador muito talentoso e complemetamente ignorado pelas listas feitas do stablishment que temos para nossas seleções. Pior, por muito tempo foi ignorado até mesmo pelos grandes clubes daqui, não?

    O Henrique chegou a flertar em largar a carreira quando fazia a transição da base para o profissional jogando pelo Hebraica, onde trabalhou com o Adriano Geraldes nos últimos anos dele por lá e muitos outros jovens talentosos, a maioria já perdida por aí (Negrizoli, se não me engano, e o Rafael Sabbag, entre outros).

    Era um armador de 1,95m, um cavalo descendo a quadra em contra-ataques de um homem só. Era uma força no Paulista, precisando apenas dosar sua energia muitas vezes descontrolada – ele se frustrava muito com os próprios erros, se cobrava demais e perdia a cabeça em quadra.

    Quando o clube dissolveu seu trabalho na categoria adulto, ele migrou por aí. Não me lembro agora exatamente por onde, mas defendeu o Londrina, se a memória não falha, na finada Nossa Liga. Jogou no time da Bahia do Nacional 2009, e não sei mais aonde.

    Foi em São Bernardo, em 2009, que ele conseguiu algum sucesso estatístico que o fizesse, enfim, ser contratado pelo Bauru de Guerrinha. Pelo que vejo, parece que neste campeonato terá um papel importante na equipe. Quem sabe não chegou a hora…

    Aliás, em termos de elenco, entre times com alguma chance de título, o Bauru me parece o time mais instigante a se acompanhar, pelo fato de poder nos oferecer algumas surpresas (Brasília, Flamengo e Pinheiros a gente já sabe no que dá).

    Aqui uma bela e reveladora entrevista que ele deu ao Alfredo nessa época de São Bernardo:
    http://www.draftbrasil.net/wordpress/entrevistamos-pilar-o-jogador-que-faz-historia-no-paulista-2009/

    Boa sorte a ele e um abraço,
    Giancarlo.

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