QUEM DIRIA…

Num inicio de jogo contundente, Brasília coloca 13 x 0 abalando um Pinheiros pressionado e acuado, ainda mais quando seu armador argentino comete três faltas no primeiro quarto do jogo.

Nesse momento de intensa supremacia dos candangos, o narrador pergunta ao comentarista se “não estaria faltando um segundo armador para ajudar o Figueroa”, no que é respondido com um inusitado comentário- “Sem dúvida, hoje as equipes tendem a jogar com dois armadores, reforçando suas opções de ataque e maior firmeza defensiva”.

Ora, quem diria, pois há muito pouco tempo a dupla televisiva denominava um segundo armador como, finalizador, pontuador, ou arremessador, um 2 complementar ao 1 de oficio, mas que de repente se transforma num efetivo armador pela entre ajuda de ambos, numa guinada surpreendente para quem sempre incutiu na audiência os dogmáticos posicionamentos de 1 a 5.  Ótimo que isso tenha ocorrido, somente lembrando que dupla armação nunca foi por eles defendida, muito pelo contrário, e ponto para o Basquete Brasil em sua solitária e teimosa luta por um basquete contestador à mesmice endêmica que se instalou entre nós, inclusive com o incentivo daquela e de outras mídias, com poucas, porém honrosas exceções.

Daí para diante, uma coincidência se fez presente e decisiva no resultado do jogo, pois nenhuma das duas equipes possuem armadores à altura dos titulares, Figueroa e Nezinho, nem para a armação simples, nem para a dupla, daí a vantagem que a equipe de Brasília auferiu com a maior presença em quadra do Nezinho, enquanto o Figueroa era guardado para o quarto final.

Então, para variar, passamos a assistir o espetáculo autofágico dos três pontos, principalmente pela equipe candanga, com um Alex “queimando” o que podia e não podia, culminando num arremesso final de três, frontal e de larguíssima distância, quando ainda faltavam 5seg, em um jogo em que sua equipe perdia de dois míseros pontos, o que recomendava uma tentativa de penetração ( e logo ele que é um especialista) para um empate, e quem sabe um arremesso extra por falta recebida. Mas não, a bolinha foi disparada, e deu no que deu…

Mas um pouco antes, com a volta do Figueroa e a saída pelo limite de faltas do Nezinho, pode a equipe paulista se aproximar no placar, e ultrapassar seu adversário, quando numa tosca perda de bola do armador brasiliense Bruno, se viu líder do jogo.

 

No entanto, ficou constatado que ambas as equipes carecem de armadores eficientes para formarem com seus titulares, duplas armações de qualidade, o que é algo constrangedor quando vemos não aproveitados nessa altamente especializada posição, jogadores do naipe de um Muñoz e um Rafinha, que em hipótese alguma poderiam ficar de fora numa liga que necessita de experiência e qualidade de jogo nas duplas armações.

Numa próxima etapa, que espero não seja muito longa, quem sabe poderemos ver implantado o jogo interior através de pivôs ágeis, atléticos e velozes, jogando de frente para a cesta, em estreita coordenação com duplas armações firmemente focadas em abastecê-los para arremessos curtos e de media distâncias, pois de 2 em 2 se vencem jogos com muito menos desperdícios do que as hemorragias despropositadas dos três. Assim espero, assim ainda o será.

Amém.

Foto-Divulgação LNB. Clique na mesma para ampliá-la.



9 comentários

  1. Ike 16.12.2011

    É triste quando se percebe que um treinador é tão refém de uma táctica. A ponto de tudo a sua volta se tornar: Mas como, NÃO tem 2 armadores ?

    Patético

  2. Basquete Brasil 17.12.2011

    Mais triste ainda, prezado Ike, é constatarmos que muitos dos técnicos sequer se interessam em estudar as origens, os clássicos documentos que determinaram os caminhos das técnicas e táticas desenvolvidas pelos grandes mestres. Muitas das perguntas e dúvidas que persistem até hoje, encontrariam suas respostas naqueles pioneiros que eternizaram didáticas, sistemas, conceitos, na medida que se interessassem em fazê-lo, já que os fundamentos e as bases técnicas do grande jogo se mantêm atuais desde sempre. É só o que falta, o estudo, o sempre esquecido estudo.
    Um abraço, Paulo Murilo.

  3. Lucyana Souza 19.12.2011

    cadê a final four da liga sul americana
    cadê a liga das américas 2011-12
    cadê tudo ?

  4. Basquete Brasil 19.12.2011

    Tudo isso você encontra nos varios sites noticiosos dentro da grande rede. Aqui, prezada Lucyana, os assuntos técnicos ditam a regra. Desculpe-nos pela sua insatisfação. Paulo Murilo.

  5. Roberval Iude 20.12.2011

    não entendeu professor ?
    eu entendi
    foi uma ironia ou protesto dela, a final four da sul-americana marcada para esse ano foi cancelada e se acontecer só será ano que vem, se aontecer..
    a liga das Américas 2011-2012, foi cancelada, tinha que ter começado nesse ano, se tiver só ano que vem, se tiver…
    a FIBA Américas está uma bagunça, será que é por influência do Grego da ABASU ?

  6. Victor Dames 20.12.2011

    Não creio que a insatisfação da Lucyana seja com o senhor, Professor, mas sim com nossos dirigentes, que são incapazes de fazer cumprir um calendário de eventos minimamente razoável, já que a desorganização impera até mesmo a nível internacional em nosso continente, esse sim um ponto que merece ser abordado neste nobre espaço de debates que o senhor nos proporciona.

    Abraços!

  7. Basquete Brasil 20.12.2011

    Prezada Lucyana, com tão bons advogados como o Roberval e o Victor a seu favor, resta-me reconhecer (apesar da larga experiência…)o mal entendido cometido. Sua pergunta é relevante e merece ser convenientemente discutida nesse espaço. Prometo voltar ao assunto. Um abraço, Paulo Murilo.

  8. Basquete Brasil 20.12.2011

    Prezado Roberval, concordo com seu oportuno esclarecimento, e já me expliquei junto à Lucyana. Obrigado. Paulo Murilo.

  9. Basquete Brasil 20.12.2011

    Prezado Victor, concordo com você, obrigado, e prometo voltar ao assunto com a abordagem que ele merece. Um abraço, Paulo.

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